Buscar

DireitoPenalIII Aula16

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Penal III 
Profª Tâmisa Fleury Página 75 
 
Aula 16 – 30/05/2012 
 
2.7.19 Estelionato – art.171 
a) Objeto jurídico – patrimônio. 
b) Tipo objetivo 
Núcleos do tipo – Obter (ganhar, alcançar, conseguir, atingir). 
Meios de execução – induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, 
ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. 
Objeto material – 
 Existem quatro requisitos para a configuração do estelionato: 
a) Que a vítima seja induzida ou mantida em erro. Este erro pode ter sido ou 
não produzido pelo agente. 
b) Que o agente se utilize, como meio executório, de fraude. Apesar de o 
código demonstrar os meios, estes são aplicados analogicamente. Este 
meio de execução deve ser apto a enganar alguém. A fraude pode ser por 
meio de: 
 Artifício – algum aparato material ou disfarce para modificar o 
aspecto de um objeto qualquer e enganar a vítima; 
 Ardil – conversa enganosa, o engodo, a insídia; 
 Outro meio fraudulento – silêncio, mentira, etc. 
c) Que procure obter vantagem ilícita, para si ou para outrem, em prejuízo 
alheio. 
 Vantagem – qualquer acréscimo de cunho econômico, por se tratar 
de crime contra o patrimônio. 
 Há posições que defendem que a vantagem não precisa ser 
necessariamente econômica e sim o prejuízo sofrido. 
 Caso a vantagem auferida seja lícita configurará o crime de 
exercício arbitrário das próprias razões, art. 345 do CP. 
 O objetivo deve ter natureza concreta, significando qualquer dano à 
vítima capaz de trazer vantagem ao autor. 
 
c) Tipo subjetivo – dolo. 
d) Sujeito ativo – qualquer pessoa. 
 Quando empresário procurar lesar seus credores, antes ou depois da falência, 
sua conduta pode caracterizar crime falimentar (art. 168 da Lei 11.101/05). 
e) Sujeito passivo – o titular do patrimônio lesado e aquele que foi enganado, que 
podem não ser a mesma pessoa. 
 É necessário que a vítima seja determinada, ou um determinado grupo de 
pessoas. Caso contrário poderá configurar crime contra a economia popular 
ou contra a ordem econômica. Por exemplo, adulteração de balança em 
açougue. 
 A vítima deve possuir capacidade de discernimento, caso contrário configurará 
o crime do art. 173, abuso de incapazes. 
f) Consumação – da obtenção da obtenção da vantagem ilícita e do efetivo 
prejuízo alheio. 
g) Tentativa – é admitida. 
h) Conflito aparente de normas 
 Direito Penal III 
Profª Tâmisa Fleury Página 76 
 
