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ATIVIDADE 3 INQUERITO POLICIAL (1)

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QUESTÕES DE PROCESSO PENAL I
1. Conceitue inquérito policial. Qual sua finalidade?
R: É possível conceituar inquérito policial como o conjunto de diligências (atos investigatórios) realizadas pela polícia judiciária (polícias civil e federal), com o objetivo de investigar as infrações penais e colher elementos necessários para que possa ser proposta a ação penal. Sua finalidade terá por fim a apuração das infrações penais da sua autoria, consoante art. 4º do CPP.
2. O inquérito policial é o único instrumento existente para apuração de infrações penais?
R: O Inquérito policial não é o único instrumento existente para apuração de infração penal e, mesmo não sendo obrigatório para propositura da ação penal o inquérito policial serve de base para a maioria das denúncias oferecidas pelo Ministério Público. Assim, mesmo sendo dispensável, este procedimento possui grande importância em nosso ordenamento jurídico, pois, através das provas ali colhidas, que se terá um processo penal.
3. Quem são os destinatários do inquérito policial? Explique.
R: O destinatário imediato do IP é o Ministério Público ou o ofendido, nos casos de ação penal privada, que com ele formam a sua “opinio delicti” para a propositura da denúncia ou queixa, respectivamente. O destinatário mediato é o juiz, que nele pode encontrar elementos para julgar. 
4. Diferencie polícia judiciária de policial administrativa.
R: A primeira diferença existente entre a polícia administrativa e a judiciária é o fato de a primeira atuar preventivamente e a segunda repressivamente. Assim, a polícia administrativa teria como objetivo impedir a conduta antissocial ao passo que a judiciária apurar os fatos já ocorridos. Todavia, essa diferenciação carece de precisão, na medida em que a polícia administrativa também exerce atividade repressiva ao impor, por exemplo, multas, advertências e suspender atividades. Por outro lado, a polícia judiciária exerce atividades preventivas, como por exemplo, inibir crimes. há aqueles que sustentam que a principal diferença entre elas está na ocorrência ou não de um ilícito penal. Assim, a polícia administrativa atua na prevenção e repressão do ilícito administrativo ao passo que judiciária age a partir do ilícito penal.
Uma outra diferença apontada pela doutrina está no fato de que a polícia administrativa atua sobre bens, direitos e atividades ao passo que a judiciária somente sobre pessoas.
5. É a polícia judiciária que conduz a investigação quando se tratar de crime praticado por membro do Poder Judiciário? Explique.
R: A Constituição Federal de 1988 determina que uma série de autoridades deva ser processada e julgada criminalmente perante Tribunais, excepcionando a regra segundo a qual o processo deve se iniciar perante Juízes singulares (primeira instância).
Esta regra é comumente designada de prerrogativa de foro, foro privilegiado por prerrogativa de função ou foro privativo. A regra teria sido incluída no texto constitucional em virtude das implicações que processos desta natureza possam ter. Assim, a prerrogativa de foro para membros do poder judiciário determina que estas autoridades públicas só podem ser processadas e julgadas perante órgãos colegiados (Tribunais), geralmente compostos de magistrados mais experientes.
6. No que consiste a obrigatoriedade do inquérito policial?
R: Pelo princípio da obrigatoriedade a Autoridade Policial é obrigada a instaurar o Inquérito Policial e o Ministério Público a promover a ação penal, em se tratando de ação pública incondicionada (art. 5º, 6º e 24 do CPP) ou ação pública condicionada a representação ou requisição do Ministro da Justiça, quando presentes, respectivamente, a representação e requisição.  
7. O que é oficiosidade no tocante ao inquérito policial?
R: O inquérito policial não precisa de provocação para ser iniciado, e sua instauração e obrigatória. Até o advento da Lei n. 8.862/94 cabia à autoridade policial julgando discricionariamente a possibilidade e a conveniência, iniciar ou não o inquérito policial. O inquérito policial é uma atividade investigatória feita por órgãos oficiais, não podendo ficar a cargo de particulares. E é presidido pela autoridade pública, no caso a autoridade policial.
8. Por que se diz que o inquérito policial é inquisitivo?
R: Há outros doutrinadores, que defendem que o inquérito continua a ser um procedimento inquisitivo pois, além de haver certa discricionariedade da autoridade policial - discricionariedade essa, limitada pela legalidade e garantidora da integridade do investigado, resguardando o seu estado de inocência – há também a impossibilidade de que um vício da peça informativa, que é o inquérito policial, venha a corromper o processo judicial.
