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Procedimento de Observação Clínica Cópia

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1 Bolsista FAPESP (Processo nº 2010/16701-0). Contato: pribenitez@yahoo.com.br
Resumo 
A observação sistemática é um recurso importante para os psicólogos, modificadores do 
comportamento e pesquisadores. É considerada um dos instrumentos mais satisfatórios para a 
obtenção de dados que, entre outras coisas, aumenta a compreensão a respeito do comportamento a 
ser investigado, facilita o levantamento de hipóteses diagnósticas e permite acompanhar o desenrolar 
de uma intervenção e testar a sua eficácia. Apesar disso, é um recurso que pode vir a ser mal utilizado 
tanto em pesquisas aplicadas quanto na prática clínica. O presente capítulo aborda a observação 
e o registro de comportamentos no âmbito clínico e na pesquisa aplicada. Primeiramente, são 
apresentados os pressupostos básicos sobre observação e registro. Na sequência, a possibilidade de 
aplicabilidade da observação e registro em situação clínica e, por último, são apresentados dados de 
observação direta e registro de comportamentos numa pesquisa aplicada. Pôde-se concluir que o uso 
dos estudos observacionais é bastante restrito e assim, a preferência por medidas de autorrelato como 
fonte de investigação deve ser a preocupação central para pesquisadores e terapeutas comprometidos 
com a efetividade das intervenções que propõem. Deste modo, torna-se imprescindível que a prática 
da observação e do registro sistemático de comportamentos, especialmente no âmbito da pesquisa 
aplicada e da prática clínica, seja aperfeiçoada e conduzida de modo sistemático e minucioso. 
Palavras-chave: clínica, observação, registro, pesquisa aplicada
Priscila Benitez1
Carolina Coury Silveira
Chayene Hackbarth
Luziane de Fátima Kirchner
Universidade Federal de São Carlos
Paulo Sérgio Teixeira do Prado
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 
Procedimentos de observação e registro: da clínica à pesquisa aplicada
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Para explicar um fenômeno comportamental de maneira científica, é necessário que ocorra uma 
observação prévia, um registro minucioso e uma descrição detalhada de tal fenômeno. A partir da 
observação e registro criterioso dos fenômenos comportamentais, é possível classificar relações 
complexas, encontrar possíveis variáveis interferentes em cada um deles e realizar uma análise das 
unidades básicas destes comportamentos (Britto, Oliveira & Souza, 2003). 
A observação e o registro se tornam necessários em outros âmbitos, além dos experimentos 
controlados típicos da pesquisa básica. Cano e Sampaio (2007) ensinam que estas são ferramentas 
fundamentais, desde que aplicadas de maneira estruturada e sistemática, nas práticas clínicas e 
pesquisas aplicadas. 
Garantir um registro confiável na atividade clínica e na pesquisa aplicada é condição necessária 
para que o pesquisador e/ou terapeuta possa identificar os efeitos da intervenção implementada, bem 
como investigar a interferência de potenciais variáveis intervenientes. Contudo, diferentemente da 
pesquisa experimental, nestes contextos, muitas vezes não é possível realizar um controle rígido de 
todas as variáveis que poderiam influenciar no procedimento proposto. 
Este capítulo pretende apresentar de maneira didática o que é a observação e o registro de 
comportamentos no âmbito da Análise do Comportamento, para que servem e como podem ser 
realizados em situações costumeiramente desafiadoras. Para isso, foram propostos três tópicos de 
discussão: (1) apresentação dos pressupostos básicos de observação e registro de comportamentos, 
(2) a possibilidade da realização de observação direta e registro de comportamentos no processo 
de atendimento de um caso clínico, e (3) apresentação de dados de observação e registro de 
comportamentos numa pesquisa aplicada.
1 Pressupostos básicos sobre observação e registro de comportamentos
O termo “observar” traz conotações que divergem, de acordo com o fenômeno observado e o 
propósito da investigação. A observação é algo inerente ao indivíduo, é a maneira pela qual ele avalia 
e aprende sobre o mundo ao seu redor (Danna, & Mattos, 2006). Observar, para o senso comum, 
pode ser o ato de “olhar cuidadosamente para algo ou alguém”, bem como sinônimo de examinar, 
analisar ou verificar (Ferreira, 1988). 
