Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sinais Vitais Prof. Octavio Mendonça PRESSÃO ARTERIAL O sangue sempre está sob pressão no interior das artérias. Durante a contração do ventrículo esquerdo (sístole) a pressão está no seu valor máximo, sendo chamada pressão sistólica ou máxima. Durante o relaxamento do ventrículo esquerdo (diástole) a pressão está no seu valor mínimo ou basal, sendo chamada pressão diastólica ou mínima. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). O primeiro número, de maior valor, corresponde à pressão sistólica, enquanto o segundo, de menor valor, corresponde à pressão diastólica. Não há um valor preciso de pressão normal, mas, em termos gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg é o valor considerado ideal para um adulto jovem, entretanto, existem medidas que devem ser levadas em consideração, dessa forma a pressão arterial normal é, portanto, aquela na qual as artérias não ficam sob estresse e o coração não fica sobrecarregado. PRESSÃO ARTERIAL PRESSÃO ARTERIAL Atualmente, os níveis de pressão arterial para adultos, idosos e adolescentes são divididos da seguinte forma: • PRESSÃO ARTERIAL NORMAL – pacientes com pressão sistólica menor que 120 mmHg e pressão diastólica menor que 80 mmHg. • PRÉ-HIPERTENSÃO – pacientes com pressão sistólica entre 120 e 139 mmHg ou pressão diastólica entre 80 e 89 mmHg. • HIPERTENSÃO ESTÁGIO 1 – pacientes com pressão sistólica entre 140 e 159 mmHg ou pressão diastólica entre 90 e 99 mmHg. • HIPERTENSÃO ESTÁGIO 2 – pacientes com pressão sistólica acima de 160 mmHg ou pressão diastólica acima de 100 mmHg. • CRISE HIPERTENSIVA – pacientes com pressão sistólica acima de 180 mmHg ou pressão diastólica acima de 110 mmHg. Classificação da PA PA sistólica (mmHg) PA diastólica (mmHg) Ótima <120 <80 Normal < 130 < 85 Limítrofe 130-139 85-89 Hipertensão estágio 1 140–159 90–99 Hipertensão estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão estágio 3 > 180 > 110 Hipertensão sistólica isolada > 140 < 90 Pessoas com história familiar de hipertensão podem apresentar maior risco para a doença. Níveis elevados de pressão arterial são facilitados por: elevada ingestão de sal, baixa ingestão de potássio, alta ingestão calórica e excessivo consumo de álcool. Os dois últimos fatores de risco são os que mais contribuem para o desenvolvimento de peso excessivo ou obesidade, que estão diretamente relacionados à elevação da pressão arterial. O estresse psicológico e o sedentarismo ainda aguardam provas mais definitivas de participação como fatores de risco, embora existam evidências de que sua modificação pode ser benéfica no tratamento da hipertensão arterial. O aumento do risco cardiovascular ocorre também pela agregação de outros fatores, tais como tabagismo e dislipidemias - alterações nos níveis de colesterol e triglicérides, intolerância à glicose e diabetes mellitus. PRESSÃO ARTERIAL A definição de hipertensão nas crianças é mais complexa, pois depende do percentil de altura em que ela se encontra. Por exemplo: 1 - Uma criança de 5 anos que esteja no percentil 10 de altura é considerada hipertensa se tiver valores persistentemente acima de 109/70 mmHg. 2 - Uma criança, também de 5 anos, mas no percentil 90 de altura precisa ter valores frequentemente acima de 115/74 mmHg para ser diagnosticada com hipertensão. PRESSÃO ARTERIAL Os valores da pressão arterial nas grávidas devem ser os mesmos que nos adultos em geral. Portanto, o normal para uma gestante é ter uma pressão menor que 140/90 mmHg. Na grávida existem 3 tipos de hipertensão: • Hipertensão de início durante a gravidez. • Hipertensão crônica, já preexistente antes da gravidez. • Pré-eclâmpsia / eclâmpsia. Pressão de pulso • A pressão arterial diferencial (Pressão do Pulso) é a diferença entre as pressões máxima e mínima. • A pressão de pulso é um indicador do volume sistólico cardíaco adequado. Assim, numa situação de choque a PAS tende a cair, diminuindo