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AULA6e7 RESENHA

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Prévia do material em texto

1 
 
 
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS 
Produção de Textos Acadêmicos 
Professora Me Rafaela Janice Boeff de Vargas 
 
RESENHA 
 
 
Análise das resenhas trazidas pelos alunos – resenhas acadêmicas e midiáticas 
 
As resenhas acadêmicas podem ser coletadas em sites como www.scielo.com; 
www.comciencia.br. 
Leia atentamente seu texto e observe como o resenhista analisa a obra em termos de 
certeza/incerteza no comentário, boa ou má qualidade, maior/menor importância da obra. 
Verifique recursos de linguagem que o resenhista utiliza para sinalizar estágios textuais 
diferentes: quando ele descreve e quando ele avalia. 
Compare as resenhas entre si: resenha acadêmica e resenha midiática. 
 
Conceito 
 A resenha é um gênero por meio do qual se apresenta a síntese das informações de um documento (um 
livro, um capítulo de livro, um artigo científico, um filme, uma peça de teatro, um espetáculo etc.) com 
análise crítica (apreciação do resenhista) da composição, da estrutura, do estilo e do conteúdo 
presentes no material analisado. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião. 
 
 
A designação: diferentes “nomes” para a resenha 
 Resenha descritiva 
 Resenha crítica 
 Resenha bibliográfica 
 Recensão crítica 
 
 
Resenha: implica exposição de conteúdo, mas também tomada de posição do resenhista sobre o valor e o 
alcance da obra que está sendo avaliada. 
É possível resenhar diferentes objetos: um livro; um filme; uma exposição de arte; um CD; um DVD, etc. 
 
 
Resenha acadêmica: resenhas que circulam no ambiente acadêmico. 
 
Comunidade acadêmica 
A comunidade acadêmica é formada por professores, estudantes, pesquisadores. Além da resenha, 
nela circulam vários outros gêneros discursivos:o artigo, o resumo, o relatório, a monografia, entre outros. 
Condição para fazer parte da comunidade acadêmica: dominar razoavelmente os gêneros de discurso 
que nela circulam e ser capaz de manejar as convenções comunicativas e os usos da linguagem dessa 
comunidade. 
 
 
Explorando a resenha acadêmica 
 
O que é  síntese crítica de uma obra; 
2 
 
Quem produz  especialistas, cientistas, acadêmicos, estudantes; 
Qual é a finalidade de quem a produz  apresentar (sinteticamente) uma obra e expressar um juízo de 
valor a respeito dela, relacionando-a com outras e com a área temática em que se insere; 
Para quem é produzida  para o público não especializado ou para outros acadêmicos; 
Onde é veiculada sala de aula, periódicos e sites acadêmicos. 
 
Quem costuma escrever resenhas acadêmicas? 
 
Cientistas 
Especialistas 
 
 
 
 
Acadêmicos 
Estudantes 
 
 
Por que os professores universitários solicitam resenhas? 
 assegurar-se de que o estudante de fato leu o que foi indicado; 
 avaliar a compreensão do aluno; 
 oportunizar o desenvolvimento de hábitos de leitura analítica entre os estudantes; 
 propiciar aos alunos de graduação a prática de integrar novas leituras a outras antes realizadas, em 
especial mediante o exercício da comparação; 
 capacitar os estudantes para uma melhor percepção das expectativas de erudição, ou de conhecimento, 
no campo de estudos escolhido. 
(GIERING; ALVES; MELLO, 2010, p. 15). 
 
Para escrever resenhas, é preciso saber: 
 argumentar; 
 comparar, distinguindo detalhes; 
 estabelecer diferenças; 
 selecionar argumentos válidos na área de conhecimento em que o texto vai circular; 
 apoiar-se em fatos e argumentos, provas e demonstrações; 
 manter postura ética (avaliar o objeto e não o autor); 
 elaborare configurar texto por meio de uma composição específica e linguagem apropriada. 
 
 
A resenha não dá conta de todo o objeto focalizado: há uma seleção, da parte do resenhista, de 
aspectos que escolhe na sua estratégia de produção, consoante o fim, o público, a área de 
estudos, o veículo em que se publica, entre outros aspectos. 
 
