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Transtorno Específico de Aprendizagem - Dislexia

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA
ALBA MARCIELI BORGES DA SILVA
IRIANA MONTEIRO DE ALMEIDA
LARISSA GUIMARÃES DOS SANTOS
STEFANI MARCHANT PRADO
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE APRENDIZAGEM – DISLEXIA
CANOAS, 2017
ALBA MARCIELI BORGES DA SILVA
IRIANA MONTEIRO DE ALMEIDA
LARISSA GUIMARÃES DOS SANTOS
STEFANI MARCHANT PRADO
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE APRENDIZAGEM – DISLEXIA
NEUROLOGIA APLICADA À FONOAUDIOLOGIA
SILVANA FRASSETTO
CANOAS, 2017
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo trazer explicações sobre a dislexia, sendo essa, uma dificuldade de aprendizagem caracterizada por problemas na linguagem receptiva, expressiva, oral e/ou escrita.
Compreende informações alusiva as mudanças diante o conceito de dislexia, sendo definida em 2002, pela International Dyslexia Association, utilizado também pela Associação Brasileira de Dislexia, como um Transtorno Específico de Aprendizagem, de origem neurobiológica.
Apresenta conceitos e definições referidos por especialistas da área linguística, saúde e afins. Abrange as características, diagnóstico e tratamento do transtorno específico de aprendizagem e como a área da fonoaudiologia, juntamente com uma equipe multidisciplinar, trabalhará com o paciente. 
 DEFINIÇÃO
DEFINIÇÃO SEGUNDO OS DOIS SISTEMAS INTERNACIONAIS DE CLASSIFICAÇÃO DE PROBLEMAS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS:
1 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID – 10), adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2007;
CID-10: F81.1 – Transtorno específico de leitura (dislexia de desenvolvimento, leitura especular, retardo específico da leitura).
“A característica essencial é um comprometimento específico e significativo do desenvolvimento das habilidades da leitura, não atribuíveis exclusivamente à idade mental, a transtornos de acuidade visual ou escolarização inadequada.” (CID – 10, 1989).
O adjetivo “específico”, que sublinhamos na definição oficial da CID-10, significa que funções cognitivas específicas, a habilidade de ler e ou de soletrar, se acham isoladamente comprometidas.
2 – Manual Diagnóstico e Estatística os Transtornos Mentais (DSM), publicado pela Associação Psiquiátrica Americana, em sua 5ª versão (DSM – 5), lançada em 2013.
DSM – 5 - A dislexia (ou o equivalente a ela) é um dos distúrbios específicos de aprendizagem. Caracteriza-se por prejuízo na leitura, mais especificamente na acurácia e na velocidade de reconhecimento de palavras e no processo de decodificação fonológica, que pode ser combinado ou não com baixas habilidades de soletração. Assim como especificado no manual, a dislexia é um termo alternativo para se referir a esse padrão de dificuldades, que pode se apresentar isoladamente ou acompanhado de uma ou mais dificuldades adicionais, tais como dificuldade na compreensão de leitura ou no raciocínio matemático. 
 DEFINIÇÃO DA WORLD FEDERATION OF NEUROLOGY
A dislexia é um transtorno manifestado por dificuldades na aprendizagem da leitura, independentemente de instrução convencional, inteligência adequada e oportunidade sociocultural. 
Para definir dislexia, é necessário, antes, definir-se leitura, sendo entendida como a interpretação de qualquer sinal que, chegando aos órgãos dos sentidos, conduza o pensamento a outra situação além dele próprio. 
Segundo Toucambert, em 1994, na leitura voluntária, o significado de um texto escrito é principalmente dependente das informações da memória do leitor e há o que se deve a informações do texto associadas às informações sonoras.
Para Freire, em 1995, a leitura é a capacidade de tirar conclusões utilizando mais do que as informações coletadas no texto, ou seja, capacidade de levantar hipóteses, de conceber novas ideias e soluções a partir da experiência da leitura.
TRANSTORNO DA LINGUAGEM ESCRITA – DISLEXIA.
No ano de 1872, Berlin utilizou pela primeira vez o termo dislexia. Em 1896, Morgan usou o termo “cegueira verbal” para descrever a situação de um adolescente com incapacidade para ler, porém com capacidade para o mesmo. Em 1907, Stevenson, manteve a nomenclatura após avaliar uma família com seis casos de “cegueira verbal”, apontando para um aspecto genético. 
