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Trabalho Direito de Família separação de bens casamento

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ESPÉCIES DE REGIMES 
REGIME DA SEPARAÇÃO 
Cada cônjuge tem a propriedade, a posse e a administração de seus bens. Nada se comunica, assim, o que o cônjuge tinha antes do casamento continua sendo dele, o que vier a adquirir após o casamento também será apenas dele. São patrimônios autônomos e independentes. Há dois tipos de regime de separação: legal ou obrigatória, ou seja, aquele o imposto por lei, são as pessoas estabelecidas no art. 1.641 22(causas suspensivas; casamento do menor sem alvará judicial; casamento do maior de 70 anos). A súmula n.º 377 do STF 23diz que se comunicam os bens adquiridos na constância do casamento, desde que adquirido com esforço comum, ou seja, só se comunicam os aquestos. Já, o regime de separação convencional, é o escolhido livremente pelos nubentes no pacto antenupcial. Nesse regime, segundo a jurisprudência, também se comunicam os aquestos, aqueles adquiridos com esforço comum. Na separação legal um cônjuge não pode administrar os bens do outro, bem como, não pode doar bens ou ser sócios entre si ou com terceiros. 
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS 
Nesse regime comunicam-se apenas os bens adquiridos onerosamente durante o casamento, ainda que a aquisição tenha se dado apenas por um dos cônjuges.
Nesse regime não se comunicam: 
 os bens adquiridos antes ao casamento; as doações;  as heranças;  os bens sub-rogados (aqueles adquiridos com o produto da venda dos bens adquiridos antes do casamento);  os bens de uso pessoal;  os proventos do trabalho de cada cônjuge (os bens adquiridos com o provento do trabalho se comunicam);  dívidas por ato ilícito (indenização por acidente de transito) súmula 251 do STF;  os bens que tenham por causa um fato anterior ao casamento; e  as pensões. 
Comunicam-se:  os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento;  os bens adquiridos por fato eventual (loteria); e  os frutos e benfeitorias dos bens incomunicáveis de cada cônjuge (aluguel de um imóvel). 
O FGTS se comunica? Sim, o fundo de garantia se comunica. 
 OBS.: os bens móveis, até que se prove o contrário, presumem-se adquiridos durante a constância do casamento – art. 1.662 24do CC – contudo, é possível fazer um pacto antenupcial descrevendo e especificando os bens móveis de cada um. Quando não houver pacto ou se esse for nulo ou ineficaz o regime será o da comunhão parcial de bens. 
REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS 
Esse regime depende de pacto antenupcial. Nele comunicam-se todos os bens, tanto os anteriores, quanto os adquiridos durante o casamento, nesse regime até mesmo a herança e a doação se comunicam, exceto se houver cláusula de incomunicabilidade – art. 1.911 25do CC. 
Nesse regime não se comunicam: os provento do trabalho;  as pensões;  as dívidas antes do casamento, salvo as que se reverterem em proveito da família ou despesas com o casamento;
as dívidas contraídas durante o casamento por ato ilícito (marido mata alguém, a ação de indenização poderá ser proposta contra a esposa); 
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
É o regime que, durante o casamento, assemelha-se ao regime de separação de bens, mas quando se dissolve é parecido com a comunhão parcial. Também depende de pacto antenupcial. Os bens anteriores ao casamento não se comunicam, mas durante o casamento cada cônjuge administra seus próprios bens (os existentes e os posteriormente adquiridos). Há um detalhe no regime em estudo, pois os bens móveis presumem-se pertencer ao cônjuge devedor, salvo os de uso pessoal, ou seja, o credor do cônjuge pode requerer a penhora dos bens móveis que, teoricamente, pertenciam ao outro cônjuge. Na dissolução do casamento os bens adquiridos onerosamente durante o casamento se comunicam, mas no momento da partilha, aquele que adquiriu o bem ficará com ele e repõem para o outro em dinheiro ou compensa em bens o que deveria lhe pagar. 