Enquanto método científico, a observação envolve mais do que o ato de “olhar cuidadosamente”, 
deve envolver recursos - apresentados adiante - para tornar os registros de observação mais confiáveis 
e fidedignos ao fenômeno estudado. 
De acordo com Hutt (1974), os estudos observacionais foram muito frequentes na década de 1920 
e as técnicas de observação sistemática do comportamento são reconhecidas desde os estudos de 
Charles Darwin sobre o comportamento do homem e outros animais. Exemplos importantes de 
abordagens teóricas que influenciaram enormemente a realização de estudos observacionais foram 
a Etologia, com estudos sobre o comportamento animal (e.g. Carvalho, 1972; Cunha, 1967; Ades, 
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1972) e a Análise do Comportamento, como no caso dos estudos sobre a interação mãe-criança 
(Marturano, 1972; Sollitto, 1972), autocontrole do comportamento alimentar (Kerbauy, 1972) e 
modificação do comportamento pré-escolar (Mejias, 1973). 
Atualmente, estudos observacionais contam com tecnologia audiovisual avançada para captar 
som e imagem com qualidade e técnicas de registro capazes de coletar dados mais fidedignos acerca 
dos fenômenos investigados (Steiner et al., 2013). Autores contemporâneos defendem a observação 
direta como principal método de investigação (Benitez & Domeniconi, 2012; Löhr; 2003; Steiner 
et al., 2013), porém, na prática clínica, este recurso ainda é pouco explorado (Britto et al., 2003; 
Sturmey, 1996). 
De acordo com Sturmey (1996), pesquisadores e clínicos ainda optam por medidas de autorrelato, 
como fonte de investigação do comportamento, pela praticidade e baixo custo que estas medidas 
oferecem. Entretanto, como apontam Danna e Matos (1996; 2006), a observação do comportamento 
é o recurso mais eficaz para identificar diferentes dimensões do comportamento (e.g. frequência, 
duração, desempenho) e avaliar, em situação natural ou ambiente de laboratório, as relações existentes 
entre o comportamento e certas circunstâncias ambientais, de modo a prevê-las e modificá-las. 
Dentre as vantagens da observação direta, enquanto método de investigação, Fagundes (2006) 
mostra contribuições como: (a) aumentar a compreensão a respeito do comportamento a ser 
investigado, (b) facilitar o levantamento de hipóteses acerca do problema, e (c) acompanhar uma 
intervenção, avaliando seus efeitos e eficácia. Além disso, pode ser utilizado por psicólogos em 
diferentes situações de aplicação (clínica, escola, empresa) e em pesquisas.
Embora existam muitas vantagens, alguns procedimentos devem ser adotados com o intuito de 
minimizar vieses dos dados coletados. Um dos principais cuidados é a neutralidade do observador, 
isto é, ele deve se ater aos fatos efetivamente observados, sem fazer interpretações pessoais (Danna 
& Matos, 1996). Além disso, o observador deve estabelecer o local e os sujeitos a serem observados, 
as situações e os comportamentos que serão observados e, por fim, definir a técnica de registro a ser 
utilizada (Batista, 1985; Hutt, 1974). 
No tópico subsequente, segue uma discussão acerca da aplicação da observação e registro no 
âmbito clínico.
2 Observação e registro na perspectivada Análise do Comportamento 
no contexto clínico
A observação direta dos comportamentos do cliente em sessão e a maneira como eles são 
registrados têm fundamental importância para a análise de contingências que vigoram na rotina 
daquele indivíduo. A observação direta é uma técnica utilizada na investigação científica que permite 
ao clínico registrar detalhes da interação terapêutica e classificar relações complexas, por exemplo, 
criando categorias de classes de respostas ocorridas durante a sessão (Britto et al., 2003).
