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AULAS COMPLETAS DE 1 A 10 DO SIA - Virologia Básica -material novo

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Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Reconhecer a importância histórica da Virologia. 
2. Comparar os vírus com outros agentes infecciosos. 
3. Definir o que é um vírus. 
4. Conhecer e relacionar os componentes da partícula viral. 
5. Conhecer a organização genômica dos vírus. 
6. Conceituar o termo virion. 
7. Classificar os vírus de acordo com as normas vigentes.
INTRODUÇÃO
	
Embora os vírus já existam a milhares de anos, somente no século XX eles começaram a ser estudados. Virologia é definida como o estudo de vírus, que são "pequenas entidades acelulares que geralmente possuem apenas um único tipo de ácido nucléico e que deve utilizar a maquinaria metabólica de um hospedeiro vivo para se reproduzir."
Os vírus são merecedores de um estudo cuidadoso, porque  são muito importantes para humanidade.
O universo dos vírus é rico quanto à diversidade.
Os vírus conhecidos variam enormemente na estrutura, organização e expressão do genoma e estratégias de replicação e transmissão.
A gama de hospedeiros para determinado vírus pode ser grande ou extremamente limitada.
Sabe-se que os vírus infectam microrganismos unicelulares, como micoplasmas, bactérias e algas, bem como todas as plantas e animais superiores.
Muitos vírus têm evoluído com os mamíferos e outros animais por longos períodos.  Exemplos de tais vírus são os herpes, que foram rastreados (encontrados) em peixes e aves, bem como nos mamíferos. 
Acredita-se que herpes vírus já exista há 200 milhões anos ou mais, e que os seres humanos tenham sido infectados desde os primeiros tempos do início de nossa espécie.
Enquanto outras espécies de vírus somente infectaram os humanos recentemente, devido a novas formas de procedimentos na agricultura como a utilização de animais domésticos para facilitar o trabalho,  o aparecimento de novas cidades (urbanização), a migração de populações, comércio e as mudanças no ambiente. Como exemplos, podemos citar:
Os vírus do sarampo e HIV-1, que devido as estas mudanças no comportamento humano, passaram a fazer parte das doenças virais dos seres humanos.
Histórico, conceito e importância
As doenças infecciosas têm sido um problema para a humanidade.
Ao longo da história, as pragas não eram incomuns, e muitas pessoas morreram de doenças que seriam facilmente evitáveis ​​ou curáveis ​​hoje.
Antigamente, as doenças eram tidas como possessão de espíritos malignos, desequilíbrio hormonal (chamados na época de humores), ou ainda castigo por terem pecado.
Durante o Renascimento, os estudiosos começaram a sugerir que as doenças poderiam ser transmitidas por partículas invisíveis. Mas até que o microscópio fosse inventado, por Antony van Leeuwenhoek (1632-1723) em 1600, os cientistas não tinham idéia de que microrganismos existiam.
Mesmo assim, foram mais de 200 anos até serem comprovadamente associados à doença.
No final do século XIX, o trabalho de Louis Pasteur (1822-1895) e outros cientistas tinham estabelecido a teoria do germe da doença e identificaram a bactéria que causou muitos males.
Louis Pasteur foi um defensor da “teoria do germe da doença”, ou seja, que as doenças eram causadas por microrganismos que vivem no ambiente ou em nosso organismo, ou micróbios que podem se espalhar entre as pessoas e se multiplicar no corpo. 
Pasteur foi capaz de identificar e estudar uma série de microrganismos chamados bactérias que estavam envolvidos em doenças, ou seja, eram responsáveis por doenças, e também em outros processos como a fermentação e a acidificação do leite.
Ele refutou a idéia, então, popular de que os micróbios podem surgir do nada por "geração espontânea", e começou a investigar como um ser humano ou animal "transportador" poderia espalhar uma doença sem contraí-la. No entanto, algumas doenças, como a raiva, que estavam sendo estudadas por Pasteur, mesmo se acreditando que o microrganismo causador da doença existisse; não se conseguia isolar o microrganismo com as técnicas de isolamento disponíveis na época, e assim não podia ser observado.
Hoje, sabe-se que muitas dessas doenças são causadas por vírus, que são organismos muito menores do que as bactérias e por isso não poderiam ser observados ao microscópio ótico, veja figura 1.   
Figura 1 
a) Planta de tabaco infectada pelo "vírus do mosaico do tabaco". 
b) Representação esquemática. 
Embora Pasteur tivesse encontrado uma forma de vencer a raiva, ele nunca achou o germe que procurava, e chegou à conclusão de que era simplesmente outro tipo de bactéria, uma variedade muito pequena para ser vista ao microscópio.
Em1892, o cientista russo chamado Dmitri Ivanovsky foi estudar a doença do mosaico do tabaco, que destruía as folhas das plantas de tabaco. Dmitri observou que se tratava de uma doença que era infecciosa; e que plantas jovens que entravam em contato com a seiva de plantas doentes, tornavam-se também doentes (figura 2).
Figura 2. Manifestação da varíola.
Com a capacidade de ser transmitida entre as plantas, Dmitri descartou a possibilidade de se tratar de uma simples toxina.
Na esperança de encontrar a bactéria responsável pela infecção, Dmitri filtrou um extrato de folhas doentes através de um filtro muito fino, Com poros pequenos o suficiente para interceptar qualquer tipo conhecido de bactéria. 
Ele achava que o microrganismo responsável pela doença da planta poderia ser retido nesse tipo de filtro.  
Ele realizou o experimento inúmeras vezes, e todas às vezes, observava que o líquido que havia sido filtrado, ainda era capaz de contaminar outras plantas saudáveis.
Dmitri Ivanovsky publicou suas descobertas, mas pouca atenção foi dada as suas observações. 
Seis anos depois, no entanto, sem saber sobre o trabalho de Ivanovsky, o botânico holandês Martinus Beijerinck realizou os mesmos experimentos e obteve os mesmos resultados. Apesar de o agente infeccioso não poder ser filtrado, o agente invisível, parecia ser destruído quando o líquido filtrado era aquecido.
Beijerinck concluiu que o agente infeccioso não era um micróbio completo, mas um "fluido contagioso vivo”. Assim, Beijerinck usou o termo “vírus” - palavra latina significando veneno ou peste para designar este agente infeccioso invisível.
Outros cientistas logo demonstraram que as febres aftosa, amarela e outras doenças infecciosas também eram causadas por esses "vírus filtráveis". Apesar de vários cientistas, no final do século XIX, tentarem estudar as doenças virais, não conseguiram bons resultados.
Somente na década de 1930, filtros com poros menores aos já existentes foram fabricados e, assim os cientistas puderam provar que os vírus eram partículas ao invés de substância fluida. Na mesma década, os primeiros microscópios eletrônicos sugiram, assim os vírus poderiam finalmente ser vistos. 
Hoje, sabemos que os vírus não são células vivas, como bactérias, mas sim pequenas partículas de material genético que podem infectar as células do seu hospedeiro para se reproduzir. Eles se transformam rapidamente, e mesmo com o nosso conhecimento cada vez maior, sempre surgem novas doenças virais como a AIDS e o Ebola.
Veja anexa a cronologia das descobertas virais: Descoberta dos vírus.
Inserir aqui Anexo I.
ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO VIRUS
Como já vimos, os vírus são partículas infecciosas, só podendo ser observadas em microscopia eletrônica. Podemos defini-los como: parasitas intracelulares obrigatórios, pois não possuem atividade ribossomal, não têm metabolismo próprio e dependem da maquinaria de uma célula viva para se replicarem.
Um vírus é composto de um único tipo de ácido nucléico (DNA ou RNA, seu ácido nucléico é protegido por um envoltório proteico, chamado de capsídeo, o qual, por sua vez, é formado pelos capsômeros, unidades estruturais simétricas dispostas em ordem determinada, cada capsômero é formado por um aglomerado de proteínas virais. Alguns vírus além do capsídeo apresentam externamente a este, um envoltório lipoproteico, chamado de envelope viral.
Genomas virais (DNA, RNA)
O material genético DNA ouRNA nunca se encontra simultaneamente no mesmo vírus, o que constitui uma característica singular quando comparados com as células de outros organismos vivos. Uma vez que, o DNA é o portador de informação genética em todos os organismos vivos.
Em alguns vírus, o material genético é o DNA e, em outros, o RNA. Os vírus diferem no seu conteúdo de DNA ou RNA. Os vírus de plantas contêm RNA, exclusivamente; os vírus de animais, DNA ou RNA e os vírus de bactérias (bacteriófagos) DNA, comumente.
Um vírus é composto de um único tipo de ácido nucléico (DNA ou RNA), este ácido nucléico pode ser encontrado nas diversas formas:
Podendo ser ainda, circular fechado ou circular aberto, linear contínuo ou linear segmentado.
Proteínas estruturais e não estruturais
Simetria icosaédrica - O capsídeo se apresenta como uma figura geométrica, o icosaedro.
Simetria helicoidal ou cúbica –O capsídeo no momento de se formar, os capsômeros se ligam ao ácido nucléico e acompanham o formato do genoma que é helicoidal, o termo tubular se dá porque quando observado em microscopia eletrônica o capsídeo lembra um tubo.
Simetria complexa - Chamados de simetria complexa todas aquelas formas de capsídeo que não se encaixam nas anteriores, por exemplo, o capsídeo dos poxvírus se mostra como um “paralelepípedo”.
Para entender um pouco mais, veja agora a figura 3.
Além das proteínas que fazem parte do capsídeo, proteínas estruturais,  os vírus também sintetizam diversas proteínas não estruturais (com função enzimática). Por exemplo:
As enzimas virais como podemos ver, podem apresentar diversas funções.
Envelope Lipídico
Alguns vírus além do capsídeo apresentam externamente a este, um envoltório lipoproteico formado por membranas da célula hospedeira (podendo ser: membrana citoplasmática, membrana nuclear, membrana do retículo endoplasmático ou ainda membrana do complexo de Golgi). Este envoltório lipoproteico é chamado de envelope viral.
