Buscar

O CORPO NA IDADE MÉDIA E A NEGAÇÃO DO CORPO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O CORPO NA IDADE MÉDIA E A NEGAÇÃO DO CORPO
 A cultura da Idade Média, segundo o que era regido e doutrinado pelo cristianismo, demonstrava nojo e vergonha pelo corpo. O materialismo corporal tinha que ser visto como algo flagelativo, pesado e que merecesse punições, sendo elas físicas ou até mesmo psicológicas. Nesse período histórico, o corpo era visto como algo perigoso, em especial o feminino, pois era visto como um “lugar de tentações”. Teólogos da época acreditavam e afirmavam fielmente que as mulheres tinham pacto ou convivência com o demônio, porque Eva havia nascido de uma costela torta de Adão, e as mesmas também eram tidas por bruxas, prostitutas ou santas, dependendo da valorização que dessem aos seus corpos.
 Negar ao próprio corpo tinha um significado forte na anulação do que era belo e glorioso emergente ao cristianismo, pois no regime da cristandade cabia desqualificar a materialidade corporal, decretando morte ao corpo e preconizando vida à alma. Tudo o que possuía vínculo espiritual estava imune aos impulsos da carne. O ser humano se despia de corporeidade porque o corpo pesava. Já a alma, ao contrário, despida de vestimentas, era altamente valorizada e exaltada, pois não era mortal e muito menos fonte de pecado, caso fosse interligada a Deus.
 O corpo era considerado impuro e a nudez intolerável. O nu era visto como a pureza da criação humana no Éden, mas por outro lado a exibição desse mesmo corpo nu era castigada por despertar a atração e a luxúria. Com o avançar dos tempos e já no Iluminismo, o homem pôde encontrar seu lugar na natureza, que era fruto de sua corporeidade e racionalidade. Porém essa mesma “naturalidade” trazia consigo algumas consequências, tais como: imposição de limites, de desejos não satisfeitos, de perdas não recuperadas, entre outras... “Natural” na Idade Média seria vivenciar as dores da alma, a luta pela sobrevivência e as angústias de ser um humano. Decretou-se então a morte de Deus para que se afirmasse a prevalência do homem.

Continue navegando