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aula 8 Protecao aos ecossistemas brasileiros Codigo Florestal

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Proteção aos
ecossistemas
brasileiros
Situação atual dos biomas
brasileiros
Campos sulinos
Área protegida
1%
Caatinga
5050
Pantanal
40
60
Área
protegida
2,5%
Área
protegida
1%
25
75
Amazônia
Área protegida
3,2%
Cerrado
Área
protegida
2,2%
52
48
Mata Atlântica
89
11
Área
protegida
2% 
Sem 
estimativa 
de área 
perdida
Situação atual dos biomas brasileiros – área (%) já perdida
52 a 
80%
40%50%
89%
25%
Texto 1:
Considerações sobre
o Código Florestal
(Sparovek et al. 2010)
Como o Código Florestal protege a vegetação natural?
ou Código Florestal
O que diz a lei em vigor?
Código Florestal prevê 2 situações de conservação:
Áreas de Preservação Permanente (APP) 
Reserva Legal (RL)
Como o Código Florestal protege a vegetação natural?
Área de Preservação Permanente (APP):
- Proteção dos recursos hídricos 
Evita que sedimentos e poluentes cheguem aos corpos d’água 
superficiais, preserva áreas de recarga 
do lençol freático
- preserva estabilidade geológica e solo
- biodiversidade
- fluxo gênico de fauna e flora 
- assegurar bem-estar das populações humanas
São áreas que deveriam por lei estar cobertas por vegetação nativa –
proprietário pode estar infringindo lei e área estaria desprotegida, sem 
cobertura 
São solos frágeis, sujeitos à inundações, que não deveriam ser 
ocupados
APP em nascentes e rios de largura menor
Nascente
50 m
Área de Preservação Permanente
Rio <10m de 
largura
30m de APP
APP em rios
de largura
intermediária
500 m
APP em
rios de 
largura
maior
APP em lagoas, lagos, reservatórios artificiais ou naturais
15 m
APP em rios - matas ciliares
APP em topos de morro e 
em encostas com 
declividade superior a 45o 
APP em restinga
Vegetação fixadora de dunas no litoral
APP em restinga
Área de Preservação Permanente (APP):
Lei não permite que estas áreas sejam utilizadas para 
qualquer atividade produtiva
APP - uso exclusivo de conservação, devendo estar cobertas por 
vegetação natural
Reserva Legal:
Reserva Legal -
Floresta nativa
eucalipto
Reserva Legal:
Proporção da área no interior de propriedade rural, 
sem entrar no cálculo a área de APP, 
necessária:
ao uso sustentável dos recursos naturais, 
à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, 
à conservação da biodiversidade e 
ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas
Reserva Legal:
Usos permitidos: 
extração de produtos florestais e apicultura
mas apenas atividades que não promovam corte raso 
Proporção de reserva legal necessária
Amazônia Legal:
80% - em áreas de 
floresta sem 
Zoneamento Ecológico 
e Econômico (ZEE) –
quase toda a região, 
(ou 50% - com ZEE
PA, RR, AP, AC –
elaboração) no caso de 
áreas com elevada 
aptidão agrícola e já
desmatadas)
ZEE – é o planejamento 
e ordenação de usos da 
terra no Estado
(ocupação humana, 
agropecuária, indústria, 
preservação)
PA
APRR
AC
MA
TO
Proporção de reserva legal necessária
35% - áreas do bioma 
Cerrado dentro da 
Amazônia Legal
Fora da Amazônia Legal, 
proporção de RL é 20% 
(Cerrado fora da Amazônia
Legal, outros biomas)
C e r
r a d o
C e
r r a
d o
Código Florestal, 
após muitas décadas de esquecimento, 
passou a ser aplicada
2008 – restrição de crédito bancário para fazendas em dívida com 
Código
Dizem que Código Florestal:
engessa crescimento da agropecuária brasileira (que precisaria de 
novas áreas para expandir sua produção) 
não tem base científica;
é impraticável, 
prejudica, sobretudo, agricultura familiar
Projeto de Lei 1.876, de 1999
Proposta de reforma do Código Florestal defendida pela bancada e 
lideranças ruralistas (grandes latifundiários),
aprovada na Comissão Especial do Congresso
autoria do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP)
O que muda
com o projeto
do novo 
Código
Florestal
Propriedades
de 20 a 400 ha 
O que muda
com o projeto
do novo 
Código
Florestal
O Código Florestal é necessário para proteção da vegetação 
natural no Brasil?
