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Status Libertatis, Civitatis e Familiae 2ª Verificação

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Professor José Orlando de Farias
 DIREITO ROMANO
2ª Verificação 
STATUS LIBERTATIS
 1. Noção
A liberdade era o bem maior para o romano, se opunha à escravidão. 
O homem livre era ser humano.
	
No mundo romano, as pessoas estavam classificadas em:
Cidadãos (homens livres que tinham de cidadania Iure soli ou Iure sanguinis); 
Não Cidadãos (eram estrangeiros, possuidores do status libertatis); 
Pessoas in mancipio (pessoas sob autoridade ou a potesta de um paterfamilias); 
Escravos (indivíduos que o direito privava da liberdade, em razão do nascimento ou de cativeiro, equiparados a objetos ou coisas);
Ingênuos (nasceram livres e assim continuam); 
Libertos (nasceram escravos e obtiveram a liberdade, ou nasceram livres, tornaram escravos e reconquistaram a liberdade); 
Colonos (pessoas que estavam vinculadas à terra para cultivá-las).
2. A ESCRAVIDÃO E SUA ORIGEM
		A escravidão era instituição do direito antigo, mercê da qual um ser humano era privado de sua liberdade, desaparecendo sua personalidade jurídica, sendo equiparado às coisas.
 	No mundo romano, originava-se de motivos:
				 captura pelo inimigo 
	 IUS GENTIUM 	
			 	 nascimento 	
		
		
	
IUS CIVILE
o que deixasse de inscrever-se no censo;
 deixasse de prestar o serviço militar;
o desertor das legiões romanas; 
o que fosse preso em flagrante por furto;
o devedor inadimplente;
o filiusfamilias vendido pelo pater. 
	
Pré-clássico:
	
	
IUS CIVILE
	
Clássico:
	
condenação a trabalhos forçados, 
A mulher livre que mantivesse relacionamento amoroso com escravo alheio;
o liberto que fosse ingrato ao antigo patrono.
3. MANUMISSÃO
É a dação da liberdade. Era um ato de disposição de vontade que atribui ao manumitido o estado livre de cidadão romano.
	A manumissão ou alforria ocorreu de várias formas:
	
	No direito pré-clássico: 	
 	
	pelo censo; 
					 pela vindicta; 
					 por testamento. 
		
		Direito clássico: 	
Vindicta; 
Testamento; 
Manumissão por carta; 
Inter amicos; 
 Ad mensam 
Direito pós-clássico: 
 Manumissão eclesiástica.
4. RESTRIÇÕES ÀS MANUMISSÕES
Lex Fufia Caninia, 2 a.C., limitou o número de manumissões por testamento. Não podia exceder a cem. Justiniano revogou essa lei;
Lex Aelia Sentia, 4 d.C., estabeleceu que o dominus menor de 20 anos só podia libertar seus escravos por meio da vindicta e com justa causa reconhecida pelo conselho. 
5. SEMI-ESCRAVIDÃO
Addictus era o que tinha pago um dívida e era adjudicado pelo magistrado ao credor.
Redemptor era o ex-prisioneiro de guerra que tinha sido resgatado por alguém que pagará sua liberdade.
Auctoratus era o gladiador das arenas, era um homem livre que tinha sido contratado por um empresário para lutar.
Colonos do baixo império, estavam vinculados à terra e dela não podiam se afastar. Eram escravos da terra. 
STATUS CIVITATIS 
1. Noção
	
A cidadania romana era o segundo pressuposto para se adquirir a plena capacidade.
Os romanos denominavam status civitatis a dependência de um individuo a uma comunidade juridicamente organizada. 
Eram cidadãos os seus habitantes livres, havia outros súditos livres que não possuem a cidadania que estavam sob o disciplinamento do ius gentium, porquanto o ius civile dizia respeito somente aos cidadãos.
2. FONTES DA CIDADANIA
	2.1. Nascimento: O nascimento determinava a cidadania em duas situações:
 Iure soli (cidadania provinha do nascimento em solo romano) e 
Iure Sanguinis (situação paterna quando se tratasse de filhos legítimos.
	2.2. Por fatos posteriores ao nascimento: 
Manumissão; 
Naturalização; 
Prestação de serviço militar; 
Lex Julia, 90 a.C; concedeu cidadania aos habitantes do Lácio.
Lex Plautia Papiria, 89 a.C; atribuiu cidadania aos aliados de Roma.
Lex Roscia, 49 a.C; estendeu a cidadania aos habitantes da Gália Transpadana. 
Edito de Caracala, 212, concedeu a cidadania a todos os habitantes do império, com exceção dos peregrinos de dedeticios. 
3.EDITO DE CARACALA
O Edito de Caracala ou Constituição Antoniniana teve um grande significado no desenvolvimento do direito posterior. 
Assinala a mudança definitiva da antiga concessão do Estado citadino e a moderna noção de Estado, concebido como uma organização jurídica de pessoas que vivem no mesmo território.
4.PRERROGATIVAS DO CIDADÃO ROMANO.
Ius legionis: o direito de prestar o serviço militar.
Ius sufragii: o direito de voto.
Ius honorum: o direito de ser escolhido como magistrado ou de exercer a magistratura, de desempenhar cargos públicos.
Ius commercii: o direito de praticar o comercio.
Ius connubii: o direito de contrair justas núpcias.
Legis actio: o direito de invocar a lei ou de fazer valer seu direito subjetivo.
Factio testamenti: o direito de fazer testamento de acordo com o jus civile.
5. PERDA DO STATUS CIVITATIS
Se perdesse o status libertatis. Salvo a possibilidade do postliminium.
Quando se tornava membro de uma cidade estrangeira.
Quando sofria alguma condenação infamante (exílio, deportação etc.)
	Professor: José Orlando de Farias
STATUS FAMILIAE 
	
