Buscar

Respiratório, locomotor e Reprodutor Equinos 9º semestes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EQUINOS
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Anatomia 
Fossas nasais, ossos nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões
Laringe: cordas vocais, 3 cartilagens ímpares (cricoide, tireoide e epiglote), 3 cartilagens pares (aritenoide, corniculada e cuneiforme), músculos intrínsecos (cricotireoideo, cricoaritenoideo dorsal e lateral, aritenoideo transverso, tireoaritenoideo, tireoatitenoideo acessório e tensor do ventrículo lateral)
Epiglote: previne a aspiração de alimentos sólidos e líquidos para o interior dos pulmões, regula o volume de ar que se destina aos pulmões e destes para o exterior, órgão da vocalização
Pulmões: esquerdo: lobo apical (cranial) e lobo diafragmático (caudal) ; direito: lobo apical (cranial), lobo diafragmático (caudal) e lobo acessório (intermediário)
FR: adulto em repoudo: 10-14 mpm
Trato anterior: desde as narinas até a transição da laringe com a traqueia; fossas nasais, ossos nasais, faringe, região etmoidal e endoturbinada, coanas, recesso faríngeo, óstios das bolsas guturais, bolsas guturais, palato mole, laringe
Trato posterior: inicia após a laringe; traqueia, carina, brônquios e bronquíolos
Exame clínico
Anamnese: idade, raça, ambiente, vacinação (Influenza e herpesvírus), desverminação (Parascaris equorum, Dyctiocaulus arnfieldi), enfermidades prévias
Avaliação do estado geral: estado mental (alerta, prostrado, apático, se está comendo ou não), presença de dispneia, narinas dilatadas e com muco, postura ortopneica, expressões faciais que demonstrem ansiedade
Fossas nasais: inspeção, palpação e exame funcional
Seios paranasais: palpação, percussão
Laringe e traqueia: palpação, auscultação respiratória e cardíaca, endoscopia
Bolsas guturais: inspeção, palpação, percussão
Tórax: inspeção, palpação, percussão, auscultação, toracocentese (quando tiver líquido)
Vias aéreas anteriores
RX crânio (septo nasal, cavidade nasal, seios paranasais), RX bolsa gutural (timpanismo, empiema), RX faringe e laringe (espessamento palato mole, hipoplasia de epiglote, fraturas de hioide)
Trepanação dos seios
US
Endoscopia 
Vias aéreas posteriores
Aspirado transtraqueal, lavado bronco alveolar
Endoscopia 
Animal deve estar contido no tronco e com a cabeça também contida pelo cachimbo, preferencialmente sem estar sedado quando se deseja avaliar faringe e laringe. A avaliação endoscópica da faringe e da laringe também pode ser feita com o animal em movimento, sendo possível observar os movimentos de adução e abdução das cartilagens da laringe
Principais doenças
ADENITE EQUINA (GARROTILHO)
Infecto-contagiosa, causada por Streptococcus equi (endêmico em criações de equinos – encontrado nas mucosas orofaríngea e nasal normal), inflamação do trato respiratório superior, principalmente em jovens, contagio e fonte pelo corrimento nasal (tossir, espirrar e relinchar) contaminam água, ar e alimentos
SC: anorexia nas primeiras 48h antes das descargas nasais, corrimento nasal seroso e purulento, febre, aumento dos linfonodos retrofaríngeos, tosse, espirro, dificuldade respiratória e de deglutição (regurgita alimento pelas narinas)
Diagnóstico: clínico
Tratamento: atb (penicilina benzatina 20.000 a 40.000 UI/kg IM), mucolíticos. Passado o surto ou cura clínica, todos apresentam imunidade à bactéria (imunidade vitalícia)
EMPIEMA DA BOLSA GUTURAL
Infecção bacteriana, geralmente secundária ao garrotilho, Streptococcus zooepidemicus e Streptococcus equi. Nesta doença, o revestimento fino da bolsa gutural torna-se inflamado e a bolsa gutural fica cheia de pus espesso. Este material pode ser drenado para a faringe, e de lá para as passagens nasais e para fora da narina. O acúmulo de material purulento na bolsa causa uma distenção e interferência mecânica com a deglutição e a respiração. A inflamação da mucosa pode envolver os nervos que passam logo abaixo, resultando em neurite com subsequente disfunção faríngea, além de disfagia
