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Crimes contra a honra - Direito Penal

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2 ASPECTOS GERAIS DA TIPICIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA
 O tipo penal descreve um comportamento humano que é considerado como ilícito para a matéria penal. São as condutas dadas como proibidas que formam o tipo. Dado a exemplo: Matar; roubar; furtar; estuprar, dentre outros. Em consequência deste têm-se a tipicidade, que é o resultado da análise destas condutas e que fazem a relação entre o ato ilegal cometido ao que está descrito no tipo, ou seja, é a introdução da ação no que o texto penal expõe. 
Pode-se, a princípio, dividir o tipo em duas formas: Tipo objetivo e tipo subjetivo. O Tipo Objetivo relata os elementos circunstanciais que qualificam e definem a natureza das proibições penais. Tudo aquilo que está descrito no texto deve ser passível de efetuação na realidade. O tipo é composto de: autor da ação, ação ou omissão, resultado, nexo causal e imputação objetiva. Já o tipo subjetivo associa todos os atributos imateriais que são essenciais para a formação de um tipo penal objetivo. Ele é composto pelo dolo e pelos elementos acidentais ou elementos subjetivos. A função do tipo subjetivo é averiguar a intenção do agente perante a sua conduta. 
3 A TIPICIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA NOS CRIMES CONTRA A HONRA
O código penal brasileiro exibe três categorias de crimes contra a honra, que são: a calúnia, a difamação e a injúria, dispostos, respectivamente, nos artigos 138, 139 e 140 do CP. Muito frequentemente o conceito destes regimentos são confundidos, tanto por pessoas que estão fora do âmbito do direito penal quanto pelos próprios advogados e atuantes da área. 
 
3.1 DA CALÚNIA
A calúnia é tida como o mais grave dos crimes cometidos contra a honra, pois consiste no ato de acusar um indivíduo não só de ter feito algo que na realidade não o tenha, mas de cometer ação que é considerada criminosa. O agente tem ainda o conhecimento de que aquele relato é falso e mesmo assim o propaga. 
O crime de calúnia está disposto no artigo 138 do Código Penal e deste pode-se resumir os fatores principais que caracterizam a prática deste delito, que são, em suma, a imputação de fato que seja falso e definido como crime. Se o fato porventura vier a ser verdadeiro não haverá o crime de calúnia. 
O sujeito ativo deste crime pode vir a ser qualquer pessoa física, excluindo apenas aqueles que são considerados como inimputáveis (menores de 18 anos; doentes mentais; ébrios habituais). Já o sujeito passivo pode ser qualquer pessoa incluindo também os inimputáveis. 
A calúnia se consuma quando a falsa acusação chega aos ouvidos de terceiros, sendo o bastante para desonrar a reputação da vítima. 
A tipicidade objetiva evidencia que para que seja confirmado o crime aqui analisado é preciso que haja obrigatoriamente a vontade e o intuito de comete-lo, visando todas as suas possíveis consequências. Sobre isso, o autor Cezar Roberto Bitencourt ainda completa: Não há calúnia se o fato é produto de incontinência verbal decorrente de acirrada discussão. (2012, pág. 325). Isso porque falta o então elemento já exposto, a vontade. 
A tipicidade subjetiva dá continuidade e reafirmação a este raciocínio e expõe que o elemento subjetivo deste crime é o dolo de dano, imprescindível para efetivação do ato de caluniar. 
Curiosamente, é reconhecido a prática do crime de calúnia contra os que já falecerem, ou seja, não se pode imputar falsa prática de crime a quem já morreu. Neste caso, o sujeito passivo não vai ser o ofendido, e sim, a família do mesmo.
Quem comete o crime aqui disposto está sujeito a detenção de seis meses a dois anos, além de multa. Também pode responder e ser penalizado quem tem conhecimento da falsa imputação e da mesma forma a espalha. Existem duas majorantes para o delito que dispõem aumento da pena em um terço para quem o comete contra: Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; funcionário público em razão de suas funções; por meio que facilite divulgação e contra pessoa maios de 60 anos ou portadora de deficiência. E duplicação pra quem comete mediante paga ou promessa de recompensa. 