9. Inquérito policial admite contraditório? Explique.
R: O contraditório em sede de inquérito policial não é aplicável, como bem esclarece Paulo Rangel, “o caráter inquisitivo do inquérito faz com que seja impossível dar ao investigado o direito de defesa, pois ele não está sendo acusado de nada, mas, sim, sendo objeto de uma pesquisa feita pela autoridade policial.” 
10. O que é a indisponibilidade do inquérito policial?
R: Uma vez instaurado o Inquérito, não pode este ser paralisado indefinidamente ou arquivado. É defeso à autoridade policial determinar o arquivamento do Inquérito. Sendo que a lei prevê prazo para a conclusão do mesmo. 
11. Por que o inquérito policial deve ser, necessariamente, escrito?
R: Conforme o artigo 9º, do CPP, “Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade”.
12. No que consiste o sigilo do inquérito policial? Pode ser aplicado ao membro do Ministério Público ou ao juiz? E ao advogado? Explique.
R: A autoridade assegurará no inquérito policial o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. O direito genérico de obter informações dos órgãos públicos, assegurado no art.5º, XXXIII, da Constituição Federal, pode sofrer limitações por imperativos ditados pela segurança da sociedade e do Estado, como salienta o próprio texto normativo, em sua parte final.
Não é demais afirmar, ainda, que, o sigilo no inquérito policial deverá ser observado como forma de garantia da intimidade do investigado, resguardando-se, assim, seu estado de inocência. Na fase do inquérito não vigora o princípio da publicidade, como ocorre na fase processual. O sigilo deverá ser oponível a terceiros estranhos à lide, isso evita que se tenha conhecimento acerca de dados importantes do inquérito, não devendo aplicar tal sigilo aos membros do Ministério Público e nem ao Magistrado. No que se referem à atuação do advogado, estes possuem o Direito de consultar o inquérito policial, tomando os devidos apontamentos, pois a ele o sigilo não é aplicado, como especifica o artigo 7°, inciso XIV da Lei n°. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia).
13. Por que se diz que o inquérito policial é dispensável?
R: O inquérito policial não é, a rigor, indispensável para a propositura da ação penal. Nesse sentido, Fernando Capez ensina que “inquérito policial não é fase obrigatória da persecução penal, podendo ser dispensado caso o Ministério Público ou o ofendido já disponha de suficientes elementos para a propositura da ação penal”. O próprio Código de Processo Penal, em vários dispositivos, atesta a dispensabilidade do inquérito policial.
14. Qual o valor das provas produzidas na fase de inquérito policial? Tais provas devem ser reproduzidas em juízo? Explique.
R: Fauzi Hassan Choukr nos ensina que é possível desmembrar em momentos o inquérito policial, o qual, durante seu transcurso, teria duas ordens de elementos informativos produzidos: uma de cunho perecível e a outra de caráter perene. Assim, a distinção proposta coloca entre as primeiras os elementos informativos cautelares, onde, se encontram, por exemplo, as perícias médicas, os laudos de constatação, os exames periciais em documentos, grafias, local do delito e outrosanálogos. Do outro lado, encontram-se aqueles informes de investigação que, pela sua característica podem ser repetidos em juízo. Nessa categoria encontram-se, basicamente, as informações subjetivas, ou seja, declarações prestadas por vítimas e testemunhas, estas presenciais ou referenciais aos fatos operados.”
A cerne da questão está justamente na possibilidade de se utilizar, em virtude da necessidade e proporcionalidade, esses “elementos informativos de cunho perecível”, ou seja, os colhidos em fase investigativa e que não poderão ser repetidos em juízo, ou até mesmo os outros informes da investigação, desde que ratificadas em juízo, como fundamentação em decisões e sentenças, ainda que não exclusivamente embasados nesses, inobstante não terem sido colhidos sob o crivo do contraditório. Quanto às provas que, quando repetidas em juízo, confirmam o quando colhido no inquérito policial, há de se reconhecer que possuem valor probatório relativo, uma vez que não foram descartadas após seu colhimento, tanto que foram ratificadas em fase posterior, como explica a doutrina que“...no entanto, tem valor probatório, embora relativo, haja vista que os elementos de informação não são colhidos sob a égide do contraditório e da ampla defesa. Assim, a confissão judicial, por exemplo, terá validade como elemento de convicção do juiz apenas se confirmado por outros elementos colhidos durante a instrução processual. Esse entendimento acabou de se tornar letra expressa do art. 155 do CPP, com a redação determinada pela Lei nº 11.690/08” (CAPEZ, 2012, p. 120).
