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Anotações de Direito Administrativo

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ANALISTA JUDICIÁRIO DE TRIBUNAIS - 2016 
Direito Administrativo – Aulas 01 a 10 
Matheus Carvalho 
1 
DIREITO ADMINISTRATIVO. 
 
REGIME JURÍDICO. 
 
- Confere prerrogativas (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular) e res-
trições (Perece da Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dos quais 
decorrem os outros Princípios. 
 
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito administrativo” (prerrogativas e su-
jeições). Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do Direito Administrativo”. 
 
Princípios decorrentes desses 02 (dois) Princípios (SUB-PRINCÍPIOS). Art. 37, caput, da CF: Prin-
cípios Constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
 
 LEGALIDADE. A Administração Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades 
estão subordinadas aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito do Direito Civil, on-
de o que não está proibido está permitido (art.5°, II, CF). Por outro lado, na Legalidade Administrativa, o 
administrado só atuará com prévia autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir. 
 
 IMPESSOALIDADE (art. 37, § 1º, da CF). A Administração Pública tem que agir objetivamente 
em prol da coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, o exercício da atividade administrativa é 
atribuição da Administração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do 
Servidor (agente público de fato). 
 
- As publicidades da Administração não poderão conter nomes de administradores ou gestores, 
serão meramente informativas, educativas ou de orientação social. 
 
OBS: O Novo CPC, define que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respecti-
vas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as manifestações 
processuais, a partir da sua vista dos autos. 
 
-A Impessoalidade é um dos Princípios mais cobrados das provas de tribunais. Vejamos um exemplo: 
 
(FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) 28. O Dire-
tor Jurídico de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o exercício de 
cargo em comissão na mesma entidade. O Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, de-
terminou a imediata demissão de Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos 
princípios básicos da Administração pública. Trata-se do princípio da: 
 
(A) presunção de legitimidade. 
(B) publicidade. 
(C) motivação. 
(D) supremacia do interesse privado sobre o público. 
(E) impessoalidade. 
 
 MORALIDADE. Maurice Hauriou, 1927: noção de Administração proba, a Moralidade Administra-
tiva seria um conjunto de regras extraídas da boa e útil disciplina interna da Administração. Representa 
um conjunto de valores que fixam um padrão de condutas que deve ser observado na atividade admi-
nistrativa, no sentido de que ela atue com retidão de caráter, ética, honestidade, decência, lealdade, 
boa-fé. 
 
- Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a lei, essas atuações têm que 
ser conduzidas com Lealdade, Ética e Probidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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ANALISTA JUDICIÁRIO DE TRIBUNAIS - 2016 
Direito Administrativo – Aulas 01 a 10 
Matheus Carvalho 
2 
 
 Art.5°, LXXIII da CF/88  Ação Popular para controlar a Moralidade Administrativa dos agentes pú-
blicos. 
 
 PUBLICIDADE. Transparência no exercício da atividade administrativa. 
 
- Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo 
(privacidade, intimidade). 
 
 EFICIÊNCIA. Introduzido pela EC 19/98, antes já era Princípio Infraconstitucional. A atuação da 
Administração deve ser: 
 
 Rápida: Dinamismo, celeridade, descongestionar e desburocratizar. 
 Perfeita: Completa, satisfatória. 
 Rentável: ótima, máxima com menor custo. 
 
Outros Princípios da Administração Pública: 
 
 Princípio da Finalidade Pública. 
 
 Finalidade Pública Geral. Impõe que a atuação administrativa seja sempre voltada à coletividade, 
ao interesse público, nunca para atender interesses particulares. 
 
 Finalidade Pública Específica. Determinados atos devem atingir fins específicos. Se este ato é 
praticado para atingir outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o Princípio da Finalida-
de Pública (desvio específico de finalidade). 
 
 Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade dos Atos Administrativos. 
 
 Até que se prove o contrário os atos da Administração são legais e legítimos (presunção relativa, 
juris tantum). Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os atos serão válidos. 
 
 Princípio da Auto-tutela (Constitucional). 
 
 A Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus próprios 
atos. PODERÁ anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de ilegalidade  
Súmula 346, STF: “A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”. 
 
 A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais não se 
originam direitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade.  Súmula 473, do STF: 
”A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, por-
que deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respei-
tados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. 
 
 Em todos esses casos de invalidação e revogação, o Poder Judiciário poderá ser provocado e 
deverá apreciar os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a apreciação judicial restringe-se 
a aspectos formais, não havendo controle de mérito, pois não se pode apreciar a conveniência e opor-
tunidade da revogação. Daí o caráter de não definitividade do autocontrole da Administração, que não 
faz coisa julgada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – Aulas 01 a 10 
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* Lei 9.784/99, art. 53  Processo Administrativo Federal: “A Administração DEVE ANULAR seus 
próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de conveni-
ência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. 
 
 Princípio da Motivação. 
 
 Em regra, a Administração deve enunciar as razões que a levaram a expedir determinado ato. 
Incisos IX e X, do Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício de função atípica 
do judiciário devem ser fundamentadas. 
 
 Entende-se por Motivo a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou a prática de 
um ato. Já a Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos motivos. 
 
 Exceções ao Princípio da Motivação: A Exoneração ad nutum, que se refere àquela aplicável 
aos ocupantes de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração motivar 
ato que poderia não ser motivado, estará vinculada aos motivos que explicitou. Os motivos vinculam 
todo o ato, e se não forem respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo Judiciário (Teoria dos Motivos 
Determinantes). Ex. agente destituído por improbidade, esta deverá ser provada. 
 
 Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da Razoabilidade (STF). 
 
 Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem se apresen-
tar como: 
 
a) Adequados: deve lograr com sucesso a realização do fim. 
b) Necessários: entre os diversos meios igualmente adequados, a Administração tem que optar 
pelo meio que menos restrinja o direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a Administração deve 
promover ponderação entre vantagens e desvantagens, entreo meio e o fim, de modo que haja mais 
vantagens que desvantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato. 
 
 Princípio da Continuidade. 
 
 Estampado no art. 6º, §1º, da lei 8.987/95, define que a atuação administrativa deve ser ininter-
rupta. 
 
 Ressalva 1 – o servidor público tem direito de greve que será exercido nos termos de lei especí-
fica. Enquanto não houver lei específica para regulamentação, fará greve nos moldes da Lei Geral de 
Greve, no entendimento do STF. 
 
 Ressalva 2 – o art. 6º, §3º, da lei 8.987/95, permite a interrupção do serviço por razões de ordem 
técnica e por motivo de inadimplemento do usuário em situações de urgência, ou se houver prévio avi-
so. 
 
Esse princípio vem sendo cobrado em prova de tribunais. Veja a questão abaixo: 
 
(TJRJ AJEM 2012) 40. O Poder Público contratou, na forma da lei, a prestação de serviços de 
transporte urbano à população. A empresa contratada providenciou todos os bens e materiais 
necessários à prestação do serviço, mas em determinado momento, interrompeu as atividades. 
O Poder Público assumiu a prestação do serviço, utilizando-se, na forma da lei, dos bens materi-
ais de titularidade da empresa. A atuação do poder público consubstanciou-se em expressão do 
princípio da: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(A) continuidade do serviço público. 
(B) eficiência. 
(C) segurança jurídica. 
(D) boa-fé. 
(E) indisponibilidade do interesse público. 
 
 
 *PODERES ADMINISTRATIVOS* 
 
CONCEITO. 
 
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Pública 
como necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas. 
 
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto de-
ver da administração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, 
nascem com ela (Poder-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito. 
 
Ao extrapolar o caráter instrumental, ocorre abuso de poder. 
 
Abuso de poder se divide em excesso de poder e desvio de poder. 
 
Excesso de poder – vício de competência. 
Desvio de Poder – vício de finalidade. 
 
PODER VINCULADO. Competência vinculada expedir atos vinculados. 
 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de sua competên-
cia, cujos elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por lei. Confere à Administração 
uma competência para expedir atos vinculados ou regrados, no âmbito dos quais a Administração não 
goza de nenhuma liberdade administrativa, devendo expedi-los sem ponderações. 
 
OBS: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele só 
impõe sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato. 
 
PODER DISCRICIONÁRIO. 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de determinados atos, a possibilidade 
de se valer do juízo de conveniência e oportunidade na escolha do objeto e na avaliação dos motivos 
do ato praticado. 
 
- Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de ponderações e escolhas na prática do 
ato. Pode deliberar a respeito do motivo e do objeto do ato, quando a lei deixar alguns dos elementos 
para prática de um ato para que a Administração atue de forma mais livre, com possibilidade de tomada 
de mais de uma decisão. 
 
Competência Sempre decorrente de lei, ato vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em lei, será vinculada. 
Motivo e Objeto Elementos deixados à discricionariedade administrativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o mais benéfi-
co. Nunca poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. 
 
OBS: O Judiciário pode fazer o controle de mérito, não de forma ampla, mas dentro do contexto dos 
princípios constitucionais. 
 