Conceito de virion
Preservação da infectividade viral
Para que a infectividade viral (capacidade de causar a infecção) seja preservada, faz-se necessário que suas estruturas de ligação estejam intactas, como também, seu material genético.
O primeiro passo da infecção viral é a ligação de proteínas virais aos receptores de superfície celular específicos e, em alguns casos, também a co-receptores. 
Após a ligação, os vírus penetram na célula hospedeira, e liberam o genoma viral no citoplasma da célula hospedeira, como acontece aos vírus com genoma RNA polaridade positiva (veja adiante).  
Mas quando o genoma forma complexos com as nucleoproteínas, como ocorre com os vírus polaridade negativa, os retrovírus e os vírus genoma DNA, é necessário que os nucleocapsideos sejam desempacotados e os genomas liberados no citoplasma.
Após, o desempacotamento e liberação do genoma viral, este toma na maioria das vezes o controle total da célula e utiliza toda a maquinaria da célula para se replicar. Qualquer interferência nesse processo pode levar a perda da infectividade do vírus.
De forma geral, os vírus são bastante sensíveis à inativação química e física.
O vírus que apresentam um envoltório lipoproteico é formado por lipídios e glicoproteínas que são importantes para a infecciosidade do virion.
Todos estes tipos de vírus são sensíveis a agentes químicos e físicos, ou seja, perdem seu envoltório e consequentemente sua infecciosidade.
Já os vírus não envelopados apresentam uma resistência maior a condições  mais drásticas, como alterações de pH, devendo ficar um tempo maior  em exposição a esses agentes, mas são rapidamente inativados por calor  e radiações ionizantes, para que percam a infectividade.
Princípios taxonômicos
Classificação e taxonomia viral
30 mil vírus em estudo.
Apenas  cerca de 3 mil estão classificados e distribuídos  entre as 71 famílias de vírus.
11 subfamílias e 175 gêneros.
Faltam dados de Biologia molecular e sobre seus modos de replicação.
Inicialmente, os vírus foram classificados:
Pelo hospedeiro que infectavam:
• Bacteriófagos.
• Vírus de animais.
• Vírus de plantas.
Os vírus de animais eram classificados de acordo com os tecidos do hospedeiro onde se replicavam:
•  Dermotrópicos (pele e mucosas).
•  Neurotrópicos (tecido nervoso).
•  Viscerotrópicos (trato gastrintestinal).
•  Pneumotrópicos (trato respiratório).  
Atualmente, os critérios para a classificação dos vírus abrangem:
O tipo e a estrutura do ácido nucléico. 
A sequência de nucleotídeos.
O modo de replicação, morfologia, presença ou ausência de envelope, gama de hospedeiros e relações filogenéticas. 
Sistema de taxonomia dos vírus
1.ORDEM
O Comitê Internacional para Taxonomia dos Vírus (The International Committee on Taxonomy of Viruses - ICTV), é um órgão oficial que se reúne a cada quatro anos.
Reúnem famílias de vírus que compartilham características comuns e que são distintas de outras ordens ou famílias.
A ordem é designada pelo sufixo virales.
Apenas uma ordem foi aprovada pelo ICTV até o momento que é a Ordem Mononegavirales, que compreende as famílias Paramyxoviridae, Rhabdoviridae e Filoviridae.
2.FAMILIAS E SUB-FAMILIAS
A) Famílias reúnem subfamílias e gêneros de vírus que compartilham características comuns e que são distintas de outras subfamílias e gêneros.
B) As famílias são designadas pelo sufixo viridae e
C) As subfamílias pelo sufixo virinae.
D) As famílias são grupos taxonômicos que reúnem vírus com filogenias comuns, ainda que distantes, reunindo, portanto, vírus com morfologias, estruturas genômicas e estratégias de replicação distintas.
E) Em quatro famílias, Poxviridae, Herpesviridae, Parvoviridae e Paramyxoviridae, subfamílias foram introduzidas para permitir uma hierarquia taxonômica mais complexa.
3.GÊNEROS
A) Reúnem espécies que compartilham características comuns e que são distintas de membros de outros gêneros.
B) Os gêneros são designados pelo sufixo vírus.
4.ESPÉCIES
A) A determinação da espécie viral é atualmente uma   questão difícil e os parâmetros definitivos para tanto ainda estão para serem estabelecidos.  
B) Propriedades tais como a constituição genômica e estruturais, físico-químicas e sorológicas podem ser consideradas.
Nomenclatura taxonômica formal
As iniciais dos nomes das ordens, famílias, subfamílias e gêneros são:
•  MAIÚSCULAS e em tipo Itálico.
As denominações das espécies são escritas em:
O nome do táxon deve ser precedido do termo para a unidade taxonômica, por exemplo:  A família Flaviviridae e o gênero Flavivírus.
Minúsculas e em tipo regular, a menos que os termos derivem de nomes de lugares, da família do hospedeiro ou do nome do gênero.
A nomenclatura formal dos vírus não utiliza termos binomiais latinizados.
Exemplos da terminologia formal completa:
Família Flaviviridae, gênero Flavivírus, vírus da dengue 1.
Família Flaviviridae, gênero Pestivírus, vírus da diarreia viral bovina 1.
Família Flaviviridae, gênero Hepacivírus, vírus da hepatite C.
Família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae, gênero Simplexvírus, vírus herpes simples.
Família Herpesviridae, subfamília Betaherpesvírus, gênero Cytomegalovírus, citomegalovírus humano.
Uso vernacular da nomenclatura viral
No uso vernacular, informal, as denominações das famílias, subfamílias, gêneros e espécies são escritos em minúsculas, em tipo regular, não incluindo o respectivo sufixo formal e o nome do táxon deve seguir o termo para a unidade taxonômica em questão:
 “A família flavivírus", "o gênero herpesvírus", "os citomegalovírus", etc.
O genoma viral pode ser composto por molécula única do respectivo ácido nucléico (genoma contínuo ou não segmentado) ou
Por mais de uma molécula (genoma descontínuo ou segmentado).
Quando o genoma é segmentado, cada molécula de ácido nucléico constitui uma parte do genoma.
A maioria dos vírus conhecidos contém genomas compostos por moléculas lineares, mas alguns vírus possuem genomas compostos por moléculascirculares.
Classificação Baltimore
Segundo a classificação de Baltimore, o RNA mensageiro é o elemento fundamental, na qual todos os RNAm virais têm sinal positivo (+). Todas as cadeias de RNA ou DNA complementares ao RNAm viral têm sinal (-) e todas as cadeias de RNA ou DNA com sequências idênticas ao RNAm têm sinal positivo (+). Esse esquema de classificação reúne os vírus em seis grupos segundo o tipo de ácido nucléico:
Atividade proposta
Como o vírus da gripe pode interferir na economia?
Resposta
Durante o inverno, estima-se que a produtividade, em um ambiente de trabalho, caia cerca de 20% por causa da gripe.  Pois, quando uma pessoa contrai a gripe, logo os que a rodeiam e compartilham o mesmo ambiente de trabalho podem ser contaminados.
Calcula-se que só nos Estados Unidos (EUA), o custo econômico produzido pelo influenza (vírus da gripe) chegue a 10 milhões de dólares. Isto porque, a enfermidade não representa só um gasto significativo com hospitalização, tratamento e medicamentos, mas também a ausência dos indivíduos em seus postos de trabalho.
Incluir aqui Anexo 2 – vírus, ciência e Homem
Aula 1: Introdução à virologia / classificação e sistemática viral
Nesta aula, você:
Compreendeu a importância da descoberta dos vírus.
Aprendeu o que é um vírus, suas estruturas e características.
Conheceu como os vírus são classificados de acordo as normas vigentes.
 
Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
Como as viroses são transmitidas na natureza.
Os mecanismos de disseminação dos vírus pelo organismo.
E os danos teciduais induzidos por vírus.
	
		Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Explicar o conceito de patogênese no contexto de infecções por vírus. 
2. Compreender as maneiras pelas quais a infecção pelo vírus pode 
resultar em lesão celular. 
3. Definir as formas de transmissão das viroses. 
4. Citar as rotas de entrada e saída dos vírus do organismo. 
5. Definir os padrões da infecção viral. 
6. Distinguir os períodos da infecção viral. 
Introdução
Patogenicidade é a capacidade de um organismo causar doença em outro, é um fenômeno complexo e variável. Por um lado, é bastante difícil de definir. No nível mais simples, há a questão de definir o que é doença.
Doença é um rompimento dos parâmetros fisiológicos normais de um organismo. Isto pode variar de uma condição transitória e pequenas (temperatura ligeiramente elevada) ou sentimentos subjetivos em vez de letargia à crônica condições patológicas que, eventualmente, resultam em morte.
Qualquer uma destas condições pode resultar de um número enorme de fontes internas ou externas; no entanto, raramente há um único fator que "causa" uma doença. A maioria dos estados da doença são multifatoriais em algum nível.
Os vírus provocam doenças após romperem as barreiras naturais de proteção do organismo, invadirem o sistema imunológico e destruírem as células de um tecido importante (por exemplo, o cérebro) ou dispararem uma resposta imune e inflamatória destrutiva. 
A evolução de uma infecção viral é determinada pela natureza da interação entre o vírus e o hospedeiro e a resposta desta a infecção. Considerando-se as doenças virais, apenas, dois componentes estão envolvidos: os efeitos diretos de replicação do vírus e os efeitos de respostas corporais à infecção. 
O curso de qualquer infecção por vírus é determinado por um equilíbrio delicado e dinâmico entre o hospedeiro e o vírus. A extensão e gravidade da patogenia viral também. Em algumas infecções por vírus, a maioria dos sintomas patológicos observados é atribuível à não replicação do vírus, mas pelos efeitos da resposta imune.
