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Processos Psicopatológicos na Infância e Adolescência Transtorno do Espectro Autista Profa. Vânia Aparecida Calado Transtorno do Espectro Autista (02 de abril, dia mundial) Grego “Autus” significa (por si mesmo); Surgiu em 1908: psiquiatra suíço – relacionado à esquizofrenia infantil; 1943, 1944 e 1950 (DSM I - Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais) Mais comum em meninos. DSM-IV TR (2000) classifica o autismo na categoria de Transtornos Globais do Desenvolvimento: Transtorno autista; Transtorno de Rett (neurológica, meninas, perda progressiva); Transtorno desintegrativo da infância (perda severa e tardia); Transtorno de Asperger (não tem perda cognitiva). Transtorno do Espectro Autista Falta de consenso sobre as causas: Distúrbio neurológico? Falha nos vínculos afetivos iniciais? Genética? Dificuldade de enquadrar num diagnóstico: Múltiplos sintomas; Variedade de manifestações clínicas conforme níveis de desenvolvimento. Transtorno do Espectro Autista DSM V (2013): Transtorno do Espectro Autista Comprometimento: Fala; Função simbólica; Interação social; Com ou sem comprometimento cognitivo; Comportamentos repetitivos. Transtorno do Espectro Autista Comorbidade: Deficiência intelectual (presente em cerca de 50% dos casos de autismo); Epilepsia (presente em até 42% dos casos); Deficiência auditiva, síndrome de Down, TDAH, TOD, dentre outras condições patológicas. Prevalência: 4 vezes mais frequente em meninos; 1% (DSM V); Entre 2 a 113 casos a cada 10.000 habitantes, 1 a cada 50 pessoas!!! (GUEDES, TADA, 2015). Transtorno do Espectro Autista Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) Alunos com transtornos globais do desenvolvimento; Alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012: Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; Conhecida como Lei Berenice Pinheiro (BRASIL, 2012). LEGISLAÇÃO LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015: Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência); Estatuto da Pessoa com Deficiência. Lei nº 13.438/2017: Obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a adotar protocolos padronizados; Avaliação de riscos ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses. LEGISLAÇÃO Difícil e complexo; Investigação e da observação clínica do comportamento; Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10); Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-V); Não existem exames que confirmem o diagnóstico; Realizar a exclusão de outros quadros patológicos; Reunir informações para construir o quadro clínico; Diagnóstico Instrumentos padronizados em validação: Questionários, inventários e escalas: Autism Diagnostic Interview - Revised (ADI-R); Childhood Autism Rating Scale (CARS); Autism Screening Questionnaire; Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT). (GUEDES, TADA, 2015) Diagnóstico A. Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos. B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. C. Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento. D. Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente. Critérios diagnósticos (DSM V) Nível de gravidade Comunicação social Comportamentos restritos e repetitivos Nível 3 “Exigindo apoio muito substancial” Déficits graves na comunicação social, verbal e não verbal causam prejuízos graves de funcionamento, grande limitação em dar início a interações sociais e resposta mínima a aberturas sociais que partem de outros. Inflexibilidade de comportamento, extrema dificuldade em lidar com a mudança ou outros comportamentos restritos/repetitivos interferem acentuadamente no funcionamento em todas as esferas. Grande sofrimento/dificuldade para mudar o foco ouatividade. Níveis de gravidade para transtorno do espectro autista Nível de gravidade Comunicação social Comportamentos restritos e repetitivos Nível 2 "Exigindo apoio substancial' Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal. Prejuízos sociais aparentes mesmo na presença de apoio. Limitação em dar início a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem de outros. Inflexibilidade do comportamento, dificuldade de lidar com a mudança ou outros comportamentos restritos/repetitivo. Interferem no funcionamento em uma variedade de contextos. Sofrimento e/ou dificuldade de mudar o foco ou as ações. Níveis de gravidade para transtorno do espectro autista Nível de gravidade Comunicação social Comportamentos restritos e repetitivos Nível 1 "Exigindo apoio" Na ausência de apoio, déficits na comunicação social causam prejuízos notáveis. Dificuldade para iniciar interações sociais e exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a aberturas sociais dos outros. Pode parecer apresentar interesse reduzido por interações sociais. Inflexibilidade de comportamento causa interferência significativa no funcionamento em um ou mais contextos. Dificuldade em trocar de atividade. Problemas parao trabalho pela busca da independência e autonomia da pessoa. Níveis de gravidade para transtorno do espectro autista Não há cura, mas melhora nos sintomas; O tratamento é a longo prazo; Família: suporte essencial para o desenvolvimento da pessoa com autismo Medicamentos para as condições associadas ao autismo; Terapias multiprofissionais: Acompanhamentos psicológicos, fisioterápicos, fonoaudiológicos, neurológicos, psiquiátricos, nutricionais, outros métodos e técnicas terapêuticas; Intervenções Escolarização: Concepções de professores; Foco nas limitações e sintomas; Foco no desenvolvimento de habilidades; Não são abordados modos alternativos de ensino; Práticas educativas se estruturam no estigma: nada, ou quase nada, pode ser feito por eles. (GUEDES, TADA, 2015) Intervenções Análise do Comportamento Aplicada – ABA (Applied Behavior Analysis) Behaviorismo; Observa, analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem; Plano de ação pode ser implementado para modificar aquele comportamento; Críticas: adestramento, controla crises, sem ou pouco desenvolvimento. Intervenções Psicologia Sócio-Histórica: Mediação e inserção na cultura; Linguagem e sua função simbólica; Interação social; Aprendizagem escolar; Desenvolvimento integral: motor, afetivo, cognitivo, social; Ênfase em recursos lúdicos; Críticas: dificuldade no planejamento e execução. (ORRÚ, 2010; BAGAROLO, RIBEIRO, PANHOÇA, 2013) Intervenções Psicanálise: Psicoterapia Foco na condição subjetiva do sujeito, constituído especialmente das relações mãe-bebê. Intervenções fonoaudiológicas: Focam no desenvolvimento da comunicação; Importância da linguagem nas relações sociais; Desenvolvimento de novas formas de comunicação. Críticas: não consideram a multicausalidade. (GUEDES, TADA, 2015) Intervenções BAGAROLLO, Maria Fernanda; RIBEIRO, Vanessa Veis; PANHOCA, Ivone. O brincar de uma criança autista sob a ótica da perspectiva histórico-cultural. Rev. bras. educ. espec., Marília , v. 19, n. 1, p. 107-120, Mar. 2013 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382013000100008&lng=en&nrm=iso>. access on 07 June 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382013000100008. BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Distrito Federal: MEC/SEESP, 2008. GUEDES, Nelzira Prestes da Silva; TADA, Iracema Neno Cecilio. A Produção Científica Brasileira sobre Autismo na Psicologia e na Educação. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília , v. 31, n. 3, p. 303-309, Sept.2015 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722015000300303&lng=en&nrm=iso>. access on 21 Apr. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/0102-37722015032188303309. Bibliografia LEAR, Kathy. Ajude-nos a aprender: Manual de Treinamento em ABA. Toronto, Ontario – Canada, 2a edição, 2004. (Comunidade Virtual Autismo no Brasil). Disponível em http://www.autismo.psicologiaeciencia.com.br/wp-content/uploads/2012/07/Autismo-ajude-nos-a-aprender.pdf Acesso em 15 abr. 18. ORRÚ, Silvia Ester. Contribuições da Abordagem Histórico - Cultural na Educação de Alunos Autistas. Humanidades Médicas. v. 10, n. 3, p.2-18, 2010. Bibliografia
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