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MANUAL MICOLOGIA GERAL

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1-INTRODUÇÃO 
 
Os fungos são extremamente importantes e influenciam nossas vidas diariamente. No entanto, não percebemos essa participação ativa a não ser quando são destaques na mídia por participarem da formulação de um novo produto, tomarem parte no desenvolvimento de algum processo de alto valor econômico ou causarem extensos danos às plantas cultivadas. 
 Definir fungo é tarefa praticamente impossível. Os fungos já foram classificados junto às plantas mas na década de 60, através de estudos morfológicos, citológicos e bioquímicos, foi proposto o Reino Fungi, englobando todos os fungos conhecidos e organismos relacionados num reino próprio na natureza. Ainda hoje este conceito é utilizado mas os avanços no conhecimento dos microorganismos, através de novas técnicas bioquímicas, de ultraestrutura e especialmente da biologia molecular, levaram à outras propostas de classificação dos fungos e ao conceito polifilético da origem desses organismos. Dessa forma, fungos e organismos afins foram incluídos em três reinos diferentes, a saber : protozoa, Chromista e Fungi . A década de 90, já notabilizada pela reviravolta que deu nos conceitos de reino, certamente trará novas descobertas principalmente através da utilização de tecnologias de manipulação do DNA, elevando os conhecimentos sobre esses organismos. 
 Se não há uma definição adequada para os fungos até o momento, pelo menos eles podem ser caracterizados por certos atributos comuns que unem organismos tão diferentes como uma levedura e um cogumelo comestível. 
Os fungos influenciam a vida do homem participando de processos desejáveis ou prejudiciais. 
Os fungos encontram-se amplamente em todos os ecossistemas e habitats. Podem ser parasitas, simbiontes, sendo, em sua grande parte, sapróbios. Crescem onde existe matéria orgânica disponível, viva ou morta, geralmente apreciando calor e umidade. Água, solo, troncos, folhas, frutos, sementes, excrementos, insetos, alimentos frescos e processados, têxteis e inúmeros outros produtos fabricados pelo homem constituem substratos para o desenvolvimento de fungos. 
 	Os fungos são microganismos heterotróficos, ou seja, necessitam de compostos pré-formados como fonte de energia, em sua maioria, aeróbios obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras são aeróbias facultativas onde desenvolvem em ambientes com atmosfera reduzida de oxigênio e desprende o anidrido carbônico. 
 Os esporos dos fungos filamentosos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera reduzida em quantidade de oxigênio. O crescimento vegetativo e a reprodução sexuada é comprometida e só pode ser efetuada em ambiente ricos em oxigênio . 
 Não realizam fotossíntese, sua nutrição é feita por absorção onde os fungos produzem enzimas como lipases, invertases, lactases, proteinases, amilases entre outras que hidrolisam o substrato tornando-o assimilável através de mecanismos de transporte ativo e passivo. Alguns substratos podem induzir a formação de enzimas degradativas ; há fungos que hidrolisam substâncias orgânicas, como quitina, osso, couro, inclusive materiais plásticos. 
 A absorção é realizada por meio de hifas diferenciadas chamadas de haustórios. Exibem reprodução sexuada e assexuada de diversas formas, bem como o fenômeno da parassexualidade, que é a recombinação genética na mitose . Os fungos, na maioria são terrestres e aeróbios, e crescem rapidamente. As hifas ou qualquer outra estrutura somática, e portanto não necessariamente as estruturas reprodutivas, são capazes de regenerar um novo indivíduo. As hifas freqüentemente se anastomosam, mesmo originadas de micélios ou esporos diferentes, aumentando assim a superfície e as relações que podem estabelecer com o ambiente. A produção rápida de estruturas de reprodução assexuadas garante a disseminação e a colonização dos substratos; a reprodução sexuada garante a variabilidade genética através do processo meiótico. 
 De qualquer forma, esses dois processos de reprodução, acrescido da parassexualidade, permitem aos fungos a capacidade de adaptarem-se às diversas condições ambientais, algumas consideradas extremas ou inóspitas para nós. 
 Os fungos distribuem-se ao redor de todo o globo terrestre explorando habitats diversos como solo, plantas e animais vivos ou mortos, ou outros que contenham matéria orgânica passível de colonização. Podem estabelecer-se nos produtos fabricados pelo homem como enlatados da indústria alimentícia, tecidos, tintas, papel e papelão, couro, ceras, combustíveis, revestimentos, madeiras, filmes fotográficos, lentes e tantos outros. Causam problemas sérios quando parasitam as plantas, levando a perdas na agricultura; causam micoses profundas nos seres humanos e nos animais; produzem micotoxinas e são agentes alergênicos. Mas os benefícios que trazem são tão importantes que nos faz esquecer os prejuízos que acarretam. Leveduras e fungos filamentosos, desde longa data, são utilizados em processos fermentativos nas indústrias de alimentos, como nas de panificação e nas de bebidas alcoólicas, para produção de cervejas, vinhos e produtos orientais. Ácidos orgânicos produzidos por fungos são utilizados nas indústrias de alimentos, farmacêutica, cosmética, têxtil, e outras, tais como os ácidos cítrico, fumárico, itacônico, glucônico, gálico, kógico e oxálico. Muitas enzimas produzidas por esse microrganismos são de grande utilidade nas indústrias de alimentos, químicas, farmacêuticas, cosméticas, têxtil, e outras, incluindo aqui a maturação de certos tipos de queijos. Vitaminas essenciais como a riboflavina, cianocobalamina, biotina e tiamina são produzidas por leveduras; o ergosterol, precursor da vitamina D, é sintetizado por fungos filamentosos. Um exemplo clássico da utilização de fungos é na produção de antibióticos. A penicilina foi o primeiro deles, seguido pela cefalosporina e pela griseofulvina. Outro exemplo muito importante é a produção das ciclosporinas, metabólitos com efeitos imunossupressores, utilizados em pacientes submetidos a transplantes. 
 2. ESTRUTURAS SOMÁTICAS OU VEGETATIVAS 
 