Sim
Brasil – tem 850 milhões de ha, 
537 são áreas que preservam parte de sua cobertura vegetal natural 
(seja floresta, ou outros tipos de vegetação com menor porte – caso da 
maior parte da caatinga, pampa, cerrado)
O Código Florestal é necessário para proteção da vegetação 
natural no Brasil?
Isto não quer dizer que áreas nunca tiveram, ou não tem atualmente, 
uso produtivo
- Extrativismo (madeira, frutos), 
- agricultura menos intensiva (sem remoção total da cobertura nativa)
O Código Florestal é necessário para proteção da vegetação 
natural no Brasil?
Áreas tem alto valor ecológico:
- preservam espécies da vegetação, são ambientes favoráveis para 
fauna 
- serviços ambientais - recursos hídricos, ciclo hidrológico, assimilação 
do CO2, etc
Assim, interesse é coletivo, 
com benefícios para sociedade como um todo
O Código Florestal é necessário para proteção da vegetação 
natural no Brasil?
Do total das áreas 
que preservam boa 
parte da cobertura
1/3 está em:
UC e Reservas 
Indígenas de 
domínio público
(verde -
concentradas nas 
regiões da Amazônia 
com menor pressão 
econômica)
Caatinga
Mata 
Atlântica
Pampas
Pantanal
Cerrado
Fora do interior da 
Amazônia, há
pouquíssimas UC ou 
Reservas Indígenas 
(verde)
Do total de vegetação natural no Brasil: 
O Código Florestal é necessário para proteção da vegetação 
natural no Brasil?
Código é principal mecanismo de conservação que se aplica a: 
2/3 das áreas de vegetação restante no Brasil, 
incluindo quase todas as áreas de vegetação sob maior pressão
econômica
(fora do interior da Amazônia, onde há poucas UC e Reservas
Indígenas) 
Protegida em UC 
ou Reservas 
Indígenas 
(~ Amazônia)áreas privadas 
e áreas sem 
título de 
propriedade, 
sob normas do 
Código
2/3
1/3
O Código Florestal tem funcionado adequadamente na conservação 
da vegetação natural?
O Código Florestal tem funcionado adequadamente na conservação 
da vegetação natural?
Déficit de 
APP (%):
Não
Déficit de 44 milhões de 
ha de APP
(quase 1/2 da área total 
de APP deveria ter
vegetação mas não
tem)
Déficit - áreas com 
agropecuária + intensa, 
cor lilás principalmente
0
Arco do 
desmatamento da 
Amazônia
SPSP RJRJ
RSRS
PNPN
SCSC
ESES
PAPA
RORO
GOGO
MTMT
Déficit de 
APP (%):
0 SPSP RJRJ
RSRS
PNPN
SCSC
ESES
PAPA
RORO
GOGO
A outra metade está ~ 
de acordo 
(tem vegetação natural)
Coincide com áreas 
de baixa aptidão 
para agropecuária 
ou regiões remotas
MTMT
O Código Florestal tem funcionado adequadamente na conservação 
da vegetação natural?
Padrão semelhante 
para reservas legais
Déficit de no mínimo 
43 milhões de ha
Déficit de reserva 
legal (%):
0 SPSP
RSRS
PNPN
SCSC
PAPA
RORO
ESES
RJRJ
MTMT
O Código Florestal tem funcionado adequadamente na conservação 
da vegetação natural?
baixa aptidão agropecuária 
ou remotas
Dos 278 milhões de ha ocupados pela agropecuária, 
pelo menos 30% estão em situação de não-conformidade e 
teriam que ser recuperados
O Código Florestal tem funcionado adequadamente na conservação 
da vegetação natural?
RL, 
APP???
Déficit de reserva 
legal (%):
0 SPSP
RSRS
PNPN
SCSC
PAPA
RORO
ESES
RJRJ
MTMT
Déficit de vegetação 
natural em APP e RL
ocorre em todas 
regiões agropecuárias, 
das mais antigas até
mais novas, 
independente da 
atividade ou região
Praticamente todas as 
áreas produtivas nãoseguem legislação
O Código Florestal tem funcionado adequadamente na conservação 
da vegetação natural?
