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Monobactâmicos , Carbapenemas e Glicopeptídeos Concentração Inibitória Mínima (MIC): Concentração mínima para matar 99% dos microrganismos em 24 horas. Efeito pós-antibiótico: capacidade de, mesmo abaixo da concentração mínima, ter um efeito. Precisa de menores intervalos entre doses. Ex.: aminoglicosídeos. Antibiótico dose dependente: 1 dose diária alta é mais eficiente do que várias menores ao longo do dia (melhor para administrar, menos efeitos colaterais). Antibiótico tempo dependente: várias doses menores durante um dia são mais eficazes do que 1 dose alta por dia. Mecanismos de ação: Monobactâmicos, carbapenemas e glicopeptídeos têm o mesmo mecanismo de ação: inibem a síntese de parede celular. ***GLICOPEPTÍDEOS não se ligam às PBPs como os outros, mas agem no processo de polimerização da parede celular, “competindo” com a matéria-prima. No fim, a cadeia fica “errada”, com um monte de glicopeptídeo no meio da organização. MONOBACTÂMICOS Produzida por Nocardia uniformis, recebeu o nome de Nocardicinas, mas estas não tinham muita relevância clinica. Ao ser isolada, obteve-se o Aztreonam (1981). Alta resistência a inativação por beta-lactamases (plasmidiais e cromossomicas), ativo até mesmo contra os gram-negativos resistentes a cefalosporinas de terceira geração. No entanto, são inativadas por beta-lactamases de espectro estendido (Klebsiella) Ativo contra Escherichia coli, Klebsiella, Proteus, Morganella, Salmonella, Providencia em baixas doses. Para Pseudomonas é necessario doses maiores. Não atua em Legionelas, clamídias e micoplasmas (intracelular) e pequena ação contra Enterobacter. Não induz a produção de beta-lactamases. Atravessam a barreira placentária e a barreira hematoencefálica. Em pacientes com problemas renais a dosagem deve ser reconsiderada. Utilizado contra bacilos gram-negativos; infecções urinárias, sepse, infecções osteoarticulares. Indicado para infecções intra abdominais cirurgicas, como peritonites, abscessos hepáticos, sub-frênico, intra-abdominais, podendo estar associado a clindamicina, metronidazol ou cloranfenicol contra B fragilis e outros anaeróbios Exemplo: Aztreonam Uso intra-venoso (IV); não absorvido na via oral. Atinge pequena concetração brônquica Bactericida β-lactâmico (causam lise osmótica por inibir a síntese de parede celular; o anel impede a reação de transpeptidação Espectro: BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS Enterobacteriaceae Pseudomonas aeruginosa Neisseria spp. Haemophilus influenzae * BAIXA AÇÃO CONTRA Burkholderia cepacia e Stenotrophomonas maltophilia NÃO TEM EFEITO CONTRA: BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS (quando tiver fator de risco para gram +, usar em conjunto com vancomicina) ANAERÓBIOS: Legionella spp, Chlamydia spp e Mycoplasma spp o Serve para o tratamento de meningoencefalite, pois atravessa barreira hematoliquórica Administrar a cada 8h (tempo dependente) Efeitos adversos: Rash pruriginoso (mais comum) Efeitos hematológicos (raro) Elevação transitória de aminotransferases Não é nefrotóxico nem ototóxico o Uso clínico Alternativa menos tóxica contra P. aeruginosa (pacientes com IRC) Meningoencefalites por gram negativos CARBAPENEMAS São beta-lactâmicos de estrutura bicíclica; são caracterizados por atividade antimicrobiana diferenciada sobre os bacilos gram-negativos. São antibióticos originariamente naturais derivados de Streptomyces; hoje são produzidos em laboratórios. A presença do anel carbapenema permite ação contra gram positivo e negativo. A cadeia de hidroxietila garante estabilidade contra a maioria das beta-lactamases. Tienamicina foi o primeiro carbapenema descoberta (Streptomyces cattlyea). Como a Tienamicina é um fármaco muito instável, utiliza-se na forma N-formimidoil-tienamicina, conhecido como Imipeném! Efeito pós antibiótico e ação do Imipeném: O Imipeném se liga a todas as PBPs, causando