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27 Da Compensação como forma pagamento

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Do Adimplemento e Extinção das Obrigações 
Da Compensação 
como Forma de Pagamento 
⌘ Conceito :
	Compensação é meio de extinção de obrigações entre pessoas que são, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra.
	É modo indireto de extinção das obrigações, sucedâneo do pagamento, por produzir o mesmo efeito deste.
	A compensação visa eliminar a circulação inútil da moeda, evitando duplo pagamento. Se, p.ex., José é credor de João da importância de R$ 100.000,00 e este se torna credor do primeiro de igual quantia, as duas dívidas estinguem-se automaticamente, dispensando o duplo pagamento. Neste caso, temos a compensação total. – Se, no entanto, por exemplo, João se torna credor de apenas R$ 50.000,00 – ocorre a compensação parcial.
⌘ Espécies de compensação:
	Prescreve o art. 368 do CC:
“Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.”
	A compensação, portanto, será:
Total = se de valores iguais as duas obrigações;
Parcial = se os valores forem desiguais.
 
No último caso (parcial), há uma espécie de desconto: abatem-se até a correspondente quantia.
O efeito extintivo estende-se aos juros, ao penhor, às garantias fidejussórias e reais, à cláusula penal e aos efeitos da mora, pois, cessando dívida principal, cessam, da mesma forma, seus acessórios e garantias.
A compensação pode ser, também:
Legal = quando decorrente de lei, independente de vontade das partes;
Convencional = quando resulta de acordo das partes, dispensando alguns de seus requisitos;
Judicial = quando efetivada por determinação do juiz, nos casos permitidos pela lei.
Compensação Legal 
⌘ Conceito :
	Compensação legal é a que, baseada nos pressupostos exigidos por lei, produz os seus efeitos “ipso iure”.
	Independe da vontade das partes e se realiza ainda que uma delas se oponha.
	Opera-se automaticamente, de pleno direito. No mesmo instante em que o segundo crédito é constituído, extinguem-se as duas dívidas 
	O juiz apenas reconhece, declara sua configuração, desde que provocado, pois não pode ser proclamada de ofício.
	Uma vez alegada e declarada judicialmente, seus efeitos retroagirão à data em que se estabeleceu a reciprocidade das dívidas.
	Pode ser arguida em contestação, em reconvenção e até mesmo nos embargos à execução (CPC, art. 745, V). Nessa última hipótese, exige-se que a compensação seja fundada em execução aparelhada. 
	Não existindo ação ou execução em andamento, pode ajuizar ação declaratória o devedor que desejar fazer reconhecer a compensação legal, a qual depende de alguns requisitos, como se verá adiante.
⌘ Requisitos:
	Os requisitos da compensação legal, que valem também para a compensação judicial, são:
Reciprocidade dos créditos;
Liquidez das dívidas;
Exigibilidade das prestações;
Fungibilidade dos débitos. – (homogeneidade das prestações devidas)
	
 Reciprocidade dos Créditos:
		O primeiro requisito é, pois, a existência de obrigações e créditos recíprocos, isto é, entre as mesmas partes, visto que a compensação provoca a extinção de obrigações pelo encontro de direitos opostos.
		Só há compensação, segundo o art. 368 retrotranscrito, quando duas forem reciprocamente (“ao mesmo tempo”) credor e devedor uma da outra.
		O terceiro não interessado, p.ex., embora possa pagar em nome e por conta do devedor (CC, art. 304, § único), não pode compensar a dívida com eventual crédito que tenha em face do credor.
	Exceção em favor do Fiador:
A lei abre, no entanto, uma exceção em favor do fiador, atendendo ao fato de se tratar de terceiro interessado, ao permitir que alegue, em seu favor, a compensação que o devedor (afiançado) poderia arguir perante o credor (CC, art. 371, segunda parte). 
Como corolário do requisito de reciprocidade, a compensação só pode extinguir obrigações de uma parte em face da outra, e não obrigações de terceiro para com alguma delas. Preceitua, com efeito, o art. 376 do CC que uma pessoa, obrigando-se por terceiro, “não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever”.