 Apropriação indébita X estelionato – a diferença está no momento em 
que surge o dolo, ou seja, no estelionato ele está presente no início, na 
apropriação o agente ingressa na posse do bem de boa-fé, e, após, decide 
dele se apropriar. 
 Furto mediante fraude X estelionato – no furto o agente utiliza a fraude 
para reduzir a vigilância do sujeito passivo, enquanto que no estelionato, a 
fraude é empregada de modo que o ofendido entregue ao agente a vantagem 
ilícita, insciente do erro que comete. 
i) Estelionato privilegiado – art. 171, §1º - o juiz DEVE aplicar a pena conforme 
o art. 155,§2º. 
 Aqui fala-se em pequeno valor do prejuízo e não da coisa, assim, o privilégio 
deve ser apurado no caso concreto. 
 O momento da aferição do prejuízo é o da consumação. 
 Sendo o crime tentado, leva-se em consideração o prejuízo que o agente 
queria causar. 
 Não se deve confundir “pequeno valor”, o qual caracteriza o privilégio, com 
“insignificância”, a qual resulta na atipicidade da conduta. O STF adota quatro 
critérios objetivos para a aplicação do princípio da insignificância, sendo eles: 
a) A mínima ofensividade da conduta; 
b) Seu baixo grau de reprovabilidade; 
c) A inexpressividade da lesão ao bem jurídico; 
d) A ausência de periculosidade social da ação; 
j) Formas equiparadas – art. 171, §§ 2º e 3º 
 Disposição alheia como própria – estando o agente na posse legítima do bem 
e tratando-se de coisa móvel ocorrerá o crime de apropriação indébita. 
Além disso, se o agente subtrai a coisa alheia móvel e, posteriormente, a 
vende a terceiro como se sua fosse, comete furto mais o estelionato, em 
concurso material. Não há como considerar o estelionato fato posterior 
impunível, à luz do princípio da consunção, visto que são distintos os sujeitos 
passivos (no furto: o proprietário do bem e no estelionato: além do dono da 
coisa, a pessoa enganada). 
 Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria – é fundamental, para a 
existência do crime, que o agente silencie acerca da inalienabilidade ou 
promessa de venda, nisso residindo a fraude. 
 Fraude na entrega da coisa – pode ser referente à substância (entregar 
candelabro de lata no lugar de prata), qualidade (entregar laptop com 
especificações inferiores à prometida) ou quantidade (entregar 100 sacas de 
milho, em vez de 105). 
 Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro – a consumação 
ocorre com a destruição, ocultação, lesão ou agravamento, não se exigindo a 
obtenção da indenização ou do valor do seguro. 
 Fraude no comércio por meio de cheque – aqui a fraude consiste em fazer a 
vítima acreditar equivocadamente que o título de crédito, pertencente ao 
sujeito, será honrado pelo banco. Consuma-se no momento da recusa do 
pagamento no banco sacado, sendo esse local, o foro competente para o 
processo e julgamento da infração. 
 Se alguém, portando talões de cheques alheios, se faz passar pelo 
titular da conta, gerando a vítima, comete estelionato na modalidade 
 Direito Penal III 
Profª Tâmisa Fleury Página 77 
 
do caput. Da mesma forma é aquele que após o encerramento da 
conta continua a utilizar os cheques e aquele que utiliza documentos 
falsos para abertura de conta e posteriormente a utilização de cheques. 
 Possuindo o emitente limite bancário (cheque especial) não há crime, 
salvo se o valor do cheque exceder tal limite. 
 Consuma 
k) Causa de aumento de pena - §3º. 
 
2.7.20 Duplicata simulada – art. 172 
a) Objeto jurídico – patrimônio. 
b) Tipo objetivo 
Núcleos do tipo – emitir. 
Objeto material – fatura, duplicata ou nota de venda. 
Elemento normativo – não correspondente à mercadoria vendida, em qualidade, ou 
ao serviço prestado. 
c) Tipo subjetivo – dolo. 
d) Sujeito ativo – pessoa que expediu duplicata. 
e) Sujeito passivo – o recebedor e quem for lesado. 
f) Consumação – quando o título entrar em circulação. 
g) Tentativa – não é admitida. 
 
2.7.21 Abuso de incapazes – art. 173 
a) Objeto jurídico – patrimônio. 
b) Tipo objetivo 
Núcleos do tipo – abusar (utilizar de modo inconveniente) e induzir. 
Objeto material – menor, alienado ou débil mental. 
Elemento normativo – em proveito próprio ou alheio. 
c) Tipo subjetivo – dolo. 
d) Sujeito ativo – qualquer pessoa. 
e) Sujeito passivo – o menor, o alienado ou o débil mental. 
f) Consumação – com o induzimento da vítima. 
g) Tentativa – é admitida. 
 
2.7.22 Induzimento à especulação – art. 174 
a) Objeto jurídico – patrimônio. 
b) Tipo objetivo 
Núcleos do tipo – abusar. 
Objeto material – pessoa inexperiente, simples, ou de inferioridade mental. 
Elemento normativo – induzindo-a à prática de jogo ou aposta, ou à especulação 
com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa. 
c) Tipo subjetivo - dolo. 
d) Sujeito ativo – qualquer pessoa. 
e) Sujeito passivo – pessoa inexperiente, simples ou com inferioridade mental. 
f) Consumação – com o induzimento da vítima. 
g) Tentativa – é admitida. 
 