 	Os fungos podem apresentar seu soma ou fase vegetativa na forma de duas unidades morfológicas básicas: leveduriforme e filamentosa. 
No que diz respeito as leveduras, têm-se células únicas, delimitadas e pequenas, que formam colônias quando ocorrem em conjunto, podendo, assim ser vistas a olho nu. As colônias de leveduras, que se assemelham às das bactérias podem ser observadas com cores variadas e com aspecto pastoso ou cremoso-brilhante. Certos fungos leveduriformes, quando em divisão ou em determinadas condições de crescimento, podem manter suas células unidas, formando uma cadeia de células brotantes chamadas de pseudomicélio. 
Por outro lado, os fungos filamentosos são constituídos por células tubulares microscópicas denominadas de hifas, as quais podem ser divididas em septadas, que apresentam paredes transversais (septos) e asseptadas ou cenocíticas, que não as apresentam (fig.A). Os fungos asseptados ou cenocíticos compreendem os membros dos Filos Zygomycota e Chytridiomycota. Os fungos septados compreendem o Filo Ascomycota (incluindo os mitospóricos ou Deuteromycetes), os quais possuem septos com um poro central (simples) que podem estar ocluídos por corpos de Woronin e o Filo Basidiomycota, com poro complexo (doliporo) (fig.B). 
 
 
Figura A
-
 
hifas septadas e asseptadas
 
 
 
 
 Figura B- Septo doliporo 
 
 
O conjunto de hifas, ramificadas ou não, denomina-se micélio, que pode ser visualizado a olho nu, neste caso, como um emaranhado de fios delgados, os quais apresentam aspecto algodonoso, aveludado ou pulverulento. É interessante ressaltar a existência dos macromicetos, conhecidos popularmente como cogumelos, que são fungos filamentosos macroscópicos nos quais, as hifas organizam-se formando corpos compactos conhecidos como "corpos de frutificação". 
O micélio que sedesenvolve no interior do substrato ou meio de cultura, funcionando como estrutura de sustentação e absorção de nutrientes, é chamado de micélio vegetativo. O micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio de cultivo é o micélio aéreo. Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo. 
2.1- Ultra-estrutura (componentes celulares à microscopia eletrônica) 
 
A célula dos fungos é constituída pelos principais componentes encontrados nos demais organismos eucarióticos, isto é, os que apresentam núcleo delimitado por membrana. Sendo assim, parede celular, membrana plasmática, vacúolos, retículo endoplasmático, aparelho de golgi, lomassomos, mitocôndrios, núcleo, ribossomos, citoesqueleto e substâncias de reserva são estruturas encontradas nos fungos. 
 