A ação penal, em regra, é de iniciativa exclusivamente privada, no entanto, quando for cometida contra presidente da república ou chefe de governo estrangeiro, esta será de iniciativa pública condicionada à requisição do ministro da justiça e quando contra funcionário público à requisição do ofendido.
3.2 Da Difamação
O crime de difamação está prescrito no artigo 139 do Código Penal e reconhece-se a prática desta infração a quem acusa alguém de fatos ofensivos à sua reputação. Se os fatos relatados forem uma contravenção penal a configuração também será do crime de difamação e não de calúnia, o que é muito confundido. Pois a calúnia, como já visto, consiste na imputação de falso ato tido como crime. Dessa forma a difamação é enxergada como um crime de menor gravidade em relação ao primeiro.
Nesta categoria não importa se o fato é de procedência verdadeira ou falsa. Se ele for o suficiente para denegrir a reputação da vítima em seu meio social e desonra-lo, o crime será caracterizado. 
A difamação pode ter como sujeito ativo da conduta qualquer pessoa e como sujeito passivo qualquer pessoa física e jurídica, incluindo também os inimputáveis.
O delito aqui tratado tem a sua consumação quando o fato difamatório chega ao conhecimento de terceiros, ficando, dessa forma, passível de causar danos à reputação social da vítima.
O tipo objetivo faz a asserção de que a Difamação é então imputar fato ofensivo à reputação. Bitencourt, aqui, acrescenta que é necessário que o fato seja determinado e que essa determinação seja objetiva (2012, pág. 343). Portanto, para configurar a difamação não se pode ter uma acusação imprecisa, do contrário, esta tem de ser bem determinada e certeira.
O elemento subjetivo a ser aqui analisado é o dolo de dano, ou seja, a vontade inerente de desonrar a vítima. Não importa se o fato é verdadeiro ou não e nem se o agente sabe disto, apenas basta que ele o faça com total intenção de provocar danos a honra do agente passivo. 
A pena para quem comete essa transgressão é de três meses a um ano de detenção e multa. Assim como na pena para o crime de calúnia, há majorantes que aumentam a pena de um terço se o crime é praticado contra presidente da república ou chefe de governo estrangeiro; contra funcionário público e por meio que facilite divulgação da ofensa. A pena é duplicada se é praticado mediante paga ou promessa de recompensa.
3.3 Da Injúria
O último crime apresentado na categoria dos crimes contra a honra é o de Injúria. A injúria é, de acordo com o que mostra o artigo 140 do Código Penal, ofender a dignidade ou o decoro de alguém. 
Este crime é dividido ainda em três qualidades: A) Injúria simples, caput do artigo 140; B) Injúria real, § 2° do artigo 140; C) Injúria preconceituosa, § 3° do artigo 140. Esta última categoria é ainda considerada a mais grave infração contra a honra e tem a pena maior até mesmo que a disposta para os casos de homicídio culposo. 
Este crime, diferente dos anteriores, tem como alvo a honra subjetiva da vítima, pois não se trata do que terceiros vão pensar do que foi dito da pessoa, e sim, do que ele mesmo sente ao seu respeito.
Aqui não são atribuídos fatos e sim qualidades depreciativas. E não importa que terceiros venham a saber, basta que a vítima tenha o conhecimento para que se qualifique a injúria. 
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo da infração e da mesma forma, qualquer pessoa física pode ser sujeito passivo. Há discussão sobre os inimputáveis poderem ocupar o polo passivo, pois alguns autores acreditam que para que haja a ofensa o alvo deve ter consciência do que aquilo representa. Mas, se atentando sempre ao critério da razoabilidade, pode-se sim ter como sujeito passivo os inimputáveis.Como já colocado no início, para que tenha a consumação do crime de injúria não é necessário que terceiros saibam do insulto e sim de que o ofendido tome o conhecimento. Mesmo que os dizeres ofensivos tenham sidos primeiro ditos a outra pessoa, no momento em que a vítima fica sabendo, o crime é consumado. A injúria é a única modalidade que admite a forma tentada.