A regra não se confunde com a do citado art. 371 e se aplica precipuamente aos contratos com estipulação em favor de terceiro. 
Assim, quem se obriga (p.ex., seguradora) em favor de terceiro (beneficiário) não lhe paga o que lhe prometeu, mas, sim, o que prometeu ao estipulante (contraente). É em virtude de obrigação contraída com este que a seguradora realiza o pagamento ao terceiro (beneficiário). Não há, pois, reciprocidade entre a seguradora e o beneficiário.
Referido dispositivo aplica-se igualmente à hipótese de o mandante dever ao credor, que, por sua vez, deve ao mandatário. Inexiste a reciprocidade dos débitos. 
 Liquidez das Dívidas:
		O segundo requisito é a liquidez das dívidas. Dispõe o art. 369 do CC:
“A compensação efetua-se entre dívidas liquidas, vencidas e de coisas fungíveis”. 
Quanto à liquidez, somente se compensam dívidas cujo valor seja certo e determinado, expresso por cifra. “Considera-se liquida a obrigação certa, quanto à sua existência, e determinada, quanto ao seu objeto”.
P. ex.: Não pode o devedor de uma nota promissória opor compensação com base em crédito a ser futuramente apurado se vencer ação de indenização que move contra o exequente.
Não se compensa, assim, dívida liquida e exigível com créditos a serem levantados ou com simples pretensão a ser ainda deduzida.
 Exigibilidade das Prestações:
		A exigibilidade das prestações ou créditos é também essencial para a configuração da compensação legal.
		É necessário que as dívidas estejam vencidas, pois somente assim as prestações podem ser exigidas.
		É indispensável, para que o devedor logre se liberar da obrigação por meio da compensação, que possa impor ao credor a realização coativa do contracrédito.
		Nas obrigações condicionais, só é permitida a compensação após o implemento da condição. E nas obrigações a termo, somente depois do vencimento deste. Mas os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, “não obstam a compensação” (CC, art. 372). Esses prazos de favor impedem o rigor da execução, porém, não inibem a compensação.
		Nas obrigações alternativas “em que se achem in obligatione um objeto compensável e outro não, só após a realização da escolha é que se poderá decidir a possibilidade ou não da compensação. Se a opção recaiu na prestação compensável, pode, desde tal momento, dar-se a compensação”.
 Fungibilidade dos Débitos:
		É igualmente necessário que as prestação sejam fungíveis, da mesma natureza.
		Não basta que as obrigações tenho por objeto coisas fungíveis (dinheiro, milho, café, etc.). Faz-se mister que sejam fungíveis entre si, isto é, homogêneas.
Assim, dívida em dinheiro só se compensa com outra dívida em dinheiro, bem como dívida consistente em entregar sacas de café só se compensa com outra dívida cujo objeto também seja entregas de sacas de café. – Não se admite a compensação de dívida em dinheiro com dívida em café.
Isto está a significar que o atributo da homogeneidade não pode ser visto abstratamente, apenas referido a “coisas do mesmo gênero”.
A restrição legal vai além, pois o art. 370 do CC aduz:
“Embora sejam da mesma natureza as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato”.
Nessa conformidade, se uma das dívidas forem de café tipo “A” (qualidade especificada), só se compensará com outra dívida também de café tipo “A”, se a segunda obrigação for de café tipo “B”, a qualidade diverge, e, então, embora sendo café (mesmo gênero), não se compensará, pois, a qualidade não são as mesmas. Nesse mesmo caso, se não houver especificação da qualidade no contrato, poderão ser compensadas as dívidas.
A questão preponderante é, pois, a introdução de outro elemento: a qualidade. Se a prestação é genérica (de dar coisa
incerta) ou alternativa, “deve-se proceder à escolha ou concentração, que é feita, em regra, pelo devedor (CC, art. 244), se o contrário não resulta do título.” Porém, introduzido o topos da qualidade, “não pode o devedor escolher coisa de qualidade média, como indica o art. 244 na parte final: aí deverá haver a identidade ou mesmeidade da qualidade da coisa. 
