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Revisão AV1 História do Direito Brasileiro

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HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO- Sistemas Jurídicos
Seguiu a tradição portuguesa em decorrência da colonização lusitana
FORMAÇÃO DO REINO PORTUGUÊS
A luta contra os mouros que deve ser considerada dentro de um movimento da RECONQUISTA (luta entre cristãos e muçulmanos que haviam invadido a Península Ibérica por volta de 711, durante o expansionismo islâmico).
 A luta contra os castelhanos e leoneses, de cujo reino (o reino de Leão), o Condado Portucalense (posteriormente, Reino de Portugal) se separou em 1139.
Tratado de Zamora (1143) – entre o duque de Portugal (D. Afonso Henriques, Dinastia de Borgonha) e D. Afonso VII, imperador de Leão, determinou a independência do antigo condado, agora, Reino de Portugal. 
Ordenações Reais (João I, Dinastia de Avis¹): diminuir ou acabar com as várias e muitas vezes concorrentes, leis dispersas pelo reino por meio das compilações de leis e atos subsidiados pelo Direito Consuetudinário (costumes), o Direito Romano e o Direito Foralício vigentes em Portugal desde sua formação como uma monarquia independente (séc. XII). O trabalho jurídico só foi concluído em 1446 – quase 50 anos após seu início.
Revolução de Avis (1383-1385): crise de sucessão ao trono, em que Castela reivindicou direitos de ocupar o trono e anexar Portugal a Espanha. João, filho bastardo de D. Pedro I com Teresa Lourenço, mulher do povo, mestre da ordem de Avis, ascendeu ao trono com o apoio da burguesia mercantil.
 Ordenações Reais
	Afonsinas(1446/1521)
	Livro I – Direito Administrativo e Organização Judiciária;
Livro II – Direito Político ou Constitucional;
Livro III - Processo Civil;
Livro IV- direito civil;
Livro V - Direito Criminal e Processual Criminal .
Ordenações reais Nome dado às leis do reino que vigiam em todo o Reino. No entanto, havia dificuldade para aplicação das leis nas colônias.
	Manuelinas (1521)
	Revisão das Afonsinas;
Recompilação das leis extravagantes¹. 
Ordenações da Fazenda.
Direito Penal: penas de fidalgos e plebeus diferenciados; 
Crime de Lesa Majestade; 
Pena de morte; torturas para se obter confissão e como pena.
	Código Sebastiânico (1569)
	Modificações nos livros III e IV; 
Recompilação de novas Leis Extravagantes (Duarte Nunes Leão).
	Filipinas (1603/1803) 
	LIVRO I: Direito Administrativo e Organização Judiciária;
LIVRO II: Fontes de direito, jurisdição e poderes;
LIVRO III: Processo Civil;
LIVRO IV: Direito Civil e Comercial;
LIVRO V: Direito Criminal e Processo Penal.
Afonsinas- Tratavam da proteção dos bens da coroa, da garantia das liberdades individuais, da proibição de abusos por parte de funcionários reais.
Manuelinas- resultado da reunião das ordenações afonsinas e leis extravagantes(é algo fora do comum, singular. Que surge visando solucionar um problema).
Filipinas- Foram códigos legislativos português. Era na verdade ordenações manuelinas com alterações. A pena vai de acordo com a posição social do réu.
Na época das ordenações Manuelinas Portugal ainda não tinha tomado posse do brasil(Período: exportação do pau-brasil). Em 1603 Brasil já estava sendo colonizado e explorado pelos Portugueses. Graças ao açúcar brasileiro, a economia portuguesa se desenvolveu muito.
GOVERNO-GERAL(1549) Objetivos: correção de erros das Capitanias e centralização política e administrativa.
A partir de 1548, o Regimento Geral foi o instrumento por meio do qual o rei reorganizou administrativamente, por um conjunto de leis, o Brasil. O governador-geral foi incumbido de coordenar a defesa da colônia, explorar o sertão, auxiliar as capitanias, que durariam até 1759.