PODER HIERÁRQUICO. 
 
- Confere à Administração uma capacidade para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, delegar (quando 
conveniente) e avocar suas funções. Este Poder estabelece a relação hierárquica entre órgãos do 
mesmo âmbito e escalão da Administração e a divisão de competências. 
 
 Capacidade de Ordenar. Organizar as funções administrativas, distribuindo-as e escalonando-
as entre os órgãos e agentes públicos, estabelecendo uma relação de subordinação entre eles. As or-
dens emanadas pelos órgãos e agentes superiores devem ser cumpridas fielmente pelos seus inferio-
res, salvo se manifestamente ilegais (quebra do dever de obediência  infração disciplinar, punida pela 
Administração através de seu Poder Disciplinar). 
 
 Capacidade de Coordenar. Coordenação, harmonização das funções, internamente, quando a 
cargo do mesmo órgão administrativo. 
 
 Capacidade de Controlar. Controlar o próprio desempenho dos agentes público, fazendo tam-
bém com que sejam observadas as leis e instruções necessárias ao cumprimento das funções. 
 
 Capacidade para Corrigir (AUTOTUTELA). Invalidar atos ilegais e revogar atos que não sejam 
mais convenientes e oportunos ao interesse público. 
 
 Capacidade para Delegar Atividade ou Função Administrativa. Art. 12, da Lei 9.784/99, do 
Processo Administrativo Disciplinar. Poderá haver quando for conveniente e não houver impedimento 
legal (delegar competência para julgamento de recurso administrativo; para edição de atos normativos 
ou quando o ato deva ser praticado com competência exclusiva), mesmo entre órgãos de igual ou infe-
rior escalão, mesmo que o órgão ou o agente delegado não sejam subordinados ao órgão ou agente 
delegante. A delegação é regra, sendo sua proibição uma excepcionalidade. OBS: O responsável pelo 
ato será o agente que recebeu a delegação (delegado). 
 
 Capacidade para Avocar. Art. 15, da Lei 9.784/99. É o chamamento da competência pela auto-
ridade que não era, originariamente, competente para prática ato, tirando a competência da autoridade 
que assim o era. É excepcional, só será possível quando permitida por lei. A autoridade avocante deve-
rá ser superior à autoridade avocada. Deve ser justificada e temporária. O Poder Hierárquico está pre-
sente somente em âmbito interno (poder de organização interna). Entre os órgãos da Administração 
Direta e dentro dos próprios órgãos da Administração Indireta. Não há Poder Hierárquico de órgão da 
Administração Direta sobre órgão da Administração Indireta, tampouco de uma entidade da Administra-
ção Indireta sobre outra entidade da Administração indireta, já que não há Poder Hierárquico no âmbito 
externo. OBS: Não é controle de subordinação o que ocorre da Administração Direta sobre a Indireta. É 
um controle finalístico (incide sobre os fins e objetivos, nunca sobre os meios) para o qual foi criada a 
entidade da Administração indireta: Tutela Administrativa. No âmbito da União: supervisão Ministerial 
(as entidades da Administração indireta se vinculam a um Ministério). 
 
PODER NORMATIVO (Gênero) Vale para todos os órgãos da Administração Pública. 
 
Poder Regulamentar. É atribuído exclusivamente às Chefias do Executivo para executarem fielmente a 
lei (regulamento de execução), regular matéria não reservada à lei (regulamento autônomo) ou discipli-
 
 
 
 
 
 
 
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nar internamente, em caráter geral e abstrato, as atividades cometidas ao Executivo (regulamento ad-
ministrativo). 
 
PODER DISCIPLINAR. 
 
Aplicação de penalidades a todos aquelesque possuam vínculo especial com o Poder Público, como os 
servidores públicos e contratados pela Administração. A aplicação das penalidades depende de respei-
to ao Devido Processo Legal, no qual sejam respeitados o Contraditório e a Ampla Defesa. 
 
PODER DE POLÍCIA. 
 
- Conceito Amplo. Toda e qualquer atividade desempenhada pelo Estado e dirigida a se restringir as 
liberdades individuais. Alcança os Poderes Executivo e Legislativo. Mesmo uma lei que venha a restrin-
gir uma liberdade seria decorrente do Poder de Polícia. 
 
- Conceito Estrito. O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos 
e agentes da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o 
uso, gozo e disposição da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e 
bem-estar geral da coletividade. É um Poder de Polícia Administrativa. 
 
- É Poder Jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente). 
 
 Objeto do Poder de Polícia. Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão limita-
dos pelo Poder de polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos dos adminis-
trados, apenas limita-los de modo que não ponham a coletividade em risco. 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que enseja a atuação do Estado. 
 Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através de atos com destinatários 
indeterminados, gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização. 
 O Poder de Polícia, em regra, é discricionário. No entanto, a Administração não pode ficar 
inerte, tem que exercê-lo, tem o dever de responder, decidir a respeito dos pedidos do administrado. Na 
hipótese da Administração manter-se inerte, esta inércia poderá ser apreciada pelo Judiciário. Exce-
ções: As licenças são atos vinculados quando o particular cumpre todos os requisitos. 
 Atributos do Poder de Polícia. 
 
 É imperativo, coercitivo, impõe restrições mesmo sem a vontade do particular. 
 Auto-Executável, atributo sem o qual o Poder de Polícia ficaria esvaziado; Exigível. 
 Presunção juris tantum de Legitimidade (não pode haver abusos no Poder de Polícia). 
 
 Delegação. O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a particulares. Portanto, se um particu-
lar detivesse o Poder de Polícia haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí porque, a doutri-
na entende que esse Poder é indelegável aos particulares. Exceção: Capitães de navios e aeronaves; 
entidades da Administração Indireta; agências reguladoras; concessionários, permissionários, delegatá-
rios, também o possuem, mas de forma mais restrita. OBS: Apenas os atos e atividades materiais que 
precedem (colocação de fotossensores) e que sucedem (a efetiva demolição de uma casa) o Poder de 
Polícia podem ser delegados. 
 Sanções. Devem ser previstas expressamente em lei. As sanções prevêem o resultado útil do 
Poder de Polícia. Ex. Interdições, apreensões, demolições, multas. 
 Setores do Poder de Polícia. Ex. Polícia Ambiental, Polícia Edilícia (SUCOM), INMETRO. 
 
O poder de polícia é alvo de muitas provas de concursos de Tribunais. Veja como foi cobrado na 
prova do TRT Bahia: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – Aulas 01 a 10 
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(TRT 5 Região 2013) Durante fiscalização em bares e restaurantes localizados em determinada 
região de Salvador, os agentes municipais constataram, em alguns estabelecimentos, a existên-
cia de produtos alimentícios impróprios para o consumo ou com data de validade expirada. Os 
agentes municipais, devidamente amparados em previsão legal: 
 
(A) podem apreender os gêneros alimentícios impróprios para o consumo e com data de validade expi-
rada, como medida de polícia administrativa, não estando autorizados a interditar os espectivos estabe-
lecimentos, conduta que se respalda no poder disciplinar e, portanto, depende de prévia autorização da 
autoridade superior. 
(B) devem apreender os produtos impróprios para o consumo e com data de validade expirada, 
podendo, inclusive, promover a interdição do estabelecimento como medida de polícia protetiva 
da saúde pública, diferindo-se o contraditório e a ampla defesa. 
(C) devem multar os estabelecimentos faltosos, providenciando, na sequência, o ajuizamento de ação 
judicial de natureza cautelar para obter a apreensão das mercadorias e a interdição daqueles. 
(D) podem interditar os estabelecimentos e apreender as mercadorias, não sendo possível a mposição 
de multa, tendo em vista que o regular exercício do poder de polícia não se coaduna com o diferimento 
do contraditório e da ampla defesa, que devem ser prévios à qualquer sanção. 
(E) devem autuar os estabelecimentos, como medida de polícia decorrente de poder disciplinar hierár-
quico e apreender as mercadorias impróprias para o consumo ou com data de validade expirada, como 
medida de polícia sancionadora. 
 
*ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO* 
 
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA. 
 
DESCONCENTRAÇÃO. Atividade distribuída dentro do próprio núcleo, da própria Pessoa Jurídica. Há 
hierarquia, subordinação. 
 
DESCENTRALIZAÇÃO. 
 
 Por Outorga. O Poder Público transfere a titularidade mais a execução do serviço. Só pode ser 
feita através de lei e para as Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta. 
 
 Delegação. Transfere somente a execução do serviço, o Poder Público mantém a titularidade. 
Pode ser feita a qualquer um (Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feita por: 
 
a) Lei (Legal). quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da Administração Indireta (Em-
presas Públicas, Sociedade de Economia Mista). 
 
b) Contrato (contratual). quando a delegação for para particulares (concessionárias, permissioná-
rias, organizações sociais e todos que prestem atividade administrativa). 
 
Não confunda descentralização com desconcentração. 
 
