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1376182 Fichamento sobre os Bens jurídicos

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Fichamento sobre os Bens jurídicos
Os bens jurídicos podem ser definidos como toda a utilidade física ou ideal, que seja objeto de um direito subjetivo. Todo bem econômico é um bem jurídico, mas a recíproca não é verdadeira, tendo em vista que há bens jurídicos não passíveis de apreciação pecuniária. É toda utilidade, física ou imaterial, objeto de uma relação jurídica, seja pessoal ou real.
Dizer que o bem jurídico material e imaterial, economicamente apreciável ou não, é objeto de direitos subjetivos, é dizer, por exemplo, que um terreno é objeto do meu direito de propriedade, que a honra é objeto do meu direito de personalidade. 
Bem jurídico é diferente de coisa, bem materializado (objeto corpóreo). Alguns sustentam que bem é gênero e coisa é espécie. Em sentido oposto, alguns asseveram que bens seriam espécies do gênero coisa. A noção de bem envolve o que pode ser objeto de valor econômico, ao passo que a coisa restringe-se às utilidades patrimoniais . A coisa é sempre objeto corpóreo, perceptível pelos sentidos. A palavra coisa tem sentido mais extenso, compreendendo tanto os bens que podem ser apropriados, como aqueles objetos que não podem, compreendem tudo o que existe no universo, inclusive o que não pode ser objeto de direito (o ar atmosférico, o espaço, a água do mar). Dessa forma, há bens jurídicos que não são coisas, como a liberdade, a honra, a integridade moral, a vida, a imagem. 
Faz-se mister considerações acerca do patrimônio nessa matéria. O patrimônio é a representação econômica da pessoa, vinculando-o a personalidade do indivíduo, em uma concepção abstrata que se conserva durante toda a vida da pessoa, independentemente da substituição, aumento ou decréscimo de bens. Hodiernamente, se expressa patrimônio como a universalidade de direitos, ou, toda a gama de relações jurídicas valoráveis economicamente de uma pessoa, natural ou ideal, com a destinação que lhe der seu titular, englobando o complexo de direito reais e obrigacionais de uma pessoa, ficando de lado todos os outros que não tem valor pecuniário, nem podem ser cedidos, como os direitos de família e personalidade, até mesmo por serem chamados de extrapatrimoniais. Entende-se que mesmo nas hipóteses em que se individualiza um conjunto de bens dentro do patrimônio, como na comunhão parcial de bens, não se vulnera a unidade deste. 
Há uma sistematização ou classificação jurídica dos bens. 
Em relação aos bens considerados em si mesmos, encontram-se os bens corpóreos e incorpóreos. Bens corpóreos são aqueles que têm existência material, perceptível pelos nossos sentidos, como os bens móveis e imóveis em geral. Bens incorpóreos, são aqueles abstratos, de visualização ideal não tangível, possuem existência apenas jurídica, por força da atuação do Direito. Somente os bens corpóreos podem ser objeto de contrato de compra e venda, enquanto os incorpóreos somente se transferem por contrato de cessão, bem como não podem ser adquiridos por usucapião, nem ser objeto de tradição (entrega da coisa). 
Bens imóveis e móveis. Bens imóveis são aqueles que não podem ser transportados de um lugar para o outro sem alteração de sua substância, como um lote urbano. Bens móveis, por sua vez, são os passíveis de deslocamento, sem quebra de fatura, como um computador. Os bens suscetíveis de movimento próprio, enquadrado nessa noção de móveis, são chamados de semoventes, como um animal de tração. A alienação de bens imóveis reveste-se de formalidades não exigidas para os móveis, de uma solenidade, como na aquisição de uma propriedade imobiliária. Para os bens móveis, dispensa-se o registro, exigindo-se apenas a tradição da coisa, ou seja, a entrega do bem. Ressalvando o regime de separação absoluta, os cônjuges só poderão alienar ou gravar de ônus reais os bens imóveis, com a autorização do outro. Os bens imóveis por sua própria natureza, são o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente (art. 79 do CC-02). Os imóveis por acessão (incorporação, união física com o consequente aumento de volume da coisa principal) física, industrial ou artificial, é tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, com a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que se não o possa retirar sem destruição ou dano (art. 70 do CC-02). Nesse caso, os bens móveis incorporados intencionalmente ao solo adquirem a sua natureza imobiliária. Não perdem a natureza de imóveis os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele mesmo se reempregarem, como as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local (art. 81, I e II, do CC-02). Os imóveis por acessão intelectual, são os bens que o proprietário intencionalmente destina e mantém no imóvel para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade, podem ser mobilizados a qualquer momento, são as chamadas pertenças, como aparelhos de ar condicionado, escadas de emergência e maquinários agrícolas. Os imóveis por determinação legal ou força de lei, são os direitos reais sobre os imóveis e as ações que os asseguram, bem como o direito à sucessão aberta (art. 80, I e II). Os bens móveis se classificam em: móveis por sua própria natureza, que são aqueles que, sem deterioração de sua substância, podem ser transportados de um local para o outro, mediante o emprego de força alheia (livros, cadeiras, bolsas e mais); móveis por antecipação, que embora incorporados ao solo, são destinados a serem destacados e convertidos em móveis, como no caso das árvores destinadas ao corte; móveis por determinação legal, que são os considerados de natureza mobiliária por dicção legal (as energias que tenham valor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, os direitos pessoais de caráter patrimonial, art. 83 CC-02); e como já dito, os semoventes, que são os bens que se movem de um lugar para o outro, por movimento próprio, como os animais. 