De Rose (1997) ressalta a relevância do relato verbal como fonte de dados. O autor chama a 
atenção para a importância do estudo da presença de controle de estímulos sobre respostas verbais 
dos indivíduos. Segundo Britto, Oliveira e Sousa (2003) são poucos os estudos que correlacionam e/
ou analisam métodos de observação direta e descrição de medidas de comportamento em contextos 
clínicos. Esta seção visa descrever, de modo sucinto, um caso clínico de terapia comportamental 
infantil e apresentar como a observação direta e o método de registro empregado permitiram 
análises efetivas para a modificação de variáveis ambientais que exerciam controle direto nos 
comportamentos-problema do cliente.
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Apresentação do caso
a. Cliente
Sexo masculino, sete anos de idade, possui uma irmã de três anos. Caracterizava-se por ser uma 
criança sorridente que não falava muito, mas seguia todas as orientações que a terapeuta fornecia sem 
questionar, entretanto, de maneira lenta e distraindo-se com muita facilidade. O cliente demorava 
muito para realizar qualquer atividade solicitada e costumava justificar tudo que realizava, por 
exemplo, “acertei o que escrevi porque eu sou muito bom”, ou “porque a borracha estava aqui” (sic). 
Os pais relataram dificuldades para disciplinar o filho. Disseram que ele sempre os “corrigia”, dava 
broncas nos dois, estava frequentemente irritado e chorava com muita facilidade. Contaram que o 
filho era muito distraído, se esquecia de tudo muito rapidamente e ainda que o filho sempre estivesse 
sozinho nas saídas da escola, não contava muito sobre amigos e que acreditavam que ele não os tinha. 
A mãe ressaltou que o cliente fantasiava muito, não com brinquedos convencionais, mas com 
alguns materiais específicos como barbantes, fios, papel, terra e trens. Por fim, relataram que o filho 
criava muitas regras para brincar e acabava não brincando, apenas ficava ditando as regras do jogo 
inventado aos pais.
b. Procedimento
Foi solicitada aos pais a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que autorizava 
a divulgação dos dados e assegurava o sigilo da identidade do cliente. Foram realizadas 55 sessões de 
terapia com duração média de 60 minutos cada, em consultório particular. Durante o atendimento, a 
terapeuta registrava os comportamentos verbais do cliente em uma tabela e possíveis antecedentes e 
consequências produzidas pelo cliente no ambiente. A Tabela 1 apresenta alguns exemplos de como 
a tríade comportamental foi registrada nas primeira e segunda metade do processo terapêutico. 
Tabela 1
Exemplos de registro de contingências de três termos dos comportamentos problemas 
do cliente na primeira e segunda metade do processo terapêutico
Primeira metade do processo terapêutico
SD R SC
Ar condicionado Interrompe o que está falando, e 
fala sobre o ar condicionado
T. conversa sobre o ar 
condicionado
Lápis, mesa e restos de borracha Interrompe a atividade, e limpa a 
mesa sete vezes
Mesa limpa
Atividade: “Adivinhe qual é a 
emoção?” – Apresentação de 
face alegre.
“Cara de sono” (sic) T. diz “a emoção é felicidade” (sic). 
T. dá exemplos de situações que 
lhe provocam felicidade
Segunda metade do processo terapêutico
SD R SC
Presença da T. Conta histórias sobre fios e 
barbantes
T. inicia nova atividade
Presença da T. e de “RG” de 
brinquedo
Diz “RG, retirado de Gustavo” 
(sic)
T. solicita que fale a mesma coisa 
de três maneiras diferentes
Timer toca sinalizando fim da 
brincadeira
Guarda os brinquedos T. sinaliza que ele pode escolher 
qual será a próxima atividade
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c. Resultados e discussões sobre os dados
O registro frequente de comportamentos e dos seus possíveis determinantes (estímulos 
antecedentes e consequentes) possibilitou que a terapeuta identificasse um padrão de respostas do 
cliente que, de acordo com a literatura, é característico da síndrome de Asperger (DSM IV, 1994). 
A síndrome caracteriza-se, principalmente, pela apresentação de distúrbios sociais, de maneira 
diferente do transtorno do espectro autista, pois mantém preservadas a linguagem e capacidade 
intelectual do indivíduo. Como estas habilidades encontram-se preservadas, muitas vezes os déficits 
de socialização e de flexibilização cognitiva podem ficar mascarados, o que favorece o diagnóstico 
tardio, ou até mesmo ausência de diagnóstico.
