Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CAMPUS PROFESSOR ANTÔNIO GARCIA FILHO DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA DE LAGARTO (DFAL) MÓDULO: MICROORGANISMOS CAUSADORES DE DOENÇAS Amanda de Jesus Souza Eloanne Cerqueira Santos Marília Gabriela Santos Silva Rita de Cássia Campos da Fonseca DISCENTES: Profº. Dr. Rafael Ciro Marques Cavalcante DOCENTE: 1 GÊNERO CLOSTRIDIUM Virulência, patologias, diagnóstico, tratamento. Virulência, patologias, diagnóstico, tratamento. Virulência, patologias, diagnóstico, tratamento. C. tetani Virulência, patologias, diagnóstico, tratamento. C. difficile C. botulinum C. perfringens 2 INTRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS GERAIS EPIDEMIOLOGIA CURIOSIDADES Família Clostridiacea; Gênero Clostridium; Bastonetes; Gram-positivos. INTRODUÇÃO 3 • Anaeróbios: Anaeróbios obrigatórios (por exemplo: C. perfringens); Aerotolerantes (por exemplo: C. tertium); Micrografia de espécie botulinum do gênero Clostridium. Habitat: solo, água e o trato intestinal de animais e seres humanos; Capazes de formar endósporos. Terminais Subterminais Centrais C. tetani C. difficile C. butyricum CARACTERÍSTICAS GERAIS 4 Não Invasiva: toxina é responsável pelos sintomas; Invasiva (histotóxica): infecção progressiva e destruição do tecido; Purulenta: infecção mista, envolve vários órgãos (usualmente a cavidade peritoneal). 5 CARACTERÍSTICAS GERAIS Infecções endógenas podem ser: Clostridium perfringens Clostridium bifermentans Clostridium septicum Clostridium difficile Clostridium baratii Clostridium ramosum Clostridium tetani Clostridium clostridioforme Clostridium butyricum Clostridium botulinum Clostridium sordelli Clostridium novyi Clostridium tertium Clostridium cadaveris Clostridium histolyticum Clostridium glycolicum Clostridium innocuum Clostridium sporogenes Espécies de importância clínica 6 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS Clotridium tetani Clostridium botulinum Clostridium difficile Clostridium perfringens • Gram positivas; • Bacilos; • “Forma de raquete”; • Flagelos peritríquios; • Temperatura ótima: 37 °C; • Microorganismo sensível ao calor; 7 Clostridium tetani • Esporos muito resistentes. Coloração de Gram da C. tetani. Coloração de Gram da C. tetani. • Anaeróbio obrigatório; Extremamente sensível a toxicidade de O2; 8 Clostridium tetani • Metabolicamente inativo; Não fermenta carboidrato, não produz lipases; Não digere leite e outras proteínas; • Ubiquitário: RESERVATÓRIOS HOSPEDEIROS [...] entre outros. Exotoxinas Hemolisina Sem importância clínica definida; Tetanospasmina (neurotoxina) • Sintetizada durante a fase de crescimento microbiano. • Peptídeo; Alvo • Neurotransmissores inibitórios (GABA/glicina) 9 Clostridium tetani Virulência 10 Clostridium tetani Patologia Tétano ESPOROS Período de incubação (varia de 2 a 14 dias) ESPOROS BACILOS Produção de exotoxinas Neurônios motores periféricos SNC Interneurônios inibitórios Paralisia espástica • Trismo; • Riso sardônico; • Postura opistotônica. 11 Clostridium tetani Patologia Tétano neonatal Gestantes não-vacinadas Infecção do coto umbilical Práticas higiênicas inadequadas • Dificuldade de sugar; 3 a 12 dias após o nascimento • Redução ou paralisia dos movimentos. 