Parede celular- É constituída principalmente por quitina e -Glucanos. 
Membrana plasmática- É composta por dupla camada de fosfolipídeos associada a proteínas e esteróis (ergosterol). 
Vacúolos- São compartimentos intracelulares nos quais diversos componentes celulares estão localizados. Possuem três funções: armazenamento de nitrogênio e fósforo, empacotamento e secreção de enzimas hidrolíticas e síntese e secreção de polissacarídeos extracelulares. 
Retículo endoplasmático- As membranas do retículo podem estar associadas a ribossomos (RE rugoso) ou não (RE liso); sua função é a de receber proteínas destinadas tanto à secreção quanto aos vacúolos. 
Aparelho de golgi- A maioria dos grupos de fungos apresenta Golgi atípico, constituído de cisternas únicas ou túbulos localizados no subápice hifal. 
Lomassomos- Agregados de membranas localizados entre a parede celular e a membrana plamática. Admite-se serem derivadas da membrana plasmática, e suas atividades envolvem secreções, formação de parede e síntese de glicogênio. 
Mitocôndrios- A forma e o tamanho variam com o grupo de fungo e a condição fisiológica da célula examinada. Podem ser globosos, elípticos, alongados e tubulares. 
Núcleo- Aparentemente igual ao núcleo dos demais eucariontes, ao se dividir não dissolve sua carioteca, fazendo com que a divisão seja intranuclear. São pequenos quando comparados aos núcleos de outros organismos. 
Ribossomos- São pequenas partículas presentes no citosol e nas mitocôndrias e são responsáveis pela síntese de proteínas. 
Citoesqueleto- Os elementos do citoesqueleto são observáveis ao microscópio eletrônico (ME) e ao microscópio óptico (MO) com corantes fluorescentes, nos segmentos apicais e subapicais das hifas. Microtúbulos e microfilamentos compõem tal sistema, que é dinâmico, respondendo a mudanças nos ciclos de agregação e desagregação de suas subunidades protéicas. 
Substâncias de reserva- Os compostos usados para armazenamento de energia em fungos são glicogênio (polímero de glicose), lipídios (triacilglicerol) e polifosfato (polímero de fósforo). 
3- METABOLISMO 
Os fungos são microrganismos heterotróficos, ou seja, necessitam de compostos pré-formados como fonte de energia, em sue maioria, aeróbios obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras são aeróbias facultativas onde desenvolvem em ambientes com atmosfera reduzida de oxigênio ou mesmo na ausência deste elemento, embora não existem fungos verdadeiramente anaeróbicos. No metabolismo normal o fungo absorve oxigênio e desprende o anidrido carbônico. 
Os esporos dos fungos filamentosos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera reduzida em quantidade de oxigênio. O crescimento vegetativo e a reprodução assexuada ocorrem nessas condições, porém, a reprodução sexuada é comprometida e só pode ser efetuada em ambiente ricos em oxigênio. 
Não realizam fotossíntese, sua nutrição é feita por absorção onde os fungos produzem enzimas como lipases, invertases, lactases, proteinases, amilases entre outras que hidrolisam o substrato tornando-o assimilável através de mecanismos de transporte ativo e passivo. Alguns substratos podem induzir a formação de enzimas degradativas; há fungos que hidrolisam substâncias orgânicas, como quitina, osso, couro, inclusive materiais plásticos. 
A absorção é realizada por meio de hifas diferenciadas chamadas de haustórios. Nos fungos ectoparasitas sem haustórios o processo de absorção dos alimentos ocorrem diretamente pelas hifas micélicas por endocitose. 
Conforme a nutrição, os fungos são classificados em duas categorias: saprófitas e parasitas. Os saprófitas se alimentam de matéria orgânica animal ou vegetal morta e os parasitas vivem dentro de ou sobre organismos vivos (animais ou vegetais), deles retirando seus alimentos. 
Entretanto, nem sempre se pode fazer uma clara distinção entre parasitas e saprófitas. Entre os parasitas, pode-se distinguir 3 níveis de parasitismo: 
Parasita obrigatório: é aquele que só pode viver sobre um hospedeiro. 
Saprófita facultativo : normalmente vive como parasita e deste modo atinge seu maior desenvolvimento. Entretanto, dependendo das circunstâncias pode viver como saprófita. Ex.: Phytophtora infestans (parasita de batata) pode se desenvolver em meio de ágar, em laboratório. 
Parasita facultativo: é aquele que geralmente é saprófita, mas pode se tornar parasita. Isto ocorre, por exemplo, com certas espécies da Fusarium que habitam o solo vivendo como saprófitas. Se um hospedeiro vegetal (plântulas, por exemplo) adequado for colocado no solo, o fungo passa a atacá-lo, vivendo agora como parasita. 
Os fungos vivem exclusivamente como saprófitas, são chamados saprófitas obrigatórios. São incapazes de infectar plantas ou animais vivos. São exemplos destes: Rhizopus ("bolor preto do pão"); Penicillium ("bolor azul"). 
 
A Penicilina é um importante antibiótico derivado deste fungo saprófita Penicillum notatum 
 Para seu desenvolvimento e manutenção necessitam principalmente de fontes de carbono e nitrogênio. O carbono tem a função de construção do material plástico ou energético. Os principais carboidratos utilizados como fonte de carbono são a glicose, sacarose, maltose, amido e celulose e como fonte de nitrogênio algumas espécies utilizam sais de amônio ou nitratos (nitrogênio orgânico) e outras exigem substratos nitrogenados como as peptonas do meio de cultura. Outros elementos como ferro, zinco, manganês, cobre, molibdênio e cálcio são importantes, porém, exigidos em pequenas quantidades. 
Todos os fungos necessitam de vitaminas que são fatores de crescimento nos quais muitos fungos não conseguem sintetizar. De acordo com a capacidade de pos fungos podem ser classificados em: 
Auxoautotróficos são os que sintetizam suas próprias vitaminas 
Auxoheterotróficos são os que necessitam da existência de vitaminas no meio em que vivem. 
As principais vitaminas são: tiamina, riboflavina, piridoxina, biotina, Ácido fólico.. Essa exigência, entretanto não é generalizada pois, determinados fungos podem crescer bem sem um suprimento exógeno de vitaminas. Isto, contudo, não pode ser considerado como uma habilidade dos fungos em sintetizar suas necessidades de vitaminas, mas sim, ao fato de que alguns fungos não necessitam da adição de vitaminas para o seu bom desenvolvimento. As vitaminas têm papel catalítico no metabolismo celular e são, também, metabolitos que são sintetizados e destruídos nas células. Nos fungos que têm a habilidade de sintetizar vitaminas, elas são facilmente detectadas nos meios de cultura por ensaios biológicos. Em outros, entretanto, a maior parte delas permanece no interior celular. 
Os fungos possuem numerosas substâncias de reserva, a mais importante é o glicogênio que constitui a substância de reserva glicídica dos organismos desprovidos de clorofila. Ela é utilizada no crescimento ativo ou na maturação dos esporos. 
 Os fungos conhecidos vulgarmente como mofos ou bolores elaboram numerosos produtos metabólicos como: álcoois, ácidos, enzimas, pigmentos corantes, substâncias complexas e substâncias antibióticas denominadas penicilina, notatina, flavicina,entre outras. Eles realizam isso por um processo denominado fermentação onde o ácido pirúvico e reduzido a essas substâncias. 
Na fermentação alcoólica , ocorre uma oxidação incompleta de uma hexose, com produção de álcool etílico e gás carbônico. Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae fazem esse processo de fermentação alcoó1ica de grande importância industrial, na fabricação de bebidas e panificaçao. 
 