Em 1917, Hinshelwood ressurge com a expressão dislexia quando encontra uma paciente com inteligência normal, porém com dificuldades para ler e escrever. Ele concluiu que a provável causa do distúrbio de leitura fosse um defeito congênito no cérebro, afetando a memória visual de palavras e de letras. Os oftalmologistas foram os primeiros profissionais que auxiliaram no reconhecimento da dislexia, suas observações mostraram que a dificuldade não estaria nos olhos, mas no funcionamento de áreas de linguagem no cérebro.
 Orton, em 1995, se dedicava aos estudos de distúrbios de aprendizagem e, em 1928 publicou sobre distorções perceptivo – linguísticas específicas em crianças com graves inabilidades de leitura, inversão e imagens espelhadas de letras e palavras. O autor denominou de “estrefossimbolia” a inversão de símbolos, sendo denominação mais aceita como um dos principais sinais de diagnóstico de dislexia. Orton também fez referência em seus estudos com famílias dislexias sobre fatores genéticos influenciadores.
Em 1950, Hallgério em um estudo clínico publicado substitui o termo “cegueira verbal congênita” para “dislexia específica”. A partir desse estudo muitos psicólogos interessados colocaram ao lado da imagem cerebral maturativa os aspectos psicológicos e a influência das adversidades sociais. Dentre os testes psicológicos, observaram também falhas no desenvolvimento da linguagem oral, alterações nas funções cerebrais superiores importantes para o desenvolvimento da leitura e da escrita. 
Em 1987, Myklebust e Johnson definiram dislexia com uma síndrome complexa de disfunções psiconeurológicas associadas, como perturbações em orientação, tempo, linguagem escrita, soletração, memória, percepção visual e auditiva, habilidades motoras e habilidades sensoriais relacionadas. 
	Mediante os autores a dislexia foi dividida em auditiva e visual, com finalidade educacional. Para dislexia auditiva, são observadas dificuldades na diferenciação sonora de letras e palavras compostas, falhas na memorização de padrões de sons, sequências, instruções e histórias. Para dislexia visual, há dificuldade em seguir e reter as sequências visuais. Ocorrem frequentes reversões e inversões de letras, sendo característica da dislexia visual a confusão de letras e palavras.
	Bryant e Bradley definiram para dislexia a apresentação de problemas ao tentar-se ler e escrever, embora haja inteligência, rapidez e atenção nos indivíduos.
A década de 1990 foi ampla em trabalhos que tentavam desvendar os aspectos genéticos envolvidos na dislexia.
ETIOLOGIA
De acordo com estudos, a etiologia do distúrbio deve estar sempre relacionada a dois aspectos isolados, porém complementares: causas genéticas, causas adquiridas e multifatoriais. (ANEXO 1)
Genética: Herança mitocondrial ou poligênica. Trissomias. Repetida amplificação de trinucleotídeo...
Adquirida: Malformação do SNC. Problemas perinatais. Danos ao SNC pós – natal. Oportunidade educacional inadequada.
Multifatorial: Interação entre genética e adquirida.
ESTUDOS ANATOMOPATOLÓGICOS
As diferenças estruturais entre o cérebro das pessoas com dislexia e o das pessoas sem dislexia concentraram-se fundamentalmente no plano temporal. Em leitores normais, o plano esquerdo é caracteristicamente maior que o direito. Em leitores com dislexia, o plano esquerdo é caracteristicamente mais ou menos do mesmo tamanho que o direito.
A descoberta inicial da simetria dos planos esquerdo e direito ou assimetria reversa, em indivíduos com dislexia tem sido confirmada pelas técnicas de medição mais precisa, como a ressonância magnética nuclear. Os neurônios do tecido cerebral dos leitores disléxicos parecem ser menoresque a média, especialmente em algumas áreas do cérebro (exemplo, o tálamo). A diferenciação do tamanho dos neurônios talâmicos pode estar ligada as anormalidades tanto no sistema visual quanto auditivo de indivíduos com dislexia. (ANEXO 2)
CLASSIFICAÇÃO
Alguns autores classificam a dislexia tendo como base testes diagnósticos, fonoaudiológicos, pedagógicos e psicológicos. 
Uma das formas de classificar a dislexia é a que privilegia as percepções e as memórias visual, auditiva e mista, também sendo referidas, por outros autores como, memória auditiva pobre e visual boa, memória auditiva boa e visual pobre ou, ainda, com dificuldades em ambas.