15. Os vícios que eventualmente ocorrerem na fase de inquérito policial atingem a ação penal? Explique.
R: Os vícios eventualmente encontrados no inquérito policial não terão, de maneira alguma, o dom de torná-lo nulo, muito menos a ação penal posterior. Devem ser encarados como meras irregularidades. à Por outro lado, a desobediência a certas formalidades legais poderá acarretar a nulidade do ato em si. Cite-se, como exemplo, o auto de prisão em flagrante e a confissão. 
16. Qual é o prazo para a conclusão do inquérito policial? E quando se tratar de inquérito policial que apura crime de competência da justiça federal?
R: a) Regra Geral: - Indiciado preso: 10 dias (art. 10 do CPP). - Indiciado solto: 30 dias (art. 10 do CPP). b) Regras especiais: à Indiciado preso na Justiça Federal: 15 dias, prorrogável por mais 15 (art. 66 da Lei 5.010/66). à Crimes contra economia popular: preso ou solto, o prazo será de 10 dias (art. 10, §1º da Lei 1.521/51). à Nova Lei de Tóxicos: a lei nº 11.343/2006, instituiu os seguintes prazos (art. 51): - indiciado preso: 30 dias - indiciado solto: 90 dias Obs: Esses prazos poderão ser duplicados pelo juiz, ouvido o MP, mediante pedido justificado da autoridade policial (art. 51, parág. único) à Caso de difícil elucidação: Nos casos de difícil elucidação, estando o indiciado solto, o delegado poderá requerer mais prazo ao juiz para realização de outras diligências (art. 10, §3º). Embora a norma mencione expressamente fatos de “difícil elucidação”, tem sido comum a concessão de prazo para casos mais simples, em razão do número elevado de inquéritos em cada Delegacia de Polícia. à Extensão de prazo e indiciado preso: a norma, ao possibilitar a extensão de prazo para a realização de diligências imprescindíveis, exige que o indciiado esteja solte. Entretanto, mesmo estando o indicado preso, é possível que seja prorrogado o prazo investigatório, mas desde, naturalmente, que aquele seja solto. Ora, se ainda não há elementos para embasar uma ação pena, não há, por via de lógica conseqüência, elementos para manter o indiciado preso (questão de lógica). 
17. O que é “notitia criminis” ?
R: Meio pelo qual a autoridade policial toma conhecimento do fato supostamente criminosos, iniciando as investigações. 
18. O que se entende por “delatio criminis”?
R: Qualquer pessoa do povo que tome conhecimento da ocorrência de um crime de ação pública incondicionada poderá comunicar, por escrito ou verbalmente, o fato a autoridade policial, e essa, depois de verificar sobre a procedência das informações, mandará instaurar o inquérito (art. 5°, § 3° do CPP). 
19. No que consiste a incomunicabilidade? Explique. Foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988?
R: Segundo Fernando da Costa Tourinho Filho, “incomunicabilidade é qualidade de incomunicável. Incomunicável significa: que não tem comunicação, que não deve se comunicar”. Fernando Capez afirma que a incomunicabilidade “destina-se a impedir que a comunicação do preso com terceiros venha a prejudicar a apuração dos fatos, podendo ser imposta quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir”.
A incomunicabilidade do indiciado é uma medida excepcional que requer cautela e formalismo, sob pena de causar grave constrangimento ilegal, uma vez que se trata de uma severa restrição aos direitos individuais fundamentais pertencentes a qualquer pessoa, assegurados na Carta Magna de 1988, como a dignidade humana e a assistência da família ao indivíduo preso (art. 5º, inc.LXIII, da Constituição Federal). Segundo o art. 21 do CPP e seu parágrafo único, a incomunicabilidade do indiciado somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigirem e não excederá de três dias, devendo ser decretada por despacho fundamentado do juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o direito do preso se comunicar com o seu advogado.
O advento da nova ordem constitucional, com a Carta Magna de 1988, causou um verdadeiro impacto na legislação infraconstitucional, principalmente no Código de Processo Penal, uma vez que a Constituição Federal de 1988 é informada pelo princípio de um Estado Democrático de Direito e pelo liberalismo, enquanto a legislação infraconstitucional processual penal (de 1941), devido à conjuntura histórica, é marcada pelos ideais fascistas e pelos princípios de um Estado totalitário. Uma das principais observações apontadas por alguns doutrinadores é o fato de a Constituição Federal prever em seus arts. 5º, inc. LXIII e 136, § 3º, os direitos do preso de ter a assistência da família e de um advogado, e vedar a incomunicabilidade do preso na vigência do estado de defesa.
