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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP KÁLLITA RAQUEL MARTINS GUIMARÃES DIREITO ADMINISTRATIVO GOIÂNIA 2017 KÁLLITA RAQUEL MARTINS GUIMARÃES – RA: C70HEF-1 DIREITO ADMINISTRATIVO Trabalho acadêmico para obtenção da nota parcial da disciplina de Direito Administrativo do 5° período do curso de graduação em Direito apresentado á Universidade Paulista – UNIP. Professora: Paula Ramos Nora GOIÂNIA 2017 1- Explique a diferença entre Consórcio administrativo e convênio, no que se refere à matéria de contratos administrativos de serviço publico. Os Convênios são acordos celebrados para atingir os objetivos de interesses comum, entre entidades estatais de diferentes espécies ou entre entidades ou órgãos públicos e entidades privadas firmados por entidades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos partícipes. Os consórcios são aqueles acordos celebrados entre entidades estatais da mesma espécie ou do mesmo nível, destinando-se a alcançar os interesses comum. São acordos firmados entre as entidades estatais, como as autárquicas, fundacionais ou paraestatais, sempre da mesma espécie, para realização de objetivos de interesse comum dos partícipes. 2- No que se refere às concessões de serviço publico, explique o que são as parceiras publico privadas e o significado de concessão patrocinada e concessão administrativa. A parceira publica privada e um contrato de prestação de obras ou serviços não inferior a 20 milhões, com duração mínima de cinco anos e Maximo de trinta e cinco anos, firmado entre empresa privada e o governo federal, estadual ou municipal. Difere ainda da lei de concessão comum pela forma de remuneração do parceiro privado. As concessões patrocinadas estão expostas no §1º. "Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado." Já no §2º da lei diz que a "Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.”. 3 - Considerando o uso de bem publico, explique os significados, comparando: A - Uso normal e uso anormal Normal: se dá quando esse bem é utilizado de acordo com a sua finalidade principal, se tenho um bem que se presta para determinada finalidade e ele estiver sendo usado em função dessa finalidade, se diz que seu uso é normal. Ex.: tenho uma rua, que se classifica como de uso comum do povo, enquanto ela estiver sendo usada para circulação de pessoas, carros, como a 25 de março, se diz que seu uso é normal. Tem-se um uso normal, ele também pode ser anormal. Anormal: quando ele não é utilizado conforme sua finalidade principal, e sim é usado para finalidades acessórias, para atividades que são complementares. Ex.: uma rua que é fechada em determinado período do ano ou do dia em função de uma festa popular, como a Festa de Navegantes que se fecha a rua para a procissão, ou quando se interrompe a rua em sete de setembro em função do desfile militar, ou em 20 de setembro para o desfile farroupilha. O bem não está sendo usado conforme sua finalidade principal. Pode ocorrer, mas não a ponto de inviabilizar o uso principal do bem, tipo, não posso fechar uma rua por muito tempo, não posso fazer do normal o anormal. B - Uso comum e uso especial Bens de uso comum do povo: destinados à utilização geral pelos indivíduos, em igualdade de condições, independentemente do consentimento individualizado por parte do Poder Público. Ex.: ruas, praças, logradouros públicos, estradas etc. Em regra, são colocados à disposição gratuitamente. Contudo, nada impede que venha a ser exigida uma contraprestação (remuneração) por parte da Administração, como no caso dos pedágios. Ainda que destinados à população em geral, estão sujeitos ao poder de polícia, visando à regulamentação, à fiscalização e à aplicação de medidas coercitivas em prol à conservação da coisa pública e à proteção do usuário. Bens de uso especial: visam à execução dos serviços administrativos e dos serviços públicos em geral; utilizados pela Administração. Ex.: repartições públicas, escolas, universidades, hospitais, aeroportos, veículos oficiais etc. C - Uso comum e uso privativo O uso privativo, também denominado de uso especial privativo, consiste no direito de utilização de bens públicos conferido pela Administração a determinadas pessoas, mediante instrumento jurídico específico para tal escopo. Nesta senda, é possível a transmissão da outorga a pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, inexistindo qualquer impeditivo no que se refere ao usuário do bem. Noutro viés, em razão da natureza do uso, o conteúdo da outorga é maciçamente variável, e isso se dá em razão das próprias variações das situações que as ensejam. Com efeito, insta evidenciar que os instrumentos utilizados para o uso privativo incidem, de maneira exclusiva, sobre bens públicos, independente de sua natureza. Consequentemente, são impróprios para formalizar a utilização de bens privados, mesmo que aludidos bens pertençam a