3. Crescimento 
O crescimento dos fungos envolve quase todas as atividades do ciclo do fungo, tais como germinação, crescimento do micélio, suas transformações, desenvolvimento dos órgãos de frutificação e finalmente a formação de novos esporos. 
O crescimento dos fungos é mais lento que o das bactérias e sues culturas precisam, em média, de 7 a 15 dias, ou mais de incubação. Com a finalidade de evitar o desenvolvimento bacteriano, que pode inibir ou se sobrepor ao do fungo, é necessário incorporar aos meios de cultura, antibacterianos de largo espectro, como o cloranfenicol. 
O crescimento fúngico é influenciado pelos seguintes fatores: 
Alimentos; 
Temperatura; 
Umidade, 
Luz; 
Reações do próprio meio; • Substâncias tóxicas; 
Microorganismos. 
3.1 Alimentos 
Todos os fungos, quando cultivados em condições favoráveis e em abundância de alimentos de fácil assimilação crescem rapidamente formando abundante micélio, e quando as condições tendem a deter o crescimento por falta de alimento eles formam os corpos frutíferos. 
 
Certos elementos como o ferro, zinco e manganês têm grande influência e existem fungos que não se desenvolvem na ausência de ferro. Também são usadas sais como os fosfatos e nitratos a fim de estimular a formação de células reprodutivas. Existem substancias tóxicas como o zinco, o cobre e mercúrio e flúor que quando adicionadas em pequenas doses no meio favorecem o crescimento dos fungos. 
 
 A adição de sulfato de magnésio no meio tem um efeito 
significativo no desenvolvimento do rhizopus nigricans 
 
 
3.2 Temperatura 
A temperature de crescimento abrange uma large faixa, havendo espécies psicrôfilas, mesófilas e termófilas. Os fungos de importancia médica, em geral, são mesófilos, apresentando temperatura ótima, entre 20° e 30°C. O fungo Cladosporium herbarum é um dos poucos fungos que produz os esporóforos a baixas temperaturas ( 6°C ) O Aspergillus fumigatus desenvolve em temperaturas elevadas (50°C) Elevadas temperaturas podem causar mutações e variações em alguns grupos de fungos como no Aspergillus niger. 
 
3.3 Umidade 
 A água é fundamental para o crescimento fúngico podendo ser captada da atmosfera ou do meio nutritivo. Pouquíssimos fungos podem se desenvolver em ambiente com pequeno grau de umidade, embora certos fungos sobrevivam em ambientes desidratados onde estes produzem certos tipos de elementos reprodutivos para situações desfavoráveis ou podem entrar em vida latente. Portanto, o grau de umidade do meio é um fator determinante em todo o ciclo de vida dos fungos. Existem fungos chamados halófilos que crescem em ambientes com grande quantidade de sal e aqueles que toleram meios com grandes quantidades de açúcar. 
3.4 Luz 
A luz afeta a formação das estruturas reprodutivas e dos esporos de maneira indutiva (estimuladora) ou inibitória e podemos dividir os fungos em cinco grupos, de acordo com as alterações que podem ocorrer sob a presença da luz: (1) fungos que são indiferentes a exposição da luz; (2) fungos que têm a esporulação diminuída ou impedida pela ação da luz; (3) fungos que dependem da alternância de luz e escuro para a esporulação; (4) fungos que produzem esporos viáveis na completa escuridão mas esporulam mais abundantemente sob a ação da luz e (5) fungos que só esporulam sob o efeito da luz. Entretanto, o efeito da luz sobre a reprodução dos fungos não é assim tão simples, ao contrário, é extremamente complexo, uma vez que diferentes isolados de uma mesma espécie ou espécies muito próximas, podem agir diferentemente aos efeitos da luz. Por outro lado os diferentes comprimentos de ondas de luz atuam diferentemente sobre os fungos. Os comprimentos de onda que mais afetam a reprodução dos fungos são freqüentemente os da UV e os próximos da UV (violeta e regiões azuis do espectro entre 320 a 490 nm). Muito ocasionalmente, comprimentos de ondas longos como o amarelo e o vermelho podem afetar a reprodução. Algumas vezes, a foto-resposta a um determinado comprimento de onda, pode ser revertido por outro comprimento de onda. A espécie Botrytis cinerea, por exemplo, tem a formação de seu conídios inibida quando é exposta à luz azul mas, essa inibição pode ser revertida pela subseqüente exposição à luz vermelha. 
O crescimento micelial, usualmente não é afetado pela luz, entretanto, um micélio crescendo sob determinado comprimento de onda que afeta a esporulação pode, mais adiante, ter a reprodução afetada pois, fotoreceptores (pigmentos especiais) existentes no interior celular, podem absorver o espectro e, mais tarde, manifestar sua ação. 
 