Função: hipóteses de que são uma câmara de ressonância, um dispositivo de flutuabilidade, resfriamento do cérebro e na regulação da pressão sanguínea cerebral, deglutição e audição
SC: secreção nasal mucopurulenta persistente (unilateral ou bilateral), edema retrofaríngeo doloroso à palpação, aumento de volume na região da glândula parótida (uni ou bilateral), tosse, febre, anorexia, ruído respiratório, depressão, dispneia e disfagia, presença de condróides (massas ovais formadas por pus espesso)
Diagnóstico: RX, endoscopia, percussão da região e aspiração do conteúdo das bolsas
Diagnóstico diferencial: timpanismo das bolsas guturais (acúmulo de ar no interior das bolsas), micose das bolsas guturais em que há o intenso sangramento nas narinas, sinusite, garrotilho, abscessos retrofaríngeos que podem romper para o interior da bolsa gutural formando o empiema
Tratamento: isolar animal suspeito até a confirmação, atb, antiinflamatórios, lavagens das bolsas guturais (1-2x/dia com solução salina ou ringer lactato associado com um antisséptico pouco concentrado – PVPI 0,1 a 0,5%) ou cirúrgico
HIPERPLASIA FOLICULAR LINFÓIDE (FARINGITE)
Processo inflamatório da mucosa faríngea, ocorre devido mudanças climáticas bruscas ou processos irritantes causados na deglutição de alimentos grosseiros e pela ação de corpos estranhos, introdução inadequada de sonda nasogástrica, também pode ser decorrente de enfermidade primária (garrotilho, influenza equina e herpesvírus equi-1)
SC: dificuldade na mastigação e apreensão de alimentos, dificuldade de deglutição, dor, febre, tosse, cabeça distendida, congestão da mucosa e ingurgitamento dos vasos, hiperplasia folicular. Faringe hiperêmica e edemaciada
Grau I: presença de poucos folículos inativos, pequenos e de cor esbranquiçada, na parede dorsal; considera-se como normal
Grau II: presença de numerosos folículos inativos, entremeados com folículos hiperêmicos, se estendendo da parede dorsal à parede lateral da faringe
*Grau III: presença de numerosos folículos ativos atingindo toda a parede dorsal e lateral da faringe
*Grau IV: presença de folículos grandes e edemaciados coalescentes com base larga e estrutura polipoide
*pode causar ruído respiratório anormal e intolerância ao exercício
Tratamento: atb parenteral, anti-séptico spray, antiinflamatórios não hormonais por 7-14d
HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO (HPIE)
Presença de sangue nas vias aéreas inferiores após exercício de forte intensidade, equinos atletas velocistas (PSI)
SC: diminuem a velocidade ou param de correr, tosse, dificuldade respiratória e deglutição excessiva, baixa da performance
Diagnóstico: endoscopia (no máx. 30-90 min. após a corrida), aspirado traqueal, lavado traqueobronquial e broncoquioalveolar, RX tórax (aumento do padrão intersticial, maior radiopacidade no lobo pulmonar caudal e ocasionalmente deslocamento dorsal dos vasos pulmonares)
Grau 0: ausência de sangue visível
Grau 1: traços de sangue na traqueia
Grau 2: presença de filete de sangue na traqueia
Grau 3: presença de sangue na traqueia em quantidade superior ao grau anterior, mas sem formação de poças
Grau 4: presença abundante de sangue na traqueia
Grau 5: hemorragia nasal e presença de sangue abundante na traqueia
Tratamento: repouso para os graus acima de 3, antimicrobiano
SINUSITE
Processo inflamatório e infeccioso que acomete, principalmente, os seios paranasais (maxilar – concha superior e inferior – e frontal)
1ª: decorrente de infecção do trato resp. anterior, streptococcus equi e streptococcus zooepidemicus
2ª: causadas por dentes fraturados, deslocamento dentário, mal posicionamento dentário, lesões da coroa