Boder classificou a dislexia em divisões: disfonética, diseidética e mista. A dislexia disfonética observa-se dificuldade para realizar a análise e a síntese das palavras. A diseidética ou também chamada de disguetáltica, ocorre dificuldade para perceber tanto letras, palavras e gestaltes visuais. Na dislexia mista observa-se uma combinação de ambas as formas, resultando em uma situação mais grave.
Colheart dividiu a dislexia em fonológica, superficial e profunda. A dislexia fonológica se dá por dificuldades na via indireta de acesso. A superficial quando as dificuldades ocorrem na via direta de acesso. Dislexia profunda quando ocorrem dificuldades nessas duas vias.
	Há varias possibilidades de classificação para dislexia, assim como também existem várias tentativas para explicar a fisiopatologia da dislexia. Uma dessas tentativas compõe-se de três categorias: a primeira, que pressupõem um déficit fonológico; a segunda, na qual ocorre um déficit na nomeação rápida; e a terceira, que é a teoria do duplo déficit, relaciona a dificuldade na leitura e escrita com as duas situações anteriores, constituindo formas graves de dislexia.
	Outras teorias se baseiam no envolvimento das percepções auditiva e visual, justificando a possibilidade que as dificuldades no processamento auditivo possam levar a dificuldades para perceber rapidamente sons semelhantes. A participação das dificuldades perceptivas ou de memória visual estiveram envolvidas desde o início na fisiopatologia da dislexia, o que pode ser comprovado pelo nome inicial de “cegueira verbal”.
TIPOS DE DISLEXIA
Para classificar os tipos de dislexia, é necessário descrever as duas vias independentes que possibilitam o reconhecimento de uma palavra escrita:
Via léxica ou direta: estabelece conexão direta entre a forma visual da palavra, a pronúncia e o significado na memória lexical. Ocorre com palavras familiares.
Via fonológica, indireta, pré – léxica ou de subpalavras: é um processo de recodificação fonológica que envolve a aplicação de um conjunto de regras de conversão letra – som. Ocorre com palavras desconhecidas.
Em principio, um leitor experiente e fluente deve utilizar independentemente as duas vias. Ao depender exclusivamente de um ou outra, estará sinalizando pouca destreza leitora, o que poderá ou não fazer parte de um quadro de dislexia.
O Modelo Dual apresenta, de forma objetiva, o percurso das rotas lexicais (ANEXO 3), a partir dele é possível classificar a dislexia em três tipos:
Dislexia fonológica (sublexical ou disfonética) – Caracterizada por uma dificuldade seletiva para operar a rota fonológica durante a leitura, apresentando, não obstante, um funcionamento aceitável na rota lexical; com frequência os problemas residem no conversor fonema – grafema e/ou no momento de juntar os sons parciais em uma palavra completa. As dificuldades fundamentais residem na leitura de palavras não familiares, sílabas sem sentido ou pseudopalavras, mostrando melhor desempenho na leitura de palavras já familiarizadas. Encontra – se dificuldade em tarefas de memória e consciência fonológica.
Dislexia lexical (de superfície) – As dificuldades residem na operação da rota lexical, afetando fortemente a leituras das palavras irregulares. Nesses casos, os disléxicos leem lentamente, vacilando e errando com frequência, pois ficam escravos da rota fonológica, diante disso, os erros habituais são silabações, repetições e retificações. Em leituras rápidas cometem substituições e lexicalizações.
Dislexia mista – Os disléxicos apresentam problemas para operar tanto com a rota fonológica quanto com a lexical, sendo assim, a forma mais grave de dislexia.
QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Comumente relatado pela família queixas relativa às dificuldades para alfabetização, dito como desinteresse pela leitura e/ou escrita. 
Em casos mais leves, onde escolas, diante sua metodologia, suportam falhas nos primeiros anos, o aluno apresenta dificuldades, já não mais consideradas a partir do 3º ano do Ensino Fundamental. 
Deve ser questionado aos pais sobe o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e sobre antecedentes mórbidos. Cabe também investigar sobre o desenvolvimento da linguagem oral devido ao papel da disfasia de uma evolução na gênese da dislexia. 
Geralmente, e um exame neurológico tradicional terá resultados normais, entretanto, em um exame neurológico evolutivo é possível observar alterações na lateralidade, comprometendo a inversão de letras ou sílabas durante a escrita ou leitura, noção de esquema corporal, noções de espaço e tempo, geralmente causadoras das deformações na escrita. 