 
 
 
O 
fungo 
phytophthora 
infestans
 
germina 
com 
facilidade 
na 
obscuridade 
e 
dificilmente na luz. 
3.5 pH 
Os fungos são susceptíveis ao grau de acidez ou alcalinidade dos meios sobre os quais eles se desenvolvem. O pH mais favorável ao crescimento fúngico está entre 5 e 7, embora a maioria dos fungos tolere amplas variações de pH. Em geral um ligeiro grau de acidez é favorável à germinação dos esporos e ao rápido crescimento das colônias jovens. 
 A concentrações dos íons de hidrogênio influi na cor do micélio. Em algumas espécies de Aspergillus e Penicillium a cor verde das colônias jovens é muito estável, mas com o correr do tempo e naturalmente com as modificações decorrentes do meio, estas colônias tornam-se pardas ou cinzas 
3.6 Microorganismos 
Os microorganismos influenciam no crescimento fúngico por causa dos seguintes fatores 
1.Competição pelo alimento; 
2.antagonismo devido à elaboração de substâncias tóxicas a este individuo; 
3.parasitismo; 
A competição entre as diversas espécies na obtenção dos alimentos disponíveis em meio de cultura faz com que umas se desenvolvam melhor do que outras.A presença de algumas espécies como a Rzizopus nigricans prejudica o crescimento da colônia devido ao seu alto poder enzimático com notável rapidez mesmo em face faca competição. O antagonismos é observado entre as espécies Gliocladium fimbriatum e Rhizotonia solani onde a primeira segrega substancias com propriedades antibióticas denominadas gliotoxinas que age sobre o micélio da última provocando a morte. O parasitismo entre os fungos é bastante freqüente, principalmente entre os mastigomycotina 
4. IRRITABILIDADE 
 Propriedade que se manifesta em reposta a variações de luz, umidade, sob ação da gravidade, produtos químicos, entre outros. Essas mudanças são provocadas por estímulos que são denominados de maneira geral de tropismos. Os principais tropismos são: 
Geotropismo; 
Fototropismo; 
Hidrotropismo; 
Quimiotropismo; 
Tactilidade 
Eles podem ser positivos ou negativos, segundo os órgão estimulados dirijam-se para o agente estimulante ou para longe dele. 
Geotropismo: O movimento é determinado pela gravidade. Nas Agaricaceae a influência do estimulo da gravitação é bastante intensa principalmente sobre crescimento da estipe ou haste, ereção do píleo pelo geotropismo negativo e a disposição das laminas pelo geotropismo positivo 
Fototropismo: A influencia da luz na direção do crescimento. Os fungos reagem a luz por curvaturas fototróficas. 
Quimiotropismo: Atração ou repulsão dos organismos pelos estímulos químicos. As principais substâncias químicas que atuam sobre os fungos estimulando são o fosfato de potássio, asparagina, dextrose, glicose e sacarose. 
Tactabilidade: Capacidade que os fungos tem de distinguir os corpos estranhos.Quando um píleo em crescimento encontra um corpo estranho ele continua a crescer em torno deste obstáculo, mas se encontra um píleo da mesma espécie, funde-secom o mesmo, formando uma só massa. 
5. REPRODUÇÃO 
A classificação dos fungos baseia-se nas características dos órgãos reprodutivos da fase sexuada e características morfológicas da fase assexuada e micélio. 
 A reprodução nos fungos resulta na formação de grande número de esporos, uni ou multicelulares, ini ou multinucleados, os quais são liberados de forma ativa ou passiva. São dispersos pelo vento, pela água, insetos e outros animais. Os esporos podem ser formados assexuadamente ou sexuadamente, e os estágios correspondentes do ciclo da vida, são freqüentemente descritos como imperfeito e perfeito respectivamente. Os esporos de origem assexual são originados de estruturas somáticas e os de origem sexual são formados pela união de células indiferenciadas ou de corpos diferenciados que tem o caráter de sexualidade. 
 Constituídos dos esporos: membrana, citoplasma e núcleo. A germinação pode ocorrer por um ou mais poros, por onde sai a massa citoplasmática, originando o tubo germinativo ou pré-micélio . 
 Os esporos multicelulares são divididos por septos transversais e/ou longitudinais. Cada célula pode ser uni a multinucleada, de acordo com a espécie. Os esporos podem ser móveis (flagelados) ou não móveis (aplanosporos); a parede pode ser espessa ou delgado, hialina ou colorida, lisa ou com ornamentações, com ou sem cílios ou apêndices filiformes simples ou ramificados. Os principais tipo de ornamentação são: 
 Equinulado - com espinhos curtos 
 Verrucoso - com pequenas verrugas redondas ou truncadas 
 Reticulado - com placas anastomosadas formando uma superfície em forma de rede 
 Estriado - com linhas, estrias ou cristas paralelas 
 Alveolado - com pequenas covas superfíciais dando uma aparência poroide Punctado - com pequenas marcas. 
 Os esporos também podem variar quanto a forma : esféricos, ovalados, obovalados, piriformes, elipsoides, cilíndricos, oblongos, filiformes, falcados, fusiformes, etc. 
 