Erupções, inflamação, febre e dores de cabeça são normalmente não causadas pelo vírus em si, mas pelas células do sistema imunológico devido à liberação de substâncias químicas potentes, tais como interferons e interleucinas. Nos casos mais extremos, é possível que nenhum dos  efeitos patológicos de certas doenças sejam causados diretamente pelo vírus, exceto que a sua presença estimula a ativação do sistema imunológico.
Patogenia das Infecções Virais
Uma determinada doença pode ser causada por vários vírus que possuem entre si um tropismo (preferência, afinidade) tecidual comum. Por exemplo, nas hepatites virais, o tecido-alvo é o fígado; no resfriado comum, o trato respiratório superior; na encefalite, o sistema nervoso central.
Por outro lado, um determinado vírus pode causar várias doenças diferentes ou nenhum sintoma observável. Por exemplo, o vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1) pode causar gengivostomatite, faringite, herpes labial, herpes genital, encefalite ou ceratoconjuntivite, dependendo do tecido atingido, ou pode não causar nenhuma doença. Embora seja normalmente benigno, este vírus pode apresentar risco de vida em recém-nascidos ou pacientes imunocomprometidos.
Patogênese de vírus é uma situação anormal e bastante rara. A maioria das infecções por vírus é silenciosa e não resulta em sinais exteriores de doenças. Às vezes é dito que os vírus desapareceriam se eles matassem seus hospedeiros. Isso não é necessariamente verdadeiro. Pois, é possível prever vírus com uma estratégia “relâmpago”, movendo-se rapidamente de um hospedeiro para o próximo para não morrer e contando com circulação contínua de sua sobrevivência.
Muitos vírus codificam substâncias (fatores de virulência) responsáveis pela eficiência da replicação e transmissão viral, acesso e ligação do vírus a tecidos-alvo ou escape das defesas do hospedeiro e da resolução imune. Essas atividades são necessárias para a patogenicidade ou a sobrevivência do vírus no hospedeiro. A perda destes fatores de virulência resulta na atenuação do vírus. Muitas vacinas de vírus vivos são compostas por cepas virais atenuadas.
Mecanismo de lesão celular
A infecção viral resulta em uma série de alterações que são detectáveis visualmente ou através de exames bioquímicos e sorológicos. Essas alterações resultam da produção de proteínas de vírus e ácidos nucléicos, mas também de alterações na capacidade de biossíntese das células. 
O parasitismo intracelular que o vírus realiza, utiliza a maquinaria de metabólica da célula tais como: ribossomos e matérias-primas que normalmente seriam necessárias para a célula realizar sua biossíntese.
A função de todas as células é regulada por expressão controlada de sua informação genética e a subsequente degradação das moléculas produzidas. Tal controle depende de um equilíbrio delicado e dinâmico entre síntese e degradação que determina os níveis intracelulares de todas as moléculas importantes da célula. Isto é particularmente verdadeiro para o controle do ciclo celular, que determina o comportamento de células em divisão. Em geral, um certo número de alterações fenotípicas pode ser reconhecido em células infectadas por vírus.
Essas mudanças são muitas vezes referidas como os efeitos citopáticos (ECP) de um vírus, e incluem:
Forma alterada: As células aderentes que são normalmente associadas a outras células (“in vivo”) ou um substrato artificial (“in vitro”) podem assumir uma forma arredondada que é diferente da sua aparência normal achatada.
Descolamento do substrato: Para células aderentes, este é o efeito do dano celular. Os efeitos são causados ​​pela degradação parcial ou interrupção do citoesqueleto, que normalmente é responsável por manter a forma da célula.
Lise: Este é o caso mais extremo, onde toda célula se rompe. A integridade da membrana está perdida, e as células podem absorver o fluido extracelular e finalmente romper-se. Este é um caso extremo de lesão celular, e é importante perceber que nem todos os vírus podem induzir este efeito, embora eles possam causar outros efeitos citopáticos. A lise celular é benéfica para alguns vírus na medida em que fornece um método óbvio de liberação de novas partículas virais a partir de uma célula infectada. No entanto, existem maneiras alternativas de atingireste objetivo, tais como a liberação por brotamento, que veremos quando formos estudar as formas de replicação viral.
Fusão a membrana : As membranas de células adjacentes fundem-se, resultando numa massa de citoplasma contendo vários núcleos, conhecido como sincício, ou dependendo do número de células que se fundem, uma célula gigante. Células fundidas têm uma meia vida menor e podem sofrer lise, além dos efeitos diretos do vírus, pois elas não podem mais sobreviver com mais de um núcleo não sincronizado por célula.
Permeabilidade da membrana: Uma série de vírus causa um aumento na permeabilidade da membrana, permitindo o influxo (entrada) de íons extracelulares como sódio. A tradução em alguns RNAs mensageiros virais é resistente a altas concentrações de íons de sódio, permitindo a expressão de genes virais, à custa de mensageiros da célula.
Corpos de inclusão: Estas são áreas da célula onde o vírus tem seus componentes acumulados. Eles são frequentemente locais de montagem do vírus, e algumas inclusões celulares consistem em matrizes cristalinas de partículas do vírus. Não está claro como essas estruturas danificam a célula, mas eles são frequentemente associados aos vírus que causam lise celular, como o herpesvírus e vírus da raiva.
Apoptose: A infecção viral pode desencadear a apoptose (morte celular programada), um mecanismo altamente específico envolvido no crescimento e desenvolvimento normal do organismo.
Link:
Tendência a não danificar o hospedeiro Há uma tendência clara à existência de vírus de não danificar seu hospedeiro sempre que possível. Um bom exemplo disso são os sintomas do vírus da raiva humana. As infecções por vírus da raiva são verdadeiramente terríveis, mas felizmente raramente acontecem em humanos. Em seus hospedeiros normais (por exemplo, raposas), infecção do vírus da raiva produz uma doença muito mais suave que não geralmente mata o animal, diferente ao observado em outros animais que são infectados pela mesma espécie de vírus. Nas últimas décadas, a análise genética molecular tem contribuído enormemente para o entendimento da patogênese viral; exemplos disso, é o seqüenciamento de nucleotídeos e a técnica de mutagênese sitio direcionada tem sido usada para explorar determinantes moleculares de virulência, ou seja, para saber qual é o gene responsável pela virulência.
Virulência viral
A virulência é a capacidade que um vírus possui em causar doença no hospedeiro. E esta virulência vai depender de alguns fatores:
Tipo de estirpes:
Virulentas causam doença;
Estirpes avirulentas ou atenuadas não causam doença, mas são capazes de infectar organismos;
Dose ou carga viral recebida pelo hospedeiro;
Via de inoculação;
Suscetibilidade do hospedeiro.
Transmissão horizontal
Para os vírus se perpetuarem na natureza é necessário que eles possam ser transmitidos para outros hospedeiros, da mesma espécie ou não. Essa transmissão pode ocorrer de forma horizontal ou vertical.
Transmissão horizontal : é aquela em que o vírus é transmitido de um indivíduo da mesma espécie ou não. Este tipo de transmissão pode ocorrer de diversas formas:
Por contato
Contato direto: se dá quando existe a transmissão diretamente de um indivíduo infectado para outro hospedeiro suscetível. EX.: influenza (gripe), HIV (AIDS), HPV (papilomavírus), rinovírus (resfriado comum), etc.
Contato indireto: se dá quando o vírus é transmitido indiretamente para um hospedeiro suscetível, através de fômites (objetos) ou perdigotos (aerossóis de secreções respiratórias). EX.: influenza, rinovírus , sarampo, rubéola (por perdigotos), HIV, HPV, Hepatite B, Herpes (por fômites).
Por veículo
A transmissão horizontal por veículo é aquela que se dá através de água ou alimentos contaminados. 
EX.: Hepatite A, Hepatite E, Rotavírus, Adenovírus.....
Por vetor
A transmissão horizontal por vetor é aquela onde um animal é o responsável pela transmissão.
A transmissão horizontal por vetor invertebrado: EX.: dengue, febre amarela etc.
A transmissão horizontal por vetor vertebrado: EX.: raiva, hantavírus etc.
Transmissão Vertical
A Transmissão vertical é aquela em que o vírus é transmitido da mãe para o filho (durante a gestação, ao nascimento ou amamentação.
EX.: HIV (durante a gestação, ao nascimento ou amamentação), Hepatite B (durante o nascimento), Rubéola (durante a gestação), Citomegalovirus (durante a gestação), entre outros ...
Disseminação viral
Portas de Entrada
Mucosas:
Picadas;
•Mordeduras;
•Feridas etc.
sistema respiratório (provavelmente o mais comum);
•Digestório;
•Urinário;
•Genital;
•Conjuntiva/córnea.
Pele:
•Agulhas; 
•Picadas;
•Mordeduras;
•Feridas etc.
Mecanismo de disseminação dos vírus no organismo
Infecção local
Seguida da replicação no sítio de entrada, as partículas virais podem permanecer no local de entrada (ex.: infecções por rinovírus que são restritas ao epitélio respiratório) ou podem se espalhar para outros tecidos (disseminação do vírus do sarampo do trato respiratório para outros tecidos). 
A disseminação local da infecção no epitélio ocorre quando o vírus é relançado para fora das células e infecta células adjacentes. Essas infecções são usualmente contidas pelas limitações físicas do tecido e sob controle pelas defesas intrínsecas imune, que serão discutidas em outra aula.
Infecção generalizada
Para uma infecção se espalhar para além do sítio primário, as barreiras físicas e imunológicas devem ser ultrapassadas. Após cruzar o epitélio, as partículas virais atingem a membrana basal que tem a integridade comprometida pela destruição das células epiteliais e pelo processo inflamatório. 
Abaixo da membrana basal, estão os tecidos subepiteliais, onde o vírus encontra fluidos teciduais, sistema linfático e fagócitos. Todos têm papel importante na eliminação de partículas estranhas; contudo, podem também disseminar o vírus a partir do sítio primário de infecção. 