“Há, portanto, nas obrigações genéricas previstas no art. 370, a determinação pela qualidade”.
	
Compensação Convencional 
⌘ Conceito :
	Compensação convencional é a que resulta de um acordo de vontades, incidindo em hipótese que não se enquadram nas de compensação legal.
	As partes, de comum acordo, passam a aceitá-la, dispensando alguns de seus requisitos, por exemplo, a identidade de natureza ou a liquidez das dívidas.
	Pela convenção das partes, a dívida ilíquida ou não vencida passa a compensar-se com dívida líquida ou vencida, dívida de café com dívida em dinheiro e ect.
	 “Sem a celebração da convenção das partes, inocorreria compensação, pelo não preenchimento de todos os seus requisitos”.
	Situa-se, pois, a compensação convencional no âmbito de exercício da autonomia privada. Por acordo de vontade, as partes suprem a falta de um ou mais requisitos, ajustando a compensação.
	Pode também esta resultar da vontade de apenas uma das partes. P.ex.: O credor de dívida vencida, que é reciprocamente devedor de dívida vincendo, pode abrir mão do prazo que o beneficia e compensar uma obrigação com outra, ocorrendo, nesse caso, a denominada compensação facultativa.
Compensação Judicial 
⌘ Conceito:
	Compensação judicial é a determinada pelo juiz, nos casos em que se acham presentes os pressupostos legais. Ocorre principalmente nas hipóteses de procedência da ação e também de reconvenção. 
	 “Por exemplo: Se o autor cobra do réu a importância de R$ 100.000,00, e este cobra, na reconvenção, R$ 110.000,00, sendo que ambas são julgadas procedentes, o juiz condenará o autor a pagar somente R$ 10.000,00, fazendo a compensação”.
O art. 21 do CPC também determina que, se cada litigante for em parte vencedor e vencido, sejam compensados entre eles os honorários advocatícios e as despesas.
	 “Frise-se que a compensação judicial não é reconhecida unanimemente pela doutrina, inclusive por Clóvis Beviláqua, para quem não havia ‘necessidade de identificar a compensação com a reconvenção, que tem sua individualidade própria”.
Dívidas Não Compensáveis 
⌘ Casos especiais que não se admite a compensação:
Em alguns casos especiais, não se admite compensação. A exclusão pode ser legal ou convencional.
 Exclusão Convencional:
		Neste caso, o obstáculo é criado pelas próprias partes.
		De comum acordo, credor e devedor excluem-na. Tem-se, assim, a exclusão bilateral, permitida no art. 375 do CC, que proclama, na primeira parte, inexistir “compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem”.
		Admite-se, também, a renúncia unilateral. 
Com efeito, não cabe compensação havendo “renúncia prévia” de uma das partes (art. 375, segunda parte), ou seja, quando uma das partes abre mão do direito eventual de arguir a compensação. É necessário, porém, que seja posterior à criação do crédito e que os requisitos da compensação não estejam ainda presentes. Caso contrário, já estará concretizada. Mesmo assim, qualquer um dos devedores ainda pode renunciar a seus efeitos, respeitados os direitos de terceiros.
 Exclusão Legal:
		Decorre esta da:
Causa de uma das dívidas; ou
Qualidade de um dos devedores.
				
 Em regra, a diversidade de causa debendi (razão pela qual foi constituído o débito) não impede a compensação das dívidas. Se ambas são da mesma natureza (em dinheiro, p.ex., líquidas e vencidas), compensam-se ainda que a causa de uma delas seja o mútuo e a da outra uma compra e venda.