A Síndrome de Asperger é descrita por uma série de critérios diagnósticos no DSM IV (Diagnostic 
and Statistical Manual for Mental Disorders, 1994), alguns deles são: (a) interesses restritos por um 
assunto, (b) interpretação literal, isto é, incapacidade para interpretar ironias, mentiras e metáforas, 
(c) pensamento concreto, (d) dificuldade para entender e expressar emoções, (e) dificuldade com 
comunicação não verbal, (f) falta de autocensura (falar tudo que venha à cabeça), (g) atraso no 
desenvolvimento motor e coordenação motora (inclusive escrita), (h) dificuldades para generalizar 
aprendizado, (i) dificuldades com organização e execução de tarefas e (j) apego a rotinas e rituais.
Alguns destes comportamentos foram observados em sessão pela terapeuta e registrados pelos 
pais. Exemplos dessa situação: arrumar os lápis repetidamente durante as atividades, pedir para 
limpar a mesa repetidamente, apresentar costumeiramente verbalizações de autorregras, como 
“precisa fazer o que é preciso” (sic), ou apresentar uma explicação elaborada de algo irrelevante 
(exemplo, explicar por que o pingo na letra “i” deve ser feito apenas com um ponto e não com um 
círculo preenchido e pintado), procurar erros irrelevantes na escrita e querer arrumá-los (exemplo, 
deixar todas as letras “l” com igual tamanho e com outra cor), caligrafia precária, falta de pontuação 
e espaço entre palavras, falta de noção espacial na escrita de um texto, dificuldades com escolhas 
(exemplo, levantava prós e contras para decidir com qual cor iria pintar um desenho), gritava e 
dava chutes no ar quando os pais solicitavam interrupção de algum comportamento, ou sem motivo 
aparente, compreensão literal de falas e situações, apresentando dificuldades para compreender 
abstrações e metáforas, com explicações sempre pautadas em raciocínios ilógicos para as outras 
pessoas (exemplo, explicava longamente e de maneira confusa porque naquele dia decidiu colocar 
chinelo e não sandália), dentre outros. 
Na Tabela 1, nota-se que alguns destes critérios foram observados no padrão de responder do 
cliente, aparecendo desde a primeira sessão até os últimos atendimentos. A partir da identificação 
deste padrão comportamental, a terapeuta pôde desenvolver e implementar intervenções específicas 
que facilitaram a relação do cliente com os pais, com ela mesma e ainda com outros indivíduos que 
conviviam com ele, como colegas de escola, tios e avós. Alguns dos objetivos terapêuticos estabelecidos 
foram: (a) desenvolver habilidades sociais, (b) ensinar o cliente a organizar seutempo para a realização 
de atividades cotidianas, (c) ensinar expressões faciais e emoções, (d) ajudá-lo a identificar variáveis 
responsáveis por acontecimentos pelos quais dava explicações ilógicas, (e) modelar e dar modelo de 
como se comportar para estabelecer interações sociais efetivas, dentre outros. 
A partir da análise das tríades comportamentais registradas ao longo do processo terapêutico, foi 
possível identificar que o cliente não entendia os pedidos e explicações dos pais em cada situação. 
De modo semelhante, não entendia algumas explicações e solicitações da terapeuta em sessão. 
Esta dificuldade estava diretamente relacionada com pedidos que exigissem abstrações verbais e 
que concorriam com autorregras do cliente, impossibilitando-o de seguir as regras dos pais ou da 
terapeuta. Esta conclusão facilitou a compreensão do caso de maneira geral, pois os pais e a terapeuta 
passaram a compreender a topografia desses comportamentos, sem identificá-los em uma categoria 
de opositor-desafiante, mas sim em um aspecto mais geral, no que concerne à falta de repertório 
comportamental mais flexível e variável, a depender do contexto em vigor. 