Se muitos órgãos tornam-se infectados é descrito como infecção sistêmica.
Mecanismo de disseminação dos vírus no organismo – liberação direcionada
Um mecanismo importante para permitir o escape das defesas locais do hospedeiro e facilitar a disseminação da infecção no organismo é a liberação direcionada das partículas virais pelas células polarizadas da mucosa.
Os virions podem ser liberados pela face apical ou basolateral, ou de ambas, veja na figura.
Após a replicação, os vírus que são liberados na face apical retornam ao ponto inicial da infecção e são excretados do organismo. A liberação direcional facilita a dispersão de muitos vírus recém-replicado entéricos nas fezes (ex.: poliovírus). Em contraste, partículas virais liberadas pela superfície basolateral polarizada das células epiteliais são protegidos das defesas da superfície do lúmen. 
A liberação direcionada é, portanto, um dos principais determinantes do padrão de infecção. Em geral, os vírus liberados na membrana apical estabelecem uma infecção localizada ou limitada. Nesses casos, a disseminação local, célula a célula, ocorre no epitélio infectado, mas as partículas virais raramente invadem os vasos linfáticos e sanguíneos próximos ao sítio. Por outro lado, a liberação dos vírus na membrana basolateral permite o acesso aos tecidos adjacentes e pode facilitar o espalhamento sistêmico.
Disseminação local pela superfície do epitélio
Muitos vírus são replicados nas células epiteliais no sítio de entrada, produzem uma infecção localizada ou disseminada no epitélio e são excretados diretamente no ambiente. 
A infecção no hospedeiro se espalha de forma sequencial nas células vizinhas. Os vírus que penetram por via intestinal e respiratória podem ser disseminados rapidamente pela superfície epitelial com o auxílio dos fluidos locais. 
O fato de a infecção ser restrita ao epitélio local não significa que a doença clínica não possa ser severa. Grandes áreas do epitélio podem ser danificadas levando a umoa doença severa (Santos et al, 2008).
Disseminação linfática
Após atravessar a superfícieepitelial e atingir os tecidos subepiteliais, os vírus podem penetrar nos vasos linfáticos que formam uma rede sob a pele e a mucosa epitelial. 
Os vírus que entram nos vasos linfáticos são carreados para os linfonodos locais. Ao entrar, são expostos aos macrófagos que recobrem os sinus marginais e são englobados. Os vírus podem ser inativados e processados, seus componentes antigênicos serem apresentados aos linfócitos pelos macrófagos e células dendríticas, para iniciar a resposta imune (Santos et al, 2008). 
Alguns vírus, contudo, são replicados em macrófagos e linfócitos. Alguns deles podem passar direto pelos linfonodos e atingir a corrente sanguínea. Como macrófagos e linfócitos estão em circulação constante através do corpo e, existe um movimento constante de linfócitos do sangue para os linfonodos e vice-versa, os vírus podem ser transportados passivamente pelo corpo nestas células.
Disseminação através do sangue (viremia)
Vírus que escapam das defesas locais para produzir infecção disseminada frequentemente o fazem pela entrada na corrente sanguínea (disseminação hematogênica).
As partículas virais podem entrar diretamente no sangue através dos capilares, pela replicação nas células endoteliais, ou através da inoculação direta por um vetor. Uma vez que o vírus atinge a corrente sanguínea, normalmente via sistema linfático, este pode, em alguns minutos, se localizar em qualquer parte do corpo. 
No sangue, os vírus podem circular livres no plasma ou podem estar associados aos leucócitos, plaquetas ou eritrócitos (raro). Os vírus associados a leucócitos, geralmente linfócitos e monócitos, não são eliminados tão rapidamente ou da mesma forma que os vírus que circulam livres no plasma; eles estão protegidos dos anticorpos e outros componentes do plasma e podem ser carreados para tecidos distantes.
O termo viremia descreve a presença de partículas virais infecciosas no sangue.
A viremia ativa é produzida pela replicação do vírus.
A viremia passiva é resultado da introdução das partículas virais no sangue sem que ocorra replicação no sítio de entrada (injeção de um virion dentro da veia).
A progenie viral liberada dentro do sangue depois da replicação inicial no sítio de entrada constitui na viremia primária. A concentração de partículas virais durante a viremia primária é normalmente baixa. No entanto, a subsequente disseminação da infecção frequentemente resulta muitas vezes extensa, liberando consideravelmente mais virions. O aparecimento subsequente de uma alta concentração de vírus infeccioso no sangue é denominado viremia secundária.
Muitos vírus disseminam-se do sítio primário da infecção entram pelas terminações nervosas locais. 
Para certos vírus (ex.: vírus da raiva e alphaherpesvírus), a disseminação neural é a característica definitiva de sua patogenia.
 Para outros vírus (ex.: poliovírus e reovírus), a invasão do sistema nervoso é o sítio de replicação menos frequente. Alguns vírus (ex.: vírus do sarampo, vírus da caxumba e HIV) podem replicar no cérebro, mas disseminam-se pela via hematogênica.
Períodos de infecção viral
A infecção viral no organismo progride através de etapas definidas, assim como a replicação viral na célula. E, dependendo do vírus as etapas básicas da doença viral pode variar, tanto no período de tempo, como no aparecimento dos sintomas e na fase de infecciosidade. Os períodos da infecção viral são:
Período de incubação: compreende a entrada do vírus no organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas característicos da doença. Na maioria das viroses, o período de incubação varia entre 2 e 15 dias.
Período prodrômico: compreende o aparecimento dos sintomas clínicos generalizados e inespecíficos da doença, como por exemplo: febre, mal-estar, dor de cabeça, diarreia, etc.
Período de infecciosidade: compreende o período de excreção do vírus do organismo, pode ser curto (alguns dias) ou longo (meses).
A infecção resulta da ação de variáveis ​​complexas, tais como:
as defesas do hospedeiro, composição da população hospedeirae o ambiente.
Apesar de tal complexidade alguns padrões comuns de infecção aparecem:
Infecções agudas
São aquelas infecções onde o sistema imunológico é eficiente e consegue eliminar os vírus do organismo. rápida e auto-limitadas 
Ex.: hepatite A, gripe, poliomielite, sarampo, rubéola, resfriados, etc.
Infecções crônicas
São aquelas infecções onde o sistema imunológico não é eficiente e não consegue eliminar os vírus do organismo, havendo replicação viral todo o tempo. São longas.
Ex.: HIV, papilomavírus, HTLV, hepatite B, etc.
Infecções persistentes e/ou latentes: são aquelas infecções onde o sistema imunológico não é eficiente e não consegue eliminar os vírus do organismo. Entretanto, partículas virais ou produtos virais (como algumas enzimas) continuam sendo produzidas por longos períodos. Os virions podem ser produzidos continuamente ou intermitentemente (que para e recomeça) em intervalos de meses ou anos.
Ex: Vírus Herpes Simplex 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) – causadores das doenças conhecidas popularmente herpes labial e herpes genial (reativa sempre que há queda da imunidade); Vírus da Varicela-zoster (HHV-3, Human Herpesvirus-3), também conhecido por catapora na infância e herpes-zoster no adulto.
Excreção dos vírus do organismo
A excreção dos vírus é crucial para a manutenção da infecção na população. A excreção geralmente ocorre pelas mesmas superfícies do corpo envolvidas na penetração. Nas infecções localizadas, a mesma superfície de entrada está envolvida com a excreção, enquanto em infecções generalizadas, uma variedade de formas de excreção pode ocorrer. Alguns vírus podem ser excretados por vários sítios.
Secreções respiratórias: os vírus que causam doença localizada do trato respiratório são excretados no muco ou saliva através de tosse, espirro e fala. Alguns vírus que causam infecção sistêmica também são excretados pelo trato respiratório. 
Ex: vírus do herpes simplex, citomegalovírus, vírus da rubéola, vírus do sarampo, vírus da caxumba, vírus da gripe, vírus do resfriado comum, etc.
Fezes: os vírus entéricos são excretados nas fezes e podem contaminar o ambiente causando epidemias, sendo resistentes às condições do ambiente. 
Ex: vírus da hepatite A, vírus da hepatite E, Adenovírus, Rotavírus, Astrovírus, etc.
Pele: a pele é uma importante fonte de vírus em doenças transmitidas por contato direto via abrasão. 
Ex.: vírus do herpes simplex e vírus do papiloma. 
OBS.: Embora ocorra a lesão de pele em várias doenças generalizadas, os vírus não são excretados nestas lesões. (Ex.: vírus do sarampo, vírus da dengue, vírus da febre amarela e vírus da rubéola).
Trato genitourinário: é uma importante rota de excreção para vírus transmitidos sexualmente. Alguns vírus são excretados na urina, como vírus da caxumba e citomegalovírus, poluindo o ambiente e permitindo a sua disseminação, embora esse não seja o principal modo de transmissão. A virúria (vírus na urina), em roedores infectados (ex.: vírus sabiá, hantavírus), constitui o principal modo de contaminação do ambiente e espalhamento destes vírus.
Leite materno: alguns vírus são excretados na forma infecciosa no leite materno, podendo servir como fonte de transmissão. 
Ex.: citomegalovírus, vírus da hepatite B, HIV, HTLV.
Sangue: a viremia é o veículo mais importante, não apenas para a disseminação do vírus no organismo, mas também para a transmissão entre hospedeiros. O sangue é a fonte usual onde os artrópodes adquirem vírus; pode ser a rota de transferência de vírus para o feto e pode transmitir os vírus por transfusão e contaminação de aparato hipodérmico. 
Ex.: citomegalovírus, HIV, dengue, febre amarela, etc.
RESUMO DAS INFECÇÕES VIRAIS CONGENITAS
Alguns vírus causam doença ao feto humano.  A maioria das infecções virais maternas não resulta em viremia e comprometimento fetal.  Entretanto, se o vírus atravessar a placenta e ocorrer infecção dentro do útero, o feto poderá sofrer lesão grave.