 1. NOÇÃO
É a condição do homem livre e cidadão em relação a determinada família.
Tanto o paterfamilias quanto o filiusfamilias têm esse status, contudo, somente o primeiro é plenamente capaz.
2. PESSOAS SUI IURIS E ALIENI IURIS
Paterfamilias é o homem sui iuris, sem que necessariamente significasse que tivesse filhos. É o chefe da domus. O varão não submetido à potestade doméstica. De tal poder, estavam excluídas as mulheres, mesmo que sui iuris. 
Alieni Iuris eram os filiifamilias (filhos, netos, bisnetos...), ou seja, o submetido ao poder familiar, qualquer que seja sua idade e sexo.
A distinção entre Sui Iuris e Alieni Iuris 
	independe de idade.
3. CAPACIDADE JURIDICA E DE EXERCICIO.
Os filiifamilias, ao atingirem a puberdade, são plenamente capazes na ordem do direito público romano. Gozam do ius sufragii, podem exercer as magistraturas, prestar o serviço militar, contrair matrimônio. 
Perante o direito privado carecem de capacidade. 
Estão sob o poder do paterfamilias enquanto este estiver vivo. Porém, tal fato sofre mudanças, num direito de mais de treze séculos,sobretudo com o surgimento dos pecúlios. 
A família, entre as instituições romanas, é a mais antiga e universal. 
É celebrada como a célula mater da sociedade, conhecida de todos os povos em todas as épocas.
Segundo Fustel de Coulanges, em sua obra a cidade antiga, a família romana originou-se da própria religião. 
 A FAMÍLIA ROMANA 
1. DEFINIÇÕES:
1.1. NO SENTIDO 
AMPLO: 
Família é o conjunto de pessoas que descende de 	um mesmo tronco ancestral.
1.2. NUM SENTIDO
 ESTRITO:
 