UC e reservas 
indígenas
UC e Terras 
Indígenas (~2%) são 
muito poucas onde 
há a maior pressão
Caatinga
Mata 
Atlântica
Pampas
Pantanal
Cerrado
Claramente 
insuficientes para 
conservar ambiente e 
espécies, 
assim há necessidade 
de se cumprir o Código
Por que há déficits tão altos?
Por que há déficits tão altos?
Custo de manter estas áreas sem uso produtivo, 
ou com explorações de baixo impacto no caso das RL, 
explicariam pouca eficiência da lei, 
em comparação às áreas de conservação em UC/TI públicas 
(não precisam ter lucro e são gerenciadas pelo governo)
A não conformidade com Código Florestal pode ter 2 origens:
1- produtores voluntariamente decidem não cumprir lei,
desmatando áreas adicionais protegidas pelo Código para ampliar 
negócios
Por que há déficits tão altos?
A não conformidade com Código Florestal pode ter 2 origens:
1- produtores voluntariamente decidem não cumprir lei,
desmatando áreas adicionais protegidas pelo Código para ampliar 
negócios
2- produtores não conseguiriam cumprir lei (falta de renda)
(terras já são pequenas, não competitivas com grandes produtores,
ou herdaram dívidas e impostos do terreno muito grandes -
renda pequena gerada na propriedade não permite 
ações de recuperação necessárias)
Por que há déficits tão altos?
Se fosse feita recuperação de todo déficit através de reflorestamento:
custo provável de 2x PIB anual de todo setor agropecuário 
apenas com plantio, 
sem considerar perda da produção nestas áreas que teriam que ser 
desocupadas
Não é uma solução realista –
prazos curtos ou médios
Por que há déficits tão altos?
Além disso, mesmo com aplicação integral do Código, 
ainda restariam 104 milhões de ha com vegetação natural sem proteção, 
ou seja, 
áreas que podem ser legalmente desmatadas ou abertas
para uso agropecuário
Por que há déficits tão altos?
Métodos para melhorar eficiência de proteção das áreas de vegetação 
natural:
a) Inibir criação de novas taxas e impostos sobre propriedades rurais
b) encontrar solução viável para áreas atualmente em não-conformidade
(ex.: implantação de projetos silviculturais – árvores nativas junto com 
espécies agrícolas)
c) Buscar forma de conservar áreas que ainda não contam com nenhuma 
proteção (104 milhões de ha)
Por que há déficits tão altos?
É necessário revisar código florestal para permitir aumento de 
produção do setor agropecuário?
alimentos/ matérias-
primas
conservação
habitats habitats 
nativosnativos
Resposta simples é não
Maior desenvolvimento agropecuário – há 2 mecanismos: 
- intensificação da produção (usando a mesma área) ou 
- expansão territorial (mais áreas)
É necessário revisar código florestal para permitir aumento de 
produção do setor agropecuário?
Em relação à intensificação da produção:
Boa parte da agricultura praticada (67 milhões de ha) 
já apresenta produtividades elevadas
difícil esperar intensificação expressiva em prazos curtos ou médios
Solução neste caso é expansão territorial
Em relação à expansão territorial:
Haveria 2 formas:
1 - Abertura de novas áreas, desmatando vegetação natural, ou 
2 - utilização de terras já abertas, 
usadas de forma pouco intensiva e menos lucrativa que agricultura
Em relação à expansão territorial:
1 - Abertura de novas áreas, desmatando vegetação natural ou 
2 - utilização de terras já abertas, 
usadas de forma pouco intensiva e menos lucrativa que agricultura
Terras de elevada aptidão agrícola ainda cobertas por vegetação natural:
-são poucas, ~ 7 milhões de há que poderiam ainda ser legalmente 
desmatadas
- maior parte já está em uso
Terras de elevada aptidão para agricultura
(já abertas, usadas apenas como pastagens) = 29 milhões de ha 
Terra de aptidão média = 32 milhões de ha
Total= 61 milhões de ha
podem ser utilizado para expansão agrícola (dobraria de tamanho)
Por isto, expansão agrícola não precisa das terras atualmente cobertas 
com vegetação natural para se desenvolver
2 - utilização de terras já abertas, 
usadas de forma pouco intensiva e menos lucrativa que agricultura
Restante das terras, de baixa aptidão para agricultura = continuam 
sendo usadas para pastagens, mas de forma mais intensiva
2 - utilização de terras já abertas, 
usadas de forma pouco intensiva e menos lucrativa que agricultura
Pecuária brasileira:
- Boa parte ainda extensiva 
(lotação média de 1,1 cabeças por ha, 
poderia ser de 3 a 4 em pastagem bem 
manejada)
Em 211 milhões de ha
Predomina pastagens e rebanho bovino (carne)
Tecnologia para intensificação:
- já desenvolvida, 
- é bastante diversificada, 
- adapta-se a diversas regiões e sistemas de produção
Censo Agropecuário 2006, IBGE
= 1/4 do território brasileiro 
Intensificação da pecuária por:
- Integração da agricultura com pecuária no mesmo local (pousio)
- manejo mais intensivo das pastagens, com correção do solo e 
adubação
- estocagem de forragens - evita diminuição da produtividade do gado 
na seca
Métodos econômica e tecnicamente viáveis, 
mas ainda pouco aplicados pelos pecuaristas
Censo Agropecuário 2006, IBGE
Intensificação da 
pecuária
abertura de novas áreas 
para produção extensiva
parece ser mecanismo mais 
lógico de desenvolvimento
Vs.