O PROCESSO DIAGNÓSTICO DA DISLEXIA
Entre as décadas de 1950 e 1990, pesquisadores interessados em buscar a etiologia e compreender o distúrbio específico da leitura e o distúrbio da aprendizagem associaram instrumentos de diagnósticos psicológicos e neurológicos que pudessem fornecer dados intelectuais e do desenvolvimento em crianças com esse problema. Esses estudos referiram que, para determinar o diagnóstico dos distúrbios era importante:
Determinar o nível funcional de leitura: visar à compreensão do texto lido.
Determinar potencial e capacidade de leitura: verificar a capacidade de realizar diferentes tarefas de leitura correlacionando-as com nível cognitivo.
Determinar a extensão da deficiência da leitura: verificar se o nível funcional de leitura da criança está dois ou mais anos abaixo do esperado em relação à idade e escolaridade.
Determinar deficiências específicas na habilidade da leitura: determinada pela comparação estre o esperado para idade e escolaridade e o obtido pela criança.
Determinar disfunção neuropsicológica: verificar o comportamento e os resultados qualitativos de testes e provas envolvendo atenção, organização, percepção, memória e integração sensorial.
As principais características do quadro de dislexia, quando encaminhado ao diagnóstico, são apontadas pelo professor em sala de aula, frente as dificuldades de uma criança:
Confusão de letras com pequenas diferenças na grafia: e – c, i – j, u – v.
Confusão entre letras com diferente orientação espacial: b – d, b – p, d – p.
Inversões
Substituições.
Adição, subtração, repetição de sílabas, palavras e frases.
Leitura e escrita com espelho.
Dificuldade na decodificação.
Os sinais mais característicos do quadro de dislexia no diagnóstico referem-se a imaturidade fonológica, dificuldade de realizar rimas após os quatro anos, confusão em relações temporoespaciais, esquema corporal e lateralidade, dificuldade em realizar provas de consciência fonológica, dificuldade de aprender a correspondência letra – som. 
TRATAMENTO
O tratamento está centrado na reeducação da linguagem escrita, abordando todos os aspectos envolvidos. O profissional de Fonoaudiologia ou Psicopedagogia, treinado para trabalhar com transtorno específico de linguagem escrita, parte de um diagnóstico completo, necessário para que seja feito um planejamento, para cada etapa, seguindo uma cronologia adequada.
Segundo a International Dyslexia Society, na dislexia deve ser sempre observado que as diferenças são pessoais, o diagnóstico é clínico, o entendimento é científico e o tratamento é educacional.
Tanto o diagnóstico como o tratamento podem ter características multidisciplinares, principalmente interdisciplinares, porque só dessa forma poderãoser abordadas, e encaradas de maneira uniforme. 
DISLEXIA: VISÃO FONOAUDIOLOGICA E PSICOPEDAGOGICA
O termo dislexia está reservado ao nível grave dos transtornos de aprendizagem. 
Atualmente parece haver um consenso na comunidade cientifica e na prática clínica que as características a seguir relacionam-se à dislexia do desenvolvimento. Portanto: 
É um transtorno específico das operações implicadas no reconhecimento das palavras (precisão e rapidez) que compromete, em maior ou menor grau, a compreensão da leitura. As habilidades de escrita ortográfica e de produção textual também estão gravemente comprometidas.
É um problema persistente até a vida adulta (com atenuações), mesmo com tratamento adequado, o que torna o prognóstico reservado. 
Está presente desde os primeiros anos de escolaridade. Nos casos em que surgir mais tarde e em decorrência de uma lesão cerebral, configura-se uma dislexia adquirida.
É um distúrbio com evidências genéticas que surge por estar associado a diferenças funcionais no hemisfério esquerdo.
É diagnosticada em indivíduos com capacidade intelectual normal. 
Ocorre em sujeitos que têm visão e audição normal ou corrigida e que não são portadores de problemas psíquicos ou neurológicos graves que possam justificar, por si só, as dificuldades escolares.
Pode estar presente mesmo em indivíduos que tiveram escolarização adequada, ou seja, não trocaram de escola mais de duas vezes nos três primeiros anos escolares. 