a pressão do pulso; o que pode indicar que o coração está a bombear (Débito Cardíaco) um volume sanguíneo insuficiente. • Normalmente a pressão sistólica, diastólica e pressão do pulso apresentam uma proporção de 3/2/1 (numa pressão sistólica (PAS) de 120 mmHg e diastólica (PAD) de 80 mmHg a razão será 120/80/40 ou 3/2/1). A pressão arterial pode ser afetada por vários fatores: ⇒ Fatores fisiológicos: o Débito Cardíaco. o Resistências Periféricas. ⇒ Fatores Físicos: o Volume de sangue arterial. o Complacência arterial: quantidade de sangue que pode ser armazenada num determinado local da circulação local por aumento da pressão. Complacência = (aumento do volume) / (aumento da pressão). A pressão arterial pode ser afetada por vários fatores: (Cont) ⇒ Fatores Hemodinâmicos: Resistência Vascular Periférica: É a força que se opõe ao fluxo de sangue, sendo determinada pelo tônus da musculatura vascular e pelo diâmetro dos vasos sanguíneos. Quanto menor é o calibre de um vaso, maior será a resistência vascular periférica. À medida que a resistência aumenta, aumenta também a pressão arterial. Pelo contrário, quando os vasos se dilatam, diminui a resistência, e a pressão sanguínea baixa. Fatores Hemodinâmicos A pressão sanguínea depende do gasto cardíaco, e da resistência vascular periférica: Quando aumenta o volume de líquidos dentro de um espaço fechado (sangue dentro dos vasos), a pressão interior eleva-se. À medida que aumenta o gasto cardíaco, aumenta também a quantidade de sangue bombeado contra as paredes das artérias, o que leva a um aumento da pressão sanguínea. O gasto cardíaco pode aumentar como consequência de uma maior contratilidade do músculo cardíaco, por aumento da frequência cardíaca e /ou por aumento do volume de sangue. Volume de sangue: Um indivíduo adulto possui um volume de sangue circulante de aproximadamente 5000 ml. Fatores Hemodinâmicos A pressão sanguínea depende do gasto cardíaco, e da resistência vascular periférica: o Normalmente, o volume de sangue mantém-se constante. Se por qualquer motivo, o volume aumenta, registra-se uma maior pressão sobre as paredes das artérias, logo há um aumento da pressão arterial (ex. no caso de administração de líquidos IV, em grandes quantidades) o Se, por outro lado, o volume de sangue circulante diminui, há uma diminuição da pressão arterial (ex. hemorragia, desidratação). Viscosidade sanguínea (ou densidade sanguínea): Influencia a facilidade com que o sangue flui para e do interior dos pequenos vasos. Fatores Hemodinâmicos A pressão sanguínea depende do gasto cardíaco, e da resistência vascular periférica: O hematócrito (% de células no sangue. 40% nos homens e 38% nas mulheres), determina a sua viscosidade. Quando o hematócrito aumenta, a velocidade do fluxo sanguíneo diminui, a pressão arterial aumenta, na medida em que aumenta a resistência ao fluxo sanguíneo, pelo que o coração tem que se contrair com mais força para poder mobilizar o sangue através do sistema circulatório. Elasticidade das artérias: As paredes das artérias são elásticas e distensíveis. À medida que aumenta a pressão no interior das artérias, o diâmetro dos vasos aumenta, para se adaptar à mudança de pressão. Fatores Hemodinâmicos A pressão sanguínea depende do gasto cardíaco, e da resistência vascular periférica: A distensibilidade das artérias evita que se produzam grandes flutuações na pressão sanguínea. Quando a elasticidade é reduzida, registra-se uma maior resistência ao fluxo sanguíneo, logo, os vasos não se adaptam à pressão recebida. Como consequência da diminuição da elasticidade arterial, produz-se uma elevação mais significativa da pressão sistólica, do que da pressão diastólica. À medida que a elasticidade arterial diminui, a resistência vascular periférica aumenta. A pressão arterial, emsíntese, é controlada pelo SNA e pelo Rim. Fatores que influencia a pressão arterial • Idade: a pressão arterial tende a aumentar com a idade. Valores médios da