Entre 2 opções para aumentar produção agropecuária:
Pecuária mais produtiva 
(intensificada):
-demanda menos área, 
-leva ao mercado produto de 
melhor qualidade, 
- pode contribuir para 
equilibrar preços da carne, 
- menos prejudicial ao 
ambiente que sistema atual,
que ainda se baseia no 
desmatamento
Agropecuária definitivamente não precisa de novas terras para 
poder se desenvolver
É possível dobrar atual produção agrícola sem desmatar 1m2 sequer 
de florestas ou áreas de preservação
Não é necessário revisar código florestal para permitir aumento de 
produção do setor agropecuário
Agricultura
pode se expandir territorialmente sobre terras de elevada aptidão 
agrícola, atualmente ocupadas com pecuária extensiva
Pecuária
que ocupa maior parte das terras, pode se intensificar, 
aumentando sua produtividade, e com isto demandando menos terras
RESUMO
Dificuldade –
intensificar um setor enorme e tradicional, 
num cenário pouco favorável em relação 
à legislação
Código Florestal atual:
- ainda permitirá mais 104 milhões ha de 
desmatamento legalizado 
- tradicionalmente vem acompanhado 
de um longo histórico de desmatamento ilegal
Sem incentivos do governo, 
este processo de intensificação da pecuária, 
absolutamente necessário para conservação da vegetação no Brasil, 
provavelmente não irá acontecer
Como conciliar conservação e desenvolvimento?
2 ações são necessárias:
1- repensar Código, visando:
a) melhorar eficácia
b) resolver problema das 
tributações já existentes 
e, com isto, 
viabilizar sua 
aplicabilidade
c) garantir seu 
cumprimento 
no futuro
Como conciliar conservação e desenvolvimento?
Para conciliar conservação e desenvolvimento agropecuário:
2- criar incentivos para novos rumos, 
104 milhões de ha de vegetação não estão protegidos, 
mesmo com aplicação total do Código 
- enorme área que ainda pode ser desnecessariamente desmatada
Revisão da legislação, ou sua complementação com novos 
mecanismos:
- não deve evitar desenvolvimento, 
- mas criar mecanismos para que ele ocorra,
de forma a não degradar desnecessariamente recursos naturais 
Vegetação natural tem elevado valor:
- Prestação de serviçosambientais, 
-contribuindo para conservação da biodiversidade 
- mitigando efeitos do efeito estufa
Repensar Código Florestal:
Degradar áreas de vegetação natural sem necessidade é caminho 
quase sem volta
Recuperação, além de ser operação cara e de difícil execução, 
é apenas parcial em temos de valor ecológico
Evitar degradação e revisar Código 
de maneira que ele possa melhorar sua eficiência 
Caminho difícil, mas + responsável
Repensar Código Florestal:
Há bases 
científicas para 
Código Florestal? 
Metzger Natureza & Conservação 8(1):1-5, 2010
Qual foi embasamento científico que permitiu definir parâmetros e 
critérios do Código?
Artigo - conhecimento científico dos últimos 45 anos
Qual a extensão mínima das Áreas de Preservação Permanente?