 GOVERNADOR-GERAL 
PROVEDOR-MOR OUVIDOR-MOR CAPITÃO-MOR 
 DONATÁRIOS DAS CAPIT. HEREDITÁRIAS GOVERNADORES DAS CAPIT. DA COROA
					CÂMARAS MUNICIPAIS
Organograma do governo-geral 
As capitanias, ao contrário do que muitas vezes se afirma, não acabaram com a criação do governo-geral.
o 1º governador-geral, atende às preocupações básicas do Estado português relativas à administração de suas terras americanas.
O provedor-mor cuidava das rendas, fiscalizava o tráfego marítimo, fazia inventários e supervisionava a escrituração.
O capitão-mor tinha entre suas atribuições a defesa da costa, o comando da esquadra e a repressão dos nativos rebeldes. No trato com os índios, ficou claro que as tribos receptivas ao contato com os portugueses deveriam ser tratadas como aliadas.
O ouvidor-mor exercia a justiça, observando que, naquela época, as pessoas não eram consideradas iguais perante a lei
GOVERNADOR-GERAL:
coordenar a defesa contra ataques: construir fortes e navios, armar colonos; doar sesmarias; facilitar o estabelecimento de engenhos de cana; montar expedições de exploração da terra; proteger interesses da metrópole sobre o estanco do pau-brasil e impostos; firmar alianças com os índios; auxiliar a catequese evitando a escravização dos índios; doar terras aos índios com vistas a integrar estas populações no sistema produtivo colonial.
ATENÇÃO Detalhe importante é que cada um desses cargos tinha autonomia para, no campo de sua competência, ser a maior autoridade na colônia, respeitando o comando do governador.
ATENÇÃO Apesar dos esforços centralizadores dos governadores, é preciso reconhecer que as distâncias eram grandes entre as capitanias, e o comércio entre elas não tinha grande importância.
RESUMO Vimos os esforços reais para administrar o Brasil, com o mínimo de gasto para a coroa, daí a criação das capitanias. O sistema apresentou problemas e como Portugal decidiu ficar no Brasil, criou o governo-geral, que trouxe para a colônia o aparelho jurídico administrativo de Portugal (vide organograma).
 ENTRADAS E BANDEIRAS
Expedições que, partindo de núcleos de povoamento litorâneos ou próximo da costa, penetravam pelo interior desconhecido a pé ou em canoas, usando caminhos utilizados e indicados pelos indígenas, objetivando encontrar riquezas, metais ou pedras raras.
 Revoltas coloniais
-Revolta de Beckman (MA – 1684)
-Guerra dos Emboabas (1707-1709)
-Guerra dos Mascates (PE – 1709/11)
-Revolta de Felipe dos Santos (1720)
-Conjuração Mineira (1789)
-Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1798)
Beckman- Por que: A pedido dos jesuítas, o governo português proibiu a escravidão indígena, principal mão de obra das lavouras do Maranhão, levando ao uso de mão de obra escrava negra, que seria assegurada pela então criada Companhia do Comércio do Maranhão (1682). Essa Companhia usufruía do monopólio comercial, inflacionou os produtos de abastecimento e não cumpriu com o abastecimento de escravos, causando descontentamento geral da população. Como: Chefiados por Manuel e Thomas Beckman, os colonos se rebelaram, expulsando os jesuítas, abolindo a Companhia e formando um governo, que duraria até quase 1 ano, até que novo governador fosse enviado ao Estado do Maranhão pelo governo Real
Emboabas- Por que: Disputa entre paulistas, primeiros a encontrarem ouro na região, e "forasteiros" pelo monopólio das regiões mineradoras recém-descobertas. Como: A rivalidade levou a um conflito armado no qual os Emboabas venceram por estarem em maior número, possuírem mais armamentos e estarem apoiados por Portugal.
Mascates- Por que: Ascensão comercial do recife transformou este no centro econômico de Pernambuco. Comerciantes do local queriam autonomia política que estava nas mãos dos fazendeiros de Olinda decadentes com a crise do açúcar e, por determinação Real, conseguiram-na, causando a revolta dos olindenses. Como: Os olindenses invadiram Recife e os conflitos duraram até 1710, quando o novo governador foi enviado à Pernambuco, prendendo os revoltosos
Felipe dos Santos- Por que: Revolta contra a rigorosa política fiscal e opressiva tributação. A causa imediata foi a criação das Casas de Fundição onde 20%do ouro extraído era confiscado como imposto à Portugal.Como: Rebeldes fazem suas exigências ao governador, que fingiu aceitá-las até que conseguisse organizar uma ofensiva, reunindo forças militares necessárias.
