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Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 65 65 3ª Unidade: Geometria Analítica no Plano 1 – Retas no Plano Condição de Alinhamento de três pontos Vamos considerar a existência de três pontos sobre uma reta r de coordenadas ),( AA yxA , ),( BB yxB e ),( CC yxC , conforme representados no plano cartesiano xy da figura 3.1. Figura 3.1: Pontos colineares num plano Tem-se que: CE BD BE AD = ou CE BE BD AD = Substituindo pelas medidas dos segmentos, e desenvolvendo a expressão: )()()()( BCABBCAB BC BC AB AB xxyyyyxx yy xx yy xx −⋅−=−⋅−⇒ − − = − − Ou 0 0)()()()( =−−−++ =−⋅−−−⋅− CAABBCACCBBA BCABBCAB yxyxyxyxyxyx xxyyyyxx A expressão obtida é equivalente ao determinante D da matriz constituída pelas coordenadas dos pontos A, B e C. 0 1 1 1 == CC BB AA yx yx yx D Ou seja, se ),( AA yxA , ),( BB yxB e ),( CC yxC são pontos colineares, então 0 1 1 1 = CC BB AA yx yx yx . Equação geral da reta Se conhecermos dois pontos distintos de uma reta, ),( AA yxA e ),( BB yxB , e considerarmos ),( yxP um ponto genérico da mesma, pela condição de alinhamento de três pontos podemos escrever que: Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 66 66 0 1 1 1 = BB AA yx yx yx Calculando o determinante temos 0)()()( 0111111 =−+−+− =⋅⋅−⋅⋅−⋅−⋅+⋅⋅+⋅⋅ ABBAABBA BAABBABA yxyxyxxxyy yxxyyxyxxyyx Fazendo ayy BA =− , bxx AB =− e cyxyx ABBA =− , pode-se escrever a equação geral de uma reta. 0=++ cbyax Na equação, a, b e c são números reais e a e b não podem ser nulos ao mesmo tempo. Exemplo1 Escreva a equação da reta definida pelos pontos )3,2(A e )2,1(−B . A equação pode ser obtida usando a condição de alinhamento de três pontos: )3,2(A , )2,1(−B e um ponto genérico ),( yx . 073 022343 0 121 132 1 =+− =−−++− = − yx yxyx yx Assim a equação geral da reta é 073 =+− yx Equação reduzida da reta Se conhecermos apenas um ponto ),( yxP da reta e a sua inclinação m associada a um ângulo α , a mesma também fica perfeitamente definida, como na figura 3.2. Figura 3.2: Reta no plano Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 67 67 Na figura 3.2 pode-se reconhecer o triângulo PQR como retângulo. Assim, usando a razão trigonométrica tangente, temos que a inclinação m da reta corresponde a: x ny tgm −== α ou nmxy += De modo mais geral, se conhecemos um dos pontos ),( AA yxA da reta e se consideramos um ponto genérico ),( yxP , pode-se escrever que A A xx yy tgm − − == α e assim x y tgm ∆ ∆ == α e )( AA xxmyy −=− A expressão nmxy += é chamada de equação reduzida da reta e neste formato fica evidente o valor da inclinação m e do coeficiente linear n. A inclinação m ou coeficiente angular ou declividade representa a tangente do ângulo formado entre a reta e o eixo das abscissas no sentido positivo. O coeficiente linear n é o ponto ),0( n onde a reta intercepta o eixo y. Observações: 1) Se a reta é horizontal, o ângulo entre a reta e o eixo x é de 0° e, a inclinação é zero, assim a equação se reduz a ny = 2) Se a reta é vertical, ela forma um ângulo reto com o eixo x. Como a tangente de 90° não existe não podemos escrever sua equação na forma reduzida. Retas verticais têm equação do tipo px = , onde )0,( p é o ponto onde a reta intercepta o eixo x . Exemplo 1: João comprou um trator agrícola a quatro anos atrás por um valor de R$ 60.000,00. Hoje, na troca por um novo, seu trator está cotado em R$ 30.000,00. Considerando que a depreciação é linear, determine a depreciação anual. Vamos considerar os pares ordenados )60000,0( e )30000,4( Logo, o trator desvaloriza anualmente o equivalente a R$ 7.500,00 Equação segmentária da reta Esta forma de representação da equação da reta expressa claramente os pontos ),0( n e )0,( p onde a mesma intercepta os dois eixos coordenados, como na figura 3.3. 7500 4 30000 04 6000030000 −= − = − − = − − = A A xx yy m Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 68 68 Figura 3.3: Intersecção da reta com os eixos coordenados Pela condição de alinhamento de três pontos, podemos escrever: 0 0000 0 10 10 1 =−+ =−−−++ = nppynx nppynx p n yx Dividindo a equação obtida por np : 1=+ n y p x , que é a equação segmentária da reta. Observação: Na prática, pode-se transformar a equação geral da reta para a forma reduzida ou segmentaria balanceando convenientemente a expressão. Exemplo 1: Se uma reta passa pelos pontos )3,1( −A e )1,3(B escreva sua equação reduzida. Existem várias maneiras de encontrar a equação desta reta. Uma delas é utilizando a condição de alinhamento de três pontos já estudada. Outra maneira é utilizando a expressão )( AA xxmyy −=− . Considerando os pontos A e B e que x y tgm ∆ ∆ == α 2 13 )3(1 = − −− =m Usando a inclinação 2=m e um dos pontos dados )3,1( −A obtém-se a equação a partir de )( AA xxmyy −=− , ou seja, 52 223 )1(2)3( −= −=+ −=−− xy xy xy Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 69 69 Assim, a equação reduzida da reta é 52 −= xy A equação geral então é 052 =−− yx Se desenharmos a reta no plano cartesiano pode- se observar os diversos elementos da equação na forma reduzida. Na equação 52 −= xy o coeficiente angular ou inclinação é 2=m e o coeficiente linear é 5−=n . Na figura 3.3 a tangente do ângulo α representado é 2 e o ponto onde a reta intercepta o eixo y é -5. Exemplo 2: Encontre um valor para n para que o ponto ),1( nP pertença a reta de equação 052 =−+ yx . Para resolver basta substituir os valores na equação dada: 2 42 0521 052 = = =−+ =−+ n n n yx Logo, 2=n . Exemplo 3: Escreva a equação geral e a equação reduzida da reta que passa pelos pontos )2,2(−A e )5,3(B , indicando seu coeficiente angular, o valor aproximado do ângulo existente entre a reta e o eixo das abscissas e o ponto onde a reta intercepta o eixo das ordenadas. Represente graficamente a reta indicando estas informações. Podemos encontrar a equação geral da reta através da condição de alinhamento de três pontos, ou seja, os pontos A e B e um ponto genérico ).,( yx Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 70 70 01653 05261032 0 153 122 1 0 1 1 1 =−+− =−+−−+ =−⇒= yx xyyx yx yx yx yx BB AA A equação reduzida pode ser obtida isolando y na equação geral: 5 16 5 3 1635 01653 += += =−+− xy xy yx O coeficiente angular ou inclinação é 5 3 =m 031)6,0( 5 3 ≅⇒=⇒=⇒= αααα arctgtgtgm Observando a equação reduzida da reta temos que o termo independente é 5 16 . Este valoré o coeficiente linear, logo a reta intercepta o eixo das ordenadas y no ponto ) 5 16 ,0( . O gráfico