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ATIVIDADE 4 AÇÃO PENAL 3º bim

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QUESTÕES
1. Defina ação penal.
R: Discorre Mirabete: A ação é um direito subjetivo processual que surge em razão da existência de um litígio, seja ele civil ou penal. Ante a pretensão satisfeita de que o litígio provém, aquele cuja exigência ficou desatendida propõe a ação, a fim de que o Estado, no exercício da jurisdição, faça justiça, compondo, segundo o direito objetivo, o conflito intersubjetivo de interesses em que a lide se consubstancia. O jus puniendi, ou poder de punir, que é de natureza administrativa, mas de coação indireta diante da limitação da autodefesa estatal, obriga o Estado-Administração, a comparecer perante o Estado-Juiz propondo a ação penal para que seja ele realizado. A ação é, pois, um direito de natureza pública, que pertence ao indivíduo, como pessoa, e ao próprio Estado, enquanto administração, perante os órgãos destinados a tal fim.
2. Cite e explique as características da ação penal?
R: Apresentam-se as seguintes características da ação penal:
• É direito autônomo, não se confundindo com o direito material (penal);
• É direito abstrato, ou seja, independe do resultado final do processo;
• É direito subjetivo, onde o titular deve ou pode exigir do Estado-juiz a prestação jurisdicional devida;
• É direito público, pois provoca um dos Poderes da União, sendo a atividade jurisdicional de natureza pública.
3. Levando-se em conta a qualidade do sujeito que detém a titularidade, quais as espécies de ação penal? Explique.
R: Considerados os sujeitos que têm a prerrogativa de promover a ação penal, podemos dividi-la conforme o art. 100 do Código Penal, em ação penal Pública e Privada. A ação penal se diz pública porque promovida pelo Ministério Público. A ação penal, em regra, é pública, salvo quando a lei a declara expressamente privativa do ofendido (CP, art. 100). O titular da ação penal pública é o Estado executivo representado pelo Ministério Público. A ação penal pública é a promovida pelo Ministério Público, através da denúncia.
A ação penal se diz privada se a sua iniciativa couber ao ofendido ou a quem legalmente o represente. A ação denomina-se privada porque o seu titular passa a ser um particular. O Estado abre mão do direito de agir, ocorrendo uma substituição processual do Ministério Público pelo ofendido, ou seu representante legal. Nas ações privadas não haverá denúncia, sendo o processo iniciado mediante queixa. Quando se fala em ação penal privada é porque a infração ofendeu muito mais a intimidade do ofendido do que a própria sociedade; então, o Estado deixa à conveniência dele (do ofendido) o oferecimento ou não da queixa-crime.
4. Quais as espécies de ação penal pública? Explique cada uma delas.
R: A ação penal pública pode ser dividida em ação incondicionada e condicionada:
• Ação Penal Pública Incondicionada - o MP é o titular para o exercício do direito de ação, a qual independe de manifestação de vontade da vítima. Segundo o art. 24 do CPP: Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. A regra em nosso direito é a de que a lei não leva em conta a vontade da vítima para propor ou não a ação. Desta forma, o promotor diante de um fato descrito como criminoso formando sua opinio delicti, estará obrigado a oferecer a denúncia. Sendo assim, quando o exercício da ação penal não se subordina a qualquer requisito. O Ministério Público, no caso, o Promotor de Justiça, ingressa com a ação e movimenta o processo independentemente de qualquer condição e sem a manifestação da vontade de qualquer pessoa. Pois é a regra em nosso direito. Por exemplo, caso de homicídio, peculato, roubo e outros. Nesses casos, existindo elementos que indiquem a ocorrência de um fato típico e antijurídico e a sua autoria, o MP é obrigado a oferecer a denúncia, iniciando assim, a ação penal. Vimos que vigora o princípio da obrigatoriedade da ação penal, isto é, não fica a ação ao livre arbítrio do órgão acusador. 
• Ação Penal Pública Condicionada - a propositura da ação penal depende da manifestação de vontade do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça, por exemplo, o art. 147 § único do CP (o crime de ameaça somente se procede mediante representação). Sendo assim, a ação penal pública condicionada se subdivide em representação do ofendido e requisição do Ministro de Justiça. A peça inicial da ação penal pública é a denúncia, que deverá conter a exposição do fato criminoso com todas as circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimento pelos quais seja possível identificá-lo, a classificação do delito e o rol de testemunhas. A lei determina, para certos crimes, que o MP só pode agir se houver uma condição de procedibilidade. Ele continua sendo o titular da ação penal, mas, no entanto, necessita de uma condição para ingressar com a ação. Tendo essa condição, o MP continua movimentando o processo normalmente. Na ação penal pública condicionada à representação deve conter o pedido, autorização do ofendido ou de seu representante legal que declarará o desejo de que a persecução penal prossiga. Quando falamos em representação é uma manifestação de vontade da vítima no sentido de autorizar o Ministério Público a mover a ação penal. Ela é essencial até mesmo para a instauração do inquérito. A representação poderá ser feita ao juiz, ao representante do Ministério Público ou do delegado de polícia. É um ato simples, sem formalidade especial, bastando à clara intenção da parte de manifestar o direito de representação. O pedido da representação pode ser verbal ou oral. Mas se for oral, deve ser reduzida a termo. A representação pode ser exercida pessoalmente ou por procurador, com poderes especiais. Se for menor, o direito de representação pode ser exercido pelo representante legal, como tutor, os pais, curador, etc. Deve ser dirigida ao delegado, mas nada impede que seja apresentada diretamente ao MP ou ao juiz.