Bens fungíveis e infungíveis. Fungíveis são os bens que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Como o café, soja, minério de carvão e mais. O dinheiro é um bem fungível por excelência. É uma classificação típica dos bens móveis. Os infungíveis são aqueles de natureza insubstituível, como uma obra de arte. A vontade das partes, poderá, por exemplo, tornar um bem essencialmente fungível em infungível, como no caso do empréstimo gratuito de uma cesta de frutas apenas para a ornamentação de uma mesa, então, tal bem deve ser devolvido ao final da celebração, não se admitindo que seja substituído por outro. 
Bens consumíveis e inconsumíveis. Os consumíveis são os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância (se destrói com o primeiro uso), bem como aqueles destinados a alienação, como os alimentos. Os inconsumíveis são aqueles que suportam uso continuado, sem prejuízo do seu perecimento progressivo e natural, como o automóvel. São entendidos no sentido econômico, e não físico, pois tudo se deteriora com o tempo. Bens destinados à alienação, como um aparelho de celular vendido em uma loja especializada, adquirem, por força de lei, a natureza de consumíveis. O que não impede um bem de ser considerado inconsumível pela vontade das partes, como uma garrafa de licor, apenas exposta a apreciação pública. O direito real de usufruto não pode cair sobre bens consumíveis. Na Lei de Proteção ao Consumidor (8.078 /90), a característica de durabilidade é indispensável para que se possa definir o prazo decadencial para o ajuizamento de ações referentes a vícios no produto ou no serviço. 
Bens divisíveis e indivisíveis. Divisíveis são os bens que se podem fracionar sem alteração na substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam (art. 87 CC-02), ou seja, podem se partir em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito, sem que com isso se altere sua substância, podendo ainda, a indivisibilidade resultar, não da própria natureza do objeto, mas da determinação da lei ou daconvenção das partes. Podem ser indivisíveis, portanto, pela natureza, por determinação judicial ou, pela convenção das partes. Tal diferença se aplica aos direitos e obrigações. 
Bens singulares e coletivos. Singulares são os considerados em sua individualidade, representados por uma unidade autônoma e, por isso, distinto de quaisquer outros. Podem ser simples, quando as suas partes componentes encontram-se ligadas naturalmente (uma árvore, um cavalo), ou compostas, quando a coesão de seus componentes é oriundo do engenho humano (um avião, um relógio). Bens coletivos são os que, sendo compostos de várias coisas singulares, são considerados em conjunto, formando um todo homogêneo (uma floresta, uma biblioteca). As coisas coletivas formam universalidades de fato (conjunto de coisas singulares simples ou compostas, agrupadas pela vontade da pessoa, tendo destinação comum, como um rebanho, permitindo-se a sua desconstituição pela vontade do titular) e de direito (complexo de direitos e obrigações a que a ordem jurídica atribui caráter unitário, ou, complexo de relações jurídicas dotadas de valor econômico, como o dote ou a herança, patrimônio, espólio e massa falida), a unidade, neste, é resultante da lei. 
Dos bens reciprocamente considerados. Leva em conta o liame jurídico existente entre o bem principal e o bem acessório. Principal é o bem que possui autonomia estrutural, ou seja, que existe sobre si, abstrata ou concretamente, ao passo que acessório é aquele cuja existência supõe a do principal. A regra geral é que o acessório segue sempre a sorte do principal, inclusive no campo do Direito das Obrigações (como a fiança). 