Diagnóstico: deformidade da região do seio comprometido, som maciço à percussão do seio, RX
Tratamento: drenagem do conteúdo (trepanação e lavados com iodo-povidine 1%), atb sistêmico, infusão de Metronidazol 0,5% nos seios, anti-inflamatório não hormonal
HEMATOMA ETMOIDAL
Animais de 8-12 anos, massa neoformada, benigna, caráter progressivo e destrutivo, se origina da mucosa do turbinado etmoidal (também podese originar no assoalho e na parede dos seios maxilar e frontal raramente invade a cavidade nasal)
SC: redução progressiva da capacidade respiratória e epistaxe crônica leve, uni ou bilateral, que pode ser acompanhada de por secreção nasal mucopurulenta. Respiração geralmente estertora (+ evidente no exercício), tosse, odor fétido pela narina, agitação da cabeça e disfagia
Diagnóstico: endoscopia (estrias de sangue na cavidade nasal), RX, SC
Tratamento: cirúrgico
DESLOCAMENTO DORSAL DO PALATO MOLE
Uma das manifestações da síndrome da disfunção faringeana adquirida, pode ser resultante de faringites com hiperplasias linfoides de graus elevados, neuropatias ou atrofias neurogênicas da musculatura do palato ou secundária a enfermidades musculares generalizadas, botulismo, intoxicação por chumbo, micose das bolsas guturais e lesões no 9º e 10º pares de nervos cranianos
SC: extensão da cabeça em relação ao ângulo do pescoço, retração da língua
Forma intermitente: pode ocorrer com a abertura da boca, deglutição em exercício, hiperflexão da cabeça, fadiga e excitação nervosa, redução da performance, ruído respiratório + intenso na expiração, tosse, dispneia, colapso respiratório e cianose
Forma persistente: ruído respiratório, tosse principalmente quando deglute, secreção nasal com restos de alimentos, falsa via dos alimentos que predispõe a pneumonia
Diagnóstico: SC (animal parado e em movimento), endoscopia, RX lateral da laringe
Tratamento: antiinflamatórios e anti-sépticos oro-faringeos (nebulização 2x/dia) ou cirúrgico
HEMIPLEGIA DA LARINGE (CAVALO RONCADOR)
Distribuição mundial, todas as raças, ambos os sexos (mas + em machos PSI), doença espontânea resultante da degeneração primária do nervo laríngeo recorrente
Afeta vias aéreas superiores, cavalos de corrida, 2-3 anos. Causas mais comuns: sequela de garrotilho (linfadenopatia ou empiema de bolsa gutural), inflamações perivasculares, micose da bolsa gutural, abscesso perineural, neoplasia de pescoço, lesões de laringotomia, esofagostomia, cirurgia reparadora de traqueia
SC: redução da performance, intolerância ao exercício, ruído respiratório anormal, dispneia
Diagnóstico: animal em repouso, em exercício e após exercício, endoscopia, avaliação hemogasométrica
Grau I: abdução e adução completas e sincronizadas das cartilagens aritenoides, com discreta assimetria
Grau II: movimento assimétrico evidente da cartilagem aritenoide comprometida durante todas as fases da respiração. Ocorre abdução completa ao estimular-se a deglutição ou ao realizar-se a oclusão nasal
Grau III: movimento assimétrico da cartilagem aritenoide comprometida durante todas as fases da respiração, não se obtendo abdução completa mesmo ao se estimular à deglutição ou se realizar a oclusão nasal
Grau IV: paralisia completa da cartilagem aritenoide esquerda, mesmo ao se estimular à deglutição ou se realizar a oclusão das narinas
Tratamento: cirúrgico (traqueotomia ou traqueostomia) ou atb
PNEUMONIA E PLEUROPNEUMONIA
Inflamação do parênquima pulmonar, pneumonia em potros e cavalos adultos
SC: anorexia, apatia, intolerância ao exercício, tosse seca, frequência respiratória aumentada e superficial, depressão, corrimento nasal bilateral mucoso/mucohemorrágico/mucopurulento