pressão arterial considerados ideais de acordo com a idade: 04 anos – 85/60 mmHg; 06 anos – 95/62 mmHg; 10 anos – 100/65 mmHg; 12 anos – 108/67 mmHg; 16 anos – 118/75 mmHg; Adultos – 120/80 mmHg; Idosos – 140/90 a 140/100 mmHg. Fatores que influencia a pressão arterial • Stress físico e psicológico A ansiedade, medo, o frio, a dor podem provocar um aumento da frequência cardíaca e da resistência vascular periférica. • Gênero Não existe nenhuma diferença clínica significativa entre os níveis da pressão arterial das crianças do sexo feminino e masculino. Depois da puberdade os rapazes têm valores mais altos. Na menopausa as mulheres tendem a apresentar níveis de pressão arterial mais elevados que os homens da mesma idade. • Raça Nos Estados Unidos a incidência de Hipertensão na população urbana de raça negra é maior que na raça branca. Os negros tendem a apresentar incidência mais elevada de hipertensão (50%) do que os brancos caucasianos e os asiáticos. Povos asiáticos, chineses e descendentes de japoneses têm a mais baixa incidência de hipertensão. Fatores que influencia a pressão arterial • Variação diária A pressão arterial é em geral mais baixa pela manhã e eleva-se ao longo do dia, alcançando o seu pico máximo à tarde ou no final deste e desce durante a noite. Contudo deverão ser consideradas as variações individuais. • Medicamentos Certos medicamentos afetam diretamente ou indiretamente a pressão sanguínea. Os medicamentos antihipertensivos, os diuréticos, bloqueadores beta adrenérgicos, vasodilatadores e bloqueadores de canais de cálcio diminuem a pressão sanguínea. • Exercício A mudança de posição de deitado ou sentado para a posição de pé diminui temporariamente a PAS em 10 a 15 mmHg, retomando o normal ao fim de alguns minutos. O exercício em geral aumenta a pressão arterial. Falar antes e durante a avaliação poderá elevar a pressão arterial acima do valor normal. Fatores que influencia a pressão arterial • Obesidade A obesidade aumenta a pressão arterial. • Fatores Gerais que interferem na pressão arterial A posição em que o cliente se encontra (em pé, sentado ou deitado), atividade física recente e manguito inapropriado também podem alterar os níveis da pressão. Clientes particularmente sob o risco de alteração dos níveis tencionais são aqueles com doença cardíaca, doença renal, diabetes, hipovolemia ou com lesão craniana ou coluna espinhal. O local mais comum de verificação da pressão arterial é no braço, usando como ponto de ausculta a artéria braquial. Os equipamentos usados são o esfigmomanômetro e o estetoscópio. Uma pressão sanguínea normal não deve ser considerada como uma clara indicação de estabilidade. Os pacientes saudáveis e jovens são particularmente propensos a compensar o déficit de volume. Procedimentos para Verificar a Pressão Arterial Deve-se explicar para a pessoa o que será realizado. É comum entre profissionais de saúde ocultar da vítima o valor verificado. Isto costuma resultar em grande ansiedade para a vítima e, algumas vezes, em desconforto afetivo para ambos. O mais correto é, se o cliente perguntar o valor da pressão, informá-lo de forma neutra e imparcial. A pressão sanguínea é difícil de ser obtida em crianças. O manguito deve ter largura de dois terços em relação ao comprimento da porção da extremidade onde será medida a PA (manguitos maiores dão leituras falsamente baixas e manguitos menores dão leituras falsamente elevadas). Os dois métodos a seguir descritos (palpatório e auscultatório) são usados para obter a PA em crianças. O estetoscópio deve ter um diafragma pequeno o suficiente para cobrir apenas a área sobre o ponto do pulso (estetoscópios pediátricos são úteis). Causas de Resultados Incorretos na Verificação da Pressão Arterial • Causas Relacionadas ao Equipamento ⇒ Aparelhos descalibrados ou inadequadamente calibrados ou testados. ⇒ Defeitos do esfigmomanômetro: orifício de ar obstruído, manguito incompletamente vazio, tubulação defeituosa, sistema