(TRT 5 Região - 2013) A Administração pública organiza-se também de forma descentralizada, do 
que é exemplo a: 
 
(A) instituição, por lei, de autarquias, pessoas jurídicas de direito público às quais pode ser 
transferida a titularidade de serviços públicos para execução em substituição ao ente federado 
que as criou. 
(B) instituição, por decreto regulamentar autônomo, de autarquias e fundações públicas, que se subme-
tem integralmente ao regime jurídico de direito público. 
 
 
 
 
 
 
 
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(C) autorização, por lei, para a criação de empresas públicas e sociedades de economia mista, que se 
submetem ao regime jurídico de direito público, com exceção da norma constitucional que exige a reali-
zação de concurso público. 
(D) criação, por lei, de empresas públicas e sociedades de economia mista, esta última que, embora 
admita a participação privada, exige que o controle do capital votante seja de titularidade de ente públi-
co. 
(E) criação, por lei, de fundações de direito privado, as quais, não obstante a natureza jurídica, subme-
tem-se integralmente ao regime jurídico de direito público. 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA (Decreto-lei 200/67). Núcleo da Administração. 
 
 Teoria do Mandato. O Estado transfere poderes a seus agentes através de um contrato de 
mandato. Não serve porque o Estado não pode manifestar vontade, portanto, não pode celebrar contra-
to de mandato. 
 Teoria da Representação. O Estado é tratado como incapaz, por isso precisaria de um repre-
sentante. Não serve porque, no Brasil, o Estado é responsável por seus atos e de seus agentes, não é 
incapaz. 
 Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação (Hely Lopes). Utilizada no Brasil, o agente exerce o 
poder, manifesta a vontade do Estado emrazão de um Poder Legal, decorre de uma previsão legal. A 
vontade deve ser imputada ao órgão, não sendo imputada ao agente. 
 
ÓRGÃO PÚBLICO. 
 
- Núcleo especializado de competências que serve para prestação de atividade administrativa. Não po-
de celebrar contrato. Não têm Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeito de di-
reitos e obrigações. Mas pode ir a juízo, desde que preenchidas duas condições (ir em busca de prerro-
gativas funcionais, sempre como sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgão público na 
Administração direta e na indireta (Lei 9784/99). 
 
 CLASSIFICAÇÃO. 
 
a) Quanto à Posição Estatal: 
 
A Independentes. Gozam de independência, estão no ápice de cada um dos poderes. Ex. São as 
chefias de cada Poder: Presidência, Câmara Municipal. 
 
BAutônomos. Estão subordinados, diretamente ligados aos órgãos independentes. Ex. secretarias 
de Estado, Ministérios. 
 
C Superiores. Ainda possuem poder de decisão, mas estão subordinados aos órgãos autônomos e 
aos independentes. Ex. Procuradorias. 
 
DSubalternos. Não possuem poder de decisão, só executa o que foi mandado pelo órgão indepen-
dente ou autônomo. Ex. zeladoria, almoxorifado. 
 
b) Quanto à Posição Estrutural: 
 
ASimples. Não possuem outros órgãos agregados à sua estrutura. Ex. Gabinetes. 
 
B Compostos. Possuem outros órgãos agregados à estrutura. Ex. Delegacia de Ensino- Escolas 
ligadas. 
 
c) Quanto à Atuação Funcional: 
 
 
 
 
 
 
 
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A Singulares. Compostos por um único agente. Ex. presidência, governadoria. 
 
B Colegiados. Compostos por vários agentes. Ex. Assembleia Legislativa. 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
- Possuem Personalidade Jurídica Própria. Aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, é respon-
sável pelos próprios atos e os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre Administração 
Direta e Indireta. 
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira (decide como vai aplicar o dinheiro), 
administrativa. Só não tem autonomia, nem capacidade legislativa. OBS. No máximo poderá regular, 
complementar, disciplinar o que está previsto em lei. 
 
 Formas de Controle: 
 
 Interno. Feito pela própria entidade da Administração Indireta. 
 Exterior. Poder Legislativo (CPI´s e TCU); Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da Ação 
Popular; Pelo Poder Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos pelo Ministério, receitas e 
despesas fiscalizadas, finalidades predeterminadas). 
 
 AUTARQUIAS. 
 
 Conceito. Pessoa Jurídica de Direito Público que serve para prestação de atividades típicas do 
Estado, com autonomia administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. São cria-
das e extintas por lei ordinária específica. 
 
 Finalidade vinculada à finalidade para a qual a lei a criou. Não são criadas para visar o lucro. 
 
 Atos e Contratos. 
 
a) Auto-Executáveis, presunção de legitimidade, imperatividade, como qualquer outro ato adminis-
trativo. 
b) Contrato Administrativo regido pelo Direito Público, com cláusulas exorbitantes. 
c) Necessidade de Licitação, mesmo para contratos regidos pelo Direito Privado. 
 
 Responsabilidade Civil. 
 
a) Conduta + Dano + Nexo (sem necessidade de comprovação de culpa ou dolo). Será Objetiva: 
quando houver ação por parte do Estado; Subjetiva: quando em razão de omissão do Estado, e a res-
ponsabilidade do servidor também será subjetiva. 
b) OBS: Se a Autarquia não tiver patrimônio, o Estado responderá de forma objetiva, subsidiaria-
mente pelo Dano. 
c) Exceção: Nos Casos das PPP´s, a Responsabilidade do Estado é Solidária. 
 
 Bens Autárquicos: São bens públicos, segue regime de bens públicos. 
 
a) Inalienabilidade relativa. Todos os bens públicos são alienáveis de forma condicionada. Para 
haver alienação, há um procedimento a ser seguido: (Desafetação- Autorização Legislativa- Licitação). 
 
b) Impenhorabilidade: É vedada a penhora, o arresto (bens indeterminados), o seqüestro (bens 
determinados). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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c) Impossibilidade de Oneração: O Bem Público não pode ser objeto de Direito Real de Garantia 
(O Penhor, a Hipoteca e a Anticrese são vedados). 
 
d) Imprescritíveis (prescrição aquisitiva). Bens públicos são insuscetíveis de usucapião, nem do 
pró-labore, nem os bens dominicais. 
 
 Regime de Precatório (art. 100, CF). 
 
a) Documento através do qual, o Tribunal reconhece débito com procedência transitada em julgado. 
Os Precatórios constituídos até 01º de julho devem ser pagos no exercício financeiro seguinte, se existir 
disponibilidade orçamentária. Podem ser pagos em parcelamentos anuais (10 por ano). 
 
b) Cada Pessoa Jurídica tem a sua própria fila, cada autarquia tem uma fila própria. OBS: Alimen-
tos: Obedecem ao Precatório, mas têm fila própria dentro da fila geral. Exceção: Há um valor de 60 sa-
lários mínimos, no qual a pessoa estará fora do precatório. 
 
 Privilégios Processuais. 
 
a) Prazo para recurso: prazo quádruplo, 60 dias. Contestação: prazo duplo, 30 dias. 
 
OBS: A partir da vigência do Novo CPC, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais, a partir da sua vista dos autos, não havendo mais disposições sobre prazos 
diversos. 
 
OBS: O Novo CPC, no seu art. 493, também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame ne-
cessário (remessa), nos casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quando 
se tratar de União e suas respectivas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos salá-
rios mínimos em se tratando de Estado e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e 
de cem salários mínimos em se tratando de Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de 
direito público. 
 
b) Duplo grau obrigatório de Jurisdição, reexame necessário: Se o processo não for submetido ao 
duplo grau obrigatório, não haverá coisa julgada. 
 
OBS: Quanto ao reexame necessário, com a vigência do Novo CPC os valores limites sofrerão altera-
ções. 
 
 Regime Tributário. 
 
a) Imunidade Tributária Recíproca somente quanto aos impostos. A imunidade não é absoluta: res-
tringe-se às finalidades específicas de cada Autarquia, previstas na sua lei de criação. As atividades 
complementares estão sujeitas aos impostos. 
 
b) OBS: Há cobrança dos outros tributos. 
 
c) Procedimento Financeiro: Lei 4.320/64 (Lei de Finanças Públicas) e LC 101/2000 (Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal). 
 
d) Regime de Pessoal (EC 19 aboliu o Regime jurídico único): 
 
A Estatutário: Para titulares de cargo público (só nas Pessoas Jurídicas de Dir. Público). Preferenci-
almente, deve ser adotado o Regime Estatutário, de cargo público. 
 
 
 
 
 
 
 
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B Celetista: Para titulares de emprego público. 
 
 CONSELHOS DE CLASSE (OAB, CRA, CRM, CRO). 
 
 Antigamente. Natureza de Autarquia. Porém, a Lei 9.649/98, no art. 58, estabelece que os Con-
selhos de Classe possuem natureza de Pessoa Jurídica de Direito Privado. 
 