A natureza jurídica da representação é verdadeiramente uma autorização para o exercício do direito de ação, pois com a representação do ofendido, o MP estará legitimado a ingressar com a persecutio criminis. 
5. Quais são as espécies de ação penal privada? Explique cada uma delas.
R: Ação Penal Privada Propriamente Dita – Esta ocorre quando a lei expressamente diz que: “somente se procede mediante queixa”. O art. 100 § 2° do CP dispõe que a iniciativa nesse caso incumbe à vítima ou ao seu representante legal. Assim, a ação penal privada propriamente dita ou exclusivamente privada, somente pode ser intentada pela vítima ou por representante legal e, de acordo como art. 31 do CPP. Em caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por determinação judicial, o direito de oferecer queixa passará para o cônjuge, ascentente, descendente ou irmão. 
Ação Penal Privada Personalíssima – Neste caso, a ação só pode ser intentada pela vítima, no prazo de 6 meses, contados da data que transitar em julgado a sentença civil que anular o casamento, e, em caso de falecimento antes ou depois do início da ação, não poderá haver substituição processual para a sua propositura ou seu prosseguimento. O direito de ação pode ser exercido, exclusivamente pelo ofendido, não se transmitindo o direito de queixa a seus sucessores. Em caso de falecimento do ofendido ou em sua ausência, ninguém poderá exercer em seu nome o direito de queixa. Dessa forma, a morte do ofendido implicará em extinção da punibilidade do querelado. Em nosso direito existe somente um caso desse tipo de ação, o crime que está previsto no art. 236 do CP, que é o crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento para o casamento: Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraenteenganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. Essa única situação em que falecendo a vítima, extingue-se a punibilidade do agente, uma vez que a lei 11.106 de 2005 excluiu o crime de adultério do ordenamento jurídico. 
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública — É promovida por meio de queixa, quando, embora se trate de crime de ação pública, houver inércia do Promotor de Justiça em oferecer a denúncia conforme o art. 29 do CPP: Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Portanto, esta ação é uma garantia constitucional, prevista no art. 5°, inciso LIX, será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, contra eventuais abusos do órgão de acusação, pela sua inércia. Assim, a ação penal privada subsidiária só tem lugar no caso de inércia do Promotor de justiça, quando o mesmo deveria propor, ou seja, quando ele, no prazo que lhe é concedido para oferecer a denúncia, não a apresenta, não requer diligência e nem pede arquivamento, isto não quer dizer que ultrapassado o prazo o MP não possa mais denunciar, mas sim que também a vítima poderá ingressar com a ação. O prazo para o direito de ação, em se tratando de ação penal privada, conforme o art. 38 do CPP será: Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
6. Praticado um determinado crime, como é possível distinguir a espécie de ação penal cabível?
R: O critério identificador da ação penal pública ou privada é estabelecido pelo Art. 100 do Código Penal ou pela legislação especial e através dele identificamos se a ação é pública incondicionada, condicionada ou privada. Na pública incondicionada, há silêncio da lei. Na pública condicionada, há expressa menção no texto legal, assim como, nas ações privadas.
7. O que se entende por condição de ação? Quais as suas espécies?
R: São as chamadas condições da ação no processo penal brasileiro, as condicionantes do conhecimento e posterior julgamento da pretensão levada ao judiciário, sempre que preenchidos certos requisitos. Assim, fica sujeito à análise dessas condicionantes o conhecimento da lide proposta, através da denúncia, na ação penal pública, ou da queixa-crime, peça de ingresso da ação penal privada. A apreciação do direito material, ou mérito, depende dessas condições de exercício da ação. A Doutrina clássica subdivide as condições da ação em: Interesse de Agir, Legitimidade de Parte e Possibilidade Jurídica do Pedido. Mais modernamente, tem-se incluído entre elas a Justa Causa.