Assim, por força destes artigos, alguns doutrinadores passaram a defender a tese de que a incomunicabilidade do indiciado, prevista no art. 21 do Código de Processo Penal, não teria sido recepcionada pela Constituição Federal (entre eles: Fernando da Costa Tourinho Filho, Mirabete e Fernando Capez), enquanto outra corrente doutrinária defende a tese que não há qualquer incompatibilidade entre a Constituição Federal e a incomunicabilidade (Damásio de Jesus e Vicente Greco Filho).
20. Como se dá a instauração de inquérito policial quando se tratar de crime de ação penal pública incondicionada? Explique.
R: Nos crimes de ação penal pública incondicionada: pode ser iniciado de ofício pela autoridade policial ou, também, por requisição do MP, do Magistrado ou por requerimento do ofendido (art. 5°, I e II do CPP). 
À Requisição: ressalte-se que tanto o órgão do MP quanto o Magistrado não podem ter suas requisições de abertura de inquérito policial negadas (a não ser que sejam esdrúxulas, absurdas). 
À Requerimento: já em relação ao ofendido, seu requerimento pode ser indeferido pela autoridade policial. Todavia, caberá recurso ao Chefe de Polícia (art. 5°, § 2°). à Conteúdo da requisição/requerimento: Nesse caso, deve o ofendido, em sua petição (art. 5°, §1°): (a) narrar o fato, com todas as circunstâncias; (b) individualizar o indiciado ou descrever seus sinais característicos; (c) apontar as razões pelas quais entende seja o indiciado o autor da infração; e (d) indicar as testemunhas, bem como sua profissão e residência. 
21. Como se dá a instauração de inquérito policial quando se tratar de crime de ação penal pública condicionada? Explique.
R: Nos crimes de ação penal públicacondicionada: o inquérito só poderá ser instaurado se a representação for feita (art. 5°, §4°). No caso da lei condicionar a ação penal pública à requisição do Ministro da Justiça, também nesses casos o inquérito policial só poderá se iniciar quando mencionada requisição for realizada. 
22. O que se entende por requisição do Ministro da Justiça? Está sujeita a prazo? Pode ser retratada?
R: Por um critério de estrita política criminal, o legislador achou por bem conferir o exercício da ação penal, em algumas infrações penais, ao condicionamento de uma autorização. Esta autorização pode ser a requisição do Ministro da Justiça ou a representação do ofendido ou de seu representante legal. A Requisição é uma condição de procedibilidade.
Porém, nesse caso não será cabível à vítima e sim ao Ministro da Justiça. Sendo assim, o Ministério Público só pode oferecer a denúncia, após a requisição do Ministro da Justiça. Ele não poderá, sequer, iniciar o processo sem a requisição. A requisição é um ato com rigor formal. Sendo assim, há certas formalidades a serem observadas, para o oferecimento da requisição. A lei não prevê a possibilidade de retratação, por uma questão política. O Estado não pode voltar atrás em suas decisões, sob pena de enfraquecimento político. Nesse caso, não há qualquer prazo, pois o Ministro da Justiça é um órgão público e a decadência não corre contra órgãos públicos. Sendo assim, o Ministro da Justiça poderá efetuar a requisição a qualquer tempo, desde que (obviamente) o crime ainda não esteja prescrito. Temos um exemplo clássico de crime de ação penal pública condicionada à requisição:
Ex: Artigo 145, Parágrafo Único, Código Penal: Crime contra a honra do Presidente da República.
23. É possível a retratação da representação? Explique.
R: Sim, até o oferecimento da denúncia. Após o oferecimento da denúncia, a representação é irretratável (art. 25 do CPP e art. 102 do CP). Somente é cabível a retratação antes de a denúncia ser oferecida, isto é, antes de ela ser protocolada na Justiça. Quem representou é que pode se retratar. Nota-se que a retratação da representação somente pode acontecer até o oferecimento da denúncia. É até o oferecimento, e não até o recebimento da denúncia.
24. No caso de morte ou declaração de ausência do ofendido e de seu
representante legal, quem poderá oferecer a representação?
R: Segundo o art. 31 do CPP, “No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.”
25. Como se dá a instauração de inquérito policial quando se tratar de crime de ação penal privada?
R: Nos crimes de ação penal privada há a necessidade de requerimento do ofendido ou representante legal para a instauração do mesmo. Com isso, vemos que não é todo crime cabível de interposição de inquérito policial, visto que os requisitos necessários são: a) mediante requerimento da vítima ou de quem legalmente a represente; ou, b) auto de prisão em flagrante, com peculiaridades específicas.

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