 STF, ADIN n. 1717. Como os Conselhos de Classe têm como função principal o Poder de Po-
lícia, fiscalizando as atuações profissionais, não podem ser considerados pessoas jurídicas de direito 
privado. Declarou inconstitucional o art. 58 da Lei 9.649/98, determinando que os Conselhos de Classe 
terão natureza de Autarquia. 
 
 ConcursoPúblico. Doutrina majoritária entende que o concurso público é obrigatório. 
 Foro Competente. Súmula 66, STJ: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 Anuidade: Natureza tributária, contribuição. 
 
 Controle pelo Tribunal de Contas; Deve Obedecer a Lei 4.320/64 (Lei de Finanças). 
 
 Exceção OAB: A contribuição da OAB não tem natureza tributária; Não sofre controle do Tri-
bunal de Contas e não deve obediência à Lei de Finanças Nacional. 
 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL. 
 
 Surgiram para conceituar as Universidades Públicas, que têm mais autonomia e liberdade. 
Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração do mesmo. São escolhidos por elei-
ção. Não é cargo de livre nomeação, nem de livre exoneração. 
 
 OBS. Banco Central: É autarquia comum, mas seu Presidente é nomeado pelo Presidente 
após prévia aprovação do Senado. 
 
 AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie). 
 
a) Finalidade. Regular, fiscalizar, disciplinar, normatizar determinadas atividades. Não é atividade 
nova, antes era exercida diretamente pelo Estado. 
b) Capacidade Legislativa. Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel de com-
plementar as leis, com normas técnicas específicas de sua atuação. 
c) Regime Especial. Têm mais autonomia, liberdade normativa, liberdade econômica e financeira. 
d) Nomeação de Dirigentes. Presidente nomeia com prévia aprovação do Senado. É investidura 
ou nomeação especial, porque depende de prévia aprovação do Senado. 
e) Mandato com Prazo certo e determinado. A lei de criação de cada autarquia de regime espe-
cial irá determinar o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). OBS: Já há projeto de lei querendo uni-
formizar o prazo: 04 anos para todas. 
f) Vedação (Quarentena). Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01 ano (a de-
pender da lei da autarquia especial) sem poder atuar na área de atuação da agência reguladora. 
g) Distinções. 
 
AProcedimento Licitatório. 
 
- Lei 9.472/97: em contrariedade ao disposto na Lei 8.666/93, cada agência teria seu próprio procedi-
mento licitatório, previsto na sua lei de criação. Com modos específicos de licitação (Pregão e Consul-
ta). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- STF, ADIN n. 1.668: Se a agência reguladora é autarquia, terá que seguir a Lei 8.666/93, deixando, 
entretanto, que elas tenham as modalidades específicas determinadas pela Lei 9.472/97, Pregão e 
Consulta. 
 
- O Pregão já tem a Lei 10.520/02, que o estendeu a todos os Entes, não sendo mais modalidade espe-
cífica das agências reguladoras. Atualmente, a consulta, que ainda não tem lei lhe regulando, é a moda-
lidade específica das agências reguladoras. 
 
B Regime de Pessoal. 
 
- Lei 9.886/00. Regime Celetista, com contratação temporária. A doutrina já dizia que o regime da CLT 
só deveria ser adotado em situações excepcionais, para funções subalternas ou para contratações 
temporárias. 
 
-ADIN n. 2.310, STF. Declarou que não era hipótese para contratação temporária, que é excepcional, e 
que, portanto, não deveria adotar o regime celetista. Declarou a Inconstitucionalidade das 02 regras: 
regime celetista e contratação temporária. 
 
- MP n. 155/03 Lei 10.871/04: Determinou o Regime Estatutário, com concurso público, para todas 
as agências reguladoras. Os que entraram por contratação temporária sairão depois de findo o tempo 
do contrato. 
 
h) Exemplos de Agências. 
 
AANS; ANTT; ANTAQ; ANAC; ANP; ANA (bens públicos); ANCINE (fomento). 
 
B Autarquias: ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia, substituiu a SUDAM), ADENE (Agên-
cia de Desenvolvimento do Nordeste, substituiu a SUDENE) e AEB (Agencia Espacial); 
 
C Serviços Sociais Autônomos: APEX, ABDI. OBS: CVM: deveria ser agência reguladora, mas é au-
tarquia comum. 
 
 AGÊNCIAS EXECUTIVAS. 
 
a) São autarquias ou fundações públicas que precisam ser modernizadas, e para isso fazem um 
planejamento para reestruturação. 
 
b) Contrato de Gestão. Celebrado entre uma autarquia ou fundação pública e o Poder Público. 
Serve para dar mais autonomia ou recurso público. Ex: autarquia A  contrato de gestão  agência 
executiva A. 
 
c) O título de Agência Executiva é temporário. Findo o contrato de gestão, o ente que se tornou 
agência executiva temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. de agência execu-
tiva: INMETRO. 
 
d) Liberdade Específica (só para agências executivas): Art. 24, parágrafo único, da Lei 8.666/93: 
Dispensa de licitação. Regra geral: 
 
AValor de até 10% do convite (até R$ 150.000, se obras ou serviços de engenharia; até R$ 80.000 
para os outros serviços); 
 
BLicitação dispensada (R$ 15.000 ou R$ 8.000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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e) Dispensa para as agências executivas: 20% do valor do convite, ou seja, quando o valor da 
licitação for até R$ 30.000 ou R$ 16.000, a agência executiva estará dispensada de licitação. Essa dis-
pensa vale também para: sociedades de economia mista, empresas públicas e consórcios públicos. Só 
vale para as autarquias e fundações públicas, quando qualificadas como agência executiva. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA. 
 
 São instituídas e constituídas pelo Poder Público, fazendo parte da Administração. OBS: Quan-
do forem constituídas pela iniciativa privada, não serão Fundações Públicas. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO. 
 
a) Natureza Jurídica. Regime de Direito Público. É uma espécie de autarquia e faz parte da Fa-
zenda Pública. Tem todos os privilégios e obrigações de uma autarquia. OBS: Quando o concurso falar 
de fundação pública, será a de Direito Público. 
 
OBS: A partir da vigência do Novo CPC, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais, a partir da sua vista dos autos, não havendo mais disposições sobre prazos 
diversos. 
 
OBS 1: O Novo CPC, no seu art. 493, também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame 
necessário (remessa), nos casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quan-
do se tratar de União e suas respectivas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos 
salários mínimos em se tratando de Estado e suas respectivas autarquias e fundações de direito público 
e de cem salários mínimos em se tratando de Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de 
direito público. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO (fundações governamentais). 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito Privado, derrogado parcialmente por algumas normas 
de direito público. 
 
b) Foro Competente (foro privativo): Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
c) Privilégio Processual: Não tem prazo especial, porque não faz parte da Fazenda Pública. 
 
d) Tem sua Criação autorizada por lei ordinária. Já a lei complementar deve determinar a finalidade 
das fundações públicas de direito privado. 
 
e) OBS: Celso Antonio entende que não há essa divisão. Segundo ele, quando se fala em funda-
ção pública, todas elas são de Direito Público. 
 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS. 
 
a) Pessoa jurídica de direito privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômi-
ca; sua criação é autorizada por lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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b) Têm capital exclusivamente público. Pode ser capital de vários entes da federação. Entretan-
to, não poderá haver capital de uma sociedade de economiamista investido na empresa pública, do 
contrário ela perderá esse status. 
 
c) Tem livre Constituição. Pode ser constituída por qualquer atividade empresarial. 
 
d) Têm foro privativo. Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econô-
mica; criação autorizada por lei. 
 
b) Têm capital misto. O capital do Ente Público deve ser a maioria do capital votante. Devem ser 
constituídas, obrigatoriamente, como sociedades anônimas. 
 
c) Não têm foro privativo. São julgadas na Justiça Estadual. 
 
d) Finalidades: 
 
A Prestar Serviço Público. Quando forem prestadoras de serviço público, haverá prevalência do 
Direito Público sobre o Direito Privado. 
 
B Explorar atividade econômica. Quando forem exploradoras de atividade econômica, haverá pre-
valência do regime de Direito Privado, com alguma influência do Direito Público. 
 
OBS: Art. 173, da CF (Hipóteses em que o Estado pode explorar atividade econômica): 
 
1. Quando for necessário aos imperativos da segurança nacional. 
 
2. Quando houver interesse coletivo, conforme o definido em lei. 
 
OBS: Terão estatutos próprios definidos na lei que autorizou sua criação. 
 