pode ser construído manualmente ou usando um programa gerador de gráficos como o Derive, Graph ou Geogebra, entre outros. Pela simplicidade deste vamos construí-lo manualmente. Se a reta passa nos pontos )2,2(−A e intercepta o eixo das ordenadas no ponto ) 5 16 ,0( . Exemplo 4: Encontre a equação da reta que no plano cartesiano faz um ângulo de 045 com o eixo das abscissas, no sentido positivo e passa no ponto )5,2( . Se o ângulo formado é conhecido, temos como encontrar o coeficiente angular ou inclinação da reta: 1 450 = = m tgm Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 71 71 Conhecendo a inclinação e um ponto utiliza-se a equação da reta na forma )( BA xxmyy −=− , ou seja, )2(15 −=− xy E assim, 3+= xy é a equação da referida reta. Exemplo 5: As retas de equações 01132 =−+ yx e 014 =−− yx se interceptam num ponto. Determine as coordenadas deste ponto. Ao ponto de encontro de duas retas corresponde a solução do sistema linear formado pelas suas equações: =−− =−+ 014 01132 yx yx Resolvendo o sistema obtemos 1=x e 3=y . Logo o ponto é )3,1( . Exemplo 6: Qual é a equação da reta representada na figura? O coeficiente angular pode ser obtido por x y m ∆ ∆ = 2 1 4 2 04 13 == − − = ∆ ∆ = x y m A reta intercepta o eixo das ordenadas no ponto )1,0( , assim o coeficiente linear é 1. Usando a forma reduzida da equação da reta nmxy += , temos: 1 2 1 += += xy nmxy Ou na forma geral, 022 =+− yx Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 72 72 Relações entre retas Conhecemos da geometria elementar que duas retas no plano podem ser coincidentes ou distintas. Se forem distintas podem ser paralelas ou concorrentes. Se forem concorrentes podem ser perpendiculares ou não. Vamos nos dedicar ao estudo destas particularidades. Retas coincidentes, paralelas e concorrentes. Duas retas são identificadas como coincidentes quando ocupam o mesmo lugar geométrico, ou seja, tem todos os seus pontos em comum. Em outros termos, o gráfico de duas retas coincidentes é de duas retas sobrepostas. Analiticamente, suas equações formam um sistema linear classificado como possível e indeterminado, já que tem infinitas soluções. Duas retas coplanares, não coincidentes, são ditas paralelas quando não tem nenhum ponto em comum, e o sistema linear formado por suas equações é classificado como sistema impossível. Por fim, se duas retas distintas, coplanares tiverem um único ponto em comum são denominadas concorrentes e seus gráficos concorrem neste ponto. Analiticamente suas equações formam um sistema linear possível e determinado. A identificação da relação entre as retas pode ser facilmente identificada quando escritas na sua forma reduzida nmxy += , como veremos a seguir. Se duas retas r e s têm coeficiente angular 1m e 2m , e coeficiente linear 1n e 2n respectivamente, podemos mostrar que: • Se 21 mm = e 21 nn = , as retas são coincidentes )( sr = ; • Se 21 mm = e 21 nn ≠ , as retas são paralelas )//( sr ; • Se 21 mm ≠ , as retas são concorrentes )( sr × ; • Se 21 mm ≠ e 121 −=⋅ mm , as retas concorrentes são perpendiculares )( sr ⊥ ; • Duas retas do tipo ny = (horizontal) e px = (vertical) são sempre perpendiculares entre si. Exemplo 1: As retas de equações 03 =++ yx e 0622 =++ yx são coincidentes. Podemos verificar isto resolvendo o sistema linear: −=+ −=+ ⇒ =++ =++ 622 3 0622 03 yx yx yx yx Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 73 73 Utilizando a regra de Cramer temos que 0 22 11 ==D , 0 26 13 = − − =xD e 062 31 = − − =yD , o que caracteriza um sistema linear possível e indeterminado, ou seja, com infinitas soluções. Lembramos que a resolução gráfica de um sistema linear significa encontrar os pontos comuns as várias equações. Neste caso, todos os pontos são comuns as duas retas. O gráfico representa estas retas. De maneira mais prática podemos analisar as equações reduzidas das retas: Na primeira reta 303 −−=⇒=++ xyyx , onde temos 11 −=m e 31 −=n ; Na segunda reta 33/)62(0622 −−=⇒−−=⇒=++ xyxyyx , onde temos 12 −=m e 32 −=n . Como 21 mm = e 21 nn = , as retas são coincidentes. Exemplo 2: As retas de equações 01 =−+ yx e 0622 =−+ yx são paralelas. Podemos verificar isto resolvendo o sistema linear: =+ =+ ⇒ =−+ =−+ 622 1 0622 01 yx yx yx yx Utilizando a regra de Cramer temos que 0 22 11 ==D , 4 26 11 −==xD e 462 11 ==yD , o que caracteriza um sistema linear impossível, sem solução, ou seja, as equações não têm nenhum ponto em comum. No gráfico temos: Analisando a relação pelas equações reduzidas, temos: Na primeira reta 101 +−=⇒=−+ xyyx , onde temos 11 −=m e 11 =n ; Na segunda reta 33/)62(0622 +−=⇒+−=⇒=−+ xyxyyx , onde temos 12 −=m e 32 =n . Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 74 74 Como 21 mm = e 21 nn ≠ , as retas são paralelas. Exemplo 3: As retas de equações 082 =−+ yx e 062 =+− yx são concorrentes. Podemos verificar isto resolvendo o sistema linear: −=− =+ ⇒ =+− =−+ 62 82 062 082 yx yx yx yx Utilizando a regra de Cramer temos que 5 21 12 −= − =D , 10 26 18 −= −− =xD e 20 61 82 −= − =yD , o que caracteriza um sistema linear possível e determinado, ou seja, com uma única solução. Encontrando a solução: 2 5 10 = − − == D D x x e 4 5 20 = − − == D D y y No gráfico temos: A partir das equações reduzidas podemos também chegar a mesma conclusão: Na primeira reta 3 2 1062 +=⇒=+− xyyx , onde temos 2 1 1 =m e 31 =n ; Na segunda reta 82082 +−=⇒=−+ xyyx , onde temos 22 −=m e 82 =n . Como 21 mm ≠ , concluímos que as retas são concorrentes. Exemplo 4: Sejam )1,3(−A um ponto de um plano e r a reta 042 =−+ yx contida no mesmo plano, determine: a) A reta s perpendicular a reta r e que passa pelo ponto A; b) A projeção ortogonal do ponto A sobre a reta r. Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 75 75 Resolução a) Iniciamos determinando o coeficiente angular de r e s: 2 12 2 1042 −=⇒+−=⇒=−+ rmxyyx Como r e s devem ser perpendiculares, 1−=⋅ sr mm Assim, 21 2 1 =⇒−=⋅− ss mm e passa pelo ponto )1,3(−A . Sabemos que )( AA xxmyy −=− , portanto: 72 162 ))3((21 += ++= −−=− xy xy xy Logo, s é a reta 72 += xy ou 072 =+− yx . b) Como o ponto )1,3(−A não pertence à reta r (pode ser verificado substituindo o ponto na equação), a projeção ortogonal de A sobre r é ponto B, intersecção de r com s. Resolvendo o sistema formado pelas equações, temos: =+− =−+ 072 042 yx yx , onde 2−=x e 3=y . Assim,)3,2(−B é o ponto procurado. Exemplo 5: Para que valor de k as retas 0124: =++ yxr e 045)1(: =+−− yxks são paralelas? Inicialmente vamos determinar o coeficiente angular de r e s: 2 2 1 2 40124: −=⇒−−=⇒=++ rmxyyxr 5 1 5 4 5 )1(045)1(: −=⇒+−=⇒=+−− kmxkyyxks s Se r e s são paralelas, sr mm = , ou seja, 9101521 5 12 −=⇒−=−⇒⋅−=−⇒−=− kkkk . Exemplo 6: Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 76 76 Dada a função demanda definida por PQ 4 115 −= e a função oferta definida por PQ 4 31+−= , onde P é o preço e Q é a quantidade do produto. Encontre o preço e a quantidade de equilíbrio na qual a oferta fica igual a demanda. Para encontrar os valores solicitados resolvemos o sistema +−= −= PQ PQ 4 31 4 115 Como Q = Q, temos: 16 644 4 34 4 60 4 31 4 115 = = +− = − +−=− P P PP PP Como PQ 4 115 −= , substituindo P, encontramos: 1116 4 115 =⇒⋅−= QQ Logo, para que se tenha o equilíbrio solicitado o preço do produto é $ 16 e a quantidade é de 11 unidades. Ângulos entre duas retas Entre duas retas r e s, concorrentes e não perpendiculares, formam-se ângulos agudos de mesma medida β e ângulos obtusos de mesma medida β−0180 . Podemos determinar este ângulo β de duas maneiras, dependendo da posição das retas em relação aos eixos coordenados. 1° caso: Nenhuma das retas é perpendicular ao eixo x. Observando a figura 3.4 notamos a existência de um triângulo ABC, onde aplicaremos o teorema do ângulo externo de um triângulo. Figura 3.4: Ângulos entre retas 1 No triângulo ABC, da figura 3.4, pode-se observar: ( )sr srsr tgtg ααβ ααβαβα −= −=⇒+= Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 77 77 Inserindo uma igualdade trigonométrica conveniente, temos: sr sr sr sr mm mm tg tgtg tgtg tg ⋅+ − =⇒ ⋅+ − = 11 β αα ααβ Como β é um ângulo agudo, 0>βtg e β pode ser calculado pela expressão: sr sr mm mm tg ⋅+ − = 1 β 2° caso: Uma das retas é perpendicular ao eixo x. Neste caso não temos coeficiente angular de uma das retas já que 090tg não existe. Figura 3.5: Ângulos entre retas 2 Figura 3.6: Ângulos entre retas 3 Na figura 3.5, observamos que β e rα são complementares, assim podemos escrever que rtg tg α β 1= , consequentemente, rm tg 1=β . Como 0>rm , e pela observação na figura 3.5, temos que 0>βtg . De modo análogo, na figura 3.6, observamos que β e rα−0180 são complementares, assim podemos escrever que )180( 1 0 rtg tg α β − = , consequentemente, rtg tg α β 1−= e rm tg 1−=β . Como 0<rm , e pela observação na figura 3.6, temos que 0>βtg . Podemos resumir as duas situações escrevendo: rm tg 1=β Exemplo 1: Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 78 78 Sejam as retas r e s respectivamente 013 =+− yx e 012 =++ yx , determine o ângulo β existente entre elas. Temos que: 3=rm , 2−=sm e: Como ambas as retas tem inclinação e as retas não são paralelas ou perpendiculares aos eixos coordenados utilizamos a expressão sr sr mm mm tg ⋅+ − = 1 β . Assim: 1 5 5 )2(31 )2(3 = − = −⋅+ −− =βtg Logo, o ângulo β é aquele cuja tangente vale 1, ou seja, 1arctg=β , ou 045=β . Exemplo 2: Se as retas r e s forem 0232 =+− yx e é fácil perceber que 3 2 == sr mm , portanto sr // e 00=β . 0332 =−− yx Exemplo 3: Se as retas r e s forem 023 =+− yx e 033 =−−− yx qual seria o ângulo entre elas? Temos que 3 1 =rm , 3−=sm e é fácil perceber que o ângulo entre elas é de 090 , ou seja, sr ⊥ , pois 1−=⋅ sr mm . Exemplo 4: Se as retas r e s forem 4=x e 03232 =−+ yx , percebemos que a reta r é perpendicular ao eixo das abscissas, e que 3−=sm . Logo, o ângulo β entre as retas é dado por sm tg 1=β . Assim: 3 3 3 1 =⇒ − = ββ tgtg Logo 3 3 arctg=β e o ângulo entre elas é 030=β . Distância entre ponto e reta Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 79 79 Uma das aplicações do perpendicularismo de retas é a possibilidade de determinar a distância entre um ponto qualquer e uma reta, muito útil para determinar a altura de triângulos e retas tangentes a circunferências. Neste item estaremos estudando como determinar a distância entre um ponto qualquer e uma reta. Essa distância, nada mais é do que a distância entre o ponto dado e o “pé”da perpendicular à reta dada passando pelo ponto dado. Para chegar a essa medida vamos considerar a existência de uma reta 0: =++ cbyaxr e um ponto ),( 00 yxP , com representado na figura 3.7. Com a equação de r é possível chegar a equação de s passando por P , de modo que sr ⊥ . Onde r e s se encontram temos o ponto Q e, a distância do ponto a reta é a distância entre os pontos P e Q . Pode-se mostrar que essa distância, entre o ponto P e a reta r , é dada por: 22 00 , ba cbyax d rP + ++ = , cujo valor é sempre maior ou igual a zero. Figura 3.7: Distância de um ponto a uma reta Exemplo 1: Calcule a altura do triângulo ABC, relativa ao vértice A. São dados que )5,2(A , )3,0(B e )0,4(C . Para resolver, temos que determinar a distância entre o vértice A e a reta suporte r do lado BC . Inicialmente determinamos a reta suporte do lado BC . 01243012430 104 130 1 =−+⇒=−+⇒== yxyx yx D (reta r) A distância d entre o vértice )5,2(A e a reta r, é dada por: Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 80 80 5 14 25 14 43 )12(5423 , , 22, 22 00 , = == + −+⋅+⋅ = + ++ = rA rA rA rA d d d ba cbyax d Exemplo 2: Determine as distâncias entre as retas de equações 023 =−− yx e 053 =−− yx . Para calcular a distância entre duas retas paralelas, encontramos um ponto que pertence a uma das retas e depois calculamos a distância deste ponto até a outra reta. Inicialmente calculamos um ponto P da reta 023 =−− yx . Para isso atribuímos um valor qualquer a x e calculamos y. Para 0=x temos 20203 −=⇒=−−⋅ yy , logo temos )2,0( −P . Calculando a distância entre o ponto P e a reta 053 =−− yx 10 103 10 10 10 3 10 3 )1(3 )5()2(103 , , 22, 22 00 , =⋅= = − = −+ −+−⋅−⋅ = + ++ = rP rP rP rP d d d ba cbyax d Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 81 81 2 – Circunferência no Plano Assim como a reta, a circunferência também pode ser representada por uma equação. Lembramos que quando usamos o termo circunferência estamos nos referindo a linha curva formada pelos pontos eqüidistantes de um centro e, quando usamos o termo círculo estamos nos referindo a região do plano compreendida pela circunferência. Circunferência A circunferência é uma figura muito familiar.Grande parte dos objetos, instrumentos e construções do nosso espaço de moradia ou trabalho, guarda alguma relação com esta forma geométrica. Analiticamente a circunferência pode ser associada a uma equação a partir de sua definição: Circunferência é o conjunto de todos os pontos de um plano que estão situados a uma mesma distância