Supõe, como déficit primário, inabilidades do processamento fonológico e da memória. O comprometimento da linguagem dos disléxicos é específico no processamento fonológico. A falta de sensibilidade fonológica inibe a aprendizagem inibe a aprendizagem de padrões de codificação alfabética subjacente ao reconhecimento fluente de palavras. Os problemas nas representações fonológicas tem como consequência a limitação da capacidade de armazenar informações verbais na memoria de curto prazo. Os disléxicos demonstram deficiência para mapear sequências de fonemas e letras de palavras e dificuldades de nomeação.
Os disléxicos não diferem qualitativamente dos sujeitos normo-leitores;
Requer um tratamento que envolve um processo lento, laborioso com as habilidades nucleares envolvidas na leitura;
Necessita de uma equipe multidisciplinar para o seu diagnóstico e tratamento.
11. O PAPEL DA LINGUAGEM NA AQUISIÇÃO DA LEITURA E ESCRITA: MANIFESTAÇÕES LINGUÍSTICAS NAS DIFERENTES FASES DA VIDA DO DISLÉXICO
	Considerando a dislexia um transtorno linguístico e a sua característica de persistência dos problemas da infância à vida adulta, é possível que se descrevam manifestações nas diferentes fases, traçando o caminho do desenvolvimento da linguagem.
Na Educação Infantil (0 a 6 anos) observa-se:
Certa lentidão no desenvolvimento das habilidades da fala e linguagem expressiva, atrasando a aquisição dos fonemas e a automatização de uma fala semelhante ao padrão dos adultos;
Dificuldade em tarefas que exijam habilidades fonológicas, tais como dividir uma palavra em pedaços e brincar com rimas;
Dificuldade para conhecer as letras e evocar palavras.
No período escolar observa-se:
Desempenho inferior nas tarefas de habilidades fonológicas;
Déficits na nomeação rápida;
Dificuldades em aprender a ler e a escrever;
Memória verbal de curto prazo deficiente;
Dificuldade de aprender sequências comuns (dias da semana, meses);
Dificuldades em língua estrangeira;
Dificuldades na matemática durante tentativa de interpretar o problema lido.
Na fase adulta:
Tendência de leitura lenta, embora alguns sejam capazes de ler corretamente;
Dificuldade com ortografia e a produção textual;
12. AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA DO DISLÉXICO
	Tanto o fonoaudiólogo quando o psicopedagogo podem avaliar a linguagem escrita do disléxico, desde que relacionem os conhecimentos de aquisição da leitura, escrita e habilidades fonológicas. Os procedimentos a seguir são básicos:
Anamnese com pais ou cuidadores: tem por finalidade obter informações sobre a história da criança, verificar se a experiência educativa foi normal, descartar problemas educativos ou visuais, bem como examinar problemas semelhantes em familiares;
Testes de leitura: a aplicação de um teste de decodificação de sílabas complexas, palavras e pseudopalavras tem a finalidade de revelar o uso das vias de reconhecimento, a velocidade, a presença de substituições, omissões, inversões, transposições, adições e retificações.
Testes de escrita: aplicação de ditado balanceado e padronizado e um ditado de texto, acompanhado de análise dos erros propõe-se a avaliar a escrita. É útil a análise de uma cópia de texto para observar distância texto-olhos, porções copiadas, velocidade, tipos de erros, qualidade do grafismo, postura, etc.
Habilidades metafonológicas: teste de consciência fonológica que busca analisar habilidades de síntese, segmentação, identificação, omissão, acréscimo, transposição de sílabas, fonemas e unidades intrassilábicas, entre outras.
Outros: há necessidade de testes referentes a habilidades de seriação, memória, fluência verbal, processamento auditivo, bem como análise minuciosa do material escolar e das fichas de avaliação, desde o início da vida escolar.
13. FATORES PREDITIVOS DE DISLEXIA: EVIDÊNCIAS NA SALA DE AULA
O aluno disléxico apresenta características peculiares em casa etapa escolar. Na educação infantil, é possível observar fatores preditivos de prováveis futuros quadros disléxicos: dificuldade (atraso) na aquisição da linguagem oral; dificuldade de memória fonológica; dificuldade em nomear pessoas, cores, objetos e figuras geométricas e desinteresse por letras. Essas características aliadas a investigação de fatores genéticos, são evidencias claras e merecedoras de investigação e estimulação imediata. 