Vejam como a prova do TRT SP cobrou o assunto para o concurso de analista: 
 
(FCC - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO/SP - Analista Judiciário - Área Judiciária) 28. A propósito de seme-
lhanças ou distinções entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista sabe-se 
que, 
 
(A) as empresas públicas submetem-se integralmente ao regime jurídico de direito público, na medida 
em que seu capital é 100% público, enquanto as sociedades de economia mista podem se submeter ao 
regime jurídico de direito privado, caso a participação privada no capital represente maioria com poder 
de voto. 
(B) as sociedades de economia mista admitem participação privada em seu capital, enquanto as 
empresas públicas não; ambas se submetem ao regime jurídico típico das empresas privadas, 
embora possam ter que se submeter à regra de exigência de licitação para contratação de bens e 
serviços. 
(C) as duas pessoas jurídicas de direito público integram a Administração indireta e podem ser constitu-
ídas sob quaisquer das formas disponíveis às empresas em geral, distinguindo-se pela composição do 
capital, 100% público nas sociedades de economia mista e com participação privada empresas públi-
cas. 
 
 
 
 
 
 
 
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(D) as duas pessoas jurídicas de direito público submetem-se ao regime jurídico de direito privado, com 
exceção à forma de constituição, na medida em que são criadas por lei específica, enquanto as empre-
sas não estatais são instituídas na forma da legislação societária vigente. 
(E) ambas submetem-se ao regime jurídico de direito público, não se lhes aplicando, contudo, algumas 
normas, a fim de lhes dar celeridade e competitividade na atuação, tal como a lei de licitações e a reali-
zação de concurso público para contratação de seus servidores. 
 
REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS ESTATAIS. 
 
A LICITAÇÃO. 
 
01. Quando for prestadora de serviço público. Obedecerá à Lei 8.666/93. 
 
02. Quando exploradora de atividade econômica. Podem ter estatuto próprio, que regerá o procedi-
mento licitatório de cada pessoa jurídica. Entretanto, até hoje, não há estatuto. Assim, deverão obede-
cer à Lei 8.666/93. Dispensa e Inexigibilidade (Arts. 24 e 25 da Lei 8.666/93). 
 
BFALÊNCIA. 
 
01. Antes: Se prestadoras de serviço público  não estavam sujeitas à falência; se exploradoras de 
atividade econômica  estavam sujeitas à falência. 
 
02. Agora (Lei de Falências, 11.101/05, art. 2º). Empresas públicas e sociedades de economia mista, 
sejam exploradoras de atividade econômica, sejam prestadoras de serviço público, não estão sujeitas à 
falência. 
 
OBS: A doutrina critica tal orientação, dizendo que as exploradoras de atividade econômica devem es-
tar sujeitas à lei de falências, já que estão muito próximas do Direito Privado. 
 
C  RESPONSABILIDADE CIVIL. 
 
01. Prestadoras de Serviço Público (art.37, §6º, da CF). A responsabilidade será objetiva, de regra. E 
a responsabilidade do Estado será subsidiária e objetiva. 
 
02. Exploradoras de Atividade Econômica. A Responsabilidade civil delas será regida pelo Direito 
Civil, que determinará os casos em que a responsabilidade será objetiva ou subjetiva. E o Estado não 
responde subsidiariamente. 
 
D REGIME TRIBUTÁRIO. 
 
01. Regra Geral: As empresas públicas e as sociedades de economia mista não têm imunidade tributá-
ria recíproca e privilégios não extensíveis à iniciativa privada. 
 
02. Exceção. Quando o bem e as atividades estiverem vinculados à prestação do serviço público, terão 
imunidade tributária. 
 
03. Empresa dos Correios e Telégrafos. Exerce atividade exclusiva e indelegável do Estado (serviço 
postal), por isso é tratado como Fazenda Pública. Goza de imunidade tributária recíproca; Tem privilé-
gios processuais (prazos diferenciados); Os seus bens públicos são impenhoráveis, não oneráveis e 
imprescritíveis; Estão sujeitas ao regime de precatório. OBS: Isso não vale para as franquias privadas 
da Empresa. 
 
E REGIME DE BENS. 
 
 
 
 
 
 
 
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01. Regra Geral. São penhoráveis. Mas são imprescritíveis, sempre. 
 
02. OBS: José dos Santos C. Filho entende que só os bens das pessoas jurídicas de direito público são 
bens públicos, ou seja, os bens das entidades governamentais não são bens públicos. 
 
03. Doutrina majoritária. Os bens públicos são todos aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de 
direito público e os diretamente ligados à prestação do serviço público nas entidades governamentais, 
concessionárias, permissionárias e autorizatárias. Neste ultimo caso, os bens seguirão as regras dos 
bens públicos. 
 
F REGIME DE PESSOAL. 
 
01. Celetista. Titular de Emprego (Não é emprego público. Este e o cargo público são exclusivos das 
PJ´s de Direito Público). 
 
Equiparam-se aos servidores em alguns aspectos: 
 
- Exigência de concurso público; 
- Sujeitos às regras de vedação de acumulação; 
-Respondem por improbidade (Lei 8.429/92) de cargo, emprego e função pública; 
- São funcionários Públicos para fins penais; 
- Estão sujeitos aos remédios constitucionais; 
- Teto remuneratório. Estarão sujeitos ao teto do STF se a empresa pública ou a sociedade economia 
mista receberem ajuda do Estado para o custeio; se não receberem ajuda para custeio, não estão sujei-
tos ao teto; 
- Dispensa do empregado. Para maioria da doutrina, a dispensa do empregado só poderá ser realiza-
da motivadamente, após processo administrativo disciplinar com contraditório. Porém, TST Súmula 
390, orientação jurisprudencial  Não há necessidade de motivação para dispensa dos empregados, 
já que os mesmos não gozam de estabilidade. Também não há necessidade de processo administrati-
vo. 
 
 ENTES DE COOPERAÇÃO (Entes Paraestatais). 
 
 São entes paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado que não fazem parte da Adminis-
tração pública, mas que cooperam com o Estado na consecução de alguns fins públicos. 
 
 01º Setor (Estado); 
 02º Setor (mercado); 
 03º Setor. Entes de cooperação (paraestatais), que serão apontados abaixo; 
 04º Setor (economia informal). Não têm fins lucrativos e servem para ajudar o Estado na presta-
ção de um serviço público ou no fomento de uma atividade. 
 
 SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO (Sistema “S”, SEBRAE, SENAT, SESC, SESI). 
 
a) Privilégios: Recebem recursos orçamentários. Têm capacidade tributária. São beneficiárias da 
Parafiscalidade.b) Sujeitas às regras de licitação da Lei 8.666/93 e à fiscalização do Tribunal de Contas. 
c) OBS: APEX e ABDI são agências com natureza de Serviço Social Autônomo. 
 
 ORGANIZAÇÃO SOCIAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a) Lei 9.637/98. As organizações sociais servem para prestação de serviços públicos, serviços es-
tes que estão listados nesta lei. Ex.: meio-ambiente; pesquisa; saúde; desenvolvimento tecnológico. 
b) As organizações sociais surgiram como órgãos públicos extintos, que foram transformadas em 
pessoas jurídicas de direito privado com esta denominação (organização social). 
c) Criação das Organizações Sociais: celebração do contrato de gestão: É o vínculo jurídico 
das organizações sociais o Estado (“entidade fantasma” segundo Maria Sylvia, já que 01º celebra-se o 
contrato de gestão, para que depois as organizações sociais existam no mundo jurídico). 
d) A empresa não precisa existir no mundo jurídico, nem ter experiência prévia no ramo em que for 
atuar para que celebre o contrato de gestão. Ato administrativo discricionário do Ministério do Planeja-
mento e Gestão, após a celebração do contrato de gestão, dá o status de organização social. 
e) Controle/ Licitação. Art. 24, XXIV, da Lei 8.666/93: Dispensa a Administração de licitar com as 
organizações sociais quando o contrato a ser firmado for decorrente de contrato de gestão. 
 
Entretanto, as organizações sociais estão sujeitas às regras de licitação. Estão sujeitas ao controle do 
Tribunal de Contas, já que podem receber dotações orçamentárias, cessão de servidores públicos e 
receber bens públicos. Ex. Instituto de matemática pura e aplicada. 
 
 OSCIP - ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO. 
 
a) Lei 9.790/99. Diferenças para as organizações sociais: 
 
A A pessoa jurídica precisa existir no mundo jurídico no mesmo ramo de atividade, há pelo menos 01 
ano, para tornar-se uma OSCIP. 
 
B O vínculo jurídico com o Estado é o Termo de Parceria, que tem natureza de contrato administra-
tivo, segundo parte da doutrina. 
 
C Regra Geral: Não há cessão de servidores, não há transferência de bens públicos, nem dotação 
orçamentária (não participa diretamente do orçamento, mas recebe recursos públicos via depósito ban-
cário). 
 
D Estão sujeitas às regras de licitação e ao controle dos Tribunais de Contas. 
 
E O Conselho de Administração da OSCIP deve ser formado por particulares, diferentemente das 
Organizações Sociais, onde os Conselhos de Administração e Fiscal podem ser compostos por servido-
res públicos. 
 
F OBS: O que tem ocorrido é que a Administração contrata as OSCIP´s para, via de regra, burlar o 
concurso público, já que os empregados das OSCIP´s não necessitam de concurso. 
 