12 Clostridium tetani Diagnóstico Observação clínica. • Não há diagnóstico microbiológico ou sorológico. Tratamento Baseado no histórico de vacinação e no tipo do ferimento. Histórico de imunização Ferimentos pequenos, limpos e superficiais Demais ferimentos Incerta ou < 2 doses Vacina antitetânica Vacina + soro antitetânico 2 doses Vacina antitetânica Vacina antitetânica 3 doses -- -- • Sedação e suporte respiratório; • Bloqueadores musculares (como os benzodiazepínicos); • Antimicrobianos (como o metronidazol). Também pode ser feito o uso de: 13 (Segundo o Ministério da Saúde, calendário de vacinação 2017) Prevenção Vacinação (DTP/DT) Gestantes • 4º mês: primeira dose; • 7º mês: segunda dose: • Reforço -> 6 meses após a segunda dose; Crianças • 2 meses: primeira dose; • 4 meses: segunda dose: • 6 meses: terceira dose; • 1 ano e 3 meses: 1º reforço; • 4 anos: 2º reforço; Clostridium tetani • Esporos ovais subterminais; • Muito resistentes: 30 anos em meio líquido; • Dimensões diferentes: vegetativas x esporos. Clostridium botulinum • Gram positivo; • Bacilo; • Anaeróbio restrito; • Flagelos peritríquios; • Temperatura ótima: 37 °C; • pH resistente: 4,5 a 8. 14 15 Clostridium botulinum • Bactéria patogênica; Além do botulismo, gera também toxinfecção alimentar; • Habitat: Naturalmente encontrada no solo, poeira e sedimentos marinhos; Podendo ser encontrado também em: Legumes e verduras Produtos agropecuários Alimentos mal-conservados Além de frutas e, dado o contato com o solo, em fezes humanas. Alvo: Neurônios motores colinérgicos nas junções neuromusculares. Cadeia A Cadeia B Pontes dissulfeto Toxinas ativas NEUROTOXINAS 16 Clostridium botulinum Virulência Produção de 7 neurotoxinas: A, B, C, D, E, F e G. GRUPO TIPO PROPRIEDADES FENOTÍPICAS I A, B, F Proteolíticas, sacarolíticas II B, E, F Não-proteolíticas, sacarolíticas III C, D Fracamente proteolíticas, sacarolíticas IV G Fracamente proteolítica, sacarolítica Fonte: Microbiologia Médica. P.R. Murray. 5ª ed. (adaptado). 17 Clostridium botulinum Virulência Produção de 7 neurotoxinas: A, B, C, D, E, F e G. 18 Clostridium botulinum Patologia Botulismo • Por colonização: • Forma clássica: Bebê* (3 semanas – 6 meses) Corrente sanguínea ESPOROS BACILOS Intestino colonizado (germinação) ESPOROS TOXINA PRÉ-FORMADA Absorção (duodeno e jejuno) Junção Neuromuscular • Em ferimentos ESPOROS ESPOROS BACILOS Produção de exotoxinas Germinação (no ferimento) 19 Clostridium botulinum Patologia Botulismo 20 Clostridium botulinum Patologia Botulismo Paralisia flácida descendente Diagnóstico Detecção da toxina: • Soro; • Secreções da lesão; • Fezes do paciente; • Amostra do alimento suspeito; Tratamento Antitoxina tri, penta ou heptavalente: • Para adultos --> derivadas de cavalo; • Para crianças --> derivada de humanos; Uso de antibióticos bacteriostáticos; Suporte respiratório; Possível limitação* da paralisia. 21 Clostridium difficile • Gram positivo – 24h/48h – Gram negativo; • Bacilo; • Anaeróbio restrito; • Formador de esporos; • Temperatura ótima: 37 °C; • Patógenos oportunistas; • Antibióticos - perturbação do equilíbrio – “bactérias boas ”. Coloração em Gram da C. difficile. Micrografia da C. difficile. • Importante agente causador de diarreias: suínos, homens, equinos e cães; 22 Clostridium difficile • Habitat: Microbiota residente: Podendo ser encontrado também em: água, ar e fezes humanas. Toxina - A Toxina - B Hipersecreção de fluidos Citotoxina • Induz a despolimeração da actina, perda do citoesqueleto; • Fator de adesão: Células aderidas ao cólon humano; • Formação de esporos; • Hialuronidase: produção da atividade hidrolítica. 23 Clostridium difficile Virulência Enterotoxinas 24 Clostridium difficile Patologia Enterocolite pseudomembranosa *Proliferação de C. difficile no intestino Manifestações clínicas • Fezes com muco; • Febre; • Formação de úlceras; • Diarreia. 25 Clostridium difficile Diagnóstico Detecção das toxinaa: • Reposição de líquidos e eletrólitos;Tratamento Iniciado pela suspensão do antibiótico envolvido. • Amostra: fezes recém-colhidas; • Método: ensaio imunoenzimático (ELISA). • Possível uso de antibióticos para conter infecções oportunistas. Bolsas usadas em reidratação intravenosa 26 Clostridium perfringens • Gram positivo; • Bacilo; • Imóvel; • Anaeróbio; • Formador de esporos: desidratação e tratamentos térmicos. • Temperatura ótima: 43°C a 47°C; • pH ótimo: 6 e 7; • pH resistente: 5,5 a 9; • Capaz de fermentar vários carboidratos, como glicose e galactose. Coloração de Gram da C. perfringens. Ilustração em 3D da C. perfringens. 