 A classificação dos fungos baseia-se nas características dos órgãos reprodutivos da fase sexuada e características morfológicas da fase assexuada e micélio. 
 Os fungos, em geral os filamentosos, podem se reproduzir em ciclos sexuais, assexuais e com menor freqüência o ciclo parassexual. As leveduras são geralmente unicelulares e se reproduzem por brotamento ou gemulacão, podendo a reprodução ser assexuada ou sexuada. A reprodução se faz por meio de órgãos de frutificação como esporos, conídios, gametas. Entretanto a maioria dos fungos é potencialmente capaz de obter crescimento em partes de seu micélio (conjunto de hifas) que forma o corpo do fungo e através do desenvolvimento a partir de um fragmento ou da ponta da hifa. 
5.1 Reprodução assexuada (Fase Anamorfa ou Imperfeita) 
 Os órgãos de frutificação são formados por diferenciação da hifa através de células reprodutivas especializadas e não sexuadas como conídios, blastoconídios e artroconídios. Este método de reprodução é o mais freqüente e mais importante para a multiplicação e manutenção das espécies, assim como sua disseminação, ocorrendo em condições impróprias ao seu desenvolvimento. Os chamados fungos Imperfeitos se utilizam muito deste tipo de reprodução. 
 Os conídios representam o modo mais comum de reprodução assexuada; são produzidos pelas transformações do sistema vegetativo do próprio micélio. As células que dão origem aos conídios são denominadas células conidiogênicas. 
As hifas produzem ramificações originando os conidióforos, a partir dos quais se formarão os conídios. Normalmente, os conídios se originam no extremo do conidióforo, que pode ser ramificado ou não. No aparelho de conidiação tipo aspergilo, os conídios formam cadeias sobre fiálides, estruturas em forma de garrafa, em torno de uma vesícula que é uma dilatação na extremidade do conidióforo. 
 
Conídios de Aspergillus agrupados em forma de cabeça, ao redor de uma vesícula. 
No Penicilium falta a vesícula na extremidade dos conidióforos que se ramificam dando a aparência de pincel. 
 
 
 
 Conídios de Peniccilium agrupados em forma de pincel 
Alguns fungos formam um corpo de frutificação piriforme denominado picnídio, dentro do qual se desenvolvem os conidióforos, com seus conídios - os picnidioconídios . Essa estrutura é encontrada na Pyrenochaeta romeroi, agente de eumicetoma. 
 
 
 
 
 Corte transversal de um picnídio mostrando conídios. 
Os blastoconídios, também denominados gêmulas, são comuns nas leveduras e se derivam por brotamento da célula-mãe. As vezes, os blastoconídios permanecem ligados à célula-mãe, formando cadeias, as pseudo-hifas, cujo conjunto é o pseudomicélio. 
 
 Blastoconídeos e pseudo-hifas encontradas nas leveduras 
Os artroconídios são formados por fragmentação das hifas em segmentos retangulares. São encontratos nos fungos do gênero Geotrichum, em Coccidioides immitis e em dermatófitos. 
 
 Artroconídios. 
 
 
 
Artroconídeos do gênero Geotrichum 
Os clamidoconídios têm função de resistência, semelhante a dos esporos bacterianos. São células, geralmente arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quis se concentra o citoplasma. Sua localização no micélio pode ser apical ou intercalar. Formam-se em condições ambientais adversas, como escassez de nutrientes, de água e temperatures não favoráveis ao desenvdvimento fúngico. 
 
 Clamidoconídios. 
Os propágulos assexuados internos se originam de esporângios globosos, por um processo de clivagem de seu citoplasma, e são conhecidos como esporoangiosporos ou esporos. Pela ruptura do esporângio, os esporos são liberados. 
 
 Reprodução assexuada interna. 
 