r , chamada raio, de um ponto C estabelecido, chamado centro da circunferência. Equação Geral da Circunferência Podemos dizer também que um ponto ),( yxP pode mover-se sobre a circunferência e assumir coordenadas cartesianas diferentes, mas estará sempre a mesma distância do centro da circunferência. Está distância r , chamada de raio, pode ser obtida a partir da equação da distância entre dois pontos do plano, conforme visto na seção 1, ou com o teorema de Pitágoras. Vejamos a figura 3.8 que mostra esta relação: Na figura 3.8 podemos observar que: 222 )()( rbyax =−+− Esta expressão é denominada equação reduzida da circunferência de centro ),( baC e raio r, muito útil, pois expressa as coordenadas do centro e o valor do raio. Esta equação, se expandida, permite representar o que chamamos de equação geral da circunferência: 022 22222 =−++−−+ rbabyaxyx Figura 3.8: Circunferência de raio r Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 82 82 Na equação geral da circunferência devemos observar alguns detalhes: • Substituindo os termos independentes da equação por 222 rbac −+= pode-se escrever 02222 =+−−+ cbyaxyx • O raio então é cbar −+= 22 , sendo 0>r ; • A equação geral é do 2° grau em x e em y; • O coeficientes de 2x e 2y são iguais e diferentes de zero; • Não existem termos xy , estes tem coeficiente zero • Pode ser facilmente transformada na equação reduzida através de fatoração simples. Exemplo 1: Escrever a equação da circunferência de raio 3 e centro no ponto )2,1(A do plano cartesiano. Usando a equação reduzida da circunferência 222 )()( rbyax =−+− , podemos facilmente escrever: 222 3)2()1( =−+− yx Se pretendermos obter a equação geral, expandimos a equação reduzida e obtemos: 044222 =−−−+ yxyx Graficamente podemos representa-la a partir de conjunto de pares ordenados que a satisfazem. Figura 3.9: Circunferência 044222 =−−−+ yxyx de centro )2,1(A e raio 3. Exemplo 2: Encontrar o raio e o centro da circunferência que tem equação 0124622 =−−++ yxyx . Uma das maneiras de obter o raio e o centro de uma circunferência é obtendo a sua equação reduzida através da fatoração em quadrados perfeitos: A equação 0124622 =−−++ yxyx pode ser escrita, completando os quadrados, como 0)4912()44()96( 25)2( 2 )3( 2 22 =−−−++−+++ − −+ 443442144344214434421 yx yyxx ou, na forma reduzida 222 22 5)2()3( 025)2()3( =−++ =−−++ yx yx Daí pode-se concluir que 5=r e o centro da circunferência é o ponto )2,3(−B Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 83 83 Exemplo 3: Verificar se as equações representam circunferências. a) 02412422 22 =−+−+ yxyx . Podemos obter resposta através da redução a forma reduzida. Primeiro dividir os coeficientes de modo que os coeficientes dos termos quadrados sejam iguais a unidade. Assim, 0126222 =−+−+ yxyx é a equação. Fatorando a expressão em quadrados perfeitos (completando os quadrados) obtemos: 222 22 22 22)3( 2 )1( 2 )22()3()1( 22)3()1( 022)3()1( 0)9112(9612 22 =++− =++− =−++− =−−−+++++− −+− yx yx yx yyxx yx 434214342143421 Assim concluímos que o centro da circunferência é o ponto )3,1( − e o raio é 22 . b) 0435603633 22 =++−+ yxyx . ......................................... Exemplo 4: Seja C a circunferência que tem o centro no ponto )4,3( e raio de medida 5. Determine: a) os pontos onde a circunferência C intercepta o eixo das abscissas (eixo x). b) o valor de p para que o ponto (-2, p), pertença a C. Resolvendo: a) A circunferência de centro )4,3( e raio 5 tem equação 222 5)4()3( =−+− yx . Vamos representar um ponto qualquer do eixo das abscissas pelo par ordenado (m,0). Para verificar a intersecção com o eixo das abscissas, substituímos o ponto na equação de C: 25)40()3( 22 =−+−m Obtemos: 06 251696 2 2 =− =++− mm mm Resolvendo a equação de 2° grau encontramos 0=m e 6=m Logo, os pontos onde a circunferência C intercepta o eixo das abscissas são )0,0( e (6,0). b) o valor de p para que o ponto (-2, p), pertença a C. Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 84 84 Substituindo o ponto (-2, p) na equação de C: 222 5)4()3( =−+− yx , temos: 0168 2516825 25)4()32( 2 2 22 =+− =+−+ =−+−− pp pp p Resolvendo a equação de 2° grau encontramos o valor único 4=p . Exemplo 5: Uma fábrica de celulose produz dois tipos de papel, classe A e classe B. As quantidades produzidas, respectivamente x e y toneladas satisfazem a equação 0564422 =−+++ yxyx . Que quantidades devem ser produzidas do produto se por razões comerciais o papel B deve ter o dobro da produção do papel A? xyyB xA 2=⇒= = Substituindo na equação: 0564422 =−+++ yxyx 056125 056844 056)2(44)2( 2 22 22 =−+ =−+++ =−+++ xx xxxx xxxx Resolvendo a equação encontramos: 35,2≅x e 75,4−≅x . Como o valor negativo não satisfaz, e 70,435,2.22 ≅⇒≅⇒= yyxy . Portanto a produção do papel A e B deve ser de aproximadamente 2,35 e 4,70 toneladas. Posições relativas entre um ponto e uma circunferência Podemos relacionar a posição de um ponto com um circunferência a medida que for possível comparar sua distância do centro desta com a medida do raio. Em relação a M, um ponto ),( pp yxP pode então assumir as seguintes posições: a) Se P pertence a M (figura 3.10.a): 22222222 22)()( rbabyaxyxrbyaxrd PC =++−−+⇔=−+−⇔= , ou ainda, 022 22222 =−++−−+ rbabyaxyx b) Se P é interno a M (figura 3.10.b): 22222222 22)()( rbabyaxyxrbyaxrd PC <++−−+⇔<−+−⇔< , ou ainda, 022 22222 <−++−−+ rbabyaxyx c) Se P é externo a M (figura 3.10.c): Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 85 85 22222222 22)()( rbabyaxyxrbyaxrd PC >++−−+⇔>−+−⇔> , ou ainda, 022 22222 >−++−−+ rbabyaxyx Figura 3.10: Posições relativas de um ponto a uma circunferência Exemplo 1: Esboce a circunferência 2522 =+ yx num plano cartesiano e verifique a posição, em relação a ela, dos pontos: )3,4(A , )3,8(B , )15,10(−C , )4,3( −−D , )5,10( −E . Podemos esboçar o gráfico manualmente, reconhecendo o centro e o raio da mesma: no caso, )0,0(C e 5=r e em seguida marcar os pontos pelas suas cooordenadas. Marcando a circunferência e os pontos com o software GeoGebra, temos a figura 3.11. Concluindo, os pontos A, C e D pertencem a circunferência, B é interno e E é um ponto externo a circunferência. Figura 3.11: Circunferência 2522 =+ yx e os pontos A, B, C, D, E. Exemplo 2: Qual é a posição do ponto )2,3( −−P em relação a circunferência 16)2( 22 =−+ yx ? Para concluir sobre a posição do ponto em relação a circunferência podemos substituir o ponto na equação e compara o resultados com o raio: 1625169)22()3( 22 >=+=−−+− Baseadoem: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 86 86 Concluímos que o ponto )2,3( −−P é externo a circunferência dada. Posições relativas entre uma reta e uma circunferência Uma reta pode interceptar uma circunferência marcando sobre ela dois pontos, pode tocar a circunferência e ter apenas um ponto em comum, como também pode não ter nenhum ponto em comum com a mesma. Estas retas são denominadas respectivamente de secantes, tangentes e externas à circunferência. Assim , uma reta s e uma circunferência M, coplanares, podem ser relacionadas como na figura 3.12. Figura 3.12: Relações entre reta e circunferência. Se a reta s e a circunferência M: a) tem dois pontos comuns, s é secante a M (figura 3.12.a); },{ QPMs =I b) tem um único ponto em comum, s é tangente M (figura 3.12.b); }{PMs =I c) não tem ponto comum, s é externa a M (figura 3.12.c) φ=Ms I Observação: é importante lembrar que a reta tangente a circunferência é perpendicular ao raio no ponto de tangência (figura 3.13). Figura 3.13: A reta tangente é perpendicular ao raio Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 87 87 Analiticamente podemos analisar a posição de uma reta em relação a uma circunferência determinando a distância da reta até a circunferência. Se a circunferência M tem centro C e raio r e a reta s está situada a uma distância sCd do centro, temos que: • Se rdCs < , s é secante a M; • Se rdCs = , s é tangente a M; • Se rdCs > , s é externa a M. Podemos também descobrir a posição de s em relação a M resolvendo o sistema de equações formado pela equação da reta e a equação da circunferência: =−+− =++ 222 )()( 0 rbyax cbyax Se o sistema tem duas soluções, a reta é secante a circunferência; se tem uma única solução a reta é tangente e, se não tem solução a reta é externa a circunferência. Exemplo1: Discutir a posição relativa entre as retas r, s e t e a circunferência M 25)2()1( 22 =−+− yx , sendo 03534: =−+ yxr , 0: =− yxs e 05: =++ yxt . Resolvendo: a) 03534: =−+ yxr Precisamos resolver o sistema formado por: =−+− =−+ 25)2()1( 03534 22 yx yx Isolando y na equação da reta, temos: xy 3 4 3 35 −= e substituindo na equação da circunferência 25)2()1( 22 =−+− yx , encontramos: 254 3 4 3 354 3 4 3 3512 254412 2 2 22 =+ −− −++− =+−++− xxxx yyxx Desenvolvendo encontramos: 0 9 625 9 250 9 25 2 =+− xx Para facilitar a resolução podemos dividir toda a equação por 9 25 , e obter: Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 88 88 025102 =+− xx Resolvendo a equação encontramos uma única solução: 5=x Substituindo este valor na equação da reta, obtemos o valor de y: 503535403534 =⇒=−+⋅⇒=−+ yyyx Concluímos que a reta r é tangente a M no ponto )5,5( . b) 0: =− yxs Precisamos resolver o sistema: =−+− =− 25)2()1( 0 22 yx yx Isolando y na primeira equação: xy = Substituindo na segunda, temos: 0103 )2(:02062 254412 25)2()1( 25)2()1( 2 2 22 22 22 =−− =−− =+−++− =−+− =−+− xx xx xxxx xx yx Resolvendo a equação encontramos 2−=x e 5=x . Como uma das equações é xy = e substituindo chegamos aos pontos )2,2( −− e )5,5( e concluímos que a reta é secante a circunferência M nestes pontos. c) 05: =++ yxt Resolvendo o sistema, =−+− =++ 25)2()1( 05 22 yx yx , chegamos a conclusão de que o mesmo não tem solução, assim a reta t é externa a circunferência M, não tem nenhum ponto em comum. Exemplo 3: Que equações tem as retas que são paralelas a reta 05043: =+− yxr e que tangenciam a circunferência 36)1()2(: 22 =−+− yxM . Vamos resolver: se uma reta s é paralela a reta r dada ela tem os mesmos coeficientes de x e y, variando apenas o termo independente c, ou seja, 043: =+− cyxs , é paralela a r. Sabemos também que M tem centro )1,2(C e raio .6=r Se a reta s tangencia M então rdCs = , e podemos escrever: Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 89 89 3026 25 2 6 43 1423 22 22 00 =+⇒= + ⇒= + +⋅−⋅ = + ++ = c cc r ba cbyax dCs Resolvendo a equação temos que 28=c ou 32−=c , o que leva a conclusão de que existem duas retas tangentes a circunferência M. Uma das retas é 02843 =+− yx e a outra é 03243 =−− yx . Posições relativas entre duas circunferências Uma circunferência também pode ser relacionada com outra, do mesmo plano, de acordo com a posição em que se encontra. Dependendo da posição assumem a denominação de secantes, tangentes ou disjuntas. Considerando as circunferências coplanares 1M , de centro ),( 111 baC e raio 1r , e 2M , de centro ),( 222 baC e raio 2r , podemos dizer que: a) 1M e 2M são secantes se tem dois pontos em comum, conforme figura 3.14. Figura 3.14: Circunferências secantes b) 1M e 2M são tangentes se tem um único ponto em comum, conforme figura 3.15. Figura 3.14: Circunferências tangentes c) 1M e 2M são disjuntas se não tem nenhum ponto em comum, conforme figura 3.16. Figura 3.14: Circunferências disjuntas Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 90 90 Analiticamente podemos analisar o sistema formado pelas equações de 1M e 2M : =−+− =−+− 2 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 1 )()( )()( rbyax rbyax • Se o sistema tem duas soluções, 1M e 2M são secantes; • Se o sistema tem uma única solução, 1M e 2M são tangentes; • Se o sistema não tem solução, 1M e 2M são disjuntas; Exemplo 1: Analise as posições da circunferência 2M , 3M e 4M em relação a 1M , sendo: 0142: 221 =+−−+ yxyxM 01148222 =++−+= yxyxM 0448223 =++−+= yxyxM 016442224 =−−−+= yxyxM Vamos resolver através da resolução do respectivo sistema de equações: a) 1M e 2M =++−+ =+−−+ (2) 01148 (1) 0142 22 22 yxyx yxyx Fazendo (1) – (2) encontramos: (3) 4 5301086 −=⇒=−− xyyx Substituindo (3) em (1), vem que: 012111025 01 4 5342 4 53 2 2 2 =+− =+ − ⋅−− − + xx x x x x Resolvendo a equação encontramos uma única solução, 5 11 =x , que substituindo em (3) permite encontrar 5 2 =y . Concluímos que 1M e 2M tem um único ponto em comum, 5 2 , 5 11 , e são tangentes. b) 1M e 3M Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 91 91 =++−+ =+−−+ (2) 0448 (1) 0142 22 22 yxyx yxyx Fazendo (1) – (2) encontramos: (3) 8 360386 −=⇒=−− xyyx Substituindo (3) em (1), vem que: 0169356100 01 8 3642 8 36 2 2 2 =+− =+ − ⋅−− − + xx x x x x Resolvendo a equaçãoe substituindo em (3) encontramos duas soluções aproximadas )048,0 ;564,0( e )871,1 ;99,2( , podemos concluir que 1M e 2M são secantes. c) 1M e 4M =−−−+ =+−−+ (2) 016442 (1) 0142 22 22 yxyx yxyx Fazendo (1) – (2) encontramos: 0165016500 =⇒=−− yx A igualdade não é verdadeira, portanto, não temos solução para o sistema de equações e 1M e 2M não tem ponto em comum, são disjuntas. Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 92 92 3 – As Cônicas Quando falamos em cônicas estamos nos referindo as curvas que podem ser obtidas quando um plano intercepta uma superfície cônica dupla. Desta intersecção resultam formas conhecidas como a circunferência, a elipse, a hipérbole e a parábola. Figura 3.15: Circunferência Figura 3.16: Elipse Figura 3.17: Parábola Figura 3.18: Hipérbole Elipse A elipse é uma curva fechada determinada pela intersecção de um plano com uma superfície cônica, como na figura 3.16. Os pontos de uma elipse possuem uma característica comum que pode ser entendida a partir da figura 3.19. Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 93 93 Figura 3.19: Pontos da elipse. Dados dois pontos 1F e 2F , denominados focos, pertencentes a um plano α , e c2 a distância entre eles. Elipse é o conjunto de pontos do plano cuja soma das distâncias a 1F e 2F é a constante a2 , sendo ca 22 > , ou ainda, 0>> ca . { }aPFPFPElipse 2/ 21 =+∈= α Na figura 3.19 também temos: .............................. 2 2 2 2 21 2111 21 2111 aRFRF aFAFA aQFQF aFBFB =+ =+ =+ =+ Observemos também que o segmento aAA 221 = Elementos principais da elipse Na figura 3.20 destacamos os principais elementos da elipse e a sua denominação. Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 94 94 Figura 3.20: Elementos da elipse Temos: 1F , 2F : focos; cd FF 221 = : distância focal; O : centro; aAA 221 = : eixo maior; bBB 221 = : eixo menor; 222 cba += : relação fundamental Excentricidade da elipse A excentricidade (e) de uma elipse corresponde ao quociente entre a distância focal (2c) e a medida do eixo maior (2a) e permite perceber se a elipse é mais ou menos achatada. a c a c e == 2 2 , onde 10 << e . Se a excentricidade se aproxima de zero, a elipse se aproxima da circunferência, quando se aproxima de 1, o eixo menor da elipse se aproxima de zero. Equação da elipse Neste estudo vamos tratar da equação da elipse cujos eixos estão contidos nos eixos coordenados e o centro na origem. Temos duas possibilidades conforme a figura 3.21: Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 95 95 Figura 3.21: Disposição da elipse no plano A equação da elipse com os eixos sobre os eixos coordenados, centro na origem e focos 1F e 2F no eixo Ox , figura 3.21(a), é dada a partir da relação: { }aPFPFPElipse 2/ 21 =+∈= α aPFPF 221 =+ Calculando as distâncias: )()( 22 )(])[( )())(( )( )( )(444 2)(442 )()(44)( )(2)( 2)0()()0()( 22222222 22242222222 22222 22222 222 222 222 222222222 2222222 2222 2222 caayacax xccxaayacaxcaxa cxaycxa cxaycxa cxaycxa ycxaacx ycxaacx ycxcxycxaaycxcx ycxycxaaycx ycxaycx aycxycx −=+− +−=++− =−=+−⋅ −=+− −=+− +−−=− +−−=− ++−++−−=+++ +−++−−=++ +−−=++ =−+−+−++ Da relação fundamental 222 cba += podemos escrever 222 bca =− e substituindo: 222222 bayabx =+ Dividindo por 22ba , chegamos a equação: 12 2 2 2 =+ b y a x Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 96 96 Pode-se mostrar também que a equação da elipse com os eixos sobre os eixos coordenados, centro na origem e focos 1F e 2F no eixo Oy , figura 3.21(b), é: 12 2 2 2 =+ a y b x Exemplo 1: Uma elipse, com o eixo maior sobre o eixo x medindo 10 cm e distância focal 8 cm, pode ser representada como na figura 3.22. Se o maior eixo mede 10 cm e a distância focal mede 8 cm: =⇒= =⇒= 482 5102 cc aa Como 222 cba += , vem: 9 45 2 222 = += b b Se a posição é a indicada na figura, então sua equação é: 12 2 2 2 =+ b y a x , ou seja, 1 925 22 =+ yx Figura 3.22: Elipse Exemplo 2: A elipse com centro na origem, focos contidos no eixo y e semi-eixos de comprimentos 2=a e 3=b , tem equação 12 2 2 2 =+ a y b x , ou seja, 1 49 22 =+ yx . Exemplo 3: Se uma elipse tem focos )0,12(1F e )0,12(2 −F , e o eixo menor medindo 10, determine: a) o seu centro C; b) sua equação; c) os pontos extremos dos eixos maior e menor. Resolução: a) O centro C da elipse é o ponto médio do segmento )0,0(21 CFF ⇒ . b) Como os focos estão situados no eixo x, a elipse tem equação do tipo 12 2 2 2 =+ b y a x . Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 97 97 Pelas coordenadas dos focos podemos concluir que 1224224 21 =⇒=⇒= ccd FF . Temos também a medida do eixo menor, onde 5102 =⇒= bb . Utilizando a relação pitagórica 222 cba += , temos: 13169125 2222 =⇒=⇒+= aaa Assim, a equação da elipse é: 1 25169 22 =+ yx d) Como 13=a , os extremos do eixo maior são: )0,13(− e )0,13( e os extremos do eixo menor, são obtidos a partir de 5=b , ou seja, são pontos do eixo y de coordenadas )5,0( − e )5,0( . Exemplo 4: Determine a distância focal e a excentricidade da elipse 640064100 22 =+ yx . Iniciamos determinando a equação reduzida da elipse, para isso dividimos a equação por 6400: 6400:)640064100( 22 =+ yx Daí obtemos: 1 10064 22 =+ yx Como o maior denominador é o do termo 2y podemos concluir que os focos da elipse estão situados no eixo y, ou seja, a equação é do tipo: 12 2 2 2 =+ a y b x . Assim, =⇒= =⇒= 10100 864 2 2 aa bb Utilizando a relação 222 cba += encontramos o c. 6810 222 =⇒+= cc Concluindo: A distância focal é dada por 12622 =⋅=c A excentricidade é dada por 6,0 10 6 === a c e Hipérbole A hipérbole é uma curva aberta que pode ser obtida a partir de uma secção de uma superfície cônica dupla por um plano paralelo ao eixo central, como na figura 3.18. Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 98 98 Dados dois pontos 1F e 2F , denominados focos, pertencentes a um plano α , e c2 a distância entre eles, chamamos de hipérbole ao conjunto de pontos do plano cuja diferença (valor absoluto) das distâncias a 1F e 2F é a constante a2 , sendo ca 220 << , ou ainda, ca <<0 . Vejamos a figura3.23. Figura 3.23: Hipérbole { }aPFPFPHipérbole 2/ 21 =−∈= α Na figura 3.23, também temos: .............................. 2 2 2111 21 aFAFA aQFQF =− =− Observemos também que o segmento aAA 221 = e cFF 221 = Elementos principais da hipérbole Na figura 3.24 destacamos os principais elementos da hipérbole e a sua denominação. Figura 3.24: Elementos da hipérbole Temos: 1F , 2F : focos; cd FF 221 = : distância focal; O : centro; aAA 221 = : eixo real; bBB 221 = : eixo imaginário; 222 bac += : relação fundamental. a c e = : excentricidade, 1>e . Observação: Quando ba = a hipérbole é eqüilátera. Equação da hipérbole Tal como na elipse, vamos tratar apenas da equação da hipérbole cujos eixos estão contidos nos eixos coordenados e o centro na origem. Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 99 99 Temos que considerar a possibilidade de que o eixo real pode estar situado tanto no eixo x quanto no eixo y, como na figura 3.25. Figura 3.25: Disposição da hipérbole no plano A equação da hipérbole com os eixos sobre os eixos coordenados, centro na origem e focos )0,(1 cF − e )0,(2 cF no eixo Ox , figura 3.25(a), pode ser obtida a partir da condição dos pontos que é: { }aPFPFPHipérbole 2/ 21 =−∈= α aPFPF 221 =− Calculando as distâncias: )()( 22 ])[()( )( )(444 4)(422 4)(4)()( 2)()( 2)0()()0()( 22222222 22222224222 22222 222 222 222222222 2222222 2222 2222 acayaacx yacaxcaxaacxaxc ycxaacx ycxaacx ycxaacx aycxaycxcxycxcx aycxaycxycx aycxycx aycxycx −=−− ++−=+− +−⋅=− +−±=− +−±=− ++−±++−=+++ ++−±+−=++ ±+−=++ ±=−+−−−++ Da relação fundamental 222 bac += podemos escrever 222 bac =− e substituindo: 222222 bayabx =− Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 100 100 Dividindo por 22ba , chegamos a equação: 12 2 2 2 =− b y a x Pode-se mostrar também que a equação da hipérbole com os eixos sobre os eixos coordenados, centro na origem e focos 1F e 2F no eixo Oy , figura 3.25(b), é: 12 2 2 2 =− b x a y Exemplo 1: A hipérbole com eixo real de extremidades )0,4(1 −A e )0,4(2A e eixo imaginário de extremidades )0,2(1 −B e )0,2(2B tem equação do tipo 12 2 2 2 =− b y a x , pois as extremidades do eixo real está sobre o eixo das abscissas. Sua equação é 1 416 22 =− yx . Exemplo 2: Obtenha a distância focal da hipérbole cuja equação é 1 3664 22 =− yx . Pela equação sabemos que os focos estão dispostos sobre o eixo x e que =⇒= =⇒= 636 864 2 2 bb aa Usando a relação 222 bac += , temos que 1068 222 =⇒+= cc . A distância focal é 2c, portanto 201022 =⋅=c . Exemplo 3: Seja a hipérbole que tem focos )13,0(1 −F e )13,0(2F , e o eixo imaginário medindo 10, determine: a) o seu centro C; b) sua equação; c) os pontos extremos dos eixos real e imaginário. Resolução: a) A hipérbole tem equação do tipo 12 2 2 2 =− b x a y pois os focos estão contidos no eixo y. Assim o centro corresponde ao ponto médio dos focos: )0,0(C . b) A distância focal 13262 =⇒= cc O eixo imaginário mede 10, logo 5102 =⇒= bb . Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 101 101 Usando a relação 222 bac += , encontramos a: 12513 222 =⇒+= aa Assim, a equação da hipérbole é 1 25144 1 512 22 2 2 2 2 =−⇒=− xyxy . c) Os extremos do eixo real são )12,0(1 −A e )12,0(2A ; os extremos do eixo imaginário são )0,5(1B e )0,5(2 −B . Parábola Quando estudamos a função quadrática, ainda no ensino fundamental ou médio, vimos que seu gráfico é uma parábola. Geometricamente também pode ser obtida pela secção entre um plano inclinado e um cone, como na figura 3.17. Analiticamente partimos da proposição: Dados uma reta d e um ponto F fora da reta d, situados num plano α . O conjunto de pontos do plano eqüidistantes de d e F recebe o nome de parábola, conforme ilustrado na figura 3.26. Na figura 3.26, temos: Rd Qd Pd dRF dQF dPF VBVF = = = = Figura 3.26: Parábola Elementos principais da parábola Observando a figura 3.26 podemos destacar alguns dos elementos da parábola: F : foco (ponto fixo); d : reta diretriz (reta fixa); 0>= pd Fd : parâmetro )( FdFB dd = ; VF : eixo de simetria; Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 102 102 V : vértice 2 pVF = Equação da parábola com vértice na origem Vamos considerar inicialmente a parábola com vértice na origem do sistema de coordenadas cartesianas, eixo de simetria no eixo das abscissas ou das ordenadas. Observando a figura 3.27, fica evidente que o foco é )0, 2 ( pF . Figura 3.27: Disposição da parábola no plano Pode-se mostrar que no primeiro caso, figura 3.27(a) com o eixo de simetria no eixo dos x, e vértice na origem: A diretriz d tem equação: 2 pd −= O ponto ),( yxP da parábola é tal que 'PPPF = Calculando as distâncias: 222 2222 ) 2 () 2 ( )() 2 ()0() 2 ( p xypx yypxypx +=+− −++=−+− Que resulta na equação: pxy 22 = Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 103 103 Assim também, quando o vértice está situado na origem do sistema de coordenadas e o eixo de simetria da parábola está sobre o eixo y, figura 3.27(b), pode-se mostrar que a equação é dada por: pyx 22 = Observação: Acrescentar o sinal negativo no segundo termo da equação muda a direção da concavidade da parábola. Equação da parábola com vértice fora da origem Quando uma parábola tem o vértice fora da origem do sistema cartesiano xOy , num ponto ),( 00 yxV e eixo de simetria paralelo ao eixo dos x, concavidade voltada para a direita, utilizamos um sistema auxiliar ''Vyx , como na figura 3.28. Neste sistema, sua equação corresponde a '2' 2)( pxy = . Transferindo esta equação para o sistema de eixos xOy , temos a equação: )(2)( 020 xxpyy −=− Onde ), 2 ( 00 y p xF + e a diretriz d é 20 p xx −= Se a parábola tem o vértice fora da origem do sistema cartesiano xOy , num ponto ),( 00 yxV e eixo de simetria paralelo ao eixo dos y, com concavidade voltada para cima, temos a equação: )(2)( 020 yypxx −=− Sendo que o foco é ) 2 ,( 00 pyxF + e a diretriz d é 20 pyy −= Figura 3.28: Parábola com vértice fora da origem Observação: Em cada uma das equações da parábola, a introdução do sinal negativo no segundo termo faz com que a parábola tenha concavidade voltada para a esquerda e para baixo, respectivamente. Portanto, )(2)( 020 xxpyy −−=− é a equação da parábola que tem diretriz 20 p xx += , paralela ao eixo y, e foco ), 2 ( 00 y p xF − , a esquerda da diretriz, enquanto que, )(2)( 020 yypxx −−=− é a Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br104 104 equação da parábola que tem diretriz 20 pyy += , paralela ao eixo x, e foco ) 2 ,( 00 pyxF − abaixo da diretriz. Exemplo 1: Encontre a equação da parábola que tem foco )0,1(F e diretriz 1: −=xd . Resolvendo: Conhecidos o foco, sobre o eixo x, e a diretriz paralela ao eixo y, temos que o parâmetro 2== Fddp e o vértice da parábola está situado na origem do sistema, logo sua equação do tipo pxy 22 = . Portanto, xy 42 = Exemplo 2: Obtenha a equação da parábola que tem parâmetro 2=p , vértice )4,2(V e eixo de simetria paralelo ao eixo y. Resolvendo: Neste caso, não conhecemos o foco ou a diretriz da parábola. Esta pode estar voltada para cima ou para baixo. Temos então duas possibilidades: a) O foco F está acima de V A equação da parábola com vértice fora da origem, com concavidade voltada para cima, é do tipo )(2)( 020 yypxx −=− . Portanto sua equação é )4(4)2()4(22)2( 22 −=−⇒−⋅=− yxyx Note que as equações obtidas neste estudo são equivalentes as obtidas no estudo da função quadrática. Veja neste caso, se desenvolvermos a equação )4(4)2( 2 −=− yx chegaremos a expressão conhecida 5 4 1 2 +−= xxy . b) O foco F está abaixo de V A equação da parábola com vértice fora da origem, com concavidade voltada para baixo, é do tipo )(2)( 020 yypxx −−=− (inserimos o sinal negativo no segundo termo). Portanto sua equação é )4(4)2( 2 −−=− yx Exemplo 3: Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 105 105 Encontre as coordenadas do vértice V e do foco F e a equação da diretriz d da parábola: a) )5(6)2( 2 −=− xy b) )2(4)2( 2 −−=− yx Resolvendo: a) Da equação da parábola )5(6)2( 2 −=− xy comparada com o modelo )(2)( 020 xxpyy −=− , concluímos que: 3=p , 50 =x , 20 =y , logo, )2,5(V O foco tem coordenadas ), 2 ( 00 y p xF + , portanto )2, 2 13()2, 2 35( FF ⇒+ A diretriz d tem equação 20 p xx −= , portanto 2 7 2 35 =⇒−= xx . b) Da equação da parábola )2(4)2( 2 −−=− yx comparada com o modelo )(2)( 020 yypxx −−=− , concluímos que: 2=p , 20 =x , 20 =y , logo, )2,2(V O foco tem coordenadas ) 2 ,( 00 pyxF − , portanto )1,2()12,2( FF ⇒− A diretriz d tem equação 20 pyy += , portanto 312 =⇒+= yy . Exercícios 1) Encontre a equação da reta s que passa pelo ponto )1,1(P e é perpendicular a reta r de equação 012 =+− yx . 2) Quando uma família tem uma renda mensal de R$ 2.400,00 ela gasta R$ 2.100,00 por mês; quando a renda é de R$ 4.200,00 ela consome R$ 2.800,00. Chamando de R a renda mensal de C o consumo, obtenha C em função de R sabendo que a evolução da renda e do consumo é linear. 3) Determinar o ponto de nivelamento entre a receita qqR 5,0)( = e o custo total qqC 4 14)( += . 4) Determine as distâncias entre as retas 0232: =+− yxr e 0632: =+− yxs . 5) Seja M a circunferência de centro )6,8(C e raio 10. Determine: a) as intersecções de M com o eixo x; b) as intersecções de M com o eixo y; c) os pontos de M que tem ordenada 9; d) os pontos de M que tem abscissa 20. Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 106 106 6) Um terreno urbano situado entre duas ruas tem forma de um trapézio de vértices ABCD onde os lados AB e CD são paralelos e correspondem as ruas. Sabendo que as coordenadas dos vértices do terreno são )0,30(A , )10,60(B , )50,20(C e )60,50(D , encontre a distância de uma rua a outra. 7) Obtenha uma equação da circunferência que tem como diâmetro o segmento de extremos )1,8(−A e )5,4(−B . 8) Determine as equações das retas tangentes a circunferência de equação 4)1()4( 22 =−+− yx e que são perpendiculares a reta 2: −=yt Respostas Resposta 1 Determinando o coeficiente angular da reta r: 212012 =⇒+=⇒=+− rmxyyx Se as retas r e s são perpendiculares então 1−=⋅ sr mm Assim: 2 112 −=⇒−=⋅ ss mm A equação da reta s então é: 032 122 )1( 2 11 )( =−+ +−=− −−=− −=− yx xy xy xxmyy AA Resposta 2 Podemos resolver a questão identificando os pares de pontos que compõe a situação: A(2400, 2100) e B(4200, 2800) A função consumo é representada pela equação da reta que passa pelos dois pontos. Assim temos: 6 7000 18 7 1800 2100000700 021000001800700 0240028008820000672000042002100 0 128004200 121002400 1 0 1 1 1 += + = =−+− =−−−++ =⇒= RC RC CR CRCR CR CR CR CR BB AA Resposta 3 Teremos o nivelamento quando )()( qCqR = Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 107 107 16 162 4 145,0 = += += q qq qq Portanto, quando 16=q , teremos o nivelamento, ou seja: 816.5,0)(5,0)( ==⇒= qRqqR 8)(16. 4 14)( =⇒+= qCqC Resposta 4 As retas r e s são paralelas entre si. Logo, a distância entre elas será dada pela distância de qualquer ponto de uma delas até a outra reta. Tomando arbitrariamente o ponto rA ∈− )0,1( , podemos escrever: 13 4 13 62 32 60.3)1(2 22 = +− = + +−− == Asrs dd Resposta 5 A circunferência tem equação 100)6()8( 22 =−+− yx a) os pontos de intersecção com o eixo x tem coordenadas )0,(x , portanto: = = ⇒=− =++− =−+− 16 0 016 100366416 100)60()8( 2 2 22 x x xx xx x Logo os pontos são )0,0( e )0,16( b) os pontos de intersecção com o eixo y tem coordenadas ),0( y , portanto: = = ⇒=− =+−+ =−+− 12 0 012 100361264 100)6()80( 2 2 22 y y yy yy y Logo os pontos são )0,0( e )12,0( c) os pontos de ordenada 9 tem coordenadas )9,(x −= += ⇒=−− =++− =−+− 378 37802716 10096416 100)69()8( 2 2 22 x x xx xx x Logo os pontos são )9,378( − e )9,378( + d) os pontos de abscissa 20 tem coordenadas ),20( y Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 108 108 Ryyy yy y ∉⇒=+− =+−+ =−+− 08012 1003612144 100)6()820( 2 2 22 A equação não tem solução real, portanto nenhum ponto da circunferência tem abscissa 20. Resposta 6 Para resolver a questão precisamos encontrar a distância de um dos pontos de uma das ruas à reta que passa pelos pontos da outra rua. Podemos escolher então a distância do ponto )50,20(C a reta AB . Determinando a reta AB 0303 03003010 0301003006000 11060 1030 1 =++− =++− =−−−++⇒= yx yx yxy yx Calculando a distância, temos: 37,44 13 160 10 160 3)1( 3050.320.1 22 ≅== +− ++− =d Resposta 7 Para determinar a equação precisamos do centro, que corresponde ao ponto médio do segmento, e do raio que corresponde a distância entre o ponto médio e uma extremidade do segmento. Ponto médio :),( yxM 3 2 51 6 2 )8(4 = + = −= −+− = m m y x Centro: )3,6(−M Raio: 22844)31())6(8( 22 ==+⇒−+−−−=MAd Assim a equação da circunferência é: 8)3()6()22()3()6( 22222 =−++⇒=−++ yxyx Resposta 8 Para resolver, fazemos o esboço abaixo: inicialmente determinamos a equação da reta r paralela a t que passa pelo centro C da circunferência; depois determinamos as intersecções A e B da reta r com a circunferênciae, em seguida, as retas tangentes a circunferência, que passam nos pontos A e B e são perpendiculares a reta t. Centro da circunferência: )1,4(C Baseado em: Geometria Analítica – UnisulVirtual - Autores: Mario Selhorst; Carlos Henrique Hobold Prof. Mário Selhorst e-mail: mario.selhorst@unisul.br 109 109 Coeficiente angular da reta t: 2−=y 0=tm Coeficiente angular da reta r: 0=rm Equação da reta r: 1 01 )4(01 )( = =− −=− −=− y y xy xxmyy CC Pontos de intersecção de da reta r com a circunferência 6 2 0128 040168 4)11()4( 1 4)1()4( 2 2 22 22 = = =+− =−++− =−+−⇒ = =−+− x x xx xx x y yx Assim os pontos são )1,2(A e )1,6(B Como a reta t é horizontal e seu coeficiente angular é zero, retas perpendiculares a t são verticais e não tem coeficiente angular. São do tipo cx = Logos a retas são 2: =xs e 6: =xw .
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