Diagnóstico: SC, auscultação e percussão do tórax, US tórax (efusão pleural, presença de fibrina, atelectasia pulmonar, presença de abscessos e necrose), RX tórax (perda da nitidez da linha do diafragma e do coração, abscessos pulmonares profundos e aumento dos linfonodos do mediastino). Exames complementares: sangue, lavado traqueobronquial, cultura, antibiograma. Toracocentese na suspeita de pleuropneumonia
Tratamento
Pneumonia: baias arejadas e protegidas do vento e do frio, atb (cloranfenicol, gentamicina, ampicilina, eritromicina, metronidazol, rifampicina, sulfa-trimetropim) IM
Pleuropneumonia: toracocentese, lavado pleural com ringer
OBSTRUÇÃO RECORRENTE DAS VIAS AÉREAS (ORVA)
Decorrente de inflamação, excesso de ureia na cocheira, alimentação com alfafa. O cavalo não consegue expelir todo o ar, podendo haver sangramento (secreção mucosanguinolenta), alérgica. Animais estabulados, climas frios e úmidos. “Doença pulmonar obstrutiva associada ao pastejo de verão”
SC: tosse, aumento produção de muco, sons respiratórios anormais, esforço respiratório e intolerância ao exercício, secreção nasal. Maioria com + de 7 anos
Diagnóstico: lavado bronqueoalveolar, RX, citologia
Tratamento: não tem cura, manejo ambiental, animais alérgicos devem ser colocados em cocheiras abertas, praticar exercícios frequentes e moderados, além de manter-se hidratado para melhor funcionamento pulmonar, broncodilatador (Atropina, Clembuterol), corticoide (Dexametasona), mucolítico (Acetilcisteína)
SISTEMA LOCOMOTOR
Exame físico
Anamnese: idade, raça, aprumos defeituosos, conformação defeituosa, ferragens inadequadas para determinada conformação, modalidade esportiva, terreno no qual o animal trabalha, o animal vive em que terreno, baia ou piquete?
Exame em estação
Avaliar os aprumos pela frente, perfil, e desde a parte caudal. Os aprumos consistem em uma das principais causas de problemas locomotores. 
		
Avaliar posturas anormais, posição anti álgica, maior apoio de um membro que de outro
Avaliar dificuldades funcionais (paralisia do nervo radia), problemas mecânicos (retração de tendões)
Inspeção regional: exame clínico de todas as estruturas do aparelho locomotor como articulações, grupos musculares ou tendíneos. Avalia-se forma, tamanho, simetria, presença de lesões e de secreções.
PALPAÇÃO:
Direta superficial: procura-se por inflamação (aumento de temperatura), tumefação, edemas, calos, mudanças de consistência e de forma, pulsações de arteriais da quartela ou digitais (fisiológico apenas durante o exercício). 
Direta profunda: procura-se por dor com a ponta dos dedos e beliscando a pele. Avaliar consistência, tônus muscular e presença de crepitações.
Indireta: com pinça de casco e com sondas rígidas ou moles, para avaliar trajetos nos casos de fistula. Realiza-se colocando pressão longitudinal com a muralha oposta, pressionando o sulco central com a pinça e abrangendo ambos os talões.
Percussão: Percute-se o casco, em busca de regiões ocas.
Tendões flexores e o ligamento suspensor do boleto devem ser perfeitamente identificáveis e suas bordas perfeitamente definidas.
Testes de flexão: avalia-se a funcionalidade dos músculos e das articulações, verificando se há alterações, ou presença de dor. Manter a articulação flexionada durante 1 a 2 minutos, após colocar o animal para trotar, avaliando os 6 ou 7 primeiros passos, se o animal claudicar o teste é + e a articulação está afetada. Ex.: flexionar o casco e colocar para caminhar, flexionar o boleto e colocar para caminhar, flexionar o joelho e colocar para caminhar.
Teste de extensão (Cunha de Lungwitz): colocar o animal em uma rampa, levantar um dos membros por 1 a 2 mim, fazendo o trotar logo em seguida. A cunha é uma peça longitudinal com ângulo de 20° cuja inclinação permite aplicar tensão sobre o tendão flexor profundo e aumentar a pressão sobre os talões do casco e sobre a Bursa podotroclear.
Entorse do dígito: flexão da articulação interfalangiana distal, segura-se a quartela e se movimenta o digito para ambos os lados para comprovar se existe dor.