Os três princípiosenvolvidos na produção de defeitos congênitos são:
A capacidade de o vírus de infectar a mulher grávida e ser transmitido para o feto;
O tempo da gestação em que ocorre a infecção; e 
A capacidade do vírus de causar lesão diretamente ao feto.
Atualmente, o vírus da rubéola e o citomegalovírus constituem os agentes primários responsáveis por defeitos congênitos nos seres humanos.  Além disso, podem ocorrer infecções congênitas pelo herpesvírus simples, vírus varicela-zoster, vírus da hepatite B (HBV), vírus do sarampo, vírus da caxumba e HIV, parvovírus e alguns enterovírus.
As infecções no útero podem resultar em morte fetal, nascimento prematuro, atraso do crescimento intrauterino ou infecção pós-natal persistente.  O tecido fetal prolifera rapidamente. A infecção e a multiplicação do vírus podem destruir as células ou alterar sua função.   Os vírus líticos, como o herpesvírus simples, podem resultar em morte fetal.  Os vírus menos citolíticos, como o da rubéola, podem reduzir a velocidade da divisão celular.  Se isso ocorrer durante uma fase crítica do desenvolvimento dos órgãos, poderão surgir defeitos estruturais e anomalias congênitas. Muitos desses vírus podem provocar doença grave em recém-nascidos.  Tais infecções podem ser contraídas da mãe, durante o parto, ou  a partir de secreções genitais, fezes ou sangue contaminados.
Aula 2: Patogenia das infecções virais
FIGUEIREDO LTM. Patogenia das infecções pelos vírus do dengue. Medicina, Ribeirão Preto, 32: 15-20, jan./mar. 1999.
 
 
Nesta aula, você:
Compreendeu como os vírus podem causar danos ao nosso organismo.
Aprendeu quais as portas de entrada e de saída que os vírus utilizam.
Distinguiu os períodos da infecção viral e os padrões da infecção viral.
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Explicar como a natureza de um genoma do vírus determina o seu padrão de replicação. 
2. Descrever um típico ciclo de replicação viral. 
3. Comparar os padrões de replicação entre os vírus com genoma DNA dos com genoma RNA. 
4. Relacionar a replicação dos bacteriófagos com os vírus de animais
Introdução
A replicação do vírus difere significativamente das células de organismos vivos. 
Vírus não têm estruturas celulares tais como membrana citoplasmática e ribossomos funcionais, eles são incapazes de atividade independente fora da célula hospedeira. Só se reproduzem nelas.
Existe uma grande especificidade entre um vírus e sua célula hospedeira. Vírus animal replicam dentro de células animais, vírus de plantas células vegetais e bacteriófagos dentro de células bacterianas.
Na tarefa de se reproduzirem, os vírus se encontram em grande desvantagem em comparação com formas de vida. Ele entra na célula apenas com sua molécula de ácido nucléico, que pode ter apenas 20 ou mais genes em comparação com 100 000 genes para uma célula de mamífero, e às vezes sem uma única enzima para iniciar o processo de replicação. 
Ele depende da maquinaria e “materiais” da célula hospedeira para sua reprodução. Assim, a replicação do vírus é mais complicada em alguns aspectos do que a de outros microrganismos.
Os vírus possuem DNA ou RNA, nunca os dois simultaneamente. 
Os ácidos nucléicos estão presentes como fita simples ou dupla em uma forma linear (DNA ou RNA) ou circular (DNA). Em consequência desta diversidade, o processo de replicação é diverso.
Vírus DNA
Nos vírus DNA, o RNAm (RNA mensageiro) pode ser formado usando a própria RNA polimerase do hospedeiro para transcrever diretamente do DNA viral.
Vírus RNA
Os vírus RNA não podem ser transcritos deste modo, visto que as polimerases do hospedeiro não operam a partir de molécula RNA
Quando a transcrição é necessária, o vírus precisa fornecer suas próprias polimerases. Estas podem estar já prontas no capsídeo quando o vírus desempacota dentro da célula ou podem ser sintetizadas após a infecção.
Replicação viral
A replicação viral é um fenômeno altamente complexo e seus detalhes variam grandemente conforme o vírus envolvido. Há vírus que se replicam no citoplasma, como os membros da família Picornaviridae (por exemplo, o vírus da poliomielite), e os que se replicam no núcleo, como os da família Herpesviridae (por exemplo, o vírus do herpes).
A estratégia de replicação do genoma viral depende do tipo de ácido nucléico do vírion infectante. Sendo os retrovírus um grupo especial de vírus no que concerne ao modo de replicação de seu genoma.
Replicação do vírus consiste em fazer cópias do genoma viral e cobertura de proteína e a montagem desses dentro de novos vírus. Durante a replicação, os componentes essenciais do vírus (capsídeo, genoma viral e envelope se presente), o ácido nucléico e as proteínas do capsídeo, são sintetizados separadamente e então montados antes da liberação da célula hospedeira.
A replicação do vírus dentro de uma célula hospedeira depende da capacidade do genoma viral para entrar na célula hospedeira, permanecer funcional e direcionar a célula hospedeira a produzir as macromoléculas virais. Para um vírus específico replicar dentro de uma célula hospedeira:
O vírus deverá ser hábil para usar a capacidade metabólica da célula hospedeira para produzir novas partículas virais contendo cópias replicadas do genoma viral.
O genoma viral deverá possuir as informações para modificar o metabolismo normal da célula hospedeira.
A célula hospedeira não deverá degradar o vírus.
A célula hospedeira deverá ser permissiva, e o vírus deverá ser compatível com a célula hospedeira.
Biossíntese viral
Eclipse
A fase de eclipse é a fase durante a qual o vírion entrou na célula, mas ainda não consegue produzir sua progênie. Assim, vírus infecciosos (vírions) não estão presentes durante esta fase, neste período o genoma viral inicia o controle da maquinaria da célula hospedeira e inicia a síntese para a produção da progênie viral. 
Logo após a infecção células e por várias horas, somente pequena quantidade de material infeccioso, pode ser detectado intracelularmente. Este intervalo é conhecido como fase de eclipse, na qual o genoma viral foi exposto à célula hospedeira, mas a produção da progênie do vírus não atingiu, ainda, níveis detectáveis. Podemos dessa forma, definir a fase de eclipse como sendo o período entre a entrada do vírus na célula, mas não pode ser detectado no interior da célula.
Maturação
Existe a seguir, um intervalo no qual os vírions recém-formados acumulam-se na célula ou no meio extracelular em velocidade exponencial. Este intervalo é conhecido como fase de maturação.
Após várias horas, as células infectadas com vírus líticos (vírus liberados da célula por lise), interrompem sua atividade metabólica e perdem sua integridade estrutural. 
Células infectadas com vírus não líticos (vírus liberados por outros mecanismos que não o de lise) podem continuar a sintetizar vírions indefinidamente. O ciclo reprodutivo de um vírus varia de 6-8 h (picornavírus) ou por mais do que 72 h (herpesvírus). A célula hospedeira fornece a energia e toda a maquinaria para a síntese das proteínas e dos ácidos nucléicos dos vírus.
Células hospedeiras e replicação viral
Somente algumas células são susceptíveis à infecção de um vírus. 
A variedade de células hospedeiras de um vírus é definida pelos tipos de células nas quais o vírus pode se replicar. 
Alguns vírus têm uma grande variedade de hospedeiros e pode replicar dentro de vários tipos celulares. Outros, podem se replicar apenas dentro de um único tipo celular de uma única espécie.
Existe uma enorme especificidade entre vírus e suas células compatíveis hospedeiras. 
Alguns vírus chamados bacteriófagos, ou simplesmente fago, replicam somente dentro de células bacterianas. Outros vírus, os vírus animais, replicam somente dentro de células animais. Os vírus, chamados vírus de plantas, somente se replicam dentro de células de plantas. Ainda outros se replicam dentro de fungos, algas e protozoários.
Dentro da célula hospedeira o genomaviral realiza controle das atividades metabólicas da célula:
A transcrição dos genes da célula hospedeira é inibida.
Em muitos casos, o genoma viral pode codificar a paralisação das atividades metabólicas normalmente envolvidas na reprodução da célula hospedeira.
Os RNAs mensageiros do vírus são traduzidos mais eficientemente do que os mRNAs da célula hospedeira e a síntese das proteínas virais dominam a síntese das proteínas da célula.
Os vírus então usam a capacidade metabólica da célula hospedeira para a produção de novos vírus. Em particular, os vírus utilizam os ribossomos da célula hospedeira para a produção das proteínas virais e os ATPs da célula e reduzem coenzimas para fazer sua biossíntese.
Quase sempre a replicação de um vírus causa mudanças na célula hospedeira, comumente causando a morte daquela célula.
Replicação viral de uma célula hospedeira pode ter vários efeitos.
Infecções produtivas que ocorrem em uma célula permissiva resultam na replicação viral com a produção de vírus que podem infectar outras células hospedeiras compatíveis.
Infecções abortivas ocorrem porque a célula hospedeira é não permissiva, logo a replicação viral não ocorre ou porque a replicação viral produz uma progênie viral que é incapaz de infectar outras células hospedeiras.
Infecções restritivas ocorrem quando a célula hospedeira é transitoriamente permissiva até que as progênies virais infectivas sejam produzidas com frequência e em outros momentos o vírus persiste na célula transitoriamente permissiva sem a produção de progênie viral infectiva. Em alguns casos, o genoma viral persistirá dentro de uma célula infectada sem destruir a célula hospedeira.
Biossíntese viral
Apesar de detalhes específicos de a replicação viral variarem de um vírus para outro, a estratégia geral para a replicação é a mesma para muitos vírus. Os estágios na replicação viral incluem: ADSORÇÃO, PENETRAÇÃO, DESEMPACOTAMENTO, SÍNTESE, MONTAGEM e LIBERAÇÃO, os quais veremos em detalhes nas próximas telas.