27 Clostridium perfringens • Habitat natural: Vegetação apodrecida Sedimentos marinhos Solo Trato gastrointestinal humano Insetos • Atividade no intestino delgado, principalmente no íleo; • Toxinas letais aos animais; • Produz uma enterotoxina termossensível: CPE; • Produção de enzimas hidrolíticas , como colagenases e proteases; • Produção de H2 e CO2 pela fermentação. 28 Clostridium perfringens Virulência Produção de 4 exotoxinas. C. perfringens TOXINA CARACTERÍSTICA Tipo A α Fosfolipase C Tipo B α – β – ε -- Tipo C α – β Necrotizante Tipo D α – ε Permease Tipo E α – ι Necrotizante Classificação a partir da toxina produzida α Enzimas hidrolizantes de substâncias essenciais β – ι – ε Endotélio vascular Aumento da permeabilidade capilar Alterações na morfologia celular 29 Clostridium perfringens Virulência Produção de 4 exotoxinas. 30 Clostridium perfringens Patologia Gangrena gasosa Fluxo sanguíneo Isquemia (ferimento anaeróbico) Necrose GANGRENA Germinação (CO2 e H2 produzidos) Tecido inchado GANGRENA GASOSA α-toxina produzida Histotoxicidade Feixe muscular 31 Clostridium perfringens Diagnóstico Observação clínica. Tratamento • Tecido Muscular: Limpeza dos ferimentos; Uso de antibióticos (p/ex: penicilina G); Remoção cirúrgica / amputação. • Cavidade abdominal: Uso de câmaras hiperbáricas. Câmara hiperbárica em uso. 32 EPIDEMIOLOGIA Agentes etiológicos das principais infecções alimentares notificadas de 2007 a 2016. 33 EPIDEMIOLOGIA • Tétano acidental 2015REGIÃO NOTIFICADOS CONFIRMADOS % NORTE 64 46 72 NORDESTE: MA PI CE RN PB PE AL SE BA 39 6 29 10 4 15 6 3 36 13 5 17 6 2 8 4 3 24 33 83 59 60 50 53 67 100 67 SUDESTE 116 66 57 SUL 73 58 79 CENTRO-OESTE 108 33 31 Fonte: Ministério da Saúde, 2017 (adaptado). Tétano acidental em 2015 34 EPIDEMIOLOGIA REGIÃO 1997 2005 2015 NORTE 15 5 0 NORDESTE: MA PI CE RN PB PE AL SE BA 3 5 11 1 2 8 12 1 11 4 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 SUDESTE 13 0 0 SUL 7 0 0 CENTRO-OESTE 12 0 0 Casos de tétano neonatal confirmados no Brasil. Fonte: Ministério da Saúde, 2017 (adaptado). 35 EPIDEMIOLOGIA REGIÃO 1999 2005 2014 NORTE 0 0 0 NORDESTE: MA PI CE RN PB PE AL SE BA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 SUDESTE 1 6 2 SUL 0 2 0 CENTRO-OESTE 0 0 2 Casos de botulismo confirmados no Brasil. Fonte: Ministério da Saúde, 2017 (adaptado). 36 EPIDEMIOLOGIA Estados Unidos: 30% Suécia: 1,9% Japão: 15% Casos de diarreia com etiologia confirmada do C. difficile Fonte: Trabulsi 37 CURIOSIDADES Para prevenir casos de botulismo, não é recomendado dar mel para crianças menores de 1 ano; A toxina botulínica é usada de modo terapêutico e cosmético, como o botox; Uma grama da toxina botulínica é capaz de matar 30 milhões de camundongos; Pessoas nativas do Alasca provavelmente apresentam a maior taxa de botulismo no mundo; 38 REFERÊNCIAS • BRASIL, Ministério da Saúde. Portal Saúde: tétano acidental. Disponível em: portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/tetano- acidental. Acesso em: 16.maio.2017. • BRASIL, Ministério da Saúde. Portal Saúde: botulismo. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/pqavs/623-o-ministerio/o-ministerio- principal/secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/botulismo. Acesso em: 16.maio.2017 • LEVINSON, W. Microbiologia médica e imunologia. (12ª ed). Porto Alegre: AMGH, 2014. • MURRAY, P.R.; DREW. W.L.; KOBAYASHI, G.S.; PFALLER, M. A; Rosenthal, K.S. Microbiologia Médica (5ª Edição). Elsevier Editora, 2006. • TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. (8ª Edição). Editora A ARTMED, 2008. • TRABULSI, L.R. Microbiologia (5ª Ed). Atheneu, 2008.
Compartilhar