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Após esta análise, foram propostas as estratégias abaixo para a intervenção clínica:
a. Construção com o cliente e os pais de um quadro de atividades rotineiras e horários que 
o cliente deveria seguir (escovar os dentes, se trocar para ir à escola e outros), tendo como 
objetivo ensiná-lo a organizar o tempo que ele tinha disponível para realizar cada atividade 
cotidiana. Os pais foram instruídos a registrar os dias em que o cliente não completou 
as atividades e qual foi a instrução dada. Estes registros eram discutidos em sessões de 
orientação aos pais, possibilitando identificar melhores maneiras dos pais instruírem o filho, 
certificando-se para a utilização de regras mais curtas e claras que evitassem distrações para 
o que era irrelevante.
b. Elaboração de histórias em quadrinhos junto ao cliente. A cada sessão deveriam ser 
desenhadas, pintadas e escritas duas falas de dois quadrinhos. Essa estratégia foi utilizada 
como recurso para desenvolvimento de repertório de prontidão, atenção, concentração, 
comportamento criativo, comportamentos de fantasiar e brincar sem concorrer com 
autorregras do cliente.
c. Construção de um quadro em que o cliente deveria responder perguntas sobre ele mesmo 
com desenhos, colagens ou escrita. 
d. Brincadeiras com carrinhos, bonecas e animais para observar dificuldades em fantasiar. A 
terapeuta dava modelos e modelava comportamentos relacionados ao brincar, tanto com o 
cliente, quanto com os pais nas sessões de orientação. Por exemplo, pegar na mão do filho, 
olhar para ele e dizer “o que será que seu bonequinho vai responder agora?”. A intervenção 
tinha como objetivo facilitar a interação do cliente com outros colegas de sua idade.
e. Atividade em que o cliente deveria tentar identificar em figuras de expressões faciais 
quais sentimentos expressavam e em quais situações o cliente sentia-se daquela forma. 
A terapeuta também dava modelos de como expressar sentimentos e pensamentos, bem 
como auxiliava o cliente a relacionar eventos de sua vida com possíveis comportamentos 
privados emitidos por ele.
f. A terapeuta explicava peculiaridades de interações sociais que o cliente demonstrava não 
entender. A partir da explicação, modelava novas respostas que poderiam aumentar a chance 
de reforçamento em cada contexto. Foram utilizadas situações relatadas pelos pais e pelo 
cliente para perguntar a ele se sabia o que tinha acontecido na situação e juntos pensavam 
em comportamentos alternativos que poderiam ser mais efetivos na mesma situação. Por 
exemplo, o pai relatou que o cliente não se trocou para ir à escola porque precisou ir ao 
banheiro e quando perguntou “por que você ainda não está pronto?” (sic), o filho respondeu 
“porque eu não me troquei” (sic). Uma resposta alternativa dada pela terapeuta como modelo 
para o cliente foi “porque me deu vontade de ir ao banheiro e isso me atrasou”, em seguida a 
terapeuta solicitava que o cliente desse outras respostas alternativas. 
 
d. Considerações finais do caso
Os pais relataram melhoras significativas do cliente em relação à obediência e aceitação de regras 
definidas por eles. Também relataram melhora nas interações do cliente com outras crianças, além 
de que percebiam que o filho estava se posicionando mais nas brincadeiras, conseguindo brincar 
(não apenas formando regras das brincadeiras) e estava mais habilidoso (aceitando brincar com o 
que a outra criança queria e colocando condições de como gostaria que fosse a brincadeira). Os pais 
comentaram também que os ataques de “irritação e birra” (sic) não aconteciam mais. 
Em contexto clínico, a terapeuta também conseguiu observar evoluções importantes. O cliente 
conseguia completar suas atividades dentro do tempo esperado (o que também foi observado pela 
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professora de sala de aula), passou a identificar de maneira efetiva expressões e verbalizações e 
apresentou melhora expressiva na qualidade de suas interações interpessoais (com seus pais, colegas 
de sala de aula e terapeuta).