Têm conhecimento mais aprofundado sobre o assunto e 
grande capacidade de juízo crítico, pela atividade de 
pesquisa e leituras já realizadas. 
 
Podem adquirir, construir essa competência e habilidades; 
precisam exercitar a compreensão e a leitura crítica (ou de 
iniciação científica) 
 
3 
 
A linguagem da resenha acadêmica 
Quando se escreve uma resenha, deve-se considerar: 
 qual sua finalidade (para quê)? 
 qual a identidade de quem a escreve e de quem a lerá (quem fala a quem)? 
 qual o domínio de saber (sobre o quê)? 
 
Essas breves perguntas auxiliam a caracterizar a linguagem desse gênero de texto. 
 
Como a resenha acadêmica pertence a uma esfera da comunicação (a acadêmica) em que é 
preconizado o uso da variante culta da língua, há certas “exigências” às quais se deve atender. “Nessa 
variedade da língua, o enunciador deve ter, além da competência referente à composição do texto e à 
seleção vocabular, competência no que se refere à construção gramatical.” (GIERING; ALVES; MELLO, 
2010, p. 72). 
 
Composição do texto. 
Seleção vocabular. 
Construção gramatical. 
 
 
 
Como a resenha é um texto de avaliação – o resenhista emite um julgamento do objeto examinado, 
mediante a descrição de seus aspectos positivos e negativos, a fim de recomendá-lo ou não a seu leitor –, 
pode-se considerá-la como um texto argumentativo, uma vez que o resenhista seleciona e relaciona 
argumentos para fundamentar sua avaliação (GIERING; ALVES; MELLO, 2010). Assim, é importante 
observar o uso de articuladores textuais, os quais explicitam as relações de sentido instauradas. 
 
 
 
 
4 
 
EXEMPLO 1 
 
É ruim, mas é bom 
 
Referência: JOHNSON, Steven. Tudo que é ruim é bom para você: como os games e a TV nos 
tornam mais inteligentes. (tradução: Sérgio Goés). Rio de Janeiro:Zahar, 2012. 188 p.R$ 38,00 
Resenhado por: Thiago Camelo 
 