PROCESSO DE HABILITAÇÃO DO CASAMENTO 
A habilitação é a fase preliminar do casamento, onde os nubentes procuram demonstrar que podem contrair o casamento. Esse procedimento tramita no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais de qualquer da residência dos nubentes, ou seja, tanto da residência da mulher quanto na residência do marido. O requerimento é escrito e assinado por ambos os nubentes, não necessitando da representação de um advogado. A habilitação é enviada ao Ministério Público, e, após a sua concordância, será realizada a publicação dos proclamas (edital que comunica a existência do casamento), sendo fixado por 15 dias no cartório da residência de AMBOS os nubentes. Se houver imprensa no local os proclamas também serão ali publicados. Por fim, não havendo, durante os 15 dias, qualquer impugnação, o oficial de registro civil expedirá o certificado de habilitação de casamento, documento que autoriza o casamento dentro do prazo de 90 dias. Vale dizer que se os nubentes não casarem dentro do prazo de 90 dias será realizada uma nova habilitação. OBS.: A habilitação do casamento não precisa ser homologada pelo juiz, salvo se houver impugnação de terceiro, do Ministério Público ou do oficial do cartório. A habilitação é um ato oneroso, exceto para os que se declararem pobres. Vale esclarecer que a celebração do casamento é sempre gratuita, independente da situação financeira dos nubentes, diferente da habilitação. Os proclamas apenas serão dispensados pelo juiz nos casos de urgência como, por exemplo, doença grave (casamento nuncupativo).
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO 
O casamento poderá ser celebrado em qualquer dia da semana, inclusive domingos e feriados, e será celebrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais. Para casar fora do cartório é necessária uma autorização do juiz de paz. Exige-se, em regra, 2 testemunhas (sejam elas parente ou não dos nubentes). Quando um dos nubentes não puder ou não souber assinar ou, ainda, quando a celebração se der fora do cartório, será necessária a apresentação de 4 testemunhas. Importante destacar que, se durante a celebração do casamento, um dos nubentes disser, ainda que por brincadeira, que não aceita se casar, o casamento será interrompido, devendo aguardar 24 horas para se retratar por meio de requerimento. 
Obs.: no casamento nuncupativo exige-se 6 testemunhas. Em que momento se constitui o casamento? O casamento só se realiza quando houver duas manifestações de vontade: primeiro a manifestação dos nubentes (ambos dizem sim) e segundo a manifestação da vontade da autoridade celebrante que os declara casados – art. 1.514 do CC10. Atenção: Falecendo um dos nubentes segundos antes da manifestação de vontade, o casamento não se concretizará. O artigo 1.542 do CC 11 dispõe que o casamento por procuração será possível desde que realizado por instrumento público, dando poderes especiais ao procurador e indicando a pessoa com que vai se casar, não havendo necessidade de fundamentar a procuração. Sua eficácia será de 90 dias e poderá ser revogada a qualquer tempo por instrumento público. 
Quem pode celebrar o casamento? - o juiz de paz; - o cônsul brasileiro, desde que ambos os nubentes seja brasileiros, devendo ser registrado no 1º Cartório de Registro Civil do domicílio dos nubentes, no prazo de 180 dias; - o cônsul ou diplomata estrangeiro de estrangeiros residentes no Brasil, desde que ambos sejam do mesmo país – art. 7º, §2º da LICC 12. - qualquer pessoa poderá celebrar o casamento nuncupativo, também chamado de “in extremis” ou “in articulo”. Ocorre o casamento nuncupativo quando um dos nubentes está em iminente risco de morte, dispensando, assim a habilitação do casamento, a publicação dos proclamas e o juiz de paz. Contudo, exige-se a presença de 6 testemunhas, não devendo estas serem parentes até 2º grau dos nubentes ou parentes em linha reta. Esse casamento deverá, no prazo máximo de 10 dias, ser ratificado perante o juiz. 
CASAMENTO RELIGIOSO DE EFEITO CIVIL 
O casamento religioso é aquele celebrado por uma autoridade eclesiástica e, para efeitos civis, deverá ser registrado em cartório, caso contrário seráconsiderada uma mera união estável. As opções no casamento religioso são:  Os nubentes poderão fazer uma habilitação anterior e querer que a celebração seja presidida por uma autoridade religiosa e, posteriormente, efetuar o registro em cartório;  Os nubentes casados apenas no religioso poderão realizar a habilitação posterior junto ao cartório.  Obs.: sempre valerá o registro do casamento civil, logo, se o indivíduo tem um registro civil de casamento com outrem e, posteriormente, casa-se no religioso com outra pessoa, apenas o registro civil terá valor jurídico – art. 75 da Lei de Registros Públicos 13. 
DA PROVA 
A prova do casamento se dará pela Certidão do Registro do Casamento. Havendo a perda ou destruição do livro de registro, será admitida prova supletiva através da Ação Declaratória de Existência de Casamento, conduto, se durante o tramite da ação, o juiz tiver dúvidas acerca da veracidade dos fatos, julgará procedente o pedido, desde que haja posse do estado de casado (é o fato de terem vivido como marido e mulher, com o preenchimento de três requisitos: “nominatio”, “tractatus” e “reputatio”).

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