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O paradigma dominante
Só foi possível falar de um modelo universal de racionalidade científica a partir do século XlX, que foi o modelo que dirigiu a ciência moderna. Este modelo admite variedade interna, mas diferencia-se das formas de conhecimento não científico: o senso comum e os estudos humanísticos (que incluíam estudos históricos, jurídicos, literários, filosóficos e teológicos). Este é um modelo totalitário, pois nega o caráter racional de todos os tipos de conhecimento que não utilizam de seus princípios epistemológicos e regras metodológicas. Possibilita apenas uma forma de conhecimento verdadeiro.
Descartes, em seu Discurso do Método, menciona sobre o método que encontrou:
Porque já colhi dele tais frutos que embora no juízo que faço de mim próprio procure sempre inclinar-me mais para o lado da desconfiança do que para o da presunção, e embora, olhando com olhar de filósofo as diversas acções e empreendimentos de todos os homens, não haja quase nenhuma que não me pareça vã e inútil, não deixo de receber uma extrema satisfação com o progresso que julgo ter feito em busca da verdade e de conceber tais esperanças para o futuro que, se entre as ocupações dos homens, puramente homens, alguma há que seja solidamente boa e importante, ouso crer que é aquela que escolhi.(p. 23)
	Os seguidores do paradigma lutam contra o dogmatismo e todo tipo de autoridade. A ciência moderna desconfia das evidências das experiências imediatas, e dizem que estas são ilusórias. Existe uma total separação entre a natureza e o ser humano. 
	A natureza, para a ciência moderna, é extensão e movimento, eterna e reversível, passiva. Pode ser escrita em forma de leis, e nada impede que se desvende todos seus mistérios. Conhecer a natureza para dominá-la e controlá-la. Assim, há uma observação descomprometida e livre, sistemática e rigorosa dos fenômenos naturais. 
	As ideias matemáticas são o instrumento para obter um conhecimento mais profundo e rigoroso da natureza. A matemática dá à esse novo tipo de ciência um instrumento privilegiado de análise, a lógica da investigação, e o modelo de representação da própria estrutura da matéria. 
	Com o privilégio que a matemática tem na ciência moderna, o conhecer acaba significando quantificar. A ciência adere as medições como rigor, e as qualidades que o objeto tem são desprezadas. O que não pode ser quantificado acaba sendo insignificante. Este método científico acaba ajustando-se na redução da complexidade. A mente humana não pode compreender totalmente o mundo. O conhecer acaba sendo reduzido à dividir e classificar, para depois determinar relações sistemáticas entre o que se separou.
	Com a descoberta das leis da natureza, estabelece-se o princípio de que a posição absoluta e tempo absoluto nunca são condições iniciais relevantes. As leis acabam sendo um conceito de causalidade.

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