 ENTIDADES DE APOIO. 
 
a) Constituição As Entidades de Apoio podem ser constituídas como Fundação, Associação ou 
Cooperativas, criadas por servidores públicos com a finalidade de melhor desenvolver suas atividades. 
 
b) Funcionam ao lado das Universidades Públicas e Hospitais Públicos. São Fundações Privadas 
que atuam com a estrutura e o dinheiro do Estado. Vínculo jurídico: convênio celebrado com a Uni-
versidade. Ex. As Entidades de Apoio fazem convenio com a Universidade Pública para organizarem 
uma pós-graduação, da qual se poderá cobrar mensalidade. 
 
c) Lei 8.958/94: Entidades de Apoio que atuam junto às Universidades Públicas. Quanto às outras 
entidades ainda não há legislação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL (Lei 13.019/04). 
 
TERMO DE COLABORAÇÃO – Planos de Trabalho propostos pela Administração Pública em re-
gime de mútua cooperação. 
 
TERMO DE FOMENTO - Planos de Trabalho propostos pela Entidade Privada em regime de mútua 
cooperação. 
 
Transferência de recursos 
Atividades a serem executadas 
Prestação de contas 
 
PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL. 
Organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao po-
der público para que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a 
celebração de parceria. 
CHAMAMENTO PÚBLICO 
 
 Públicação do edital no site do órgão interessado 
 
 Classificação das propostas pela comissão de seleção 
 
Comissão – 2/3 – servidores 
Julgamento objetivo – vinculação ao edital 
 
 Habilitação da entidade 
Sem fins lucrativos 
3 anos de existência 
Experiência no objeto 
Capacidade técnica e operacional 
 
 Encerramento 
 Homologação e adjudicação 
 
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DO CERTAME 
Inexigibilidade - inviabilidade de competição 
Dispensa - rol exaustivo 
1 - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de 
relevante interesse público - mesmas condições da vencedora. 
2 - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem pública - assistência social, saúde ou edu-
cação. 
3 - de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança. 
 
CONTRATOS FIRMADOS ENTRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL E TERCEIROS 
Procedimento seletivo simplificado via internet. 
 
 PRESTAÇÃO DE CONTAS 
1 - Relatório de Execução do Objeto: elaborado pela organização da sociedade civil, assinado pelo 
seu representante legal, contendo as atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto e o com-
parativo de metas propostas com os resultados alcançados. 
2 - Relatório de Execução Financeira: assinado pelo seu representante legal e o contador responsá-
vel, com a descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas. 
 
 
 
 
 
 
 
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Prazo de até 90 dias + 30 dias 
 
RESPONSABILIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL E APLICAÇÃO DE PENALIDA-
DES 
a) advertência: 
b) suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de celebrar ter-
mos de fomento, termos de colaboração e contratos com órgãos e entidades da esfera de governo da 
administração pública sancionadora, por prazo não superior a 2 (dois) anos. 
c) declaração de inidoneidade para participar em chamamento público ou celebrar termos de fomento, 
termos de colaboração - Ministro de Estado ou do Secretário Estadual ou Municipal. 
 
* ATOS ADMINISTRATIVOS * 
 
CONCEITO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 
 
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite uma declaração de vontade para 
executar a lei aos casos concretos e fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses particula-
res, no desempenho das suas atividades. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO): 
 
 -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a Relação Jurídica é horizontal, há igualdade entre os 
contratantes (administração x particular), a administração não se vale da sua supremacia. 
 
 -Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, apenas realizam, executam uma 
atividade do Estado. (Ex. construção de uma estrada, pavimentação). 
 
 - Atos Políticos ou de Governo: São de natureza jurídica, editados pelo Estado no exercício de função 
política de soberania. Ex. sanção do presidente a um projeto de lei. 
ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do gênero „Ato da Administração‟). 
 
 Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², exprime 
uma declaração unilateral de vontade, no exercício de suas Prerrogativas Públicas, consistentes em 
providências jurídicas complementares da Lei³, a título de lhe dar execução, sujeitas ao controle de legi-
timidade pelo Judiciário, no desempenhode atividades essencialmente administrativas da gestão dos 
interesses coletivos. 
 
01. É Ato jurídico: tem por fim criar, alterar, extinguir algo no mundo do Direito, no que se diferenciam 
do fato administrativo (realizações da administração sem declaração de vontade). 
 
02. Estado (Três Poderes) e Quem lhe faça as vezes (delegatários, concessionários, que atuam em 
nome do Estado e podem exprimir declaração de vontade em nome do mesmo, emitindo atos adminis-
trativos). 
 
03. Providências jurídicas complementares da Lei: atividade precípua da administração na sua função 
de executar a lei, de ofício, ao caso concreto. 
 
 Atributos e Qualidades dos Atos Administrativos. 
 
 Presunção de Legitimidade, juris tantum: o ato administrativo presume-se editado de acordo 
com as normas e princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato vigora enquanto não 
afastado. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, corresponde 
à verdade de fato  Fé Pública. 
 
 Imperatividade. Não é atributo de todo ato, e sim dos atos que encerram obrigações para os 
administrados. O administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra sua vontade. 
 
 Coercitividade. dos atos administrativos, decorrentes da imperatividade: só poderá haver resis-
tência judicial ao ato, enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado. Os atos negociais, 
que apenas permitem certas atividades ao administrado, não possuem esse atributo. 
 
 Exigibilidade: capacidade de exigir que a obrigação imposta ao administrado seja cumprida, sob 
pena de a administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa. 
 
 Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir expresso em lei, salvo se não for possível outra 
solução no caso concreto. A administração se vale de meios direitos de coação para execução do ato. 
Ex. demolição de obra. 
 
 Tipicidade: todo ato administrativo está previamente tipificado em lei. 
 
 Elementos e Requisitos dos Atos Administrativos: A Doutrina Majoritária aponta cinco ele-
mentos, com base na Lei de Ação Popular, 4.717/65, art. 2°, a falta de um dos requisitos torna o ato 
inválido (anulável, podendo ser sanado). Diogo Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois elementos 
(conteúdo e causa). 
 
 Competência/Sujeito: Conjunto de atribuições definidas por lei, conferida aos órgãos e agentes 
públicos para, em nome do Estado, exprimir a declaração de vontade do mesmo através dos atos ad-
ministrativos. Decorre sempre da lei, é sempre vinculada, portanto, mesmo quando o ato é discricioná-
rio, sem o qual o ato é inválido. 
 
OBS: O Novo CPC continua com a possibilidade de prorrogação de competência relativa no âmbito 
judicial, mudando só o artigo que trata da matéria. 
 
 Finalidade: Ato que foge da sua finalidade específica prevista em lei, mesmo que atenda a uma 
outra finalidade benéfica ao interesse público, estará incorrendo em desvio de finalidade ou desvio de 
poder, e será inválido. A finalidade específica de cada ato está sempre prevista em lei, é sempre ele-
mento vinculado, mesmo que ato seja discricionário. Ex. ato de remoção, a finalidade específica é uma 
melhor prestação do serviço público. 
OBS: Não pode existir ato administrativo Inominado. 
 
 Forma: É o revestimento do ato administrativo. Este ato é, em regra, escrito e no idioma nacio-
nal, a forma está prescrita em lei, (requisito vinculado). Exceções à forma prescrita em lei: quando a lei 
se omitir a respeito da forma, está será livre, poderá ser oral, através de gestos, placas (ex: sinais de 
trânsito). 
 
OBS: diferencia-se de Formalidade  não é elemento de todo ato administrativo, é uma solenidade 
especial para prática de determinados atos que a exigem. O não cumprimento da formalidade torna o 
ato irregular, já o vício de forma gera nulidade. Ex. Regulamento (o Decreto é ato administrativo que 
serve como formalidade para eficácia do regulamento). 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato por parte da Ad-
ministração (Ex. Demissão  o motivo é a razão que levou a Administração a praticar o ato). O motivo 
 
 
 
 
 
 
 
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será elemento vinculado quando o ato for vinculado; será discricionário quando o ato assim o for (ocorre 
quando a lei não elenca o motivo, deixando que a Administração o pondere). 
 
OBS: Diferencia-se de Motivação (Princípio Constitucional que estabelece a exigência da Administra-
ção em revelar, manifestar os motivos do ato) Teoria dos Motivos Determinantes: O motivo revelado 
pela Administração para a prática do ato deve ser seguido estritamente, sob pena de invalidade do ato. 
Os motivos determinam e condicionam a validade do ato. 
 
 Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe juridica-
mente). É a própria essência do ato, a própria Administração vai escolher qual o seu objeto. É elemento 
discricionário, quando o ato for discricionário, ou vinculado, quando o ato assim o for. Ex. Remoção (o 
objeto é a própria remoção). 
 
****OBS: Corrente Minoritária (Diógenes Gasparini, Celso Antônio) existem mais 02 Elementos: 
 
 Causa: Exigência de correlação, ou relação de pertinência lógica entre o motivo e o conteúdo do 
ato à luz de sua finalidade, sobretudo nos atos discricionários. Para Celso Antônio, a causa é pressu-
posto de Validade lógico. 
 