Conjurações mineira e baiana- De acordo a versão do Dicionarioweb, a inconfidência mais usado conjuração(sublevação) mineira foi um movimento patriótico e de alcance nacional visando à independência do Brasil. No entanto, novas interpretações sobre o movimento têm surgido em estudos acadêmicos mais recentes.
		 
Ouro nas Minas Gerais (1694-1698)
Código das Minas em 1702.
Intendência – administração direta e subordinada à Corte portuguesa.
- Atribuições: policiamento da mineração; fiscalização e direção das explorações; cobrança de impostos; tribunal de 1ª e última instância.
Aumento do fiscalismo e da taxação dos colonos.
Controle sobre o escoamento do ouro e escravos.
Desde a descoberta de ouro na região, no ano de 1695, houve grande deslocamento para o local, resultando no acirramento dos conflitos entre a popula- ção nativa e os migrantes pelo controle de territórios e das minas de extração aurífera, altamente lucrativas.
EXEMPLO Entre as medidas podemos citar: 
• O surgimento da intendência das minas e das casas de fundição; 
• A criação do Quinto(20% do arrecadado) real e da derrama.
				
		Tributos da Intendência das Minas
Casas de Fundição (1720): cobrança do quinto (20% ouro em pó) e uso da casa.
Taxa de Captação dos escravos e do Censo das Indústrias (1735): 17 gramas de ouro por cada escravo e pessoa livre que mineravam.
Cotas Anuais (1751): pagamento mínimo do quinto - 100 arrobas (1.500 quilos) por ano. Valor não pago e acumulativo.
Derrama – intensificação da cobrança dos valores devidos, confisco de bens e objetos de ouro. 
Fintas (derrama paroquial) 
Contribuições (donativos variados).
 Sentença de Tiradentes
Tiradentes: Crime de Lesa-Magestade – Pena de morte para sempre
Penas previstas no Livro V das Ordenações Filipinas.
A morte de Tiradentes foi realizada com requintes de crueldade e violência
Cesare Beccaria: iluminista que preconizou a abolição da pena de morte e da tortura, consideradas como inúteis, ineficazes e desumanas. Sob sua influência, a pena de morte foi abolida, pela primeira vez, no Grão-ducado da Toscana (na Itália).
Constituição Federal de 1988 – Inc. XLVII do Art. 5º: "não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra declarada".
Código Penal Militar, de 1969: prevê que a pena deve ser executada por meio de fuzilamento.
TRANSFERÊNCIA PARA O BRASIL DA FAMÍLIA REAL
1. Expansão Napoleônica 
Napoleão chegou ao poder através do golpe de 18 Brumário, em 1799, que pôs fim à Revolução Francesa . Em 1804, proclamou-se imperador da França.
2. Bloqueio Continental 
Com a Revolução Francesa havia se iniciado uma longa luta entre a França revolucionária e os países absolutistas que se sentiam ameaçados pelo seu exemplo. Com a ascensão de Napoleão, essa luta ganhou um novo impulso. Para fazer face ao poderio britânico, Napoleão decretou o Bloqueio Continental em 1806, fechando o continente europeu à Inglaterra.
3. Vinda da Família Real para o Brasil
A economia portuguesa havia muito se encontrava subordinada à inglesa. Daí a relutância de Portugal em aderir incondicionalmente ao bloqueio. Napoleão resolveu o impasse ordenando a invasão do pequeno reino ibérico. Sem chances de resistir ao ataque, a família real transferiu-se para o Brasil em 1808, sob proteção inglesa. Começou então, no Brasil, o processo que iria desembocar, finalmente, na sua emancipação política. 
RESUMO Como já foi dito, estava em curso no Brasil não apenas uma estada temporária da Corte, circunscrita ao momento em que Portugal estivesse invadido por tropas francesas, mas a execução de um projeto de refundação do Império português a partir das Américas. Transferir-se para o Brasil não foi apenas uma forma de fugir de Napoleão, mas também uma tentativa do Império português de recuperar o esplendor, deslocando a sua sede para a região que já era há muito tempo a mais rica de todo o império: o Brasil.