Quando o apocalipse se apresenta, em geral ele vem acompanhado de crianças-zumbis 
jogando videogame, vendo televisão ou mexendo no computador por horas. A degradação do mundo 
passa, para muitos, pela substituição de “velhos e bons” hábitos culturais por outros nem 
tanto: videogame, internet e televisão encabeçariam a lista daquilo que está emburrecendo os jovens 
e tomando o lugar edificante dos livros. 
Só por arejar o senso comum, a leitura de Tudo que é ruim é bom para você já valeria a 
pena. O livro do teórico da comunicação estadunidense Steven Johnson, lançado nos Estados 
Unidos em 2005, ganhou nova tradução e edição da editora Zahar. Apesar de quase uma década ter 
decorrido – exatamente os anos de consolidação da web 2.0 e dos consoles com controle sem fio ou 
sem controle –, o ensaio é ainda bem atual.E é atual exatamente porque combate a visão 
preestabelecida, pessimista e ultrapresente de que estamos emburrecendo com as ofertas da cultura 
de massa. Uma espécie de profecia do fim do mundo que vem acompanhada de um temor pelo futuro 
intelectual dos adolescentes de hoje. 
Johnson, autor de obras com ótima repercussão como Cultura da interface (1997) e De onde 
vêm as boas ideias (2010) e colaborador de revistas como Wired e Time, é reconhecido como um 
dos mais influentes pensadores da internet.O autor inicia seu livro como quem apresenta uma carta 
de intenções: “Este livro é uma obra de persuasão à moda antiga que, em última análise, pretende 
convencê-lo de uma coisa: na média, a cultura popular ficou mais complexa e intelectualmente 
estimulante ao longo dos últimos trinta anos”. Johnson defende que a cultura popular estimula o 
sistema neurológico e cognitivo e desenvolve habilidades que gerações passadas nem sonhariam 
possuir. 
Mesmo se o leitor não concordar inteiramentecom os argumentos e os exemplos apresentados 
por Johnson no decorrer das 188 páginas do livro,dificilmente evitará a reflexão sobre o cenário ao 
nosso redor. Até porque o autor nos cerca de cultura e referências pop, ícones que dificilmente 
passam desapercebidos: jogos como PacMane SimCity, desenhos animados como Os 
Simpsons e Procurando Nemo, seriados como 24 horas e House; um deles, ao menos, o leitor há de 
ter ouvido falar. 
Enquanto a maior parte dos críticos da cultura popular acredita em um emburrecimento da 
sociedade movida a videogames, internet, televisão e filmes blockbusters, Steven Johnson mostra 
que há emcurso uma cultura de massa cada vez mais sofisticada, que está nos tornando mais 
inteligentes, capazes e informados. Este é o argumento-chave de Johnson: é necessária uma maior 
capacidade cognitiva para se apreender a maioria das produções culturais atuais, sejam elas jogos, 
filmes ou seriados. Os games de hoje, por exemplo, exigem cada vez mais dos jogadores, de um jeito 
que livro algum poderia almejar. Do mesmo modo, se compararmos atentamente as séries de TV 
recentes com as do passado, veremos um crescimento impressionante de sofisticação narrativa e de 
demanda intelectual.Ele não julga as qualidades formais e de conteúdo dos reality shows, por 
exemplo, mas afirma que, para se compreender e acompanhar algumas tramas “em tempo real” e as 
mudanças repentinas no enredo, é preciso uma certa sofisticação de raciocínio. Johnson diz com 
todas as letras: “A cultura popular de hoje pode não estar nos mostrando o caminho da retidão. Mas 
está nos deixando mais inteligentes”. 
Introdução: contextualização 
Apresent
a o livro, 
o autor e 
temática 
Informações 
sobre o 
autor 
Resumo 
da obra 
5 
 
Ele chama a descoberta tardia da complexidade intelectual da cultura de massa de “Curva do 
Dorminhoco”, em homenagem a um clássico diálogo do filme de Woody Allen – O dorminhoco –, em 
que cientistas do ano 2173 se espantam com o fato de que frituras não eram, no passado, 
consideradas saudáveis.Entender a Curva do Dorminhoco, segundo o autor, passa por vivenciar a 
descoberta de que nem tudo o que é ruim, ou dizem ser ruim, de fato faz mal. Ao menos, não faz mal 
para o desenvolvimento da nossa cognição. 
E aqui se apresenta, talvez, uma certa fraqueza do livro. Johnson, em momento algum, avalia 
mais profundamente o viés artístico das dezenas de obras que cita. Mesmo quando compara obras 
do passado com as do presente, é para dizer apenas que o lixo de ontem é menos complexo do que 
o de hoje. No livro, essa argumentação, repetida à exaustão, parece perder a força na medida em 
que o autor escolhe não “sujar as mãos” com o julgamento da qualidade das obras. 
Há dois anos, um ensaio para a revistaSerrote, do Instituto Moreira Salles, propôs uma análise 
do enredo de Prince ofPersia, jogo de videogame recente destinado a diversas plataformas. O autor 
do texto de mais de 30 páginas, o escritor Daniel Galera, aprofunda-se na crítica à narrativa e ao 
enredo do jogo, destacando uma nova forma de fruição que o videogame pode apresentar – 
característica que teria a ver com as diversas maneiras de interação com a história propostas pelo 
jogo. Galera, sem subterfúgios, coloca Prince ofPersia no mesmo nível, ou acima, de grandes obras. 
O fato de o livro de Johnson deter-se apenas no aumento da capacidade cognitiva e não 
encarar de frente seriados de TV, jogos de videogame e reality shows como produtos culturais do 
nosso tempo dignos de uma crítica de arte tira parte do fôlego, não do mérito, de Tudo que é ruim é 
bom para você.Provocativo, o livro oferece um panorama otimista do mundo contemporâneo. 
Amparado em diversos fatos sobre as mídias populares e em disciplinas que vão da neurociência à 
economia, a obra mostra a sociedade não em declínio, mas indo de forma rápida e estimulante em 
direções que ainda não entendemos completamente. 
 