O elemento objetivo aqui é, então, ofender a dignidade ou o decoro de alguém. Essa ofensa pode ser qualquer palavra dita com sentido pejorativo e que a vítima entenda por insultuosa à sua autoestima ou decência. 
O elemento por sua vez é indicado como o dolo, sendo ele indireto ou eventual. O importante é saber se o agente teve a total intenção de atingir a integridade pessoal do ofendido. 
A pena para o crime de injúria na sua forma simples é de detenção de um a seis meses ou multa; para injúria real é de detenção de três meses a um ano e multa e para quem comete injúria preconceituosa é de reclusão de um a três anos e multa, esta é a mais alta de todas as penas da modalidade de crimes contra a honra. 
A pena é aumentada de um terço se o ato é cometido contra presidente ou chefe de governo estrangeiro; contra funcionário público ou por meio que facilite divulgação.
A ação penal segue a mesma regra da calúnia e da difamação, porém também será de iniciativa pública condicionada quando se tratar de injúria preconceituosa. 
4 CONCURSO DE CRIMES
O concurso de crimes, descrito no artigo 69 do Código Penal, existe quando o agente, por meio de uma ou mais condutas que podem ser de ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, podendo ser idênticos ou não.
Nos crimes contra a honra é possível, sim, que haja o concurso de crimes. Existem dois tipos de concursos aceitos: o primeiro, que causa bastante divergência acerca, trata dos casos em que dois ou mais crimes atingem a mesma honra, tornando difícil a determinação de casa um deles. Nessas situações é usado para análise o princípio da consunção, que consiste em ter o crime mais leve absolvido pelo mais grave. O segundo tipo de crime defende o entendimento de que só haverá concurso de crimes nos crimes contra a honra quando as condutas afetarem duas honras distintas. Ou seja, há concurso material ou formal nos casos em que ocorre calúnia e injúria ou difamação e injúria.
Não é possível a ocorrência de concurso nos crimes de calúnia e difamação. Já que a calúnia exige que, além de criminoso, o fato tem de ser totalmente falso. Já na difamação não importa a veracidade dos fatos, basta que ele seja o suficiente para queimar a reputação social do ofendido, não sendo também o fato criminoso.
5 DA RETRATAÇÃO NOS CRIMES CONTRA A HONRA
As únicas modalidades de crimes contra a honra que admite a retratação são a calúnia e a difamação, assim como disposto no artigo 143/CP. 
A retratação deve ser realizada antes da sentença de primeiro grau, para que, assim, isente o acusado de punibilidade, tal como diz o artigo 107, inc. VI/ CP. Se o crime contra a honra tiver sido praticado com o uso de meios de comunicação, o ofendido pode pedir que a retratação seja feita pelos mesmos. Ela deve ser sempre clara, definida e coerente com o que foi dito desfavoravelmente.
Vale realçar que nem sempre o agente que se dispõe a realizar a retratação, de fato, tenha cometido o crime. Primeiramente porque ela é feita antes da sentença e não se pode trata-lo como culpado uma vez que tem de se seguir o princípio da presunção de inocência, que define que ninguém será considerado culpado de crime antes de deliberação contrária na justiça e, segundamente, porque existem casos em que o querelado cumpre o ato retratorio apenas para evitar maior estresse com o julgamento do caso.
Por ser um ato jurídico unilateral é o juiz quem define se haverá a retratação, independente da anuência do agente passivo.
6 DOS ARTIGOS 141, I, CP E 7°, §2, ESTATUTO DA ADVOCACIA E OAB
O inciso I do artigo 141/CP trata do aumento de pena em um terço para aqueles que cometem crime contra a honra do Presidente da República ou de chefe de governo estrangeiro. Enquanto o artigo 7, §2 do Estatuto da OAB define a imunidade profissional do advogado, ou seja, este é isento de punibilidade por injúria, difamação ou desacato se estiver no exercício de suas funções.

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