No primeiro ano do ensino fundamental é possível observar um distanciamento radical entre colegas que aproveitam do processo de leitura e escrita e o possível aluno disléxico: os colegas armazenam palavras, fazem associações, descobrem semelhanças e diferenças entre as palavras e tem prazer com essas atividades. Já o aluno com possíveis características disléxicas não reconhece vogais com facilidade, apresenta interesse restrito em na produção gráfica, se esquiva em mostrar o que aprendeu (porque possivelmente não o tenha aprendido).
No segundo ano, as diferenças se polarizam: alunos não aprenderam a leitura durante o primeiro ano, porém não disléxicos, começam a processar mecanismos de leitura e escrita. A leitura se faz de forma silábica, mas demonstram querer saber o que se está escrito. O aluno possivelmente disléxico substitui ou omite partes da palavra de tal modo que fique sem significado. Nessa etapa a influência da dificuldade gnósica também passa a manifestar-se na matemática: conceitos como “dúzia” e “dezena” são indecifráveis. Trata-se mais de uma dificuldade linguística do que de cálculo matemático. 
No terceiro ano, o aluno com potencial disléxico ainda se embaralha com a diferença do O e A, p,q,d e b. Até o terceiro ano se usa a hipótese diagnóstica, o diagnostico só poderá ser feito a partir do terceiro ano do ensino fundamental (entre 8 e 10 anos de idade). Essa é a melhor fase para diagnóstico, pois se considera que atrasos de linguagem sofrem correção espontânea e que estratégias de compensação ainda estão estruturadas. O diagnóstico será elaborado por equipe multidisciplinar, liderada por neuropediatra, fonoaudiólogos e psicopedagogos, especialistas que possuem a tarefa de interferir terapeuticamente no processo de aprendizagem da leitura e escrita. Os professores possuem papel importante no diagnóstico de dislexia, pois proporcionam informações valiosas na organização de evidências para um diagnóstico. Os pais também irão trazer informações sobre a probabilidade de estruturas genéticas, além de toda a observação da tarefa domiciliar que envolve a aprendizagem da criança. 
14. CURIOSIDADES SOBRE O TRANSTORNO ESPECÍFICO DE APRENDIZAGEM – DISLEXIA
Existe umabase neurocognitiva universal para a dislexia. Sendo o défice primário da dislexia um défice nas representações fonológicas e manifesta-se em todas as línguas. As diferenças de competência leitora entre os disléxicos devem-se, em parte, à transparência, ou opacidade, das diferentes ortografias. Nas línguas mais transparentes, em que a correspondência grafema-fonema é mais regular, como o Italiano e o Finlandês, são cometidos menos erros. Nas línguas opacas, em que existem muitas irregularidades na correspondência grafema↔fonema, como a língua inglesa, são cometidos mais erros. A língua portuguesa é uma língua semi-transparente, sendo mais transparente a nível das correspondências grafema↔fonema dos que nas correspondências fonema-grafema, ler é mais fácil do que ortografar.
A dislexia está presente no cotidiano de várias pessoas, pessoa que pouco se pode imaginar que possuem o transtorno especifico de aprendizagem, como o físico Albert Einstein e o pintor Vincent van Gogh, o que nos mostra que a dislexia não influencia na capacidade de inteligência ou criatividade do indivíduo. 
15. CONCLUSÃO
Conclui-se com o presente trabalho que o Transtorno Específico de Aprendizagem, comumente chamado de dislexia. Percebeu-se a importância de se ter o conhecimento da dislexia e as suas manifestações.
	A descoberta, assim como o início do tratamento e a intervenção correta é primordial para que a criança disléxica seja atendida precocemente, evitando assim, transtornos emocionais e comportamentais. 
16. ANEXOS
ANEXO 1
ANEXO 2 
ANEXO 3 
17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROTTA, Newra Tellechea; OHLWEILER, Lygia; RIESGO, Rudimar dos Santos. Transtornos da Aprendizagem – Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. RS, Ed. Artmed, 2006.
BRASIL, Dislexia. Definição de Dislexia segundo a OMS. Disponível em:>http://www.dislexiabrasil.com.br/Definicoes.aspx>.Acesso em 25 jun. 2017
ALTREIDER, Asta. Dislexia: varlendo contra o vento (cap. 14). ROTTA, Newra Tellechea; FILHO, César Augusto Bridi; BRIDI, Fabiane Romano de Souza. Neurologia e Aprendizagem – Abordagem Multidisciplinar. RS, Ed. Artmed, 2016.

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