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Aula Módulo II (2)

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Unidade 2
Nutrição Materno-infantil
Nutrição na Gestação
Curso de Nutrição – 5° Período
Prof. Me. Lucas Costa Guimarães
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Nutrição Materno-infantil
Tipos de Estudo: pesquisa com animais e com seres humanos.
Pesquisas com animais
Efeito de restrições dietéticas no crescimento e desenvolvimento fetal.
Conclusões: desnutrição => RCIU => crescimento dos filhotes 
Restrição dietética durante a maior parte da gestação gera: redução no número e tamanho das células da placenta
Estudos sobre o efeito da Desnutrição Materna
2.1 Nutrição e Prognóstico da Gravidez
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número reduzido das células cerebrais
Reduz tamanho dos órgãos, 
alterações da células e processos bioquímicos.
As consequências da subnutrição sobre o feto dependem do período, da duração e da intensidade da restrição dietética materna.
Nutrição Materno-infantil
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2. Pesquisas com seres humanos
Experiências naturais: comparação de estatísticas de nascimento antes, durante e depois de períodos de fome.
Conclusões: aumento da TM 
aumento no índice de mal formações congênitas 
redução do peso ao nascer.
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Experiências com animais
Conclusões: restrição durante toda a gravidez – redução proporcional no número e tamanho de células da placenta;
Restrição no final da gravidez: redução desproporcional no tamanho dos órgãos e número de células, com preservação do cérebro;
Estudos da Nutrição sobre o Crescimento Fetal
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Limitações:
Velocidade de crescimento mais lento nos seres humanos. Duração da gestação: ratos – 21 dias e humanos – 280 dias;
Diferentes velocidades de crescimento dos órgãos;
Tamanho da prole;
Magnitude da restrição alimentar utilizada em laboratório é mais intensa.
2. Estudos Epidemiológicos
Relacionam nutrição materna com peso ao nascer;
Relacionam composição da dieta materna com PN.
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Nutrição Materno-infantil
Placenta
Funções
 
Respiração fetal
 Nutrição fetal
 Excreção
 Armazenamento
 Produção hormonal
 Proteção imunológica
2.2 Bases fisiológicas da gestação
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Respiração
 Transporte de O2 e CO2;
 Mecanismo – difusão simples.
 Fatores que favorecem: 
Aumento da ventilação pulmonar materna;
Aumento do fluxo sanguíneo uterino;
Hb fetal > afinidade pelo oxigênio;
 [Hb] fetal > [Hb] materna.
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Fatores que interferem
Desnutrição materna (placenta menor);
Anemia materna;
Patologias maternas e placentárias;
Hábitos maternos;
Altitude.
Nutrição fetal
Transporte de nutrientes para o feto.
Mecanismos: 
Difusão simples: água, Cl, K, vitaminas lipossolúveis;
Difusão facilitada: glicose;
Nutrição Materno-infantil
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Transporte ativo (bomba Na-K): aminoácidos, Ca, Fe, P, vitaminas hidrossolúveis;
Pinocitose: proteínas.
Fatores que interferem:
Diferenças de concentração;
Solubilidade;
Tamanho e complexidade da partícula;
Necessidade fetal.
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Nutrição Materno-infantil
Distribuição das substâncias entre o plasma materno e fetal.
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Excreção fetal
Uréia, creatinina e ácido úrico – difusão simples e transporte ativo
Proteção Imunológica
Evita a rejeição do feto
Passagem de anticorpos
Barreira protetora
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Função Hormonal
HCG-Gonadotrofina Coriônica
Progesterona
Estrogênio
Tireotropina
Lactogênio Placentário
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Gonadotrofina coriônica:
Impede a rejeição imunológica do embrião;
Facilita a implantação do embrião na parede do útero.
Progesterona:
Inibe a contratibilidade espontânea do útero;
Aumenta a ventilação pulmonar;
Promove relaxamento da musculatura lisa;
Favorece a deposição materna de gordura;
Participa da mamogênese e aumenta a excreção renal de sódio.