Texto adaptado e revisado. Revista Ciência Hoje On-line. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/resenhas/2012/05/e-ruim-mas-
e-bom>. Acesso em: 28 fev. 2014. 
 
 
Exercícios 
 
Leia atentamente a resenha acima e responda às questões propostas. Lembre-se de elaborar 
respostas com frases completas e bem articuladas! 
 
1) Observe a estrutura composicional da resenha: como o texto é organizado formalmente? 
 
 
 
 
 
 
 
2) Quanto ao conteúdo da resenha, que tipos de informações constituem o texto? 
 
 
 
 
Opinião do 
resenhista 
Informação 
extra: 
comparação 
com outra 
obra 
Opinião do 
resenhista 
6 
 
 
 
 
 
3) As resenhas caracterizam-se por apresentarem dois movimentos básicos: resumo da obra 
(incluindo sua descrição) e avaliação do resenhista em relação aos elementos constituintes dessa 
obra. Considerando esses aspectos, busque identificar na resenha lida: 
 
Trechos que resumem e/ou descrevem informações Trechos que avaliam informações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Observe atentamente os trechos avaliativosassinalados na questão anterior e destaque as 
palavras que evidenciam (explicitam) o posicionamento do resenhista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5) Quais são as categorias das palavras que foram utilizadas para expressar a opinião do resenhista? 
 
( ) verbos ( ) adjetivos ( ) preposições ( ) substantivos 
( ) pronomes ( ) artigos ( ) advérbios ( ) numerais 
 
 
 
MODALIZAÇÃO 
 
O que é modalização? Giering, Alves e Mello (2010) explicam: 
 
 “A modalização é um procedimento discursivo que se caracteriza pela inscrição da visão de 
mundo do locutor [...] no texto.” 
7 
 
 “A atitude do enunciador em relação a seu enunciado pode estar implícita no discurso ou ser 
explicitada por meio de expressões linguísticas que manifestam seu entendimento ou julgamento 
de valor sobre o assunto ou ainda em relação a si mesmo ou ao interlocutor.” 
 “Tais marcas de língua [...] nada mais são do que alguns elementos da frase que mostram, 
com maior evidência, qual é a posição do locutor em relação ao conteúdo de sua proposição.” 
 
Quais as marcas da modalização, isto é, como quem escreve mostra seu ponto de vista no texto? 
Quando explícita, a modalização é indicada na língua por um conjunto variado de classes 
gramaticais, tais como: 
 Locuções adverbiais: sem dúvida, com certeza, etc. 
 Adjetivos: participação efetiva, éprovável que..., etc. 
 Verbos: o autor sugere que..., etc. 
 Verbos auxiliares modais: poder, dever, querer, precisar, etc. 
 Advérbios: felizmente, possivelmente, certamente,quase, pouco, etc. 
 Substantivos: certeza, necessidade, etc. 
 
 
Ao fazer uso de determinadas expressões, Koch (2004) salienta queo locutor (aquele que 
escreve/fala) pode situar seu discurso: 
 
no campo da certeza no campo da possibilidade 
Manifesta um saber (eu sei, portanto é verdade) 
em tom de autoridade e, assim, acaba forçando o 
leitor a aderir a seu discurso para aceitá-lo como 
verdadeiro. 
Manifesta um saber (eu creio, portanto é 
possível, é provável, é permitido) em tom de 
probabilidade, e assim não impõe a sua posição 
ao leitor(ou finge não impor). O leitor tem a 
possibilidade de aceitar ou não as posições 
defendidas. 
 