A observação direta e o registro sistemático das sessões terapêuticas foram estratégias primordiais 
para a identificação do padrão de respostas do cliente. Esta identificação possibilitou a implementação 
de intervenções específicas, individuais e, portanto, mais efetivas para os comportamentos-problema 
deste. A falta de registro da observação da terapeuta, neste caso clínico, poderia acarretar na 
identificação incorreta da função dos comportamentos-alvo do cliente e assim, em intervenções mal 
sucedidas. Fica evidente a relevância do registro das respostas do cliente em sessão e em ambiente 
natural e dos possíveis determinantes para estas respostas, como essencial no sucesso das intervenções 
implementadas e na expressiva melhora na qualidade das interações interpessoais deste. 
O tópico a seguir trata da observação e registro no contexto de pesquisa aplicada.
3 Observação e registro de comportamentos na pesquisa aplicada
A observação pode ser realizada de modo informal, ou seja, sem considerar uma sistematização 
específica, ou pode respeitar um conjunto de normas e/ou protocolos. Quando utilizada para 
fins de pesquisa científica é nomeada de observação científica e tem o propósito de viabilizar 
a consecução do objetivo da investigação a ser realizada (Cano & Sampaio, 2007; Ferreira & 
Mousquer, 2004). É importante destacar que a observação assistemática também pode servir à 
coleta de dados em pesquisas científicas, todavia, tal condição dependerá do objetivo traçado para 
o estudo (Murta, 2005). 
Na pesquisa aplicada, a observação e o registro não devem ser suscetíveis a qualquer 
inferência, visto que o fenômeno (unidade de análise, por exemplo, o comportamento) deverá ser 
observado e registrado tal como ocorre na situação de investigação. Com base nos pressupostos 
comportamentais, recomenda-se que o registro seja elaborado a partir da observação e transcrição 
de cada comportamento, ou melhor, a partir da observação e registro de diferentes respostas em suas 
relações funcionais (Danna & Mattos, 2006).
Nessa perspectiva, Todorov (1982) sugere que o trabalho de pesquisa desenvolvido com 
base nos achados comportamentais deveria, fundamentalmente, contemplar a observação e o 
registro contínuo do comportamento. Ademais, o autor destaca a importância de observaçõescasuais, observações controladas de campo, observações clínicas e observações controladas do 
comportamento em instituições.
No que concerne à metodologia observacional, Cano e Sampaio (2007) realizaram um mapeamento 
de estudos científicos publicados em âmbito nacional, identificando 116 estudos, publicados entre 
1970 e 2006, com diferentes temáticas de investigação, como a observação de crianças nos mais 
diferentes ambientes, a relação mãe-bebê, além de estudos que contemplaram a observação na 
formação de psicólogo. Os autores apresentaram, por fim, uma proposta de construção de protocolos 
de pesquisa, cujo objetivo seria auxiliar a observação sistematizada, por exemplo, a partir do uso de 
recursos audiovisuais no momento da coleta de dados. 
Em outro estudo de revisão sobre o uso de entrevista e observação, Belei, Gimeniz-Paschoal, 
Nascimento e Matsumoto (2008) investigaram adicionalmente o emprego de videogravação, no 
período de 1977 até 2005. Inicialmente, o estudo recomenda o desenvolvimento de entrevistas que 
permitam a coleta de informações gerais sobre o fenômeno em investigação. O intuito de tal manobra 
seria obter um conjunto de dados qualitativos acerca do mesmo. Posteriormente, é proposto o uso 
da observação em conjunto com a videogravação como método para garantir a correspondência dos 
dados coletados a partir da entrevista com a realidade. Outro benefício da gravação em vídeo seria 
a possibilidade de revisão dos comportamentos registrados, o que favoreceria registros imparciais, 
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compostos apenas pela descrição do comportamento, sem inferências do observador. Por fim, os 
autores sugerem a utilização complementar dos três recursos, a saber, entrevista, observação e 
gravação em vídeo.
No que tange à relevância social das metodologias de observação e registro sistemático, defende-se 
que seu uso possa gerar descrições detalhadas do comportamento, o que permitiria que diferentes 
profissionais dialogassem em paridade de condições sobre o fenômeno observado. Exemplos desses 
argumentos são: o Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais – DSM-IV (1994) e 
a Classificação Internacional de Doenças – CID10 (Cano & Sampaio, 2007).