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Diminui a concentração sérica de ácido fólico;
Estimula o apetite materno na 1a metade de gestação;
Estrogênio
Reduz o apetite na 2a metade da gestação;
Aumenta a elasticidade da parede uterina e do canal cervical;
Afeta a função da tireóide;
Diminui a concentração sérica de ácido fólico;
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Alterações mamárias;
Reduz proteínas séricas;
Hiperpigmentação cutânea;
Modificações no metabilismo glicídico e lipídico.
Lactogênio placentário
Desenvolvimento da glândula mamária;
Eleva a glicemia;
Promove lipólise.
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Tireotropina Coriônica Humana
- Estimula a produção de hormônios da tireóide: tireoxina (reações oxidativas envolvidas na produção de energia);
Mecanismo compensatório: a hiper ventilação (progesterona) garante maior suprimento de oxigênio sem que seja necessário sobrecarregar a função da tireóide.
Insulina
Transporte de glicose para as células;
Início da gravidez  resposta normal de insulina à glicose;
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Final da gravidez  resposta anormal de insulina à glicose – resistência periférica à insulina  Diabetes gestacional.
Obs.: maior risco nas mulheres com HF de diabetes, obesas, diabéticas e mulheres mais velhas.
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Mecanismo de nutrição intra-uterino
Fase de ovo ou zigoto:
Fagocitose da secreção tubária (glicoproteínas)
Fagocitose endometrial
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Nutrição Fetal
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Mecanismo de nutrição intra-uterino
Fase embrionária:
Fagocitose 
Armazenamento no endométrio
Fase fetal:
- Nutrição placentária
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Nutrição Fetal
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Nutrição
Carboidratos
Glicose
Dispêndio fetal de glicose: 5 a 8mg/kg/min
1/3 do total consumido pelo feto vai para o cérebro
Transporte placentário: difusão facilitada
Fonte: glicose materna, placenta (glicogênio) e fígado fetal (glicogênio ou gliconeogênese);
[ ] Glicose fetal > glicemia materna
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Lipídios
Grande acúmulo de lipídios no feto nas 6 últimas semanas de gestação 
prepara a criança para o dispêndio de energia e a perda de calor no período neonatal – 5 a 10 g/dia;
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Proteínas
Passam para o feto na forma de aminoácidos;
Alta taxa de utilização pelo feto;
[ ] proteínas plasmáticas totais menor que a materna.
Minerais
Cálcio: conteúdo total antes do 4o mês é de 1g e entre a 8o e o 9o atinge 20g, 
Nos últimos meses acumula no feto mais de 50% do Ca.
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Ferro: é carreado para o feto pela transferrina materna. O feto acumula cerca de 300 mg de Fe, principalmente no final da gravidez;
Vitaminas
Vitamina A: se acumula no fígado do feto;
Vitamina D: Parece que o feto não utiliza a vitamina D materna e o fígado do recém-nascido também não contém esta vitamina.
Vitamina C e do Complexo B: estão em concentrações mais altas no sangue fetal.
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Características do crescimento fetal
1a metade da gravidez: menor ganho de peso fetal e menor variabilidade do controle genético.
2a metade da gravidez: maior ganho de peso e maior variabilidade no peso – influência de fatores restritivos e estimulantes.
3a trimestre: o crescimento está mais relacionado ao aumento do tecido subcutâneo e massa muscular.
Velocidade de crescimento
 Peso:
Lento: até 15a a 16a semana
Acelerado: 16a a 27a semana
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Máximo: 27a a 38a semana
Desaceleração: 38a a 40a semana
Comprimento:
Máximo: 16a a 20a semana
Cérebro
Multiplicação celular linear durante a gravidez;
Máximo por volta de 18 meses após o nascimento;
Hipertrofia do 7o mês de gestação ao 3o ano;
Padrão de crescimento diferenciado nas diferentes regiões do cérebro.
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Crescimento celular
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Outros órgãos
Multiplicação celular a partir da13a sem;
Aumento no tamanho das células a partir do 7o mês: músculos, ossos, células adiposas, fígado, pulmões e diafragma; 
Em alguns órgãos não se observa aumanto no tamanho das células: coração, rins, baço, tireóde, timo, esôfago, estômago e intestinos.