de inflação ou válvula de escape, mercúrio insuficiente no reservatório ou indicador zero errado. ⇒ Estetoscópio danificado. ⇒ Tamanho da braçadeira em desacordo com o do braço. Circunferência do membro em relação à variação da largura da braçadeira maior ou menor que 2,5 produz leituras de pressão indireta falsamente altas ou baixas respectivamente. ⇒ Inflação excessiva. ⇒ Deflação muito rápida. ⇒ Aparelhos descalibrados (calibração semestral). Causas de Resultados Incorretos na Verificação da Pressão Arterial • Causas Relacionadas ao Examinador ⇒ Braço do cliente sem apoio dão pressões falsamente altas. ⇒ O braço do cliente deve estar ao nível do coração, e caso esteja sentado, o braço deve estar levemente fletido. ⇒ O cliente deve manter repouso por 5/10min antes da aferição. ⇒ Indagar sobre a ingestão de drogas que possam intervir com os mecanismos de regulação da PA. ⇒ Evitar fumo, alimentação, álcool, café, conversar, presença de dor, tensão, ansiedade durante o procedimento, bexiga cheia. ⇒ O examinador posiciona o instrumento ao nível acima ou abaixo do coração ou comprime o estetoscópio demasiadamente firme sobre o vaso. ⇒ Mãos do examinador e equipamento frios provocam aumento da pressão sanguínea. ⇒ Interação entre examinado e examinador pode afetar a leitura da pressão arterial. Observações importantes: ⇒ Verificar a pressão arterial no menor tempo possível a fim de impedir congestão venosa, pois o manguito age como um torniquete. ⇒ Retirar totalmente o ar do manguito e nunca reinsuflá-lo durante a verificação da pressão arterial. ⇒ Caso seja necessário confirmar a verificação da PA, aguardar 2 minutos. ⇒ Comunicar imediatamente ao médico caso o cliente apresente alterações no pulso e pressão arterial. ⇒ Em caso de dúvida nos valores obtidos de SSVV, repetir a técnica. Persistindo a dúvida, solicitar o auxílio de outro profissional. ⇒ Fazer a desinfecção de oliva e diafragma antes e após a verificação de SSVV. ⇒ Observar periodicamente sistemas de válvulas (vazamentos) e tubos de borrachas (integridade). ⇒ Na PA convergente a sistólica e a diastólica estão mais próximas, na PA divergente estão mais afastadas. RESPIRAÇÃO Respiração é o processo através do qual ocorre troca gasosa entre a atmosfera e as células do organismo. É composta pela ventilação e pela hematose. Na ventilação ocorre à entrada de ar rico em oxigênio para os pulmões (inspiração) e a eliminação de ar rico em dióxido de carbono para o meio ambiente (expiração). A hematose consiste na liberação de dióxido de carbono e captação de oxigênio feita pelas hemácias durante a perfusão pulmonar. Perfusão pulmonar é a passagem do sangue pelos capilares pulmonares, que por sua vez estão em íntimo contato com os alvéolos pulmonares. A respiração compreende a ventilação (movimento dos gases entre os pulmões e o exterior e vice-versa), a difusão (movimento de O2 e CO2 entre os alvéolos e as hemácias de uma concentração mais alta para uma mais baixa) a perfusão (fluxo sanguíneo que passa pelos alvéolos) e o transporte de O2 e CO2. Estes mecanismos são interdependentes, que poderão ser afetados por vários fatores: ⇒ Exercício – O exercício aumenta a frequência e a profundidade da respiração para corresponder à necessidade orgânica de O2 adicional. ⇒ Dor – A dor aguda aumenta a frequência e a profundidade da respiração, em consequência da estimulação simpática. ⇒ Ansiedade – A ansiedade aumenta a frequência e a profundidade da respiração, em consequência da estimulação simpática. ⇒ Tabaco – O tabaco aumenta a frequência respiratória. ⇒ Posição corporal – A posição ortostáticafavorece a expansão pulmonar. ⇒ Medicamentos – Os analgésicos narcóticos e os sedativos deprimem a frequência e a profundidade da respiração, pelo contrário as anfetaminas aumentam a frequência e a profundidade da mesma. ⇒ Lesão do Tronco do Encéfalo – A lesão a este nível altera o centro respiratório e inibe a frequência e ritmo respiratório.
Compartilhar