6) Quando se elabora uma resenha sobre a obra de alguém, é importante observar algumas “regras” 
de polidez, para evitar ser desrespeitoso no caso de avaliações negativas. Para tanto, pode-se utilizar 
diversos recursos linguísticos. Identifique alguns desses recursos na resenha lida:6.1) Uso de expressões que atenuam as opiniões, como: ___________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
 
6.2) Uso de alguns tempos verbais que também têm função de atenuar o que está sendo dito, como: 
 
 
 
 
 
VOZES DO TEXTO 
Como no caso do resumo, a resenha é um texto sobre outro texto, de outro autor. 
Assim, é natural que haja menções ao texto original, o que, no caso da resenha, vem 
acompanhado de comentários feitos pelo resenhista. Por isso, deve-se tomar cuidado ao 
fazer essas menções para que o que foi dito pelo resenhista e o que foi dito pelo autor do texto 
original fiquem absolutamente claros para o leitor. 
 
Além disso, temos de interpretar os diferentes atos que o autor do texto original realiza em tal texto. 
Esses atos, por vezes, são atribuídos à própria obra: o livro centra-se...., a obra objetiva... 
8 
 
7) Considerando tais aspectos, releia a resenha e identifique verbos usados pelo resenhista para 
mencionar o que o autor da obra resenhada faz na obra e/ou ó que é atribuído à própria obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8) Além desses verbos, o resenhista usa expressões diversas que também têm a função de introduzir 
a voz do autor da obra. Identifique algumas dessas expressões na resenha lida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9) Identifique, no texto, citações diretas e indiretas. 
 
 
 
 
 
 
10)Nas colunas a seguir, há sugestões de verbos que podem ser utilizados na redação da resenha. 
Relacione as ações (primeira coluna) com o sentido aproximado que podem transmitir (segunda 
coluna). 
 
Ação do autor da obra original Verbos possíveis para utilizar na resenha 
1. Estrutura e organização da obra ( ) sustentar, contrapor, confrontar, opor, 
justificar, defender a tese, afirmar. 
2. Indicação do conteúdo geral ( ) objetivar, ter o objetivo de, se propor a, visar 
a. 
3. Indicação dos objetivos da obra ( ) apresentar, desenvolver, descrever, explicar, 
demonstrar, mostrar, narrar, analisar, apontar, 
abordar. 
4. Posicionamento do autor da obra em relação à 
sua tese 
( ) estruturar-se, dividir-se, organizar-se, 
começar, terminar, concluir. 
 
 
 
 
9 
 
 
 OS MECANISMOS DE CONEXÃO (USO DOS ARTICULADORES TEXTUAIS) 
 
 
Quando escrevemos um texto, é importante guiar o leitor para que ele possa entender as 
diferentes relações que queremos estabelecer entre as ideias. Essas relações entre as ideias são 
dadas por palavras que “organizam” o que está sendo dito: são os articuladores textuais. A função 
dos articuladores é estabelecer relações de sentido entre as ideias, não só internamente às 
frases, mas também entre as frases e entre os parágrafos. 
 
 
 
 
10) Localize, na resenha, exemplos de uso dos articuladores acima observados; indique as ideias que 
o conector relaciona e qual o sentido que instaura nessa relação. 
 
 
 
10 
 
Articulador/conector Ideias que relaciona Sentido instaurado 
 
 
Importante! Como a resenha é um gênero em que o resenhista deve obrigatoriamente expressar sua 
opinião em relação ao objeto, é recomendável que essa avaliação seja transversal ao texto, isto é, 
que esteja presente desde o início da resenha. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
GARCIA, O. Comunicação em prosa moderna. 16.ed. São Paulo: FGV, 2006. 
GIERING, M. E.; ALVES, I.M. da R.; MELLO,V.H.D. Leitura e produção de resenha acadêmica. Coleção EAD. 
São Leopoldo: UNISINOS, 2010. 
KOCH, I.G.V. Argumentação e linguagem. 9.ed. São Paulo: Editora Cortez, 2004. 
MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.; ABREU-TARDELLI, L. S. Resenha. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. 
MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. 
PLATÃO, F. S.; FIORIN, J. L. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1990. 
 
 
 
 
11 
 
ATIVIDADES 
 
EXEMPLO DE RESENHA ACADÊMICA 
 Leia a seguir a resenha acadêmica do livro Inimigos da esperança: publicar, perecer e o 
eclipse da erudição, de Lindsay Waters, elaborada pela professora Ursula Blattmann, do 
Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 
especialista na área do conteúdo da obra resenhada. 
 