Esparavão: flexiona-se o complexo articular femorotibiopatelar, não é patognômonico.
Testes de locomoção: colocar o animal a passo em uma superfície plana e reta por pelo menos 30 metros. Submeter a diferentes tipos de terrenos (piso macio e duro), também deve se avaliar o animal na subida e na descida, ao passo, ao trote e ao galope. Trotar o animal em círculos, com corda longa diminuindo aos poucos, o membro afetado para dentro do círculo. Observar se de acordo com o movimento a manifestação ou aumento da claudicação, ainda pode se examinar o cavalo montado nos diferentes movimentos.
Solo macio: evidencia problemas com origem em tendões, músculos, ligamentose cápsula.
Solo duro: evidencia problemas de origem óssea (artrite e osteíte podal).
Movimentos de cabeça: quando há problemas no membro torácico a cabeça e o pescoço se elevam ao apoiar o membro afetado, pode haver ainda o deslocamento da cabeça em direção ao membro sadio, mudando a distribuição de peso. Quando o problema é nos membros pélvicos a garupa se eleva no apoio-elevação e a cabeça e o pescoço podem ir levemente para frente.
Esteira: permite avaliar de forma precisa sem as alterações de marcha atribuídas ao terreno.
As claudicações dos membros torácicos sao mais frequentes do que dos membros pélvicos, e isso ocorre porque o centro de gravidade do cavalo se localiza mais perto dos membros torácicos, promovendo uma distribuição de 60% do peso para estes e 40% para os pélvicos.
Exames complementares: RX, US, ressonância magnética, analise laboratoriais, tomografia computadorizada, analise de líquido sinovial, artroscopia, termografia, cintilografia óssea com tecnécio-99m. 
RX: Avaliar o sistema osteoarticular e as consequências das lesões de tecido mole sobre os ossos. Ex.: Entorse do extensor digital comum
Analise de líquido sinovial: punção da capsula articular, determinar a presença de neutrófilos, identificar processos sépticos. Pode ser feito antibiograma desse liquido
Cintilografia óssea com tecnécio-99m: utilização de radioisótopos, que são captados pelos tecidos que sofrem de um processo inflamatório ou degenerativo. Prove informações acerca da vascularização tecidual
Graus de claudicação AAEP (0-5)
	GRAU 0
	Não se detecta claudicação em nenhuma circunstância. 
	GRAU 1 
	Claudicação difícil de observar; não é consistente independente das circunstâncias (por ex. em círculo, piso mole, piso duro, etc.).
	GRAU 2
	Claudicação difícil de observar a passo ou a trote em linha reta; é observável consistentemente em algumas circunstâncias (por ex. com carga, em círculo, num plano inclinado, piso duro, etc.). 
	GRAU 3
	Claudicação consistente, observável a trote em todas as circunstâncias. 
	GRAU 4
	Claudicação evidente a passo. 
	GRAU 5
	Apoio mínimo do membro afetado em andamento ou em estação, ou completa incapacidade de se mover.
Bloqueios anestésicos
Bloqueios perineurais: dessensibilização através de bloqueios (lidocaína ou mepivacaina 2%) evitar a associação com vasoconstritores, devido a alta ocorrência de necrose tecidual. Começa-se da parte distal dos dígitos em direção a parte proximal, em busca da região afetada. Aplicar o analgésico local, colocar o animal para andar durante 5 min para difundir o anestésico, após pôr o animal a trote em terreno duro e avaliar a persistência da claudicação. Se após o bloqueio a claudicação diminuir ou for eliminada, isso significa que a lesão provavelmente é distal ao bloqueio.
Bloqueio de Nervo Digital Palmar/Plantar: A agulha é inserida no subcutâneo sobre o nervo, é direcionada distalmente, proximal à margem da cartilagem colateral da terceira falange, diretamente sobre o aspecto palmar/plantar do plexo neurovascular palpável, assim o anestésico local é depositado próximo da junção do nervo com a cartilagem da falange distal. O objetivo é anestesiar os nervos digitais palmares/plantares lateral e medial.