Matas ripárias (ciliares) de 30m de largura retiram da água do lençol 
freático boa parte dos nitratos vindos dos campos agrícolas 
(despoluição)
(Pinay e Décamps 1988)
Fixação de solo, 
proteção de recursos hídricos e 
conservação da fauna e flora
Qual a extensão mínima das Áreas de Preservação Permanente?
Matas ciliares funcionam como corredores ecológicos
- elementos que facilitam fluxo de indivíduos ao longo da paisagem
paisagens fragmentadas - sobrevivência das espécies depende de 
suas habilidades de se deslocarem pela paisagem
Muitas espécies não conseguem usar ou cruzar áreas abertas 
criadas pelo homem (como agropecuária), mas usam corredores 
florestais
(Develey e Stouffer 2001)
Qual a extensão mínima das Áreas de Preservação Permanente?
Conhecimento científico
não apenas sustenta extensão das APP do Código, 
mas na realidade indica necessidade de 
aumento para pelo menos 50 m de cada lado do rio, 
ao invés de apenas 30 para rios menores e lagos
(proposta atual é de 15m)
Qual a quantidade mínima de Reserva em termos de conservação 
de biodiversidade?
Qual a quantidade mínima de Reserva em termos de conservação 
de biodiversidade?
Há dados científicos que permitam sustentar valores de:
20 (outros biomas), 
35 (Cerrado na Amazônia Legal) e 
80% (Amazônia) de RL?
Branco não é habitat
Habitat 
(ex.: floresta) 
em preto
Regiões com 
100% de 
floresta
Regiões mais 
desmatadas
Em ambientes com estas 
porcentagens de habitat 
(vegetação nativa), 
conseguem cruzar região
de ponta a ponta, onde quer 
que estejam
Branco não é habitat
Habitat 
(ex.: floresta) 
em preto
Para espécies que não tem 
capacidade de sair do seu 
habitat:
(Stauffer 1985)
Não conseguem cruzar de ponta a ponta
Para espécies que não tem capacidade 
de sair do seu habitat:
(Stauffer 1985)
Há limiar de percolação de ~60%
Redução para <60% da 
área de vegetação
redução brusca na capacidade da 
região de sustentar diversidade 
biológica
=
Amazônia – vasto patrimônio biológico e genético pouco conhecido
e relativamente bem conservado = manter regiões com > 60% (Metzger
2002) - evitar efeitos iniciais da redução brusca do tamanho dos 
fragmentos – princípio da precaução
Qual a quantidade mínima de Reserva em termos de conservação 
de biodiversidade?
Em outras regiões mais intensamente ocupadas 
(Mata Atlântica – 11% restantes, Cerrado – entre 50 e 20%, Caatinga 
– 50%),
Não seria viável conservar 80% de florestas, a não ser com amplas 
ações de reflorestamento
Nestas regiões, poderia ser aplicado
limiar de fragmentação (~30%)
(Andrén 1994; Fahrig 2003)
Só houve perda de área de habitat
sem separação
Habitat contínuo
Perda de área de habitat e fragmentos
Regiões com <30% de cobertura, além do efeito de perda de habitat, há
efeito forte da separação do habitat (quebra), mesmo para espécies capazes 
de cruzar pequenos trechos de áreas abertas, sem vegetação
Só houve perda de área de habitat
sem separação
Habitat continua contínuo
Habitat se torna muito descontínuo
Nestas regiões, poderia ser aplicado
limiar de fragmentação (~30%)
(Andrén 1994; Fahrig 2003)
Outra queda brusca de espécies
<30%
muito
distantes
entre si
Qual a quantidade mínima de Reserva em termos de conservação 
de biodiversidade?
Há claras evidências, 
inclusive no Brasil, 
que regiões com 
< 30% de habitat 
tendem a ter apenas 
fragmentos pequenos 
e muito isolados, 
suportam comunidades 
muito empobrecidas, 
para diferentes grupos
(Martensen et al. 2008; Metzger et al. 
2009)
Qual a quantidade mínima de Reserva em termos de conservação 
de biodiversidade?
Dados científicos em ecologia sustentam que
soma de RL + APP forneceria total necessário acima dos valores 
críticos para cada região 
(>60% na Amazônia e >30% nas regiões mais ocupadas)
É necessário conservar Reserva E Área de Proteção Permanente? 
Não posso conservar apenas umas delas?