 
 
 
 
 
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36 
37 
Resenha de livro: WATERS, Lindsay. Inimigos da esperança: publicar, perecer e o eclipse da 
erudição. Tradutor: Luiz Henrique de Araújo Dutra. São Paulo: Unesp, 2006, 95p. ISBN 85-
7139-687-6 
 
 [§
1
] Lindsay Waters, editor da Harvard University Press, apresenta, neste ensaio, 
provocações aos acadêmicos no sentido de buscar a qualidade e não a quantidade das 
publicações, sejam estas livros ou artigos científicos. Apresenta a questão básica: por que 
alguém iria querer falar, escrever ou publicar se não fosse ousar propor questões 
fundamentais para fomentar reflexões. 
 [§
2
] A tradicional linha adotada por muitas editoras e autores entre o “publicar ou 
perecer” gera muitos livros e artigos de péssima qualidade e um ciclo vicioso de publicações 
no cerne acadêmico. Editores, bibliotecários e colegas pressionam o(s) autor(es) a 
escrever(em) mais com menos. As editoras acadêmicas passaram a ser gerenciadas com foco 
na lucratividade e não mais na busca da qualidade de conteúdos. Atendem a cultura global da 
massificação em detrimento da qualidade. Na p.12 o autor instiga o leitor: “Quando os livros 
deixam de ser meios complexos e se tornam, em vez disso, objetos sobre os quais 
quantificamos, então se segue que todos os outros assuntos que as humanidades estudam 
perdem seu valor”. 
 [§
3
] Descreve o panorama das editoras referente à inflação quantitativa de novos títulos 
lançados pelas grandes editoras universitárias. Essa “perversão das universidades” está no 
contexto produzido pelas agências de financiamentos, por exemplo, quando perguntam quanto 
um docente publica por ano, em produzir marcas para as instituições de ensino – sistema 
desvairado de produção de celebridades (p. 18); na aceitação de conteúdos avaliados por 
pares (colegas) sem aplicar critérios de avaliação adequada; em glorificar as publicações ao 
invés do ensino e escrita sérios. Sintetiza o problema (p. 25) na “insistência na produtividade, 
sem a menor preocupação com a recepção do trabalho. Perdeu-se o equilíbrio entre esses 
dois elementos – a produção e a recepção”. 
 [§
4
] Ferramentas de gestão engessam as editoras científicas. O processo começou no 
início da década de 1960, pela burocracia interna (os administradores buscam trabalhar com 
clareza e simplicidade), seguido do impacto sobre o corpo docente das universidades, com o 
intuito de aparentar inovação e crescimento gerados por números inflacionados. Conforme 
Lindsay Waters (p. 21), os vilões seriam “aqueles que empregam as técnicas de administração 
de empresas e invadem a casa do intelecto, assim como os vendilhões invadiram o templo”. 
 [§
5
] Questiona: o que fazer com aqueles livros que ninguém lê ou compra? Apresenta os 
dados oriundos do levantamento das bibliotecas acadêmicas (Survey of the Academic 
Libraries) nos Estados Unidos, em 2002, pautado no artigo de Rick Anderson (p. 35), que 
aponta que o declínio na aquisição de material impresso é acentuadonas bibliotecas: entre 
2000 e 2001 foi de 6%, e em 2002, de 8%. Especificamente na Associação de Editores 
Americanos, os livros de capa dura apresentam um declínio de 20% entre junho de 2001 e 
junho de 2002. Cria-se a cultura de proliferação de bases de dados nas bibliotecas e a morte 
dos livros nas estantes, até mesmo uma relação de indiferença ao material impresso 
12 
 