Estruturas dessensibilizadas: terceira falange, osso navicular, bursa do navicular, ligamento suspensório do navicular, ligamentos retos, oblíquos e cruzados distais, cartilagem alar e coxim plantar, articulação interfalângica distal, ligamentos distais do navicular, o corio laminar e da sola, osso sesamóide distal, porções distais dos tendões flexores digitais e bainha, coxim digital, e margem solear do casco.
Bloqueio Sesamóide Abaxial: aplicação é feita na região dos ossos sesamóides proximais.
Estruturas dessensibilizadas: casco, falange média, articulação interfalangiana proximal, porções palmares distais da falange proximal e o tecido mole associado, ocasionalmente, a porção palmar da articulação metacarpofalangiana, porções distais dos tendões flexores digitais, profundo e superficial, ligamentos sesamóides distais e ligamento anular digital, este bloqueio nem sempre dessensibiliza os processos extensores nas regiões das falanges média e distal, porque em alguns equinos, os ramos dorsais dos nervos digitais palmares lateral e medial surgem um nível acima deste bloqueio. A combinação do bloqueio dos nervos digitais palmares com o bloqueio dos seus ramos dorsais pode ser mais útil na dessensibilização destas regiões.
Bloqueio de 4 pontos baixos: aplicação é feita na região do nervo lateral, abaixo das extremidades distais dos ossos metacárpicos pequenos. O objetivo é anestesiar os nervos palmares e os nervos metacárpicos palmares na região mais distal do segundo e quarto ossos metacárpicos.
Estruturas dessensibilizadas: região próxima da articulação metacarpofalangiana e toda a região distal a esse ponto. Boleto (falange proximal, articulação metacarpo falangeana, ossos sesamóides, inserção do ligamento suspensor do boleto, ligamento anular, ligamento intersesamoide, ligamentos cruzados, ligamentos curtos).
Bloqueio 4 pontos altos: aplicação é feita na fossa entre o tendão flexor digital profundo e ligamento suspensório do boleto. 
Estruturas dessensibilizadas: nervo palmar e metacarpal palmar, assim como todas as estruturas profundas da região do metacarpo enervadas por eles.
Importância do sistema locomotor: é de extrema importância para o bem-estar do animal, pois, um animal debilitado, além de não trabalhar adequadamente, encontra-se privado das suas cinco liberdades. Em cavalos de esporte, a maior casuística atendida pelo Médico Veterinário consiste em afecções ortopédicas, tendo em vista que esses animais sofrem constante impacto nos membros e por tal, maior desgaste físico.
PALPAÇÃO E EXAME GINECOLÓGICO
Exame Físico
O exame ginecológico é importante para a obtenção do perfil e histórico reprodutor das éguas, principalmente antes da estação de monta. A avaliação da égua permite a correção de qualquer problema ou afecção reprodutiva que ela possa ter e pode aumentar sua fertilidade. A égua deve ser contida e sua cauda amarrada e afastada da região genital. A avaliação da cérvice pode ser feita por palpação retal, onde se observa sua conformação, tamanho e tônus. Pode-se também realizar a ultrassonografia transretal. Para avaliar a vagina pode ser utilizado o espéculo vaginal, que deve ser bem lubrificado antes de sua inserção. Com o espéculo, deve-se visualizar e localizar a cérvice, para posteriormente avaliar aparência e cor da mucosa vaginal, assim como presença de sangue, fluidos e secreções. 
Conformação da vulva: constitui-se pelos lábios e por uma comissura inferior arredondada, na qual se localiza o clitóris, que possui forma proeminente e coloração escura. Os lábios da vulva devem estar em posição vertical e ter pelo menos uma inclinação craniocaudal de no máximo 10°, é importante que ambos os lábios da vulva fechem corretamente, para evitar a contaminação com fezes. 
Vaginoscopia: uso de espéculo para avaliar as estruturas vaginais. Para realização do exame a cauda da égua deve ser amarrada para evitar, que os pelos interfiram no exame, ainda antes da introdução do especulo deve ser feita a correta limpeza da área perianal com sabão não irritante, após limpar com algodão úmido e limpo os lábios internos da vulva e a fossa clitoriana. Introduzir o espéculo sem força e com o auxílio de lubrificantes. Primeiro visualiza-se o orifício externo do colo do útero, após feita a inspeção da mucosa e da vagina. Observar se há presença de descargas, sangue ou fluídos. Tendo presença de fluidos com o auxílio de um cotonete coletar para mandar para citologia. Obs. Quando o especulo é inserido o ar entra, a mucosa fica congestionada
	DIESTRO
	Mucosa vaginal rosa e pálida, colo do útero apertado, ereto e fora do chão da vagina. 