Áreas de APP em cursos d’água tem valor biológico muito diferente 
de outras áreas longe dos cursos
(composição de espécies da flora e da fauna nativa)
Estudos ao longo de rios mostram:
- composição de espécies de árvores muda em função da distância 
ao rio
- diferenças maiores nos 1os. 10-20 m 
Ou seja, APP não protegem mesmas espécies presentes nas RL, 
e vice-versa
(Oliveira-Filho 1994a,b; Metzger et al. 1997; Rodrigues e Leitão-Filho 
2004)
Em termos de conservação biológica,
essas áreas se complementam, 
pois são biologicamente distintas
Seria um grande erro considerá-las equivalentes
Reserva Legal: 
sua função pode ser mantida com uso de espécies exóticas?
eucalipto
mecanismo de flexibilização das RL 
já parcialmente contemplado no Código Florestal, pois em:
(...) pequenas propriedades ou de posse rural familiar,
podem ter
plantios de árvores 
frutíferas, 
ornamentais ou 
industriais, 
compostos por 
espécies 
exóticas,
Intercaladas ou 
em consórcio 
com espécies 
nativas 
Reserva Legal: 
sua função pode ser mantida com uso de espécies exóticas?
milho
açaí
copaíba banana
mogno
Mudança proposta: 
ampliação desta flexibilização, 
permitindo que até 50% da área da Reserva
possa ser composta somente por exóticas, como Eucalipto
Qual seria efetividade da RL em termos de conservação 
biológica neste caso? 
Reserva Legal: 
sua função pode ser mantida com uso de espécies exóticas?
50% com apenas 
eucalipto
Estudos no RS:
Eucalipto pode ter parte das espécies nativa, se houver:
- manutenção plantas nativas no sub-bosque 
- conexão dos eucaliptais com fontes próximas de plantas e animais 
nativos
(Fonseca et al. 2009) 
Plantações de Eucalipto na Mata Atlântica
Mas grande maioria dos 
reflorestamentos comerciais 
não mantem plantas nativas 
de pequeno porte entre 
eucaliptos, e não mantem
florestas nativas próximas
Amplo estudo sobre reflorestamentos - projeto Jarí (Amazônia): 
Barlow et al. (2007) 
para diferentes grupos taxonômicos,
florestas nativas maduras diferem muito de áreas de reflorestamento, 
- limitado valor destas plantações 
em conservar espécies nativas
Plantações de Eucalipto na Amazônia
eucalipto
Não se deve substituir espécies 
nativas por 
plantações homogêneas 
de espécies exóticas
(ex. eucalipto) nas Reservas
Reserva Legal: 
sua função pode ser mantida com uso de espécies exóticas?
Apenas 
eucalipto
Por outro lado, sistemas consorciados
de espécies nativas e de interesse 
econômico 
podem ser opções interessantes para 
parte das RL da Amazônia, 
num contexto de ampla cobertura florestal 
nativa
Conclusões
Contrariamente ao que se tem dito, 
estado das pesquisas atuais oferece forte sustentação para 
critérios e parâmetros definidos pelo Código Florestal
Conclusões
Literatura científica deveria ser considerada em qualquer discussão 
sobre modificação do Código para
maximizar serviços ambientaise potencial de conservação da biodiversidade, 
sem prejudicar desenvolvimento econômico
conciliar:
(DeFries et al. 2005, Soares-Filho 
et al. 2006)
alimentos/ matérias-
primas
conservação - rurais 
habitats habitats 
nativosnativos
Se for aprovada reforma do Código como apresentada, será “revés 
ambiental” de proporções irreversíveis
Reforma proposta não atende requisitos mais elementares de 
preservação, dentro do conceito de sustentabilidade
Risco de consequências gravíssimas:
- para áreas de florestas nativas, dando lugar a agricultura
- para outros biomas, como cerrados e várzeas
Agricultura brasileira está sufocada pela legislação ambiental?
País corra risco de desabastecimento de alimentos, 
caso fronteiras agrícolas não avancem sobre florestas?