 Fim do Pacto Colonial
Carta Régia de 1808 - Abertura dos Portos às Nações Amigas: primeiro ato econômico do príncipe no Brasil para atender a demanda direta dos comerciantes locais, levados a presença dele pelo Conde da Ponte, e cumprindo com os favores devidos aos britânicos, abrira os portos no dia 28 de janeiro de 1808 às "nações amigas". Era o tiro de misericórdia disparado pelo próprio Magistrado Maior de Portugal contra uma prática comercial que rendia ao mercador metropolitano lucros ao redor de 150% (Lisboa ficava com 250 libras e cada 100 enviadas para o exterior).
1808 – Alvará: liberação da indústria manufatureira
Tratado de Cooperação e Amizade de 1810: assinado pelo Conde de Linhares e pelo lorde Strangford, compostos por 02 acertos: Aliança e Amizade (11 Art. e 2 decretos - não instalação da Inquisição na América) e Comércio e Navegação (com 34 artigos - 15% produtos britânicos ; 16% portugueses e 24% demais nações). 
 INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Dia do Fico: 
Independência do Brasil
7 de set. de 1822 – Proclamada a independência.
1824 – EUA reconhecem a Independência do Brasil.
1825 – Inglaterra intermedia negociação para Portugal reconhecer a Independência do Brasil e empresta 2 milhões de libras esterlinas para o Brasil indenizar Portugal que, por sua vez, devia os mesmos 2 milhões para a Inglaterra
Forma de governo: monarquia constitucional, hereditária e representativa (artigo 3º.). 
O império teria uma nobreza, mas não uma aristocracia, cujos títulos seriam concedidos pelo imperador, não sendo, todavia, hereditários. 
Poder Executivo e Poder Moderador: exercidos pelo imperador (figura sagrada e inviolável). (C.C. 4)
Poder Moderador (art. 98º. – 101º.) – ‘suprapoder’, apenas exercido pelo imperador assessorado pelo Conselho de Estado¹. Podia dissolver a Câmara dos Deputados e convocar eleições para renová-la; nomear senadores; demitir livremente os ministros, suspender magistrados; sancionar ou vetar as decisões da Câmara e do Senado.
Poder Legislativo: Assembleia Geral (Câmara dos Deputados e Senado - bicameralidade). 
Poder Judiciário (art. 151º. – 164º.): Supremo Tribunal de Justiça, magistrados escolhidos pelo imperador (Constituição de 1988, art. 101º., os ministros do STF são indicados e nomeados pelo presidente da República, após sabatina no Senado).
. Conselho de Estado – vitalícios, nomeados pelo Imperador dentre cidadãos brasileiros com idade mínima de 40 anos, renda não inferior a 800 mil-réis e pessoas de “saber, capacidade e virtude” → “negócios graves e medidas gerais da pública administração” (ex. declaração de guerra e ajustes de pagamentos).
A abdicação de D. Pedro I, reagindo ás pressões vindas principalmente do grupo dos brasileiros, que deram origem aos chamados liberais moderados.
 Confederação do Equador – 1824
Movimento emancipacionista e republicano e popular (PE, RN, CE e PB)
Causas: 
- Forte descontentamento com centralização política imposta por D. Pedro I, presente na Constituição de 1824;
 - Descontentamento com a influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo após a independência;
 - A elite de PE havia escolhido um governador para a província: Manuel Carvalho Pais de Andrade. Porém, em 1824, D.Pedro I indicou um governador de sua confiança para a província: Francisco Paes Barreto. 
Objetivos
Convocação de uma nova Assembleia Constituinte - nova Constituição de caráter liberal;
Diminuir a influência do governo federal nos assuntos políticos regionais;
Acabar com o tráfico de escravos para o Brasil;
Organizar forças de resistências populares contra a repressão do governo central imperial;
Formação de um governo independente na região.