Em relação à classificação dos bens acessórios, temos: a) os frutos (utilidades que a coisa principal periodicamente produz, cuja percepção não diminui a sua substância (soja, maça, bezerro, juros alugueis e mais), pois, se a percepção da utilidade causar a destruição total ou parcial da coisa principal, não há que se falar em frutos). Nos direitos reais, o possuidor de boa-fé tem direito aos frutos colhidos e percebidos, devendo restituir os pendentes, ao tempo em que cessar a boa-fé. Há os frutos classificados como naturais, que são gerados pelo bem principal sem necessidade de intervenção humana direta, decorrem do desenvolvimento orgânico vegetal, como laranja e soja, ou animal, como crias de rebanho. Frutos industriais, que são decorrentes da atividade industrial humana (bens manufaturados). Frutos civis, são as utilidades que a coisa frugífera periodicamente produz, viabilizando a percepção de uma renda, como juros e aluguéis. Quanto à ligação com a coisa principal, há ainda os frutos colhidos ou percebidos (já destacados da coisa principal, mas ainda existentes), os pendentes (aqueles que ainda se encontram ligados à coisa principal, não tendo sido destacados), os percipiendos (aqueles que deveriam ter sido colhidos mas não o foram), estantes (são os frutos já destacados, que se encontram estocados e armazenados para venda) e consumidos (são os que não mais existem). b) os produtos: são utilidades que a coisa principal produz, cuja percepção ou extração diminui a sua substância, como pedras e metais que se extraem das pedreiras e minas. Ou seja, a alterabilidade da substância principal é o ponto distintivo entre os frutos e os produtos. c) os rendimentos: consistem em frutos civis, a exemplo do aluguel, dos juros e dos dividendos. d) as pertenças: são coisas acessórias destinadas conservar ou facilitar o uso das coisas principais (uso, serviço ou aformoseamento), sem que destas sejam parte integrante, como as máquinas utilizadas numa fábrica, os implementos agrícolas, as provisões de combustível, os aparelhos de ar condicionado. e) benfeitorias: é a obra realizada pelo homem, na estrutura da coisa principal, com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. São obras ou despesas feitas em coisas já existentes. Consideram-se necessárias as benfeitorias realizadas para evitar um estrago iminente ou a deterioração da coisa principal (reparos realizados em uma viga), úteis, aquelas empreendidas com o escopo de facilitar a utilização da coisa (abertura de uma nova entrada que servirá de garagem na casa), e voluptuárias, quando empreendidas para mero deleite ou prazer, sem aumento da utilidade da coisa, a decoração de um jardim. Benfeitorias não se confundem com acessórios naturais do solo, são artificiais, pois decorrem de uma atividade humana. O possuidor de boa-fé tem direito de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis, valendo-se inclusive do direito de retenção, facultando-se-lhe ainda levantar as voluptuárias, se puder fazê-lo sem prejuízo da coisa principal. Estando de má-fé, assiste-lhe apenas direito de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias. f) partes integrantes: entende-se os bens que, unidos a um principal, formam com ele um todo, sendo desprovidos de existência material própria, embora mantenham sua identidade, como no caso de uma lâmpada em relação ao lustre.
Bens públicos e particulares (quanto ao titular do domínio). Os particulares se definem por exclusão, são aqueles não pertencentes ao domínio público, mas sim a iniciativa privada, cuja disciplina interessa, em especial, ao Direito Civil. Os públicos são pertencentes à União, aos Estados ou aos Municípios, esta classe, objeto de domínio público, em função de sua importância, subdivide-se em: bens de uso comum do povo (cuja utilização não se submete a qualquer tipo de discriminação ou ordem especial de fruição, como praias, estradas, praças, ruas, são inalienáveis); bens de uso especial (bens públicos cuja fruição, por título especial, e na forma da lei, é atribuída à determinada pessoa, bem como aqueles utilizados pelo próprio poder Público para a realização de serviços públicos, como prédios onde funcionam escolas públicas, sendo também inalienáveis); bens dominicais ou dominiais (são bens públicos não afetados à utilização direta e imediata do povo, nem aos usuários de serviços, mas que pertencem ao patrimônio estatal, é o caso dos títulos pertencentes ao Poder Público, dos terrenos de marinha e das terras devolutas, tais são alienáveis, observadas as exigências da lei). Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. O CC-02 proíbe o usucapião de bens públicos. 