5.2 Reprodução sexuada (Fase Teleomorfa ou Perfeita) 
 Envolve a união de dois núcleos compatíveis. É um tipo de reprodução esporádica que através de recombinação genética serve para aperfeiçoamento (variabilidade) das espécies, melhor adaptação ao meio, especialização contínua, ocorrendo em condições favoráveis sendo importante para a diversidade das espécies. Ocorre nos chamados fungos perfeitos. 
Os esporos sexuados internos são chamados ascosporos e se formam no interior de estruturas em forma de saco, denominadas ascos. Os ascos podem ser simples, como em leveduras dos gêneros Saccharomyces e Hansenula, ou se distribuir em lóculos ou cavidades do micélio, dentro de um estroma, o ascostroma ou ainda ester contidos em corpos de frutificação, os ascocarpos. 
Trê tipos de ascocarpos são bem conhecidos: cleistotécio, peritécio e apotécio. 
 
Diferentes tipos de ascos e ascocarpos 
 Os esporos sexuados externos em número de quatro, se situam no ápice de uma célula fértil claviforme, chamada basídio; os esporos são conhecidos como basidiosporos . São exemplos a Amanita muscaria e fungos comestíveis como Agaricus campestris. 
 
 
Amanita muscaria 
 
Agaricus campestris. 
 
 
 
 
Basidiosporos 
Muitos fungos possuem as duas fases reprodutivas podendo ser obtidas em laboratório, outros, contudo, necessitam de mais estudos para esclarecer o tipo de reprodução. 
5.3 Ciclo Parassexual 
Nos fungos conidiais, assim como em outros fungos, os núcleos haplóides geneticamente diferentes ocasionalmente se fundem. No núcleo diplóide, os cromossomos podem associar-se a haver recombinação, seguindo-se, então, a formação de novos núcleos haplóides. A restauração da condição haplóide não envolve meiose. Em vez disso, resulta em um a perda cromossômica gradual, em processo chamado haploidização. Esse fenômeno genético, no qual plasmogamia, cariogamia e haploidização, ocorrem em seqüência é conhecido como parassexualidade; foi descoberto em Aspergillus, um fungo conidial. Dentro da hifa deste fungo comum há, em media, um núcleo diplóide para 1.000 haplóides. O ciclo parassexual pode adicionar maiorflexibilidade genética e evolutiva aos fungos conidiais que não possuem ciclo sexuado. Apesar destes recombinantes serem raros, o ciclo parassexual é importante na evolução de alguns fungos. 
Nos fungos conidiais, assim como em outros fungos, os núcleos haplóides geneticamente diferentes ocasionalmente se fundem. No núcleo diplóide, os cromossomos podem associar-se a haver recombinação, seguindo-se, então, a formação de novos núcleos haplóides. A restauração da condição haplóide não envolve meiose. Em vez disso, resulta em um a perda cromossômica gradual, em processo chamado haploidização. Esse fenômeno genético, no qual plasmogamia, cariogamia e haploidização, ocorrem em seqüência é conhecido como parassexualidade; foi descoberto em Aspergillus, um fungo conidial. Dentro da hifa deste fungo comum há, em media, um núcleo diplóide para 1.000 haplóides. O ciclo parassexual pode adicionar maior flexibilidade genética e evolutiva aos fungos conidiais que não possuem ciclo sexuado. 
PROCESSOS DE DISPERSÃO EM FUNGOS 
 
Dispersão : fenômeno que possibilita às espécies se espalharem na natureza. Elemento de maior importância no processo de dispersão = esporo 
 
Fatores importantes no sucesso da dispersão são: 
 	 
Tamanho do esporo 
Existência de dispositivos especiais que favorecem o processo 
Quantidade de esporos produzidos 
Viabilidade 
Vias de dispersão 
Os esporos não são os únicos no fenômeno de dispersão = as hifas dividem-se em segmentos que passam a funcionar como esporos propriamente ditos 
Via mais eficiente de dispersão = vento (correntes aéreas) 
Esporos gelatinosos = via de dispersão = água ou insetos 
Homem = agente importante de dispersão 
MACRONUTRIENTES UTILIZADOS PELOS FUNGOS 
 
Carbono – Está sempre presente na maioria das substancias que compõem a célula fúngica. Os fungos não podem, como as bactérias, por exemplo, utilizar o carbono inorgânico existente no ambiente na forma de CO2 como única fonte de carbono mas, requerem, obrigatoriamente, uma fonte de carbono orgânico, são portanto, heterotróficos e apresentam semelhança com os animais, neste caso particular. 
 
Oxigênio – É requerido na forma molecular como aceptor final da cadeia transportadora de elétrons aeróbica. Também é elemento muito importante de varias moléculas, sejam elas orgânicas ou inorgânicas. Pode ser assimilado tanto na forma inorgânica como na forma combinada. 
 
Hidrogênio – É um composto muito importante da matéria orgânica e inorgânica e é, também, um elemento muito comum de todo material celular. 
 