 Conteúdo (separado do objeto): Seria a própria disposição do ato, enquanto o objeto. Seria 
aquilo sobre o qual o conteúdo incide, coisa ou relação jurídica sobre o qual recai o ato. O objeto seria o 
elemento extrínseco ao ato e o conteúdo seria o elemento intrínseco. 
 
 Classificação dos Atos Administrativos: 
 
 Quanto à Vontade para a Formação do Ato: 
 
a) Simples (01 vontade): É todo ato administrativo que decorre de uma única vontade, expressada 
por um único órgão ou agente público, a maioria dos atos é simples (ex: nomeação, exoneração). Pou-
co importa se o órgão é singular ou colegiado. 
 
b) Complexo (01 + 01 vontade): Ato cuja formação depende de mais 01 ou mais vontade emanada 
por mais de um órgão. Ex. Promoção por merecimento dos desembargadores dos TRF´s (o TRF forma 
uma lista tríplice  a encaminha para o Presidente  que escolherá 01 dentre os 03 nomes). 
 
c) Composto (01 + 01 vontade): Decorre de uma única vontade, emanada de 01 único agente ou 
órgão público, mas que depende de uma vontade acessória de outro agente ou órgão para lhe dar efi-
cácia e validade. 
 
O Ato composto depende de aprovação discricionária, prévia ou posterior. Ex. Nomeação de Min. do 
STF, após a aprovação do Senado (vontade acessória)  posterior nomeação pelo Presidente; Estado 
de Defesa, Intervenção Federal (aprovação posterior do Congresso); Estado de Sítio (aprovação prévia 
pelo Senado). 
 
 Quanto aos Destinatários do Ato: 
 
a) Geral: São Atos Normativos (sempre atos gerais). Têm como destinatários os indivíduos em geral, 
incertos e indeterminados. 
 
b) Individuais: Atinge pessoa determinada, ou pessoas determinadas. Ex. nomeação, exoneração. 
 
 Quanto aos Efeitos do Ato: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a) Constitutivo: Decorre sempre do exercício do juízo discricionário por parte da administração. Quan-
do seus efeitos se prestarem a criar, inovar, construir uma situação jurídica antes inexistente. Ex. Auto-
rização, permissão. 
 
b) Declaratórios: Os efeitos se destinam a reconhecer uma situaçãojurídica preexistente. Ex. Todos 
os atos vinculados. 
 
c) Enunciativos: Emitem um juízo de conhecimento ou opinião sobre uma situação de fato ou de direi-
to conhecida pela Administração Pública. Não constituem, nem declaram, apenas emitem juízo de opi-
nião. Ex. certidões, declarações. 
 
 Quanto ao Conteúdo do Ato: 
 
Atos negociais – atos nos quais a manifestação de vontade do Estado coincide com o requeri-
mento do particular. 
 
a) Autorização: Ato administrativo discricionário, unilateral, precário, gratuito ou oneroso, através 
do qual a Administração faculta a um terceiro interessado o exercício de uma atividade material ou uso 
em caráter privativo de um bem público, ou a prestação em caráter precaríssimo de um determinado 
serviço público. Ex: autorização para exercer atividade material  táxi, porte de armas; autorização de 
uso de bem público, quando predominar o interesse particular; Autorização de serviço público  Ex. 
Rádios comunitárias. 
 
b) Permissão: Discricionário, Precário (menos que a autorização), através do qual a Administração 
faculta ao particular interessado o uso privativo de um bem público, ou prestação de um serviço público 
também em razão de interesse público, que neste caso é predominante. OBS.: Lei 8.987/95, art. 40  
Tornou a Permissão para prestação de serviço público um Contrato Administrativo Bilateral, distinguin-
do-se da autorização para prestação de serviço público porque esta é ato administrativo unilateral e 
aquela leva em conta, sobretudo, o interesse particular. Autorização de uso público X Permissão de 
uso público: o interesse envolvido na autorização de uso público, que é bem mais precário, leva em 
conta o interesse particular; já a permissão de uso público leva em conta o interesse público predomi-
nantemente. 
 
c) Licença: Ato vinculado e definitivo, através do qual a Administração reconhece um direito subje-
tivo do administrado, ora para exercer atividade material, ora para exercer atividade jurídica, condicio-
nadas no seu exercício ao prévio reconhecimento por parte da Administração (a lei, ao tempo que reco-
nhece um direito ao administrado, condiciona o seu exercício a esse prévio reconhecimento). 
 
Se houver recusa por parte da Administração em reconhecer o exercício da atividade, desde que o ad-
ministrado tenha cumprido todas as exigências, este poderá interpor Mandado de Segurança. Dá-se 
através do Alvará de Licença (ato formal vinculado). 
 
d) Admissão: Não é ato de provimento. É ato vinculado, através do qual a Administração reconhe-
ce ao administrado o direito de usufruir um serviço público. Ex. matrícula em escola ou universidade 
pública. 
 
 Normativos: atos que exprimem normas gerais 
 
a) DECRETO (Chefes de Executivo): Só são emanados pelos Chefes de Executivo (prefeito, pre-
sidente e governador) podem expedir decreto p/ formalizar determinado ato administrativo, tendo por 
destinatários pessoas incertas e indeterminadas. Ex. Decreto Expropriatório (formaliza, dá solenidade à 
desapropriação, sem o decreto a desapropriação é nula). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OBS 1: Decreto Regulamentar: São 02 atos administrativos, de Competência Privativa dos Chefes do 
Executivo, que podem expedir atos gerais, abstratos ou individuais (nomeação de Min. do STF). Servirá 
sempre como formalidade para outro ato. 
 
OBS 2: O Decreto Lei foi abolido do Brasil com a Constituição Federal de 1988 permanecendo apenas 
os Decretos Anteriores à Carta Magna que estejam em vigor. 
 
OBS 3: Diferenciam-se do Decreto Legislativo, que é Lei “lato senso”. 
 
OBS 4: Diferenciam-se da Resolução Legislativa, que é Lei “lato senso” de efeitos internos às Casas 
Legislativas. Exceção: Possibilidade do Decreto Autônomo (art.84, VI da CF): para Extinguir Cargos 
Vagos e para Organização da Administração, desde que não crie novas despesas. 
 
b) RESOLUÇÕES: Atos Administrativos formais que os órgãos colegiados utilizam para exprimirem 
as suas deliberações a respeito de determinada matéria. Ex. Agencias Reguladoras possuem órgãos 
colegiados que podem expedir resoluções. A Resolução formaliza o ato do órgão colegiado. Não pode 
ser expedida por órgão singular. Resoluções Administrativo-Normativas: São as Resoluções com efei-
tos gerais e abstratos. 
 
OBS: Diferenciam-se das Resoluções Legislativas, que são lei em sentido amplo, embora de efeito in-
terno à câmara legislativa. 
 
c) INSTRUÇÕES (Ministros e Secretários): Tem caráter abstrato, são atos formais através dos 
quais a Administração expede normas gerais de orientação interna. Põem em execução os Decretos 
Executivos, para regulamentar os regulamentos do Poder Executivo. 
 
Atos ordinatórios: atos de organização interna da atividade pública: 
 
a) ORDEM DE SERVIÇO: Ato Administrativo que certas autoridades públicas editam para determi-
narem a implementação ou realização de algum fato material (fato administrativo). Ex. Ordem de cons-
trução. 
 
b) PORTARIA (qualquer autoridade administrativa que não seja o Chefe do Executivo). Utili-
zada para qualquer ato que disponha sobre o próprio servidor e sua vida funcional. Ex. Instauração de 
Inquérito policial (quando não for instaurado por auto de prisão em flagrante); Instauração de Processo 
Administrativo Disciplinar, Sindicância. 
 
c) CIRCULARES (Natureza Concreta, Autoridades Superiores) As autoridades superiores emi-
tem ordens uniformes. Dirigentes de órgãos públicos emitem-na aos funcionários do órgão para regu-
lamentar internamente a execução dos serviços. 
 
Atos Punitivos: atos de aplicação de penalidades. 
 
Atos enunciativos: atos que atestam fatos ou emitem opiniões. 
 
 
 Extinção dos Atos Administrativos 
 
a) Cumprimento dos efeitos do ato 
 
b) Desaparecimento da pessoa ou do objeto da relação que o ato constituiu. 
 
c) Renúncia: Pedido de Exoneração. 
 
 
 
 
 
 
 
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d) Retirada do Ato anterior por outro ato posterior: 
 
A CASSAÇÃO: a ilegalidade é superveniente à edição do ato. 
 
BCADUCIDADE: incompatibilidade do ato anteriormente editado que antes não existia. 
 
CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : Edição de novo ato contrário, (ex. demissão). 
 