pessoas administrativas. Considera-se como bem de uso comum, do povo todo aquele que se reconhece à coletividade em geral sobre os bens públicos, sem discriminação de usuários ou ordem especial para sua fruição. Trata-se do uso feito pelo povo em relação às ruas e logradouros públicos, dos rios navegáveis, do mar e das praias naturais. “Esse uso comum não exige qualquer qualificação ou consentimento especial, nem admite frequência limitada ou remunerada, pois isto importaria atentado ao direito subjetivo público do indivíduo de fruir os bens de uso comum do povo sem qualquer limitação individual”. Para esse uso são admitidas tão somente regulamentações gerais de ordem pública, cujo escopo seja promover a preservação da segurança, da higiene, da saúde, da moral e dos bons costumes, sem que haja particularizações de pessoas ou mesmo categorias sociais. 04. Faça um comparativo entre os significados dos seguintes institutos de intervenção na propriedade privada: A) requisição administrativa e ocupação temporária Maria Sylvia Di Pietro " a requisição administrativa pode se apresentar sob diferentes modalidades, incidindo ora sobre bens, móveis ou imóveis, ora sobre serviços, identificando-se às vezes, com a ocupação temporária e assemelhando, em outras, à desapropriação; é forma de limitação de propriedade privada e intervenção estatal no domínio econômico; justificando- se em tempo de paz e em tempo de guerra". Ocupação temporária é a forma de intervenção pela qual o Poder Público usa transitoriamente imóveis privados, como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos. Hely Lopes (apud Alexandrino, 2013, p. 1013) conceitua: “ocupação temporária ou provisória é a utilidade transitória, remunerada ou gratuita, de bens particulares pelo Poder Público, para a execução de obras, serviços ou atividadespúblicas ou de interesse público”. B) servidão administrativa e limitações administrativas Servidão administrativa É ônus real de uso imposto pela Administração à propriedade particular para assegurar a realização e conservação de obras e serviços públicos ou de utilidade pública, mediante indenização dos prejuízos efetivamente suportados pelo proprietário. As limitações administrativas são Toda imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem pública condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências de bem-estar social. Provêm do poder da polícia da Administração e exteriorizam-se sob modalidades, entre elas: Positiva (o fazer– fica obrigado a realizar o que a Administração impõe); Negativa (o não fazer– abster-se do que lhe é vetado); Ou permissiva (o permitir fazer– permitir algo em sua propriedade). C) Tombamento e Desapropriação O tombamento o Estado interfere na propriedade privada para resguardar o patrimônio cultural brasileiro (de ordem histórica, artística, arqueológica, cultural, científica, turística e paisagística). Diante do art. 216, § 1º da CF: § 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. A desapropriação e a transferência compulsória de propriedade particular (ou pública de entidade de grau inferior para a superior) para o Poder Público ou seus delegados, por utilidade ou necessidade pública ou, ainda, por interesse social, mediante prévia e justa indenização em dinheiro (CF, art. 5º, XXIV), salvo as exceções constitucionais de pagamento em títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, no caso de área urbana não edificada, subutilizada ou não utilizada (CF, art. 182 §4º, III), e de pagamento em títulos da dívida agrária no caso de reforma agrária, por interesse social (CF, art. 184). 04. Discorra explicando o procedimento legal que autoriza a alienação de bens públicos (máximo 15 linhas) Os bens públicos podem ser alienados desde que observados os requisitos legais pertinentes. A Lei Geral de Licitações (Lei 8.666/93) disciplina a alienação de bens públicos em seus artigos 17 a 19. Sendo assim, o artigo estabelece os requisitos para alienação de bens públicos desafetados, ou seja, desvinculados de qualquer utilização de interesse público (uma vez que bens públicos afetados são inalienáveis). Primeiramente, deve haver declaração estatal de que há interesse público na alienação. Considerando que a alienação é norma excepcional, essa declaração deve ser devidamente fundamentada. Posteriormente, deve ser feita a avaliação prévia do bem, que servirá de parâmetro para definir o valor da venda. Por fim, deverá ser realizado o prévio procedimento licitatório, nos moldes definidos pela legislação. Em casos de bens imóveis, a alienação depende ainda de autorização legislativa, ou seja, deverá ser expedida uma lei específica que autorize o ato. Em relação aos bens imóveis pertencentes à União, a Lei nº 9.636/98, em seu artigo 23 exige, além dos requisitos previamente estipulados, a autorização do Presidente da República, mediante regulamento.
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