O CC no art. 373, que traz essa regra, consigna, no entanto, algumas exceções, nos incisos, em virtude das quais a diferença de causa nas dívidas impedem a compensação:
Inciso I – Se provier de esbulho, furto ou roubo;
Inciso II – Se uma originar de comodato, depósito, ou alimentos;
Inciso III – Se uma for coisa não suscetível de penhora.
 Inciso I:
		
		Na primeira hipótese, a razão é de ordem moral: esbulho, furto e roubo constituem atos ilícitos.
		É o caráter não só ilícito, mas doloso, da causa da obrigação que justifica a restrição. 
		Assim, p. ex., aquele que emprestou a outrem certa importância em dinheiro e lhe furtou, mais tarde, quantia do mesmo valor do empréstimo, não poderá eximir-se ao cumprimento da obrigação de restituir o montante subtraído por compensação com o seu crédito.
		Porém, nada justifica que a compensação não possa aproveitar à vítima do esbulho, furto ou roubo. Não se compreende que esta esteja igualmente impedida de obter compensação a seu favor, sobretudo se o autor do furto estiver insolvente ou em risco de insolvência. 
 Inciso II:
		Na segunda hipótese prevista, a razão está na causa do contrato: comodato e depósito baseiam-se na confiança mútua, somente se admitindo o pagamento mediante restituição da própria coisa emprestada ou depositada.
		Ninguém pode apropriar-se da coisa alegando compensação, pois a obrigação de restituir não desaparece. A fungibilidade afasta a compensação, porque a prestação é determinada individualmente, tratando-se de corpo certo. Além disso, as dívidas não seriam homogêneas, mas de natureza diversa.
		No caso específico do depósito, a impossibilidade de compensar dívida em respeito à confiança que impera entre os contratantes encontra exceção no art. 638 do CC, que expressamente permite a compensação “se noutro depósito se fundar”. Nesse caso, as partes encontram-se na mesma situação, sendo depositários e depositantes recíprocos, não cabendo a alegação de quebra de confiança.
		As dívidas alimentares obviamente não podem ser objeto de compensação, porque sua satisfação é indispensável para a subsistência do alimentando. Permiti-la seria privar o hipossuficiente do mínimo necessário a seu sustento.
		Por conseguinte, se o devedor de pensão alimentícia se torna credor da pessoa alimentada, não pode opor seu crédito quando exigida a pensão.
 Inciso III:
		Por último não se opera a compensação se uma das dívidas se relaciona a coisa insuscetível de penhora. É que a compensação pressupõe dívida judicialmente exigível.
		P. ex.: Não se compensa crédito proveniente de salários, que são impenhoráveis, com outro de natureza diversa. As coisas impenhoráveis são insuscetíveis de responder pelo débito por inexistir poder de disposição. 
Quanto à qualidade de um dos devedores recíprocos, o CC 02, passou a admitir, no art. 374, a compensação de “dívidas fiscais e parafiscais” da União, dos Estados e dos Municípios, dispondo que tal matéria seria por ele regida.
Todavia, o aludido dispositivo foi revogado pela Medida Provisória n. 104 de 1/01/2003, publicada no Diário Oficial da União, de 10/01/2003, que se converteu na Lei n. 10.677, de 22/05/2003.
Também não se admite a compensação “em prejuízo do direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exequente a compensação, de que contra o próprio credor disporia”(CC, art. 380).
Sendo modo abreviado de pagamento, a compensação não pode prejudicar terceiros estranhos à operação. O prejuízo ocorreria se o devedor pudesse, para compensar sua dívida com seu credor, adquirir crédito já penhorado por terceiro.
Regras Peculiares da Compensação 
⌘ Compensação nas Obrigações Solidárias:
O art. 1.020 do CC de 1916 tratava da compensação das obrigações solidárias e dispunha que: “O devedor solidário só pode compensar com o credor o que este deve a seu coobrigado, até ao equivalente da parte deste na dívida comum”.
Admitia-se, assim, que o devedor solidário, ao ser cobrado, compensasse com o credor o que este devia a seu coobrigado, mas só ate o limite
da quota deste na dívida comum.