2.7.23 Fraude no comércio – art. 175 
a) Objeto jurídico – patrimônio. 
 Direito Penal III 
Profª Tâmisa Fleury Página 78 
 
b) Tipo objetivo 
Núcleos do tipo – enganar. 
Objeto material – adquirente ou consumidor. 
Elemento normativo – no exercício de atividade comercial. 
c) Tipo subjetivo – dolo. 
d) Sujeito ativo – o comerciante no exercício das atividades de comércio. 
e) Sujeito passivo – o consumidorou a pessoa que adquire do produto. 
f) Consumação – com o prejuízo da vítima. 
g) Tentativa – é admitida. 
h) Forma qualificada - §1º 
i) Figura Privilegiada - §2º. 
 
2.7.24 Outras fraudes – art. 176 
a) Objeto jurídico 
b) Tipo objetivo 
Núcleos do tipo – tomar refeição, alojar-se ou utilizar-se. 
c) Tipo subjetivo 
d) Sujeito ativo – qualquer pessoa. 
e) Sujeito passivo – o prestador de serviços. 
f) Consumação – com o prejuízo da vítima. 
g) Tentativa – é admitida. 
h) Ação penal – pública condicionada à representação (parágrafo único). 
i) Perdão judicial – parágrafo único. 
 
2.7.25 Fraudes ou abusos na fundação ou administração de sociedades por 
ações – art. 177 
a) Objeto jurídico – patrimônio. 
b) Tipo objetivo 
Núcleos do tipo – promover afirmação falsa ou ocultar. 
Objeto material – constituição da sociedade. 
Elemento normativo – fazendo em prospecto ou em comunicação ao público ou à 
assembleia e fato fraudulento. 
 É crime subsidiário, ou seja, somente ocorrerá este delito se destas condutas 
não gerar crime mais grave, como nos casos de crime contra a economia 
popular (L. 1.521/51). 
c) Tipo subjetivo – dolo. 
d) Sujeito ativo – qualquer pessoa, incluindo aquelas mencionadas nos incisos. 
e) Sujeito passivo – o Estado e aqueles que foram lesados. 
f) Consumação – com a mera afirmação falsa ou ocultação fraudulenta de 
informação, independentemente de qualquer prejuízo para os futuros acionistas ou 
integrantes da assembleia. 
g) Tentativa – é admitida, exceto na forma omissiva. 
h) Forma privilegiada - §2º 
 
2.7.26 Emissão irregular de conhecimento de depósito ou Warrant 
a) Objeto jurídico – patrimônio. 
b) Tipo objetivo 
Núcleos do tipo – emitir (colocar em circulação). 
 Direito Penal III 
Profª Tâmisa Fleury Página 79 
 
Objeto material – conhecimento de depósito ou warrant. 
Elemento normativo – em desacordo com disposição legal. 
 Norma penal em branco – busca complemento no decreto nº 1.102/1903; 
 Trata-se de coibir a fraude em torno à formação e circulação dos especiais 
títulos à ordem expedidos pelos chamados “armazéns gerais”, em favor dos 
depositantes de mercadoria cuja guarda e conservação lhes são 
temporariamente confiadas; 
 A irregular emissão ocorre quando: 
a) A empresa de armazém geral não esteja legalmente constituída; 
b) Inexistir autorização do governo federal para a emissão; 
c) Serem os títulos arbitrariamente negociados pela própria empresa 
emissora; 
d) Não existirem em depósito as mercadorias especificadas, ou não 
corresponderem as existentes, em qualidade, quantidade ou peso, às 
mencionadas nos títulos; 
e) Tenha sido emitido mais de um título. 
c) Tipo subjetivo – dolo. 
d) Sujeito ativo – são os empresários de armazéns gerais e todas as pessoas que, 
conscientemente, tomem parte da fraude, na condição de coautores ou partícipes. 
e) Sujeito passivo – quem recebe o título irregular. 
f) Consumação – com a emissão. 
g) Tentativa – é admitida. 
 
2.7.27 Fraude à execução – art. 179 
a) Objeto jurídico – patrimônio e administração da justiça. 
b) Tipo objetivo 
Núcleos do tipo – Fraudar. 
Meios de execução – alienando, desviando, destruindo, danificando ou simulando. 
Objeto material – execução. 
c) Tipo subjetivo – dolo. 
d) Sujeito ativo – o Executado. 
e) Sujeito passivo – o Exequente, ou seja, o credor da dívida. 
f) Consumação – com o prejuízo ao credor. 
g) Tentativa – é admitida.

Continue navegando