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Feto de 2 semanas: tamanho da cabeça corresponde à metade do seu comprimento;
 Recém-nascido (a termo): tamanho da cabeça corresponde a ¼ do seu comprimento total.
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Alterações de proporção do corpo durante o período fetal
Avaliação do crescimento
Limitações:
 Difícil obter a medida precisa do peso fetal “in utero”;
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Melhor indicador de crescimento pregresso (intra-uterino) e também prospectivo (pós-natal).
Peso médio ao nascer (NCHS)
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Peso ao nascer
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Mudanças fisiológicas durante a gravidez
Volume e composição do sangue
Volume plasmático em 50%.
Volume de hemácias em aproximadamente 30%.
Albumina e hemoglobina – declinam.
Débito cardíaco: 
Pressão intravascular
Arterial: não se altera.
Venosa: nos membros inferiores.
Respiração: da ventilação pulmonar
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Função Renal: filtração glomerular
- Excreção aumentada de glicose, aminoácidos e vitaminas hidrossolúveis.
Função gastrointestinal
Boca
Hiperemia e edema
Ptialismo
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Estômago
 Motilidade gástrica
Náuseas e vômitos
Refluxo gastroesofágico
Intestinos
 Motilidade intestinal
Constipação intestinal.
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Idade
Ideal: 20 a 29 anos
Mais segura: 20 a 24 anos
Risco: < 17 anos e > 35 anos
Jovens: complicações – RN de BP, extremos de ganho de peso gestacional, anemia, pré-eclampsia, dificuldades no parto, morte materna e fetal.
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Fatores que afetam a evolução e o resultado da gravidez
Biológicos
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Gestantes mais velhas: anormalidades placentárias, tendência a parto prolongado, RCIU, do número de natimortos.
Estatura
Influenciada por: fatores hormonais, genéticos e ambientais.
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Estatura de risco
Ministério da Saúde: < 145cm
IOM: < 157cm
As mulheres de baixa estatura são susceptíveis a dificuldades no trabalho de parto – desproporção feto-pélvica;
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A estatura da mulher está relacionada com sua saúde geral e estado nutricional – crescimento materno pregresso e estrutura óssea pélvica;
Consequências
Dificuldades no trabalho de parto;
Maior incidência de BPN;
Maior risco de morte da criança.
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Peso pré-gestacional e ganho de peso durante a gravidez
- Ganho de peso deficiente: RCIU e risco de morte fetal
- Ganho de peso excessivo: diabetes mellitus, anemia, morte materna e fetal, dificuldades no parto.
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Antecedentes ginecológicos
Idade da menarca: indicador de maturidade e estado nutricional;
Idade ginecológica (IG): IG = IC – IM
IC = idade cronológica
Ideal: IG > 2 anos
Risco: < 2 anos
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Fluxo menstrual
Escasso: pode estar relacionado com a desnutrição
Excessivo: implicações nutricionais
Trauma ou anomalias congênitas na pelve ou na coluna
Uso de anticoncepcionais
Antecedentes obstréticos
- Paridade e intervalos interpartais.
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Antecedentes clínicos
Doenças crônicas
Patologias próprias da gestação
Doenças atuais: desnutrição, doenças infecciosas, AIDS, toxoplasmose e rubéola.
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Esolaridade materna inferior a 4 anos;
Residência em micro área de risco;
Mãe solteira ou com companheiro sem compromisso com a família;
Desemprego do chefe da famíllia;
Criança indesejada.
Má qualidade da assistência pré-natal e no parto.
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Sócio-econômicos e sociais
Institucionais
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Alcoolismo 
Retardo no crescimento e desenvolvimento fetal
comprometimento do crescimento pós-natal
 má formação congênita
 Síndrome alcoólica fetal.
Uso de drogas
- Risco de morte e sequelas.
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Comportamentais
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Uso de medicamentos
Tabagismo
Nicotina: taquicardia, redução do fluxo sanguíneo placentário  má oxigenação e nutrição fetal;
Monóxido de carbono: hipóxia materna e fetal  prematuridade, BPN, aborto.
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