Uma limitação apresentada em relação ao método observacional refere-se à presença do observador 
e/ou do local de observação. Alves et al. (1999) consideram que tais variáveis seriam capazes de alterar 
o comportamento observado. Outro desafio imposto à observação científica é a possibilidade de 
que muitos fatos ocorram simultaneamente, o que dificultaria a observação completa e imediata do 
fenômeno sob investigação. Para minimizar este problema, Ferreira e Mousquer (2004) sugerem o uso 
de filmagens, ainda que tal procedimento possivelmente possa tornar a investigação mais onerosa.
A adoção do uso de filmagens em situações aplicadas de observação foi documentada no estudo 
de Benitez e Domeniconi (2012). As autoras categorizaram e quantificaram os tipos de dicas orais 
fornecidas por familiares, enquanto aplicavam um programa de ensino de leitura e escrita (de Rose, 
de Souza & Hanna, 1996; de Souza, de Rose & Domeniconi, 2009) com aprendizes com deficiência 
intelectual. O procedimento consistiu em supervisões nas residências para orientar os familiares 
quanto à aplicação das sessões de ensino, com o uso de filmagem das sessões e observação pela 
pesquisadora. A análise de dados ocorreu a partir da revisão de todas as filmagens realizadas ao 
longo das supervisões, em busca de verbalizações fornecidas pelos monitores (familiares) para os 
aprendizes, durante a aplicação das sessões do programa de ensino de leitura e escrita. A partir da 
observação e registro sistemático, os autores quantificaram e categorizaram as verbalizações dos 
familiares (adequadas, como: fornecer a instrução da tarefa e elogiar; inadequadas: apontar erros na 
resposta do aprendiz e responder por ele), durante a aplicação das sessões. Tais achados contribuíram 
para o desenvolvimento de treinamentos futuros de familiares que possam atuar como monitores de 
seus filhos, durante a aplicação do programa de ensino de leitura e escrita.
Embora o trabalho de Murta (2005) tenha se dedicado a realizar um mapeamento teórico do campo 
do treinamento de habilidades sociais (THS), é importante que seja discutido no presente estudo, 
devido à identificação do uso da observação enquanto metodologia para avaliar o resultado dos 
treinamentos propostos pelos autores na área em destaque. Conforme descrição da autora, a observação 
direta do comportamento, em consonância com o registro de cada evento, são estratégias utilizadas 
para auxiliar na avaliação dos comportamentos ensinados em THS, em situações naturalísticas. 
Para ilustrar esse debate, o estudo de Lohr (2003) foi conduzido com crianças em situações escolares. 
A autora propôs uma entrevista semiestruturada para avaliar o relato dos pais em relação aos progressos 
das habilidades sociais de seus filhos. Lohr (2003) comenta ainda que a prática era combinada com a 
observação durante as atividades escolares. Esses dados foram ao encontro dos de Murta (2005) e de 
Todorov (1982), no sentido de defender a observação contínua do comportamento-alvo.