Bem de Família. O legislador autoriza a instituição do bem de família não apenas pelo casal, mas também pela entidade familiar (união estável, família monoparental) e por terceiro (este, por testamento ou doação, poderá instituir o bem de família, dependendo a eficácia da cláusula da aceitação expressa de ambos os cônjuges ou da entidade familiar beneficiada). O que o Novo Código cria uma limitação objetiva ao proibir que a instituição do bem de família voluntário-consistente em prédio urbano ou rural, com suas pertenças acessórios, destinando-se a domicílio familiar, podendo abranger valores mobiliários, cuja renda deve ser aplicada na conservação do imóvel e sustento da família (art. 1.712) — ultrapasse um terço do patrimônio líquido do casal ou da entidade instituidora. O bem de família é impenhorável, sendo excluído da execução por dívidas posteriores à sua instituição, ressalvadas as que provierem de tributos ou despesas condominiais relativas ao mesmo prédio. Em caso de execução por tais dívidas (tributárias ou condominiais), o saldo existente será aplicado em outro prédio, como bem de família, ou em títulos da dívida pública, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra solução, a critério do juiz (art. 1.715 do CC-02). Tal isenção durará enquanto viverem os cônjuges ou, na falta destes, até que os filhos completem a maioridade (art. 1.716 do CC-02). É inalienável, destinando-se exclusivamente ao domicílio e sustento familiar, só podendo, em caráter excepcional, judicialmente comprovada a necessidade, ser alienado com o consentimento dos interessados e de seusrepresentantes legais, ouvido o Ministério Público (art. 1.717 do CC-02). Vale referir, ainda, que o art. 1.719 do CC-02, muito mais atento à dignidade da pessoa humana do que amarrado a regras formalísticas, autoriza a extinção ou sub-rogação do bem instituído por outro, se, a requerimento do interessado, o juiz concluir que tal medida é necessária à mantença da família. A administração do bem de família competirá a ambos os cônjuges (casamento), aos companheiros (união estável) ou ao pai ou mãe, cabeça da prole (família monoparental). Seguindo a ordem legal, na falta de quaisquer destes, a administração tocará ao filho mais velho, se for maior, e, se não for, ao tutor (art. 1.720 do CC-02). A dissolução da sociedade conjugal — por separação judicial ou divórcio, por exemplo — não extingue o bem de família, ressalvada a hipótese de morte de um dos cônjuges, eis que, nesse caso, poderá o sobrevivente requerer a extinção do bem de família, se for o único bem do casal (art. 1.721 do CC-02). Finalmente, extingue-se, em caráter definitivo, se sobrevier a morte de ambos os cônjuges, dos companheiros ou do cabeça da família monoparental, e os filhos atingirem a maioridade, desde que não estejam sob curatela (art. 1.722 do CC-02). Essa impenhorabilidade — note que a lei não trata da inalienabilidade do bem — compreende, além do imóvel em si, as construções, plantações, benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, ressalvados, nesse último caso, os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos (arts. 1.º e 2.º). em uma concepção de tutela da dignidade humana e o respeito à memória dos mortos. A impenhorabilidade, como dispõe o art. 3.º da Lei n. 8.009/90, é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista, ou de outra natureza, salvo se movido (exceções à impenhorabilidade legal): a) em razão de créditos de trabalhadores da própria residência (trabalhadores domésticos, trabalhadores residenciais não domésticos ou contratados diretamente para pequenas reformas pelo dono do imóvel) e das respectivas contribuições previdenciárias; b) pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; c) pelo credor de pensão alimentícia; d) para a cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; e) para a execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; f) por ter sido adquirido com produto de crime ou para a execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens; g) por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
Bens fora do Comércio. Tais bens se classificam em: a) inapropriáveis pela própria natureza: bens de uso inexaurível, como o mar e a luz solar. São as conhecidas res communes omnium (coisas comuns a todos), que não podem ser chamadas propriamente de coisas, pois falta o requisito da ocupabilidade. Nesta classificação enquadram-se, também, os direitos personalíssimos, uma vez que são insusceptíveis de apropriação material, havendo também norma legal que embasa tal circunstância; b) legalmente inalienáveis: bens que, embora sejam materialmente apropriáveis, têm sua livre comercialização vedada por lei para atender a interesses econômico-sociais, de defesa social ou proteção de pessoas. Só excepcionalmente podem ser alienados, o que exige lei específica ou decisão judicial. É o caso dos bens públicos de uso comum do povo, bens dotais, terras ocupadas pelos índios, o bem de família etc. São também chamados de bens com inalienabilidade real ou objetiva; c) inalienáveis pela vontade humana: bens que, por ato de vontade, em negócios gratuitos, são excluídos do comércio jurídico, gravando-se a cláusula de inalienabilidade/impenhorabilidade. Admite-se a relativização de tais cláusulas, pela via judicial, em situações excepcionais, como moléstias graves do titular, para garantir a utilidade do bem, mas, nesse caso, o sentido da jurisprudência é na busca da prevalência do fim social da norma. Também são chamados de bens com inalienabilidade pessoal ou subjetiva. Vale destacar, porém, que há coisas que até podem vir a integrar o patrimônio das pessoas — ou seja, são passíveis de apropriação —, mas que não estão no complexo de bens de qualquer pessoa, antes de apropriadas.