As figuras abaixo mostram a biossínteses nos vírus com genoma DNA e vírus com genoma RNA.
Biossíntese viral – Adsorção
A replicação viral inicia com a LIGAÇÃO (adsorção) de um vírus a superfície da célula hospedeira susceptível. Este processo envolve a ligação de sítios específicos sobre a superfície do vírus (espículas ou glicoproteínas) com sítios da superfície da célula hospedeira (receptores).
A susceptibilidade de uma célula à infecção viral está limitada pela disponibilidade de sítios apropriados onde determinado vírus pode ligar-se à ela. 
Pode haver mais de um tipo de receptor na superfície celular envolvida na ligação com o vírus. Esses receptores virais são parte da estrutura normal e possuem outras funções.
Alguns receptores são moléculas específicas tais como a glicoproteína CD4, que serve como receptor para o HIV, nos linfócitos T auxiliares humanos. Outros ocorrem em várias células tais como, o ácido neuramínico, receptor para vírus da influenza.
A capacidade de um vírus ligar-se a uma célula hospedeira somente para um receptor particular explica em parte o alto grau de especificidade entre o vírus e a célula hospedeira. A ligação dos vírus às células em muitas instâncias leva a trocas irreversíveis na estrutura do vírion.
Os orthomyxovírus e paramyxovírus, como exemplo, têm neuraminidases sobre suas superfícies que podem clivar o ácido neuramínico de um polissacarídeo de um receptor glicoproteico, consequentemente liberando o vírus da ligação.
Biossíntese viral – Entrada
Também chamado de PENETRAÇÃO, é o momento que o vírus, após a adsorção, consegue entrar na célula hospedeira. A entrada ocorre rapidamente após a adsorção. Pode envolver:
Translocação (a)
Onde ocorre transferência somente do genoma viral cruzando a membrana plasmática.
Endocitose(b) 
Transporte do vírus inteiro cruzando a membrana plasmática, ficando armazenado em vacúolos.
Fusão do envelope viral (c)
Transporte do vírus inteiro cruzando a membrana plasmática, ficando armazenado em vacúolos.
Os bacteriófagos injetam seu genoma dentro da célula hospedeira enquanto seu capsídeo permanece do lado de fora da célula. Nesse caso, penetração e desempacotamento ocorrem simultaneamente. Similarmente, o capsídeo de um poliovírus perde sua integridade estrutural, assim o poliovírus é transportado através da membrana da célula hospedeira. 
Outros vírus vegetais e animais são engolfados pela célula hospedeira e permanecem intactos até entrar na célula hospedeira. Nesse caso, a penetração precede o desempacotamento.
Biossíntese viral – Desempacotamento
Também chamado de DESNUDAMENTO, após a entrada do vírus na célula hospedeira, o vírus passa por um processo de desmontagem do capsídeo para que seu genoma seja liberado livre no citoplasma, e quando houver as enzimas virais também serão liberadas.
Esta etapa consiste na remoção do capsídeo com exposição do genoma viral e só ocorre quando o vírion penetra inteiro na célula, geralmente na forma de complexo nucleoproteico. 
A desagregação das subunidades proteicas do capsídeo pode ocorrer espontaneamente ou por ação de enzimas digestivas dos lisossomos celulares.
APÓS O DESEMPACOTAMENTO
Após o desempacotamento, o vírion deixa de existir como entidade infecciosa. Para os vírus que são replicados no citoplasma, como por exemplo, o vírus da hepatite A, o genoma é simplesmente liberado dentro da célula. Outros não são totalmente desempacotados, pois o genoma só é expresso se estiver parcialmente revestido (reovírus); outros ainda (poxvírus) são desnudados em dois estágios: o primeiro com participação de enzimas celulares e o segundo com enzimas virais. Exemplos.
Esta é a etapa onde vai acontecer a síntese de novos genomas virais, transcrição dos RNAm, como também, das diversas proteínas virais (tradução). A biossintese dos componentes virais pode ser dividida em:
PRECOCES
As funções precoces são aqueles eventos bioquimicamente que dominam a célula hospedeira e sintetizam o RNAm viral precoce.
Precocemente na infecção, o vírus redireciona o metabolismo celular, favorecendo a síntese de novos ácidos nucléicos e de proteínas virais.
TARDIAS
Enquanto que, as funções tardias são aquelas que posteriormente sintetizam outras proteínas e montam o nucleocapsídeo. 
Tardiamente na infecção são sintetizadas as proteínas estruturais que correspondem às subunidades do envoltório viral.
Biossíntese viral – Montagem
O processo de montagem envolve a coleção de todos os componentes necessários para a formação do vírion maduro em um local próprio na célula.
Durante a montagem, a estrutura básica da partícula viral é formada. O local de montagem do local da replicação dentro da célula e sobre o mecanismo pelo qual o vírus é eventualmente liberado.
Como nos primeiros estágios de replicação, nem sempre é possível identificar a montagem, maturação e liberação das partículas virais com fases tão distintas. 
Muitos vírus podem apresentar altos níveis componentes estruturais de recém-sintetizado, concentrando-as em compartimentos subcelulares, visíveis ao microscópio de luz, e esses compartimentos são chamados de corpúsculos de inclusão. 
Biossíntese viral – Liberação
Geralmente, muitos vírus são replicados dentro de uma única célula e são liberados juntos. A liberação dos vírus frequentemente mata a célula hospedeira. Em alguns casos, durante a liberação o vírus adquire uma porção de uma biomembrana da célula hospedeira como um envelope do vírus.
Lise Celular
Para os vírus líticos (tais como a maioria dos vírus não envelopados), a liberação é um processo simples, a célula infectada se rompe e libera o vírus (lise celular). Assim, todos os vírus montados dentro da célula são liberados simultaneamente, quando a célula é lisada. Vírus animais não envelopados geralmente também são liberados através da lise celular.
Brotamento: Os vírus envelopados adquirem sua membrana lipídica (envelope) como brotos de plantas saindo da célulaatravés da membrana celular ou saem da célula infectada dentro de uma vesícula intracelular por exocitose pela fusão de vesículas, contendo as partículas virais, com a membrana da célula hospedeira.
Alguns vírus, como os Retrovírus, são liberados da célula hospedeira quando seus nucleocapsídios montados brotam diretamente através da membrana plasmática. Outros vírus brotam através de membranas internas, tais como, Retículo Endoplasmático (ex.: vírus da hepatite B), complexo de Golgi (ex.: vírus do molusco contagioso) ou membrana nuclear (ex.: herpesvírus) formando vesículas partir do complexo de Golgi. 
As vesículas contendo os vírions migram para a superfície interna da membrana plasmática e se fusionam com esta, liberando o vírion para fora da célula em uma vesícula intracelular após a liberação subsequente. Este processo é chamado de brotamento.
Estratégias de replicação viral
Vírus têm vários métodos de garantir que seus mRNAs sejam produzidos e depois traduzido em proteínas virais, muitas vezes em detrimento ao mRNAs da célula hospedeira. 
O virologista David Baltimore desenvolveu um esquema de classificação de vírus que se baseia principalmente na relação entre o genoma viral e seu RNAm. Nele os RNAS virais são classificados por suas três estratégias de formação de RNAm viral, que dependem do sentido de seu RNA genômico.
NA VIRAL FITA-POSITIVA
O RNA viral fita-positiva é usado diretamente como RNAm viral, a partir do qual as proteínas virais são traduzidas diretamente. 
Os vírus da poliomielite e os flavivírus são bons exemplos de RNA viral de fita-positiva.
RNA VIRAL FITA-NEGATIVA
No caso dos vírus de RNA de fita negativa, por exemplo, influenza e o vírus da raiva, um a RNA-polimerase viral associada (transcriptase), que é transportada pelo vírus para dentro da célula, após a liberação do genoma é transcrito uma cópia complementa intermediária que apresenta sentido positivo. Essa cópia intermediária, agora fita-positiva e denominada antigenômica são cópias complementares exatas do genoma, e então funciona como RNAm viral, que, por sua vez, são traduzidas para dar proteínas virais. Esta cópia antigenômica também vai servir como modelo para os novos genomas.
RETROVIRUS
O terceiro grupo de vírus RNA são os RETROVÍRUS, eles possuem uma complexa estratégia para a produção dos RNAm virias.
Assim que o vírus infecta uma célula o RNA genômico viral é transcrito por uma transcriptase reversa (RT) associada ao vírus (RNA polimerase dependente de DNA), que converte o RNA genômico viral em um híbrido DNA-RNA. 
O DNAdf é transportado para o núcleo da célula hospedeira e é integrado ao cromossomo da célula por uma integrase codificada pelo vírus, e é agora denominado DNA proviral.
Conforme o DNA viral vai sendo sintetizado, o RNA genômico vai sendo digerido e substituído por uma cópia de DNA para dar uma molécula de DNAdf.
Os RNAm virais são transcritos a partir do DNA proviral da mesma forma que a célula hospedeira transcreve seus RNAm. As informações contidas no RNAm são traduzidas em proteínas virais, esse RNAm também serve como RNA genômico viral.
Vírus DNA
Os vírus de DNA deve também produzir transcritos de RNAm viral no logo após a infecção de uma célula. 
Isso geralmente é alcançado por uma enzima da célula hospedeira, DNA polimerase dependente de RNA II. 
 Contudo, alguns virus, como os poxvírus, apesar de um vírus de DNA, leva a enzima apropriada para a célula. 
Os RNAm virais são transcritos de formas precoce e tardia a partir de qualquer fita de DNA no caso de vírus DNAdf, e são traduzidos para produzir proteínas virais "iníciais" e "tardias", respectivamente. 
Todos os vírus de DNA, exceto da família Poxviridae replicam seu genoma no núcleo da célula. Vários métodos são usados​​, dependendo da configuração do DNA, que pode ser:
- Linear e fita-simples (parvovírus);
- Circular (papilomavírus);
- Linear e dupla-fita (poxvírus).