Reação do governo e fim do movimento
 Sob o comando do almirante britânico Thomas Cochrane, as forças militares doimpério atuaram com rapidez e força para colocar fim ao movimento emancipacionista. Um dos principais líderes, Frei Caneca, foi condenado ao fuzilamento. Padre Mororó, outra importante liderança, foi executado a tiros. Outros foram condenados à prisão como foi o caso do jornalista Cipriano Barata. Muitos revoltosos fugiram para o sertão e tentaram manter o movimento vivo, porém o movimento perdeu força no mesmo ano que começou
Guerra da Cisplatina 
Região disputada por Portugal e Espanha desde o final do século XVII
Causas: Oposição da elite de origem espanhola à anexação do território da Cisplatina; não reconhecimento da Independência do Brasil.
TÉRMINO : França e Reino Unido - Convenção Preliminar de Paz (dez. de 1828 no Rio de Janeiro, foi criada a República Oriental do Uruguai). 
Consequências 
Enfraquecimento do poder político de Dom Pedro I;
Prejuízos financeiros (elevação da dívida); 
Questionamentos da população brasileira pela derrota na guerra
 Código Criminal de 1830
Características:
a ideia de proporcionalidade entre o crime e a pena;
a impossibilidade da pena ultrapassar a pessoa do infrator; 
a humanização da pena de morte, sem a tortura;
a proibição das penas cruéis, sem enforcamentos e decapitações, mas persistiu penas como o de degredo, banimento, galés, multas, privação dos direitos políticos, desterro (exílio), previstas pelas Ordenações Filipinas. 
Art. 19 – Influirá também no agravamento ou atenuação da pena a sensibilidade do ofendido (status social).
Crise no I Reinado
Abandono as ideias liberais.
Fracasso militar na Guerra da Cisplatina (1825-1828).
Atritos com a assembléia. 
Relacionamento extraconjugal (1822-1829) com a marquesa de Santos. 
Declínio de seu prestígio e imagem pública.
Dissolução do gabinete – Noite das Garrafadas (13/03/1831).
D. João VI (+ 1826) - D.Pedro IV. Abdicou do trono de Portugal em favor de sua filha de 07 anos, a princesa Maria da Glória.
Período Regencial 
 Regências
Regência Trina Provisória (abril/maio de 1831): Governa de abril a julho, sendo composta pelos senadores José Joaquim Carneiro Campos (restauradores), Nicolau de Campos Vergueiro (liberais moderados) e o brigadeiro Francisco de Lima e Silva (setor mais conservador do Exército) 
Regência Trina Permanente (1831-1834):Eleita em julho de 1831 pela Assembleia Geral. Era composta pelo já integrante da Regência Provisória, Francisco de Lima e Silva, o deputado moderado José da Costa Carvalho e João Bráulio Muniz. 
Objetivo: combater as revoltas. O Ministério da Justiça foi delegado ao padre Diogo Antônio Feijó, que se incumbiu da tarefa de retaliar quaisquer revoltas que ameaçassem a ordem nacional ou não reconhecessem os poderes da nova administração.
	GUARDA NACIONAL (18 de AGOSTO DE 1831) 
-Corpo armado de cidadãos confiáveis com capacidade de reduzir os excessos do governo centralizado e as ameaças das “classes perigosas”.
- Refletiu também a preocupação do governo brasileiro após a abdicação de D. Pedro I e das elites locais com o Exército – esta instituição mostrava-se mal organizada e formada por pessoas que eram mal pagas, insatisfeitas e propensas a se aliarem ao povo, nas rebeliões urbanas.
- OBJETIVOS: manter a ordem no município onde fosse formada, contribuindo tanto para reafirmar o poder das elites locais, como para garantir os interesses do Estado Imperial, através do consenso entre estas elites.
- Composta obrigatoriamente por cidadãos com direito de voto nas eleições primárias que tivessem de 25 a 60 anos e o alistamento obrigatório acabou desfalcando os quadros do Exército.
-Até 1850, os oficiais inferiores da Guarda Nacional eram eleitos pelos integrantes da corporação, em eleição presidida pelo juiz de paz – aos poucos, o estabelecimento de uma hierarquia se sobrepôs ao princípio eletivo e as eleições se tornaram “letra morta” antes mesmo que a lei fosse mudada. 