	CIO
	Mucosa vaginal de um rosa mais profundo e brilhante, podendo haver pequena quantidade de secreção no chão. O orifício externodo colo do útero é tipicamente relaxo, edematoso e ligeiramente avermelhado.
	GESTAÇÃO
	Colo do útero pálido e apertado. No final da gestação a mucosa vaginal é revestida por um exsudado grosso e pegajoso.
Palpação retal: para realizar a palpação é necessário esvaziar o reto utilizando uma luva bem lubrificada. É possível palpar o útero em posição central e os ovários suspendidos dorsalmente na região lombar, o ovário direito está sempre mais cranial que o esquerdo. Avaliação da vagina e da cérvix uterina, deve ser feito antes da vaginoscopia.
Posicionar e conter a égua, a abordagem deve ser lateral e não diretamente por trás do animal.
Prender a cauda da água.
Introduzir a mão no reto sem fazer força e retirar as fezes de dentro. (lubrificar bem)
Estruturas identificadas:
	COLO UTERINO
	O colo do útero está localizado pressionando uma mão aberta ventralmente contra a pelve óssea e "varrendo" de lado a lado até que a estrutura tubular do colo do útero seja identificada.
	ÚTERO
	O útero está localizado primeiro avançando para a borda pélvica. Com os dedos apontados direcionados ventralmente a mão é lentamente retirada até o a borda livre, ventral do corpo uterino envolve-se. O útero não gravídico está localizado parcialmente dentro da cavidade abdominal posterior.
	OVIDUTO
	Os ovidutos firmes e convolutos podem ser identificados ao longo do ligamento largo de ovário.
	OVÁRIOS
	Cada ovário em forma de feijão encontra-se lateral e levemente dorsal ao corno uterino correspondente. Cada um é normalmente posicionado imediatamente cranial para o eixo do íleo. 
Ultrassonografia transretal: 
Todo o estrume é removido do reto com um braço bem lubrificado. Cuidado para evitar a entrada de ar para o reto durante o estrume de evacuação processo porque o ar impede eficazmente a transmitância de ondas de ultrassom em torno estruturas. Os órgãos genitais internos são palpados em suas totalidades e de forma sistemática. A palpação por reto é seguida por uma ultrassonografia exame, com o transdutor bem protegida pela mão do examinador para evitar trauma na parede do reto. O transdutor deve estar bem lubrificado e deve ter bom contato com a parede retal. Estrume ou ar não deve ser interposto entre o transdutor e o tecido de interesse. Se a égua resistir excessivamente, o exame deve ser descontinuado, ou a égua deve ser sedada, dado um tocolítico (Buscopan) uma infusão de lidocaína intra-retal, ou anestesia epidural, antes de continuar.
Estruturas identificadas: 
Biopsia endometrial: Indicado para éguas com suspeita de anormalidades do endométrio, como éguas idosas ou éguas com história de complicações reprodutivas, ou em éguas mais velhas com histórias de fertilidade desconhecidas
Coleta: Um pedaço de endométrio de tamanho adequado deve ser removido para que a avaliação adequada do tecido possa ser executada. Pode ser removido de qualquer local no corpo do útero, mas deve se concentrar em áreas de maior patologia que pode ter sido identificada após avaliação manual e ultrassonográfica. A localização mais conveniente para remover uma biópsia é do corpo dorsal do útero ou base de um dos cornos, mas amostras podem ser removidas ventralmente. O instrumento de biópsia é passado manualmente, as mandíbulas na posição fechada, através do vestíbulo, vagina e colo do útero no lúmen uterino. Após a coleta o tecido deve ser imediatamente e gentilmente colocado em fixador para posterior avaliação. O fixador de escolha é a solução Bouin, uma combinação de formalina e ácido pícrico.

Continue navegando