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DPP PROVA TESTEMUNHAL

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PROVAS PROCESSUAIS PENAIS
Prova testemunhal (artigos 202 a 225): depoimento de uma pessoa que sabe algo relevante sobre a imputação feita contra o acusado.
a)     Natureza jurídica: meio de prova.
b)    Fundamento jurídico: qualquer pessoa pode ser testemunha. Diz o artigo 202 que qualquer pessoa capaz de perceber os acontecimentos ao seu redor e narrar o resultado destas suas percepções pode testemunhar.
c)       Autoridade responsável pela captação: autoridade policial e jurídica.
d) Momento: investigação e processo.
e) Meio de produção: direto.
f) Classificação das testemunhas: doutrinariamente, tem-se aplicado a seguinte classificação das testemunhas:
    Testemunha referida: é aquela que, embora não tenha sido arrolada nos momentos ordinários (denúncia ou queixa para acusação, resposta à acusação, para o réu), poderá ser inquirida pelo juiz ou a requerimento das partes por ter sido citada por outra testemunha.
        Testemunha judicial: aquela inquirida pelo juiz independentemente de ter sido arrolada por qualquer das partes ou de ter sido requerida na oitiva.
        Testemunha própria: é a testemunha chamada para ser ouvida sobre o fato objeto do processo, seja porque os tenha presenciado, seja porque deles ouviu dizer.
        Testemunha imprópria ou instrumental: é a que prestada depoimento sobre fatos que não se referem diretamente ao mérito da ação penal. Neste caso, a testemunha não estará depondo sobre algo que presenciou ou soube do ocorrido, e sim sobre um ato de persecução criminal que tenha assistido ou participado.
        Testemunha numérica: corresponde à testemunha regularmente compromissada na forma do artigo 203 do CPP.
    Testemunha não compromissada ou informante: contempladas no artigo 208 do CPP, são aquelas dispensadas do compromisso em razão da presunção de serem suspeitas as suas declarações.
        Testemunha direta: trata-se da testemunha que presenciou os fatos por meio dos sentidos.
        Testemunha indireta: é aquela que declara ao magistrado sobre o que não presenciou, mas soube ou ouviu dizer.
g)       Numero de testemunhas: a quantidade de testemunhas que podem ser arroladas pelas partes depende do procedimento, a saber:
        Oito testemunhas: procedimento comum ordinário; procedimento do júri; procedimento dos crimes de responsabilidade de funcionário público; procedimento dos crimes contra a honra; procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial; procedimento dos crimes de competência dos tribunais dos Estados, tribunais regionais federais e tribunais superiores; procedimento dos crimes eleitorais, quando punidos com pena máxima superior a quatro anos.
        Cinco testemunhas: procedimento comum sumário; procedimento dos crimes falimentares; procedimento dos juizados especiais criminais, por analogia ao artigo 522 do CPP (inaplicável o artigo 34 da lei 9099/95, por ser especifico dos juizados especiais cíveis); procedimento previsto na lei de drogas (artigos 54 e 55 da lei 11343/2006); procedimentos dos crimes eleitorais, quando punidos com pena máxima de inferior a quatro anos.
        Três testemunhas: procedimento do crime de abuso de autoridade.
        Importante: o número de testemunhas deve levar em consideração a quantidade de crimes imputados (para o Ministério Público) e da quantidade de réus no processo (para a defesa).
h)        Características da prova testemunhal:
        Oralidade: em regra, o depoimento da testemunha deverá ser prestado oralmente perante a autoridade responsável.
        Objetividade: a testemunha deverá depor objetivamente sobre os fatos, não lhe sendo permitido fornecer impressões pessoais, salvo quando forem essas inseparáveis da narrativa.
        Individualidade: as testemunhas serão ouvidas individualmente.
        Incomunicabilidade: não é permitido que as testemunhas se comuniquem entre si.
        Retrospectividade: a testemunha prestará depoimento sobre fatos passados, nunca sobre fatos futuros.
i)        Outras considerações:
        Testemunha faz depoimento.
        Toda testemunha é advertida pelo julgador que poderá ser presa se mentir ou omitir algum fato. É o chamado compromisso. 
 
Estão isentos do compromisso: Os menores de 14 anos;    Doentes mentais;
Parentes do réu enumerados no artigo 206 do CPP: ascendente, descendente, irmão e cônjuge, ainda que separado judicialmente; pai, mãe ou filho adotivo e os afins em linha reta (sogro, sogra, enteado, etc.).
        É possível a contradita nesses casos:
Em relação à pessoa que seja proibida de depor, que são aquelas que têm ciência do fato em virtude da profissão (exemplo: padre, psicólogo, etc.), se acolhida a contradita pelo juiz, essa testemunha deve ser excluída do processo. Vale dizer, não deve ser tomado seu depoimento pelo juiz.
        No caso das testemunhas cujo depoimento, apesar de não ser impedido ou suspeito, possa sugerir não ser isenta (como no caso de amigos íntimos, por exemplo), a parte contrária pode-se fazer a contradita.
         Uma vez regularmente notificada para depor, a testemunha tem obrigação de comparecer a juízo, sob pena de condução coercitiva, pagamento das despesas da condução, multa e, até mesmo, processo criminal por desobediência. Esta regra possui duas exceções:
Pessoas que, em razão de doença ou idade, estiverem impossibilitadas de comparecer a juízo.
Presidente, Vice-Presidente, senadores, deputados federais, ministros de estado, governadores de estado, secretários de estado, prefeitos, deputados estaduais, membros do Poder Judiciário e Ministério Público, ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como do Tribunal Marítimo.

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