A replicação de DNA fita-simples (fs) envolve a formação de um DNA intermediário dupla-fita, que serve como um modelo para a síntese da progênie DNA fita-simples.
Enquanto que, a replicação das moléculas de DNAdf usa uma forquilha de replicação. 
Nessas forquilhas a DNA polimerase se move ao longo do DNA, abrindo as duas fitas da dupla hélice e usando cada uma como um modelo para fazer uma nova molécula filha.
Estratégias de replicação dos bacteriófagos
Os bacteriófagos são vírus que infectam somente bactérias, são conhecidos também como fagos. Os fagos como todos os vírus dependem de uma célula para se replicarem, uma célula bacteriana.
Dentro da célula bacteriana hospedeira, o fago utiliza moléculas celulares (ex.: ATP e nucleotídeos) e estruturas (incluindo os ribossomos) para sintetizar novos fagos. 
Na maioria dos casos o ciclo de replicação completa do fago resultam na morte da célula quando eles são liberados e são assim chamados de fagos líticos.
No entanto, alguns bacteriófagos são capazes de lisogenia, uma estratégia de replicação alternativa na qual o genoma do fago é incorporado no cromossomo de algumas bactérias, ciclo lisogênico. Dessa forma, eles são chamados bacteriófagos temperados.
Uma vez incorporado ao cromossoma bacteriano, o genoma do fago (profago) é replicado com o DNA da célula bacteriana durante uma replicação normal do DNA da célula hospedeira. Em um momento posterior, o profago pode ser liberado a partir do cromossoma bacteriano ou plasmídeo, restabelecendo um ciclo de replicação lítica.
ATIVIDADE PROPOSTA
Adsorção: ligação das espículas virais aos receptores celulares (ácido siálico);
Entrada: a penetração do vírus se dá por endocitose;
Desempacotamento: o envelope viral, após a acidificação, se funde à vesícula do endossomo e libera os nucleocapsídeos no citoplasma. No citoplasma o genoma se libera do capsídeo e os segmentos genômicos são transportados até o núcleo da célula;
Sintese: no núcleo, os segmentos genômicos que são fita simples negativa, são copiados em RNA fita simples positivo (RNA intermediário), que em seguida servem de molde para os RNA genômicos (RNA fs negativo); todos os RNAs, tanto os positivos quanto os negativos são transportados para o citoplasma; no citoplasma são produzidas as proteínas virais tanto estruturais
Montagem: após a produção das proteínas, os seguimentos genômicos começam a ser envolvidos pelas proteínas de capsídeo e forma os nucleocapsídeos, as hemaglutininas e as neuraminidades (espículas) se inserem na membrana citoplasmática da célula
Liberação: os nucleocapsídeos começam a forçar a membrana citoplasmática e brotam pra a fora da célula hospedeira.
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Diferenciar os vírus de procariotas, de plantas e de animais.
2. Definir o conceito de gentes subvirais. 
3. Explicar o significado de satélites, viroides e príons. 
4. Descrever as características das doenças causadas por príons. 
5. Relacionar vírus e células hospedeiras.
Aula 4: Agentes virais infecciosos 
Até meados do século XX, os vírus eram considerados os representantes mais simples da escala biológica. A descoberta dos RNAs satélites e dos viroides por volta de 1970 foi surpreendente, pois comprovou-se a existência de uma nova classe de moléculas autorreplicativas ainda mais simples, denominada agentes sub-virais.
Introdução
Há indícios de que os viroides e virusoides (que formam uma classe de RNAs satélites) teriam feito parte do “Mundo de RNA” (que precedeu o mundo atual baseado no DNA e proteínas), podendo ser considerados fósseis moleculares dessa era antiga.
A simplicidade desses agentes sub-virais e o fato de que a molécula de RNA deve interagir diretamente com fatores do hospedeiro para o desenvolvimento do seu ciclo infeccioso colocam esses patógenos como um modelo para o estudo de processos metabólicos celulares (EIRAS et al.,2006).
Além desses agentessub-virais, identificaram também os príons. Os príons são agentes infecciosos  que causam um grupo de doenças neuro degenerativas, invariavelmente fatal mediada por um mecanismo inteiramente novo. Doenças de príon pode se apresentar como doenças genéticas, infecciosas ou esporádicas, as quais envolvem modificação da proteína príon (PrP), um componente normal das células de mamíferos (PRUSINER, 1998).
Bacteriófagos
Os vírus, como já estudamos, são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, dependem de uma célula viva para se replicarem. E, são capazes de infectar basicamente qualquer organismo vivo. No entanto, existem algumas especificidades para que eles consigam infectar um 
determinado organismo. Vamos conhecê –los?
Os bacteriófagos (também conhecidos como fagos) são vírus que infectam somente organismos procariotos (bactérias), podem apresentar o genoma DNA ou RNA, veja a figura 1 e 2:
Todos os bacteriófagos apresentam apenas o nucleocapsídeo (genoma e capsídeo), não existindo formas envelopadas. Os mais estudados são os que infectam a bactéria intestinal Escherichia coli, conhecida como fagos T.
Cada tipo de bacteriófago só pode replicar numa espécie bacteriana específica ou estirpe.
A reprodução ou replicação dos bacteriófagos, assim como os demais vírus, ocorre somente no interior de uma célula hospedeira.
Existem basicamente dois tipos de ciclos reprodutivos:
Esses dois ciclos se iniciam quando o vírus adere-se à superfície da célula hospedeira e introduz na célula o material genético viral.
A partir desse momento, começa a diferenciação entre o ciclo lítico e o ciclo lisogênico, como já explicado na aula anterior.
Sob determinadas condições, naturais ou artificiais, tais como: radiação ultravioleta, raios-X ou certos agentes químicos, uma bactéria lisogênica pode transformar-se em não lisogênica e iniciar o ciclo lítico.
Vírus de plantas
A imensa maioria dos vírus de plantas tem como material genético o RNA e não possui envelope, mas existem vírus não envelopados de DNA e vírus envelopados de RNA, veja a figura 3:
O primeiro vírus que foi descoberto foi o vírus do mosaico do tabaco (também o primeiro vírus de planta). Esse vírus provoca uma doença caracterizada por mosaicos de manchas verde-claras ou amarelas, de diversos tamanhos, nas folhas ou na planta toda.
 Figura 3: Plantas infectadas por vírus (A, B e C) e microscopia eletrônica de m vírus de planta.
A maioria das doenças vegetais é causada por vírus. São conhecidos pelo menos 1000 tipos de doenças virais em plantas, provocadas por aproximadamente 400 tipos desses organismos. Geralmente, o contágio se dá de uma planta para outra, por enxertos, disseminação de pólen e sementes, ou mesmo por meio de vetores. Há, ainda, a possibilidade de um vegetal ser contaminado pelo simples contato mecânico.
Os principais sintomas verificados nas plantas causadas por doenças virais são:
Diminuição da fotossíntese
Síntese protéica
Respiração
Compostos fenólicos
Agentes controladores do crescimento
Essas doenças levam como consequência o aparecimento de manchas, alterações dos órgãos afetados, necrose, redução da produtividade, e retardo do crescimento da planta. Com isso, pode levar a grandes prejuízos econômicos.
Vírus de animais
Os vírus de animais podem apresentar o genoma DNA ou RNA, envelopados ou não:
A maioria ao infectar uma célula animal, penetra nela com o nucleocapsídeo, diferente dos bacteriófagos, que só injetam o ácido nucléico. Se o vírus for envelopado, o envelope incorpora-se à membrana plasmática da célula hospedeira, ou membrana do endossoma (quando o vírus for endocitado). No interior da célula o capsídeo se desmonta e libera o genoma viral.
As seguintes situações podem ocorres, dependendo o tipo de ácido nucléico do vírus:
Quando o genoma é DNA, o processo de transcrição e tradução é o tradicional:
Quando o genoma é o RNA, duas situações podem ocorrer, dependendo do tipo de vírus:
O RNA é transcrito em várias outras moléculas de RNA, que passarão a comandar a síntese de proteínas:
b) O RNA é inicialmente transcrito em DNA por meio de uma enzima especial denominada transcriptase reversa, inativa no vírus, mas que se torna ativa na célula hospedeira.  Uma vez formadas as moléculas de DNA da célula e podem ser transcritas em moléculas de RNA, que passarão a comandar a síntese proteica:
Enquanto estudavam as doenças de plantas e animais, os virologistas descobriram alguns agentes infecciosos incomuns denominados viroides e príons que possuem alguns atributos dos vírus. Entretanto, a estrutura destas partículas difere drasticamente dos vírus.
Viroides
Os viroides do tubérculo da batata foram descobertos em 1971 e foi o protótipo do menor agente de ácido nucléico capaz de causar doenças infecciosas, veja agora a figura 4:
Os viroides não apresentam capsídeo, possuem uma pequena molécula de RNA fita-simples que podem se replicar automaticamente quando introduzidos mecanicamente dentro de plantas hospedeiras.
Infecções causadas por alguns viroides provocam doenças economicamente importantes em plantas cultivadas, enquanto outras parecem ser benigmas, apesar da presença disseminada no mundo das plantas.
Figura 4: A esquerda uma folha de uma planta infectada por viróides.
Dois exemplos de viroides economicamente importantes são:
Os viroides que infectam coqueiros, agente de uma infecção letal para as palmas do coqueiro.
Os viroides que infectam a casca da maçã, causam um dano na casca das maçãs que fazem com que fiquem com aspecto desagradável.
Avsunviroidae (viroides grupo A)
Pospiviroidae (viroides grupo B)
Aula 4: Agentes virais infecciosos 
Os satélites são uma pequena molécula de RNA fita-simples, que faltam os genes necessários para a replicação, mas precisam da presença de outro vírus 
(vírus auxiliar).