Lei de 7 de novembro de 1831, a Lei Feijó, conhecida como ‘lei para inglês ver’: determinava que todos os escravos que entrassem no país seriam livres e que quem participasse do contrabando seria severamente punido. 
 Código de Processo Criminal de 29/11/1832 (1841, Reforma
*Restabeleceu a autonomia dos municípios, habilitando-os a exercer atribuições judiciárias e policiais, ao mesmo tempo em que ampliou os poderes dos JUÍZES DE PAZ em relação àquelas atribuições previstas na lei de 1827.
Julgar ações cuja pena máxima não excedesse a cem mil-réis ou seis meses de cadeia.
 Prender criminosos procurados pela Justiça fora de sua jurisdição. 
 Efetuar a formação de culpa e a pronúncia dos acusados, indicar os inspetores de quarteirão e elaborar, juntamente com os párocos locais e o presidente da Câmara Municipal, a lista dos jurados;
 Em casos de urgência podiam convocar a Guarda Nacional e a polícia. 
*Criação do cargo de juiz municipal, escolhido pelo presidente da Província;
* Abolida a pena de morte, embora fosse mantida a pena do açoite;
* Regulação do processo eleitoral e recrutamento da Guarda Nacional. 
	 	 ATO ADICIONAL DE 1834
Promulgado a 12 de agosto de 1834, resultou de um longo processo de debates que se iniciaram na imprensa e nas ruas, tendo como tema o FEDERALISMO, a partir de 1830 e em comissão especial da Câmara dos Deputados a partir de maio de 1831 que foi encarregada de elaborar uma proposta de reformas 
Principais Dispositivos 
Suspensão do exercício do Poder Moderador durante a Regência. 
Supressão do Conselho de Estado.
Substituição da Regência Trina pela Regência Uma - regente eleito para um mandato de 04 anos por voto secreto e direto.
 Criação das Assembléias Provinciais (02 anos) - suas decisões não poderiam ser vetadas pelos Presidentes das Províncias, mas elas não tinham condições de legislar livremente, uma vez que não poderiam prejudicar “as imposições gerais do Estado” (art. 10, § 5º ):
-Fixar e fiscalizar as despesas municipais e das províncias e criar impostos necessários ao atendimento dessas despesas, desde que não prejudicassem as rendas a serem arrecadadas pelo governo central.
-Nomear e demitir funcionários públicos, o que dava aos políticos regionais uma arma significativa tanto para a obtenção de votos em troca de favores, como para a perseguição de inimigos.
 Ato Adicional não implantou uma FEDERAÇÃO, mas descentralizou a administração e concedeu mais autonomia às Províncias com a criação das ASSEMBLÉIAS PROVINCIAIS e com a DIVISÃO DAS RENDAS PÚBLICAS.
 
					 LEI DE TERRAS
TERRAS DE 1850 (Nº 601, de 18 de set. de 1850)
Acesso às terras – doação/sesmarias, pela compra, ocupação e posterior posse de terras devolutas. 
Terras desocupadas – propriedades do Estado e adquiridas mediante compra e venda ou por autorização do rei.
 Ao estabelecer a compra/venda como forma de acesso à propriedade territorial, a Lei de Terras impediu o livre acesso de imigrantes europeus e população livre e liberta do país à propriedade da terra, obrigando-os à venda de sua força de trabalho. A experiência da imigração subvencionada (1880), pela qual Império arcava com os custos de viagem do imigrante, propiciou a ampliação do fluxo de imigrantes e sua continuidade. Estas duas experiências constituiu um conjunto de trabalhadores livres e o abandono da escravidão, sobretudo se considerada as limitações de natureza quantitativa (apenas 750.000 escravos negros em 1888) que a mesma então representava .
	CARTA DE DOAÇÃO= Documento da coroa portuguesa pelo qual fazia a concessão de uma capitania hereditária a um capitão donatário.
	CARTA FORAL= Que fixava os direitos e deveres do capitão donatário e formava a base do estabelecimento das vilas e das cidades. E os privilégios dos donatários.
	SESMARIAS= Que normatizava a distribuição de terras destinadas á produção de alimento, já que os donatários- não possuindo capacidade para cultivar toda a terra recebida levavam dessas a particulares, como objetivo de impulsionar o processo das capitanias.

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