A revisão da literatura - e a consideração dos debates expostos - viabilizou a construção de um 
checklist para o melhor emprego da observação e registro de comportamentos no contexto da 
pesquisa aplicada. Foram identificadas 12 condições fundamentais, são elas:
a. Identificação das atividades propostas, de acordo com cada objetivo de pesquisa;
b. Identificação dos sujeitos envolvidos;
c. Aplicação de entrevistas (Belei, Gimeniz-Paschoal, Nascimento & Matsumoto, 2008; 
Lohr, 2003);
d. Observações (Danna & Mattos, 2006);
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e. Uso de filmagens ao longo das observações (Belei et al., 2008; Benitez & Domeniconi, 2012; 
Cano & Sampaio, 2007; Dessen & Murta, 1997);
f. Transcrição da observação (ou da filmagem), a partir dos elementos: descrição do 
ambiente físico, ambiente social, do sujeito observado, dos eventos físicos e sociais 
(Danna & Mattos, 2006); 
g. Construção de protocolos de registro para avaliação dos dados observados (Cano & 
Sampaio, 2007);
h. Criação de um sistema de categorias, após conhecer o ambiente no qual está desenvolvendo 
o estudo, especialmente, no caso de estudos naturalísticos (Alves et al., 1999; Cano & 
Sampaio, 2007);
i. Classificação dos tipos de evento (evento físico e social), antecedente, comportamentos e 
consequentes do vídeo observado e transcrito e; 
j. Análise da classificação, a qual permite identificar de modo sistemático as condições 
antecedentes que evocavam determinadas respostas dos sujeitos envolvidos que, por sua vez, 
geravam distintas consequências;
k. Análise de fidedignidade ou concordância entre observadores, a partir do teste 
intraobservador (Batista, 1985; Dessen, 1995);
l. No que concerne à fidedignidade do observador, ela tem sido extensivamente tratada 
pelos autores que atuam em análise do comportamento aplicada (Batista, 1985), visto que 
uma observação controlada e sistemática é um instrumento fidedigno de investigação 
científica. Ela necessita de planejamento e preparação prévia dos observadores quanto ao(s) 
fenômeno(s) observado(s). 
4. Conclusões
Considerando que o uso dos estudos observacionais é bastante restrito, o presente trabalho adverte 
para a importância da observação e do registro sistemático do comportamento na esfera da prática 
clínica e dapesquisa aplicada. O uso recorrente de medidas de autorrelato como fonte de investigação 
deve ser a preocupação central para pesquisadores e terapeutas comprometidos com a efetividade de 
suas intervenções. Defende-se que avaliar de maneira eficaz a frequência, duração e outras dimensões 
do comportamento é possível, apenas, com o uso sistemático de observações e registros. 
A partir do exame da literatura, foi possível identificar os aspectos mais relevantes da investigação 
científica no contexto clínico e na pesquisa aplicada. Dada a possibilidade de registro, classificação e 
da criação de categorias, as observações realizadas nesses contextos devem ser registradas e analisadas 
de maneira a primar pela neutralidade do observador a respeito dos comportamentos observados.
Adicionalmente, é possível verificar que a categorização e a quantificação dos comportamentos 
apresentados pelos participantes contribuem para o monitoramento e orientação de pais e crianças. 
Tais estratégias favoreceram ainda o diagnóstico preciso e precoce, fato este que viabilizou a 
modificação das variáveis ambientais que exerciam controle direto sobre os comportamentos 
problema do cliente.
O registro de descrições detalhadas do comportamento do cliente realizado ao longo dos 
atendimentos clínicos foi fator determinante no sentido de garantir a efetividade e confiabilidade 
da técnica. Avalia-se que as constatações derivadas da observação e registro sistemático não seriam 
possíveis, caso se adotassem medidas de autorrelato ou relato de terceiros.
Defende-se que é imprescindível que a prática da observação e registro sistemático do 
comportamento, especialmente no âmbito da prática clínica e da pesquisa aplicada, seja aperfeiçoada 
em relação aos seus métodos e técnicas. Ademais, acrescenta-se que tal desenvolvimento deve 
respeitar uma série de fatores, por exemplo, o intuito particular da observação, o contexto de 
aplicação, o público alvo, entre outros.
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Espera-se que o presente trabalho contribua para o desenvolvimento de estudos futuros, no 
sentido de ampliar as oportunidades de análise de dados de estudos que empreguem a metodologia 
observacional. Certamente, a técnica utilizada para o registro sistemático de comportamentos 
pode contribuir para o desenvolvimento de análises funcionais ainda mais precisas em relação aos 
comportamentos observados. Entretanto, é importante salientar que a subjetividade do observador 
estará necessariamente implicada na análise e registro da situação observada, o que influenciará na 
validade interna e externa do estudo. Por mais que a técnica apresentada se proponha a ser objetiva, 
é importante destacar o papel da subjetividade na interpretação dos resultados, no sentido de obter 
controles experimentais que favoreçam a replicação dos dados, especialmente, no que se refere ao 
aprimoramento de métodos e técnicas a serem elaborados, conforme a finalidade da observação a ser 
conduzida em cada experimento.
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