8. O que se entende por condição específica da ação? Cite exemplos.
R: As condições específicas de procedibilidade possuem caráter processual referentes à admissibilidade da persecução penal, sendo fator condicionante do exercício da ação penal. “A doutrina de um modo geral considera as Condições de Procedibilidade condições específicas da ação penal (porque somente exigíveis para determinadas ações), enquanto as demais, comuns a qualquer ação (interesse, legitimidade e possibilidade jurídica), seriam as condições genéricas da ação penal”. (PACELLI, 2007, p. 89)
No Código Penal podem-se encontrar exemplos destas condições específicas, tais como nos artigos 7°, §2°, "a" (entrada do agente no território nacional no caso de crime praticado no exterior); art. 145, parágrafo único (requisição do Ministro da Justiça nos crimes contra a honra praticados em desfavor do Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro); art. 130, §2°, 147, parágrafo único, 151, §4° e outros (representação do ofendido). Segundo Mirabete, as condições específicas de procedibilidade podem atuar sobre a ação, o processo ou sobre o mérito, “dependendo do momento de seu reconhecimento pelo juiz e dos efeitos que a lei lhes der”. Vale ressaltar que a ausência de qualquer uma das condições da ação ou de procedibilidade o juiz, no exercício da função jurisdicional, deixará de apreciar o mérito, declarando o autor carecedor da ação.
9. A quem cabe a titularidade da ação penal pública? Explique e fundamente.
R: É o Ministério Público “dono (dominus litis) da ação penal pública”, sendo quem exerce a pretensão punitiva, promovendo a ação penal pública desde a peça inicial, que é a denúncia, até o final. Como é um órgão do Estado, uno e indivisível, representado por Promotores e Procuradores de Justiça, os membros do Ministério Público podem ser substituídos a qualquer tempo no decorrer do processo, permanecendo inalterada a titularidade da ação, pois que ela é do Órgão Ministerial, do qual os citados Promotores e Procuradores de Justiça são os representantes.
Prevê o Código Processual Penal, em seu art. 27, a hipótese de qualquer pessoa do povo provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação penal pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. Tal se dá quando o Ministério Público, fugindo à regra, não promover a ação penal à vista do inquérito policial.
10. Quais os princípios da ação penal pública?
R: PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU OBRIGATORIEDADE
Dispondo o Ministério Público de elementos mínimos para a propositura da ação penal (prova da materialidade e indícios suficientes de autoria), deverá promovê-la, sem a intervenção de critérios políticos ou de utilidade social. Entende-se que, caso fosse o contrário, estar-se-ia atribuindo o poder de induto ao órgão estatal acusador. Assim, incumbindo ao Ministério Público o exercício da ação penal pública, segundo o princípio da oficialidade, impõe-se também a ele o dever de promover a ação penal, sem critérios de conveniência e oportunidade, com base no princípio da legalidade. O princípio da legalidade está demonstrado no artigo 24, caput, do Código de Processo Penal.
PRINCÍO DA OFICIALIDADE
O princípio da oficialidade consiste no fato de que a iniciativa da ação penal deve partir do Estado e em algumas circunstâncias, mesmo a revelia do próprio ofendido. Esse princípio está ligado diretamente com os princípios da legalidade e da obrigatoriedade. Diante do bem jurídico tutelado, o Estado, para agir, não depende de provocação, agindo por si (“de ofício”). O fundamento desse princípio é o interesse público e a defesa social. A Constituição Federal de 1988 assegura no caput do artigo 5º a segurança a seus cidadãos, sendo considerado um direito individual, cabendo ao Estado promovê-la. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE: Também conhecido como princípio da indesistibilidade, consiste na ideia de que, depois de iniciada ação penal, o Ministério público não pode dispor desta por meio da desistência, afinal a ação visa a defesa de um direito do Estado e não de somente um individuo. A mesma força principiológica também é vista nos recursos já interpostos. Conforme os artigos 42 e 576. Este princípio se encontra fundamentado no artigo 42 e 576 do Código de Processo Pena
11. O que se entende pelo princípio da obrigatoriedade da ação penal pública? Existe alguma mitigação a esse princípio? Explique.
R: Certo é que o princípio da legalidade ou obrigatoriedade não é absoluto. Para que haja ação penal, são necessários os requisitos mínimos ou “pressupostos gerais”. São eles: autoria conhecida, fato típico não atingido por uma causa extintiva da punibilidade e prova da materialidade. Sem esses pressupostos, o parquet não poderiapromover a ação penal.
Em que pese a adoção do sistema da legalidade, verifica-se que, com a vigência da Lei n.º 9.099/95, houve uma mitigação do princípio da obrigatoriedade ou legalidade, já que, nas infrações de menor potencial ofensivo (contravenções penais e crimes cuja pena privativa de liberdade não ultrapasse dois anos) o Ministério Público poderia celebrar transação penal com o autor da infração, propondo-lhe uma pena restritiva de direito ou multa, conforme artigo 61 da Lei n.º 9.099/95. A justificativa para essa possibilidade de transação se dá pelo fato de que o Direito Penal é medida ultima ratio, não devendo se preocupar com condutas ínfimas, sob o aspecto criminal.