rápida lise osmótica e tem capacidade de passar por meio dos canais porínicos (gram-negativo). Sua ação supressora é duradora, de modo que mesmo apos a queda da concentração da droga as bactérias que não foram mortas só volta a se multiplicar após 2 – 4 horas. O Iminpeném sofre hidrólise enzimática ao passar no rim, pela enzima deidropeptidase I, no túbulo renal proximal; quando administrado isoladamente pode ser nefrotóxico (necrose tubular) por metabólitos da hidrólise. Para evitar a hidrólise, foi desenvolvido a cilastatina, que inibe a deidropeptidase I (inibidor competitivo). Imipeném pode induzir a produção de beta-lactamases em Citrobacter, Enterobacter, Serratia, Proteus e Pseudomonas (enzimas não inibidas pelo clavulanato). Atravessa a barreira hematoencefálica (20% da concentração plasmática) e placentária. Imipeném e Cilastatina são dialisáveis; podem sofrer acumulo em casos de insuficiência renal. Utilizado em infecções respiratórias, urinárias, ginecológicas, osteoarticulares e intra abdominais (peritonites, colecistites, abscessos) e sepse. Recomendado em infecções pós-operatórias graves e sepse. Carbapenemas Exemplos: Imipeném, meropeném, ertapeném β-lactâmico o Ligam-se a TODAS PBPs Bactericida * causa lise osmótica Efeito pós-antibiótico Resistentes a inativação por beta-lactamases Espectro BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS: (exceto Enterococcus e Staphylococcus aureus resistente a oxacilina – MRSA) BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS Pseudomonas aeruginosa Enterobacteriaceae Acinetobacter spp. Anaeróbios Resistentes a: Flavobacterium Strenophomonas maltophilia Mycobacterium Chlamydia Mycoplasma Enterococcus faecalis e faecium Staphycococcus coagulase negativo (epidermidis) Boa penetração no SNC – Pode ser usado para meningoencefalite Imipeném é epiléptogênico, por isso, o meropeném é mais usado Imipeném só pode ser usado com CILASTATINA, pois sozinho é extremamente nefrotóxico Uso clínico Imipeném Em hospital Pancreatite GRAVE (necrohemorrágica) Ertapeném Não tem boa ação contra P. aeruginosa Meropeném Infecções de SNC (boa penetração da barreira HL) Uso em bebês (menos efeito epileptogênico) Maior atividade contra P. aeruginosa Intervalo entre doses Imipeném: 6h Meropeném: 8h Ertapeném: dose única diária Efeitos adversos Imipeném Convulsões (epileptogênico) Aumento das aminotransferases Reações alérgicas (eosinofilia) Leucopenia e plaquetopenia (raro) GLICOPEPTÍDEOS A sua ação não é via PBPs, pois são inibidores competitivos da polimerização do peptideoglicano, aumentam a permeabilidade da membrana plasmática. A terapia pode ser feita em associação com gentamicina. USAR CONTRA MICRORGANISMOS QUE ADQUIREM RESISTÊNCIA POR TROCA DE PBP. Tratamento contra GRAM-POSITIVOS – Bactericidas Vancomicina e Teicoplanina Espectro Cocos e bacilos gram-positivos Staphylococcus spp. Enterococcus spp. Streptococcus spp. Listeria monocytogenes Bacillus spp. Anaeróbios Clostridium difficile Efeitos adversos Vancomicina Síndrome do homem vermelho: eritema, flushing e prurido em face, tronco e MMSS ou generalizado. Na progressão, paciente pode apresentar dispneia, dor torácica e hipotensão. Dores e espasmos musculares no dorso e peito podem estar presentes. Tromboflebite Eosinofiilia e leucopenia transitória Oto e nefrotoxicidade (especialmente quando associada a aminoglicosídeos) Teicoplanina Mesmos efeitos, exceto o Menor oto e nefrotoxidades Menor chance de desenvolvimento da síndrome do homem vermelho É mais caro Uso clínico Vancomicina Infecções por gram-positivos, especialmente em alérgicos a β-lactâmicos e causadas por bactérias resistentes a eles Infecções do SNC Colite pseudomembranosa (VO) Teicoplanina Mesmas indicações, exceto NÃO USAR PARA INFECÇÕES DO SNC Pode ser usado via IM Doses Vancomicina IV de 6 em 6h Baixa absorção por VO Teicoplanina 12 em 12h Stenotrophomonas maltophilia é tratado com sulfametoxazol-trimetoprima.