Família é o conjunto de pessoas e o acervo de bens, constituindo a domus, pequena comunidade política e econômica, jurídica e religiosa, sob a potestas do paterfamilias. 
2. FORMAÇÕES FAMILIARES:
2.1. EM SENTIDO RESTRITO:
 A FAMILIA envolve um pequeno conjunto de parentes, englobando outras pessoas economicamente vinculadas ao grupo.
2. FORMAÇÕES FAMILIARES
Como uma estrutura unificada sob a postestas do pater, Ulpiano apresenta ideias distintas de família:
Família Communi Iure: todos que estão sobre a patria potestas do paterfamilias, se vivo fosse, passando a ser considerado após sua morte que originava outras famílias que tinham como chefe os filhos varões dele;
Família proprio iure (sentido estrito): todos que estavam sob o poder do mesmo pater.
2. MODOS DE CONSTITUIÇÃO 
DA FAMÍLIA ROMANA.
	Segundo Ulpiano a família romana se origina:
	ou pela natureza ou pelo direito.
pela natureza: quando se refere ao nascimento da justas 			nupcias.
pelo direito: quando se trata de adoção, da ad-rogação, da 			conventium in manu e da legitimação.
3. PATERFAMILIAS
É aquele que tem o domínio na domus.
Ele era o sacerdote dos sacra privata;
O juiz, o único detentor
da patria potestas;
Todos estavam sob sua autoridade.
Significa CHEFE absoluto da domus. 
3.1. PODERES DO PATERFAMILIAS
Manus, poder marital exercido sob a mulher;
Dominica potestas, poder exercido sobre os escravos e todas as pessoas colocadas in mancipio;
Dominium, poder exercido sobre os bens de todos os integrantes da domus.
Patria potestas, conjunto de poderes que o paterfamilias tinha sobre seus filiifamilias. 
6. PODERES DECORRENTES DA 
PATRIA POTESTAS
Ius vitae et necis
Ius noxae dandi
Ius vendendi
Ius exponendi
6.1. FONTES DA PATRIA POTESTAS
Nascimento das justas nupcias 
Adoção 
Ad-rogação
6.2 .EXTINÇÃO DA PATRIA POTESTAS
Com a morte do paterfamilias, quando então todos os seus filhos e filhas tornavam-se sui juris.
Perda do status libertatis ou civitatis;
No baixo império quando castigasse imoderadamente o filho. 
No direito justinianeu o que expusesse sua prole ao abandono ou sua filha à prostituição.
COMPARAÇÃO COM O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
DIREITO ROMANO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
LEI Nº 10.406, DE 10.01.2002
Num sentido abrangente, família é o conjunto de pessoas que procede do mesmo tronco ancestral longínquo, formando a gens. 
Familia communi iure era o conjunto de todos aqueles que estariam sob a potestade do pater se ele fosse vivo. 
Familia proprio iure era o conjunto de pessoas que estavam submetidas ao poder de um mesmo paterfamilias. 
A luz da doutrina, encontramos três acepções de família: 
	- No sentido amplíssimo, o conjunto de todos os indivíduos ligados pelos laços da consangüinidade ou da afinidade. 
	- No sentido lato, além dos cônjuges e seus filhos abrange os parentes da linha reta ou colateral, bem como os afins. 
	- No significado restrito, as pessoas ligadas pelos laços do matrimônio e da filiação. 
COMPARAÇÃO COM O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
DIREITO ROMANO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
LEI Nº 10.406, DE 10.01.2002
Os descendentes (filhos, netos, bisnetos, independentes de sexo e idade) estavam sujeitos à Patria Potestas enquanto o paterfamilias vivo fosse. 
	Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. 
COMPARAÇÃO COM O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
DIREITO ROMANO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
LEI Nº 10.406, DE 10.01.2002
A patria potestas se originava das justas núpcias (Gaio 1,55);
da adoção; 
da ad-rogação e 
da legitimação. 
	Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais;na falta ou impedimento de um deles, o outro, o exercerá com exclusividade. 
COMPARAÇÃO COM O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
DIREITO ROMANO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
LEI Nº 10.406, DE 10.01.2002
A patria potestas era referente ao paterfamilias, que a exercia enquanto vivo (titularidade e 
vitaliciedade). Quando o filho se tornava púbere (14 anos) se tornava capaz perante o direito público, mas perante o direito 
privado continuava subordinado ao seu pater; até que ele morresse, então se tornaria plenamente capaz (exceto se antes tivesse sido emancipado, tornando-se capaz). 
A influência romanista está presente nos incisos I, II, III, IV, V. 
	Art. 1.634 - Compete aos pais, quanto a pessoa dos filhos menores: 
I- Dirigir-lhes a criação e educação; 
II - Tê-los em sua companhia e guarda; 
III - Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; 
IV- Nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não sobreviver, ou sobrevivendo não puder exercer o poder familiar
V - Representá-los até os 16 anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento.
COMPARAÇÃO COM O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
DIREITO ROMANO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
LEI Nº 10.406, DE 10.01.2002
A patria potestas se extinguia: 
- Com a morte do pater ou do filius; 
- Pela emancipação; 
- Pela adoção; 
- Pela capitis deminutio (liberdade ou cidadania); 
- Por decisão do pretor, em caso de indignidade cometida pelo pater: 
	
Art. 1.635 - Extingue-se o poder familiar: 
I - Pela morte dos pais ou do filho.
II - Pela emancipação; 
III - Pela maioridade; 
IV - Pela adoção; 
V - Por decisão judicial, na forma do art.1.638. 		 
COMPARAÇÃO COM O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
DIREITO ROMANO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
LEI Nº 10.406, DE 10.01.2002
Ainda perdia a patria potestas: 
- o pater que castigasse imoderadamente o filho;
- o que expusesse sua prole ao abandono ou sua filha à prostituição. 
Art. 1.638 - Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: 
I - Que castigar imoderadamente o filho;
 II - Que o deixar em abandono; 
III - Que praticar atos contrário a moral e aos bons costumes; 
IV- incidir; reiteradamente nas faltas previstas no art. antecedente. 	
		 
COMPARAÇÃO COM O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
DIREITO ROMANO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
LEI Nº 10.406, DE 10.01.2002
Originariamente todos os bens pertenciam patrimônio da domus (Gaio, II,87), sob administração do paterfamilias
Somente após a morte do paterfamilias, a herança era repartida. Depois, surgiram os pecúlios que os filiusfamilias púberes administravam. 
Art. 1.689 - O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar.
I – são usufrutuários dos bens dos filhos; 
II – têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade.

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