Nitrogênio – A grande maioria dos fungos pode assimilar fontes orgânicas ou inorgânicas de nitrogênio e, alguns deles, podem utilizar tanto os nitratos quanto a amônia. Outros, porém, podem utilizar a amônia, mas não os nitritos. Os aminoácidos, também, são utilizados como fonte de nitrogênio por alguns fungos e, certos grupos como Saprolegniales e os Blastocladiales, só utilizam o nitrogênio orgânico (por ex. aminoácidos). Outros fungos utilizam os aminoácidos não como fonte de carbono mas de enxofre (por ex. Pythium ultimum). 
 
Fósforo e Potássio - O fósforo é encontrado na célula incorporado a moléculas importantes como os nucleotídios (ATP, GTP, CTP, UTP) e como fosfato inorgânico. Nesta última forma é incorporado através de poucas reações metabólicas, embora uma delas seja de fundamental importância para o metabolismo celular: a síntese de ATP a partir de ADP e fosfato. As substâncias fosforiladas estão envolvidas com o armazenamento de energia (ATP) ou podem atuar como reguladoras de processos metabólicos que envolvem as enzimas, as quais tornam-se ativas quando são fosforiladas. O suprimento de fósforo e potássio é dado na forma de fosfato de potássio. A deficiência desses nutrientes acarreta uma menor absorção da fonte de carbono e, conseqüentemente, uma diminuição do crescimento. Por outro lado, a absorção do fósforo é reduzida quando a disponibilidade de carbono ou de nitrogênio começa a limitar o crescimento. A deficiência de potássio, também, resulta numa diminuição da absorção da fonte de carbono. Existe, portanto, uma necessidade recíproca de carbono, nitrogênio, fósforo e potássio. 
 
Enxofre – A maioria dos meios de cultura para fungos contêm enxofre como sulfato de magnésio. Os fungos reduzem o sulfato e incorporam o enxofre às moléculas orgânicas. Alguns fungos são incapazes da utilização do enxofre inorgânico e necessitam de uma fonte orgânica do elemento (por ex. metionina) sem a qual praticamente não se desenvolvem, como os Saprolegniales e Peronosporales. O enxofre faz parte de aminoácidos (cisteina e metionina) e de vitaminas e pode ser encontrado no ambiente na forma elementar, oxidada ou reduzida mas, os sulfatos inorgânicos ou os aminoácidos são as formas preferencialmente assimiladas. 
 
Magnésio – O magnésio é usualmente utilizado como sulfato de magnésio e a sua principal função celular é a ativação de enzimas necessárias ao metabolismo e ao crescimento (P, ex. hexoqunase) 
MICRONUTRIENTES UTILIZADOS PELOS FUNGOS 
 
Os elementos ferro, manganês, cálcio, zinco, sódio, cobre, cobalto e molibdênio, são encontrados sempre na forma inorgânica fazendo parte de minerais. São necessários em quantidades relativamente pequenas para o desenvolvimento dos fungos, e, muitas vezes, sua presença como impurezas dos sais componentes do meio já atingem concentrações satisfatórias. Alguns, entretanto, são requeridos em quantidades grandes quando comparados com outros micronutrientes como cobalto, níquel molibdênio, selênio e zinco. Os micronutrientes podem atuar de diferentes maneiras na célula fúngica como: 
 
– como componentes de proteínas como o ferro que participa da composição de várias proteínas enzimáticas ou não, de citocromos, etc.; 
- como cofatores de enzimas como o magnésio e o molibdênio que atua no metabolismo dos nitratos; 
– como componentes estruturais, como o cálcio que tem sido apontado como responsável pelo aumento do peso seco da massa micelial e interfere na estrutura da membrana e o manganês, cuja deficiência nos meios de cultura, acarreta uma diminuição da esporulação; 
- como reguladores de pigmentos, como o cobre cuja, deficiência acarreta a diminuição da pigmentação dos esporos de Trichoderma viride e 
Aspergillus; 
- outros como o manganês fazem parte do ciclo de Krebs e atuam na síntese de ácidos nucléicos. 
 
 CURIOSIDADE
Pesquisadores acreditam que Tiberius Claudius, imperador romano, foi assassinado por sua esposa Agripina, que teria lhe preparado um prato mortal de Amanita phalloide, também conhecido como chapéu da morte ou cicuta verde.
"Alguém espalhou, no meio da espécie "Amanita caeserea", cogumelos venenosos que cozidos são indistinguíveis dos não venenosos", disse William A. Valente à Reuters Health.Valente, da Escola de Medicina da Universidade de Maryland, informou que Claudius sentiu fortes dores abdominais, náusea e vômito intensos, diarréia e incontinência após comer a porção de cogumelos.
Esses sintomas, combinados a salivação e corrimento nasal excessivos e vermelhidão acentuada dos olhos de Claudius, apontam para a conclusão de Valente de que o imperador morreu envenenado por muscarina.
A muscarina, substância encontrada em muitos tipos de cogumelos venenosos, causa uma "contorção ou estímulo" nos intestinos e músculos lisos, levando à perda de fluidos e redução da pressão sanguínea, explicou o especialista.

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