Grande parte da produção para agronegócio, de grandes
propriedades, 
não é para alimentar população brasileira
mas para exportação:
soja alimenta gado
na Europa e China
Parte é para
produção de 
biocombustíveis
(opção ruim em
relação à energias + 
limpas, solar)
Consequências da 
aprovação das 
mudanças propostas 
no Código
Outras considerações
Consequências da aprovação das mudanças propostas no Código
Nova proposta:
- descaracteriza Áreas de Preservação Permanente, 
reduzindo proteção ao longo dos rios e corpos d’água de 30 para 15m, 
exclui restingas, topos de morro e várzeas
Consequências da aprovação das mudanças propostas no Código
- especulação imobiliária será ainda maior nas poucas restingas que 
restam no litoral
- reduzirá reposição e estoques de água 
no lençol freático
-progressivamente, reduzirá capacidade de irrigação 
das culturas
Consequências da aprovação das mudanças propostas no Código
Ocupação legalizada de áreas alagadas:
somente agravará tragédias que já ocorrem nesses locais, 
pois enchentes afetarão cada vez mais populações que as ocupam
Deslizamento de terra em encostas
Santa Catarina – um dos estados que mais ataca Código, 
onde morreram centenas de pessoas nos últimos anos 
em grandes deslizamentos de terra
Deslizamento de terra em encostas
Deslizamento de terra no RJ
desde a década de 60
Desrespeito à lei
Erosão do solo
Erosão do solo
Mata Mata ciliarciliar
Perda da mata ciliar e assoreamento de rios
Perda da mata ciliar e assoreamento de rios
Perda da mata ciliar e assoreamento de rios
Seca na Amazônia - Vista aérea do Rio Negro, durante um dos maiores 
períodos de estiagem da história (40 anos) – foto de novembro de 2010 
Barcos 
encalhados
Nível da 
água
Seca na Amazônia - Vista aérea do Rio Negro, durante um dos maiores 
períodos de estiagem da história (40 anos) – foto de outubro de 2010 
Barco 
encalhado
Nível da 
água
Consequências da aprovação das mudanças propostas no Código
Novo Código praticamente extingue Reservas Legais (RL), 
pois libera 90% das propriedades rurais de sua conservação (pequenas 
propriedades)
Para 10% restantes (propriedades médias e grandes), 
flexibiliza uso 
oferece muitas vias para reduzir efetivamente áreas que deveriam ser 
destinadas à proteção
APP serão incluídas no cálculo das áreas de RL
Consequências da aprovação das mudanças propostas no Código
Reservas Legais poderão ser "recuperadas" com plantações de espécies 
exóticas
(sem fixar nenhuma proporção mínima de preservação ou 
recomposição de vegetação nativa)
Assim, RL deixam de ser reservas de serviços ecossistêmicos e de 
proteção ambiental 
para se tornarem plantios voltados para exploração madeireira
Corpo d’água urbano poluído e sem vegetação ciliar
Consequências da aprovação das mudanças propostas no Código
Exploração madeireira dessas áreas, 
redução da área das RL e das APP ao longo dos rios será feita
conforme parâmetros de cada Estado ou município 
Consequências da aprovação das mudanças propostas no Código
Decisão conforme cada Estado ou município não faz sentido, pois:
- maior parte dos municípios não tem órgão ambiental,
- muitos Estados não contam com pessoal capacitado 
nem com dados geoambientais organizados 
para enfrentar tantos pedidos de alteração ou adequação 
a que serão submetidos, caso novo Código seja aprovado
Consequências da aprovação das mudanças propostas no Código
Efeito das mudanças será ampla legalização do desmatamento
Estimativas preliminares:
- 70 milhões de ha serão desmatados
- outros 40 milhões de ha de RL deixarão de ser recuperados,
Isto levará à emissão de 25 a 31 bilhões de ton de gases
- inviabilizará meta assumida pelo Brasil em Copenhague de reduzir 
emissões em 39% até 2020
- Estimativa simples, baseada na relação entre número de espécies e 
área perdida 
- extinção de >100 mil espécies (Metzger – Science 2010)
(extermínio biológico)
Consequências da aprovação das mudanças propostas no Código
Consequências da aprovação das mudanças propostas no Código
Proposta de total anistia para aqueles que ocuparam ou desmataram de 
forma irregular até 22 julho de 2008
-ou seja, aqueles que infringiram Código durante 43 anos (desde 65)
- Mensagem parece clara: 
não é necessário cumprir lei, basta aguardar até ela ser mudada e 
todos deveres ambientais serem anulados
- Seguindo essa conduta, não haverá razão para respeitar esse novo 
Código
Obrigada!
Atualmente é senador – “Esse negócio de floresta não tem o menor futuro” - 2007: 
faturamento de >US$ 1 bilhão

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