Embora no débito solidário cada devedor responda pela dívida inteira perante o credor, entre eles, no entanto, cada qual só deve a sua quota. 
O legislador, no dispositivo em questão, levou em conta o princípio da reciprocidade que deve existir entre os coobrigados solidários, pois o escolhido pelo credor tem ação de regressiva contra os demais para cobrar de cada um a respectiva quota.
Embora o CC de 2002 não contenha dispositivo igual a esse, o princípio da reciprocidade, acolhido neste capítulo, e as normas atinentes às obrigações solidárias (arts. 264 a 285) autorizam a solução de casos futuros com base na referida regra.
		P. ex.: “Desse modo, se o credor cobra R$ 90.000,00 do devedor solidário “X”, este pode opor a compensação com aquilo que o credor deve ao coobrigado “Z” – p.ex. R$ 50.000,00.
		Como, no entanto, a quota de cada devedor solidário (“X”, “Z” e “W”) na dívida comum é R$ 30.000,00 (R$ 90 mil dividido ÷ três), a compensação é circunscrita a esse valor (R$ 30 mil), pois cessa a reciprocidade das obrigações no que o exceder. 
		Assim, o coobrigado “X”, ao ser cobrado, pagará ao credor somente R$ 60.000,00, ou seja, R$ 90.000,00 menos R$ 30.000,00 do coobrigado “Z” (descontado o excedente de R$ 20 mil, que cessa a reciprocidade das obrigações).
⌘ Compensação na Cessão de Crédito:
O CC no art. 377, trata da compensação na cessão de crédito:
	 “O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente”.
A extinção das obrigações, por efeito da compensação, retroage à data em que as dívidas se tornaram compensáveis e não se conta apenas a partir do momento em que a compensação for invocada.
O devedor, que pode contrapor compensação ao credor, ao ser notificado por este da cessão do crédito a terceiro (cessionário), deve opor-se a ela, cientificando o cessionário da exceção que iria apresentar ao cedente (credor), exercendo, assim, o seu direito de compensar. Como não há reciprocidade de débitos entre o devedor e o cessionário, se não se opuser à cessão, que lhe é notificada, estará o primeiro (o devedor) tacitamente renunciando ao direito de compensar. Assim acontecendo, passará a ser devedor do cessionário, embora continue CREDOR do cedente (credor primitivo do devedor).
Se, porém, a cessão não for notificada ao devedor, poderá este opor ao cessionário (terceiro) a compensação com um crédito que tivesse contra o primitivo credor (cedente). É essencial, nessa hipótese, que o crédito e o contracrédito entre cedente e devedor se tenham tornado compensáveis antes da data da cessão. Caso o contracrédito se tenha vencido, p.ex., só depois da data da cessão, a compensação não poderá ser posta ao cessionário. 
⌘ Descontos das Despesas:
O art. 378 do CC autoriza o desconto das despesas ocorridas em compensação de débitos quando estes forem pagáveis no mesmo lugar.
A distinção entre os lugares da prestação pode gerar, para uma das partes, p.ex., despesas de transporte, de expedição ou relativas à diferença de câmbio, ocasionando-lhe prejuízos. Embora estes derivem de fato lícito, surge o dever de indenizar, como expressão da justiça comutativa.
⌘ Aplicação das Regras estabelecidas para a imputação do pgto.:
Por sua vez, o art. 379 do CC, determina a aplicação das normas fixadas para a “imputação do pagamento” quando houver pluralidade de débitos suscetíveis de compensação.
Desse modo, ao arguir a compensação, o devedor indicará a dívida que pretende que seja compensada. Se não fizer a indicação, a escolha far-se-á pelo credor, que declarará na quitação a dívida pela qual optou.
Não tendo o devedor feito a indicação e silenciando o credor ao fornecer a quitação, p.ex., far-se-á a imputação com observância do disposto no art. 355 do CC: “nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar; se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tem, far-se-á primeiro na mais onerosa delas.”
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