12. Proposta a ação penal pública, pode o Ministério Público dela desistir? Explique.
R: No processo penal, o legislador vedou a desistência da ação ou dos recursos pelo Ministério Público porque, como é ele o titular privativo da ação penal pública, se desistisse da ação ou do recurso, estaria aberta a porta para todas as formas de pressões e impunidade, até mesmo ou principalmente nos crimes mais graves, praticados pelas mais altas autoridades ou pelos detentores do poder econômico. E como hoje, na ação penal pública, a legitimação ativa do Ministério Público exclui a de outros (sua legitimação é ―privativa, diz o art. 129, I, da Constituição Federal, e os arts. 42 e 576 do Código de Processo Penal) ninguém poderia sucedê-lo ou substituí-lo diante da desistência acaso efetuada. 
13. No que consiste a intranscendência da ação penal?
R: A intranscendência da ação penal trata-se de um princípio do Direito Processual Penal, conforme ensina Eugênio Pacelli de Oliveira, explicado como a vedação da pretensão da aplicação da sanção penal a quem não seja o autor do fato típico. A referida regra vem a ser a tradução da norma constitucional prevista no artigo quinto, inciso XLV da Constituição Federal de 88, o qual institui garantia individual, no plano do direito material.
Tal princípio também denominado como da pessoalidade ou ainda, da personalidade da pena, preconiza que apenas o condenado poderá responder pelo ato praticado, uma vez que a pena não pode passar da pessoa do condenado. O princípio em questão justifica a extinção da punibilidade em decorrência da morte do agente. Restando claro que em se tratando de pena privativa de liberdade, ocorre a extinção da punibilidade, de modo que mesmo que o condenado falecido tenha deixado vasto patrimônio, a pena de multa não poderá atingi-lo, em função de passar da pessoa do condenado para seus herdeiros. Conclui-se portanto, que estará extinta a punibilidade do agente que venha a falecer, independente da pena aplicada.
14. No que consiste o princípio da oficialidade no tocante a ação penal pública?
R: Consiste na atribuição da legitimidade para a persecução criminal aos órgãos do Estado. Em outras palavras, a apuração das infrações penais fica, em regra, a cargo da polícia investigativa, enquanto que a promoção da ação penal pública incumbe ao Ministério Público, nos exatos termos do art. 129, I, da Constituição Federal. Aplica-se à ação penal pública, tanto na fase pré-processual, quanto na fase processual. Em relação à ação penal de iniciativa privada, vigora apenas para a fase pré-processual, já que prevalece o entendimento de que ao particular, pelo menos em regra, não foram conferidos poderes investigatórios
15. No que consiste a divisibilidade da ação penal pública? Explique.
R: De acordo com o princípio da indivisibilidade, o processo criminal de um obriga ao processo de todos. Há intensa discussão quanto a sua incidência na ação penal pública. Parte da doutrina entende que, à ação penal pública, aplica-se o princípio da indivisibilidade, no sentido de que, havendo elementos probatórios quanto a coautores e partícipes, o Ministério Público está obrigado a oferecer denúncia em relação a todos. É essa a nossa posição. Afinal, se vigora, quanto à ação penal pública, o princípio da obrigatoriedade, não se pode admitir que o Parquet tenha qualquer margem de discricionariedade quanto aos acusados que figurarão no polo passivo da demanda. Se há elementos de informação em face de duas ou mais pessoas, o Ministério Público se vê obrigado a oferecer denúncia contra todos eles.68 Há, conduto, posição em sentido contrário. Parte da doutrina entende que o Ministério Público pode oferecer denúncia contra apenas parte dos coautores e partícipes, sem prejuízo do prosseguimento das investigações quanto aos demais envolvidos.69 Nos Tribunais Superiores, tem prevalecido o entendimento de que, na ação penal pública, vigora o princípio da divisibilidade. Como já se pronunciou o STJ, o princípio da indivisibilidade da ação penal aplica-se tão somente à ação penal privada (CPP, art. 48). Não há nulidade no oferecimento de denúncia contra determinados agentes do crime, desmembrando-se o processo em relação a suposto coautor, a fim de se coligir elementos probatórios hábeis à sua denunciação.70 Entendendo-se que se aplica à ação penal pública o princípio da indivisibilidade, é bom destacar que tal princípio também foi mitigado pela introdução da transação penal e da suspensão condicional do processo pela Lei nº 9.099/95. De fato, supondo-se que três pessoas tenham praticado em concurso de agentes uma infração de menor potencial ofensivo, é possível que, oferecida a proposta de transação penal, apenas uma delas a aceite, hipótese em que o processo criminal terá seguimento normal quanto às demais.

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