Ao contrário dos viroides, o genoma do satélite codifica para uma ou duas proteínas.
Os genomas de satélites típicos variam entre 5000 a 2000 nucleotídeos ode RNA fita-simples.  
Vírus satélites são partículas distintas que foram descobertas em preparações de seus vírus auxiliares.
Essas partículas defectivas (“defeituosas”) contêm genomas que codificam uma proteína estrutural envolvida na formação de seu capsídeo.
Vírus satélites não são derivados do vírus auxiliar; seus genomas não têm homologia com o genoma do vírus auxiliar.
Ácidos nucléicos satélites (algumas vezes chamados de virusoides) são empacotados pelas proteínas de capsídeo codificadas pelos genomas do vírus auxiliar.
A maioria dos satélites conhecidos são associados com vírus de plantas, mas um bem conhecido exemplo de satélite de humanos é  o vírus satélite da hepatite Delta com seu auxiliar, vírus da hepatite B.
O vìrion satélite Delta é formado pelo nucleocapsídeo  empacotado um envelope contendo os antígenos do auxiliar, vírus da hepatite B.
Na plantas, os satélites e vírus satélites causa sintomas de doenças que não são observadas no vírus auxiliar sozinho ( Flint et al., 2004).
Príons
Existe um grupo de doenças infecciosas transmissíveis, crônicas do sistema nervo que mostra efeitos patológicos comuns e são invariavelmente fatais. Sua patologia lembra doenças amiloides tais como síndrome de Alzheimer e para distingui-los de condições tais, eles são conhecidos como encefalites espongiformes transmissíveis (EET).
O registro mais antigo de EET data de vários séculos, quando uma doença chamada scrapie foi observada pela primeira vez em ovinos.
As EETs foram por muito tempo consideradas como sendo causadas por vírus, as primeiras dúvidas sobre a natureza do agente infeccioso envolvido nas EETs surgiu nos anos de 1960.
Em 1982, Stanley Prusiner utilizou o termo príon (do inglês, proteinaceous infectious particle) para designar um novo "agente" infeccioso responsável pelo Scrapie.
Através de experimentos, Prusiner observou que o "agente" do Scrapie era desprovido de ácidos nucléicos e resistente às proteases (enzimas que quebram proteínas).Tratava-se, então, do primeiro "agente" infeccioso de natureza proteica.
Apesar dos grandes avanços nas pesquisas em torno desta proteína, ainda existem muitas incertezas. Uma das proteínas produzidas normalmente pelos genes de todos os animais é a proteína príon celular (ou PrPc). Esta proteína atua nas células nervosas e, em condições normais, não provoca nenhum dano ao organismo.
Os Príons são encontrados em duas isoformas – veja a figura 5:
A PrPc pode ter sua estrutura alterada, formando uma proteína modificada, chamada príon.
Os príons são capazes de provocar a alteração da conformação de PrPc normais, transformando-as em outros príons.
Este processo gera uma reação em cadeia que produz mais e mais príons.
Embora o mecanismo molecular envolvido na morte celular seja obscuro, é esse efeito espongiforme que dá o seu nome, devido essa característica espongiforme (com aspecto de “buracos”) levam a perda neuronal.
O diagnóstico definitivo de EET não pode ser feito pelos sintomas clínicos somente e requer demonstração da proteína priônica (PrPsc) através de coloração de imunohistoquimica do tecido cerebral pós-morte.
Relação vírus e células hospedeiras
Diferente de outros organismos, os vírus são replicados somente quando a célula hospedeira, sob o controle genético do vírus, está capacitada para isto. A interação vírus-hospedeiro é a chave para muitos aspectos das doenças virais, veja agora a figura 6.
Figura 6: a figura acima mostra a interação do vírus da influenza com a célula hospedeira, ligação das hemaglutinas (espículas) ao ácido siálico.
Interações importantes ocorrem tanto a nível celular quanto no organismo como um todo. O organismo hospedeiro dispõe de mecanismos de defesa contra a infecção, incluindo barreiras naturais e o sistema imune. A nível celular, a capacidade do vírus de penetrar no corpo, por uma determinada via e infectar um tipo específico de célula, terá influencia sobre o tipo de doença associada.
As propriedades físicas dos vírus, que os torna capazes ou não de infectar o organismo por uma dada rota, assim como a presença de receptores na superfície da célula, é necessária para que eles possam penetrar na célula. Um vírus precisa sobrepor as defesas do hospedeiro para produzir doença. Em alguns casos, a resposta imune do hospedeiro também contribui para a doença, causando-lhe danos.
ATIVIDADE PROPOSTA
A encefalopatia espongimorme é uma doença neurodegenerativa, que pode atingir tanto os animais (ex.: síndrome da vaca  louca) como também os seres humanos (ex.: Kuru). Faça um levantamento sobre o assunto e crie uma tabela com as doenças que podem atingir os humanos e com as que podem atingir os animais.
Anote aqui suas considerações:
Aula 4: Agentes virais infecciosos 
Nesta aula, você:
Compreendeu que os vírus são capazes de infectar uma variedade de organismos vivos.
Aprendeu a diferença entre os agentes patogênicos subvirais e os príons.
Analisou a relação vírus e células hospedeiras.
Leia os artigos:
A síndrome da vaca louca (Eduardo Roberto Alcântara Del-Campo).
Viroides e Virusoides: Relíquias do Mundo de RNA (Marcelo Eiras, José Antonio Daròs, Ricardo Flores & Elliot W. Kitajima).
Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
	
		Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar as estratégias de escape dos vírus para evadir do sistema imunológico. 
2. Reconhecer as moléculas do sistema imunológico. 
3. Relacionar resposta imune-inata com resposta imune-adaptativa. 
4. Descrever a importância da imunidade celular aos vírus.
Introdução
Vivemos e prosperamos em meio a uma multidão de vírus.  O número de partículas que potencialmente pode causar infecções que nos afetam diariamente é astronômico. As doenças sazonais como: resfriados, gripes; doenças infantis como: sarampo, catapora, caxumba e, também como a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e febre ebola, tudo isso mostra a nossa vulnerabilidade.
Nesta aula, consideraremos as defesas do nosso organismo que garantem a nossa sobrevivência. A grande complexidade do sistema de defesa do hospedeiro é enorme e os detalhes iniciais podem ser extremamente eficazes. No entanto, o objeto de defesa do hospedeiro contra a infecção viral oferece uma visão ampla. Os mecanismos de defesa, mesmo em hospedeiros saudáveis, são imperfeitos apesar de milhões de anos de evolução, em grande parte, porque os genomas de alguns patógenos apresentam a capacidade de modificar os produtos gênicos, redirecionar ou bloquear cada passo de defesa do hospedeiro. O que podemos observar é que para cada mecanismo de defesa do hospedeiro, há um mecanismo de ataque viral.
Podemos ver que os vírus são dotados de propriedades especiais que lhes permitem causar doença, dada a oportunidade certa. Caso os microrganismos nunca encontrassem resistência do hospedeiro, estaríamos constantemente doentes e certamente morreríamos de várias delas. Entretanto, na maioria dos casos, as defesas de nosso corpo impedem que isso ocorra. Algumas dessas defesas são desenvolvidas para manter os microrganismos fora do corpo, outras, removerão os microrganismos se eles entrarem, e outras ainda os combaterão se eles permanecerem no interior. (Tortora, Funke e Case, 2005). Os diferentes elementos do sistema imunológico interagem e se comunicam através de moléculas solúveis, e por contato direto célula-célula. Essas interações fornecem os mecanismos para a ativação e controle das respostas protetoras. Como já foi dito, infelizmente, as respostas protetoras a alguns agentes infecciosos são insuficientes, em outros casos, a resposta ao estímulo é excessiva. Em ambos os casos, ocorre a doença.
O sistema imune
Nosso sistema imune é uma vasta rede de moléculas e células com um só objetivo: distinguir entre o que é próprio do indivíduo e o que não é. Sua função principal é nos proteger contra microrganismos como vírus, bactérias e parasitas. Os mecanismos iniciais de defesa são barreiras, como a pele, que impedem a entrada de agentes estranhos. Essas barreiras fazem parte da resposta inata, que deve rapidamente fazer frente à invasão dos microrganismos e impedir sua proliferação. Caso a resposta inata não seja eficaz, inicia-se a defesa direcionada a patógeno específico, que é a resposta imune-adaptativa.
Definição de resposta imune
Imunidade
São as reações às substâncias estranhas, macromoléculas virais (proteínas e polissacarídeos) chamadas antígenos.
Sistema imune
São as células e moléculas responsáveis pela imunidade.
Resposta imune
São as respostas coletivas e coordenadas após a introdução de substâncias estranhas.
Importância da resposta imune-antiviral
Existe uma necessidade de se caracterizar a RI contra os vírus para:
Importância da resposta imune-antiviral
Diagnóstico e observação clinica
Elucidar processos patológicos com sintomas e sinais clínicos gerais: A pesquisa de anticorpos específicos por testes rigorosamente padronizados é de grande valia na definição da suspeita clínica principal.
Diferenciar a fase da doença: Detecção de diferentes classes de anticorpos específicos ao agente infeccioso no soro do paciente é importante na identificação da fase da infecção.  Por exemplo: a presença no soro do paciente de IgM antidengue indica que a infecção é recente; enquanto que, a presenças de IgG antidengue indica uma infecção passada, isto é, o organismo já entrou em contato com o vírus da Dengue (antígeno) e produziu anticorpos protetores. Além disso, esses anticorpos são específicos, podendo identificar o sorotipo que o indivíduo entrou em contato (Dengue tipo: 1, 2, 3 ou 4).
Diagnosticar doença congênita: A propriedade da imunoglobulina IgM de não atravessar a barreira placentária tem desempenhado importante papel na definição de doenças congênitas. Por exemplo: a presença no soro do recém-nascido de IgM antirrubéola indica que a infecção é congênita.
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