AÇÃO DE DEPÓSITO - BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS. SE OS BENS, OBJETOS DO CONTRATO, ERAM DE NATUREZA FUNGÍVEL, MAS TENDO OS CONTRATANTES EM INSTRUMENTO PRÓPRIO LHES TORNADO INFUNGÍVEIS, ESPECIFICANDO SINAIS OU MARCAS CAPAZES DE INDIVIDUALIZAR CADA BEM DENTRO DA ESPÉCIE, SUAS NATUREZAS TRANSMUDAM-SE EM BENS INFUNGÍVEIS, PODENDO, ASSIM, SEREM PLEITEADOS DO DEPOSITÁRIO EM AÇÃO DE DEPÓSITO. (TJ-DF - AC: 20000150053353 DF, Relator: EDSON ALFREDO SMANIOTTO, Data de Julgamento: 02/04/2001, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: DJU 15/08/2001 Pág. : 48)
CIVIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ADQUIRENTE DE BOA-FÉ. DIREITO À RETENÇÃO PELAS BENFEITORIAS REALIZADAS. INCIDÊNCIA DOS ARTIGOS 1219 E 1220, DO CCB/02. O POSSUIDOR DE BOA-FÉ TEM DIREITO À INDENIZAÇÃO DAS BENFEITORIAS NECESSÁRIAS E ÚTEIS, BEM COMO QUANTO ÀS VOLUPTUÁRIAS, SE NÃO LHE FOREM PAGAS, A LEVANTÁ-LAS, QUANDO O PUDER SEM DETRIMENTO DA COISA, E PODERÁ EXERCER O DIREITO DE RETENÇÃO PELO VALOR DAS BENFEITORIAS NECESSÁRIAS E ÚTEIS. AO POSSUIDOR DE MÁ-FÉ SERÃO RESSARCIDAS SOMENTE AS BENFEITORIAS NECESSÁRIAS; NÃO LHE ASSISTE O DIREITO DE RETENÇÃO PELA IMPORTÂNCIAS DESTAS, NEM O DE LEVANTAR AS VOLUPTUÁRIAS. 1. UM DOS EFEITOS DA CITAÇÃO VÁLIDA É TORNAR LITIGIOSA A COISA, "IN CASU" HÁBIL PARA DIVISAR O PERÍODO DE OCUPAÇÃO DE BOA-FÉ, VEZ QUE AP ARTIR DE ENTÃO SE TOMOU CONHECIMENTO DA LITIGIOSIDADE QUE ENVOLVIA O BEM DISPUTADO. 2. O JUIZ É O DESTINATÁRIO DA PROVA E CONSOANTE O PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL, COMO DIRIGENTE PROCESSUAL, CABE, ALÉM DE LIMITAR, EXCLUIR OU INDEFERIR AQUELAS PROVAS QUE ACHAR PROTELATÓRIAS, IMPERTINENTES OU EXCESSIVAS, DETERMINAR A PRODUÇÃO DAQUELAS NECESSÁRIAS PARA FORMAR SEU CONVENCIMENTO. NESSA MEDIDA, TENDO O MAGISTRADO EXARADO SENTENÇA COM BASE NAS PROVAS PRODUZIDAS, CONCLUI-SE QUE ESSAS FORAM SUFICIENTES PARA SEU MOTIVADO CONVENCIMENTO. 3. ESTANDO AS BENFEITORIAS NECESSÁRIAS DEVIDAMENTE DEMONSTRADAS, BEM COMO O DIREITO DE RETENÇÃO PREVISTO NO ORDENAMENTO VIGENTE, APLICA-SE A REGRA DO CCB/02 NOS ARTIGOS JÁ APRESENTADOS (1219 E 1220). RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. UNÂNIME. (TJ-DF - ACJ: 8502020078070008 DF 0000850-20.2007.807.0008, Relator: ALFEU MACHADO, Data de Julgamento: 27/03/2007, SEGUNDA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DO DF, Data de Publicação: 13/04/2007, DJU Pág. 161 Seção: 3)
Questões: 
Qual a diferença entre bens e coisas?
Conceitue bens móveis e imóveis e sistematize suas classificações.
Classifique e fundamente os bens acessórios, estabelecendo as diferenças entre bens acessórios, pertenças e partes integrantes.
Diferencie os bens públicos dos bens particulares, sistematizando-os e expondo exemplos. 
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. V.1. 15 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. V.1. 19 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

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