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53 
54 
55 
56 
atendendo diretamente os perfis de administradores e bibliotecários preocupados em reduzir 
apenas as coleções por meio de metros de estantes. 
 [§
6
] A crise da contabilidade acadêmica permeia a relação das editoras, bibliotecas e 
universidades. Quem ganha com as relações de poder e com gestores que visam quantificar 
apenas números de publicações? 
 [§
7
] É preciso ter tempo para fazer as leituras das leituras, torna-se crucial pensar entre 
beneficiar o individual ou o coletivo; em compreender como declinaram e quase 
desapareceram o conteúdo do trabalho e o juízo acadêmico. É tempo de valorizar livros e bons 
acervos, exigir melhores conteúdos e estética. 
 [§
8
] O autor coloca palavras provocativas para desencadear reflexões pertinentes e 
urgentes no universo da academia e do mercado editorial. Intercala com maestria exemplos 
teóricos aliados à pratica do editor. Nas entrelinhas pode-se compreender o academicismo 
vazio emergente, mas cheio de forma na promoção do status quo acadêmico (na luta da 
preservação da própria espécie). 
 [§
9
] A leitura dessa obra é indicada a todos preocupados com as mudanças culturais e 
organizacionais, com o excesso de informações, e com a busca da qualidade nas publicações. 
É essencial que professores universitários, pesquisadores, estudantes e bibliotecários 
envolvidos no processo de publicação e na recepção de obras entendam quando menos 
significa mais. 
 
Ursula Blattmann 
BLATTMANN, Ursula. Revista ABC: Biblioteconomia em Santa Catarina. 
Florianópolis: v.12, n. 2, jun./dez., 2007, p. 352-4. 
 
 
1. Em geral, as resenhas acadêmicas de livros ou artigos científicos apresentam informações 
sobre o autor, o tema e a estrutura da obra resenhada. Transcreva no quadro abaixo essas 
informações, observando o primeiro parágrafo da resenha. 
Autor Tema Estrutura da obra resenhada 
 
 
 
 
 
 
2. Do segundo ao oitavo parágrafo, a resenhista apresenta as ideias defendidas pelo autor do 
livro. Resuma em uma ou duas linhas o que é exposto em cada um desses parágrafos. 
 
§
1
 
 
§2 
 
13 
 
§3 
 
§4 
 
§5 
 
§6 
 
 
3. Complete o quadro abaixo com os verbos utilizados pela resenhista para expor as ideias do 
autor. 
§
1 
 apresentar 
§
2 
instigar 
§
3
 
§
4
 
§5 
 
4. Observe que os verbos utilizados pela resenhista não são elocução neutra, isto é, não 
anunciam apenas uma fala. O que esses verbos antecipam com relação às ideias do autor da 
obra resenhada? 
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5. Para introduzir a voz do autor na resenha acadêmica, a resenhista utiliza verbos na terceira 
pessoa do singular, sem explicitação do sujeito, por exemplo: “Apresenta a questão 
básica:por que alguém iria querer falar, escrever ou publicar se não fosse ousar propor 
questões fundamentais para fomentar reflexões”. A construção do texto nos permite 
reconhecer o autor da obra resenhada como sujeito desses verbos. Identifique outro recurso 
utilizado pela resenhista para referir-se ao autor. 
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6. Com que expressão a resenhista introduz o pensamento do autor no quarto parágrafo? 
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14 
 
7. Que recurso a resenhista emprega para provar que se mantém fiel às ideias do autor? 
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8. Os dois últimos parágrafos concentram a avaliação que a resenhista faz do livro de Lindsay 
Waters. 
 
a) No oitavo parágrafo, a avaliação incide sobre o conteúdo e a forma do livro resenhado. 
Localize as expressões que revelam a opinião da resenhista sobre cada um desses aspectos. 
Mencione se essa avaliação é negativa ou positiva e justifique sua resposta. 
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b) No nono parágrafo, a autora da resenha define o leitor previsto do livro e da resenha: 
“professores universitários, pesquisadores, estudantes e bibliotecários envolvidos no 
processo de publicação e na recepção de obras [...]”. Recomenda a leitura do livro e, desse 
modo, reafirma a avaliação feita. Envolve o leitor e procura convencê-lo da importância da 
leitura da obra. Quais são os argumentos dela? Localize-os no texto. 
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