DREVOGAÇÃO; Causa de extinção ou supressão do ato administrativo válido e de seus efeitos, por 
razões de conveniência e oportunidade. 
 
1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria Administração, no âmbito de cada Poder da República. Não 
é possível a revogação judicial de um ato administrativo. Os outros Poderes poderão revogar seus pró-
prios atos administrativos. OBS: O Judiciário não poderá revogar ato administrativo no exercício de sua 
função típica, que é a função jurisdicional, já que não pode adentrar no mérito administrativo. 
 
2. Objeto da Revogação: Só o Ato Válido poderá ser revogado. Apesar de válido, o ato torna-se incon-
veniente à Administração. 
 
3. Fundamento: Existência de uma competência discricionária para rever a conveniência e oportunidade 
dos atos anteriormente editados. 
 
4. Limites (atos irrevogáveis são a exceção): 
 - Atos Vinculados são irrevogáveis: Ex. Revoga-se uma autorização, nunca uma licença. 
 - Atos que já Exauriram seus Efeitos (atos Consumados). 
 - Atos fontes de Direitos Adquiridos: Nem Emenda Constitucional pode revogá-los. OBS: STF: Não 
há Direito Adquiridos a Regime Jurídico. Súm. 473: Poder de Autotutela da Administração. A Adminis-
tração pode revogar seus próprios atos, respeitado o dir. adquirido. 
 -Atos Meramente Enunciativos: Ex. Certidão Negativa de Débito. 
 
5. Motivos da Revogação: Juízo de Conveniência e Oportunidade. O ato deixa de ser conveniente e 
oportuno.6. Efeitos da Revogação: Ex Nunc. Impede a produção dos efeitos futuros do ato, permanecendo os 
efeitos pretéritos. 
 
E INVALIDAÇÃO : vício na origem. 
 
1. Conceito: Causa de Extinção ou supressão de Ato Administrativo Inválido ou Viciado, por razões 
exclusivamente de Legalidade ou Legitimidade. 
 
2. Sujeito Ativo: Administração Pública (Poder de Auto-tutela, Controle Interno) e o Judiciário (con-
trole externo judicial, quando provocado por terceiros). Só o Judiciário pode Invalidar atos de todos os 
Poderes. 
 
3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, contrário ao Direito. 
 
4. Motivos: Ilegalidade, Ilegitimidade do Ato. 
 
5. Efeitos: Ex-Tunc para os atos que atinjam pessoas indeterminadas, para atos restritivos dos Di-
reitos dos administrados. Para os terceiros de Boa-fé e para os Atos ampliativos dos Direitos do admi-
nistrado: A Invalidação terá efeito Ex-Nunc. 
 
 
 
 
 
 
 
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6. Prazo Decadencial: A Administração Pública tem 05 anos para declarar a Invalidação do Ato. 
Passados os 05 anos, a Administração não poderá mais invalida-la  Convalidação Temporal. OBS: 
Ação Judicial p/ Anulação de Ato Administrativo: Prazo Prescricional de 05 anos. 
 
7. Espécies de Invalidação (Lei 9.784/99, art. 55): 
 
- Nulidade (atos nulos): 
 
• Não podem ser reeditados, não são convalidáveis; 
• Quando o Vício atingir a finalidade, o motivo ou o objeto, o ato será nulo, não convalidável, não 
reeditável. 
• Podem ser Convertidos: Mudança de categoria de um ato, quando sai de uma categoria na qual 
o ato era nulo, para uma outra onde o ato seja válido, também tem efeito retroativo. Diferencia-se de 
convalidar (reeditar o mesmo ato sem o vício que o contamina, com efeitos retroativos). 
• Pode haver conversão de atos nulos com vício de conteúdo e objeto. (Nomeação de servidor 
para cargo sem concurso público, pode ser convertido em nomeação para cargo de confiança). 
 
- Anulabilidade (Atos Anuláveis): 
 
• Podem ser convalidados, racionalmente reeditados. OBS: Doutrinadores defendem que, quando 
houver possibilidade de convalidação, a Administração está obrigada a Convalidar o ato, apesar de a 
Lei 9784/99 tratar a convalidação como faculdade da administração. 
• Quando houver vício na competência: desde que o ato seja ratificado pela autoridade competen-
te, Confirmado, haverá a convalidação. 
• Quando houver vício na forma: reedita-se o ato com a forma prescrita em lei. 
• OBS. GERAL: Os ATOS INVÁLIDOS NÃO GERAM DIREITO ADQUIRIDO. 
 
*AGENTES PÚBLICOS* 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
• Todo aquele que exerce função pública, quer seja temporária, quer sem remuneração (Ex: inte-
grantes do júri, mesário). É a expressão mais abrangente, compreendendo os Agentes Políticos, Ser-
vidores Estatais e Agentes Honoríficos. 
 
a) AGENTE POLÍTICO  Chefes do Executivo e seus auxiliares imediatos (Secretários e Minis-
tros), Membros do Legislativo, Membros do Ministério Público (Procurador e Promotor de Justiça) e Po-
der Judiciário. Seguem Regime Estatutário ou o chamado Regime Legal. 
 
OBS: Há divergência se Ministério Público e Judiciário se enquadrariam nesse conceito. A corrente 
Majoritária admite seu enquadramento. 
 
b) SERVIDOR ESTATAL  Todo aquele que atua no Estado, não sendo necessariamente „Funci-
onário Público‟. 
 
▪ Servidor Estatal  Servidor Público 
  Servidor de Entes Governamentais de Direito Privado 
 
 Servidores Públicos  Aquele que atua em Pessoa Jurídica de Direito Público  Administra-
ção Direta 
  Administração Indireta  Autarquias 
  Fundações Públicas 
 
 
 
 
 
 
 
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 E.C. 19/98, CF/88  Acabou com o Regime Jurídico Único, o que veio a igualmente abolir a expres-
são „Funcionário Público‟, uma vez que essa denominação referia-se ao servidor que, com exclusivida-
de, podia exercer cargo publico. 
 
Após a EC 19/98, pode-se ser tanto titular de CARGO PÚBLICO (vínculo Estatutário), quanto de EM-
PREGO PÚBLICO (vínculo celetista). A lei que cria o cargo/emprego é que definirá o Regime a ser ado-
tado. 
 
 Servidores de Entes Governamentais de Direito Privado  São aqueles integrantes das Em-
presas Públicas ou de Sociedade de Economia Mista. Só podem ter EMPREGOS PÚBLICOS (CLT), 
mas se equiparam aos servidores públicos nos seguintes aspectos: 
 
I) Estão sujeitos a CONCURSO PÚBLICO; 
 
II) Vale o Regime da NÃO CUMULAÇÃO de CARGO ou EMPREGO; 
 
III) Se a empresa pública ou Sociedade de Economia Mista NÃO receber dinheiro para custeio (ver-
ba governamental para sobreviver no dia-dia), NÃO se SUBMETE ao TETO REMUNERATÓRIO. No 
entanto, se depender do Estado para sobreviver, SUBMETE-SE ao TETO; 
 
IV) Submetem-se à Lei de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA; 
 
V) Sujeitam-se aos REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS (MS, HD etc); 
 
VI) Equiparam-se a Servidores Públicos para EFEITOS PENAIS; 
 
VII) Não gozam de ESTABILIDADE, não sendo necessário Processo Administrativo, nem de motiva-
ção para ser despedido Súm. 390 e OJ 247 do TST 
 
c) AGENTES HONORÍFICOS É o Particular em Colaboração, que podem ser: 
 
 Voluntários (ex. Amigos da Escola); 
 Requisitados (ex. Mesários, Jurados do Júri e Serviço Militar Obrigatório); 
 Aqueles que exercem Atos Oficiais. 
 Serviço Notorial (Cartório de Registro Público, delegados de função, art. 236 da C.F/88). OBS: 
quem legisla sobre cartórios é o Estado federado. 
 
01. CARGO PÚBLICO 
 
  cargo em Comissão 
● Subdivide-se em  cargo Efetivo 
  cargo Vitalício 
 
a) CARGO EM COMISSÃO  É o chamado cargo de parente ou comissionado. 
 
É de livre nomeação e exoneração  Exoneração AD NUTUM. Qualquer pessoa pode exercer cargo 
de confiança, desde que se reserve um limite mínimo que detenha cargo efetivo, pelo principio da conti-
nuidade. 
 
OBS: CARGO DE CONFIANÇA ≠ FUNÇÃO de CONFIANÇA  A Função é um plus que só pode ser 
exercido por cargo efetivo, que ganhara gratificação pela responsabilidade a maior (lei 8.112/90). 
 
 
 
 
 
 
 
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b) CARGO EFETIVO  Nomeado por Concurso Público, em caráter definitivo, podendo vir a adqui-
rir a estabilidade. O cargo é efetivo e não estável, já que essa última qualidade pertence ao servidor. 
 
Quando o servidor se torna estável, só poderá ser demitido via Processo Administrativo, processo Judi-
cial transitado em julgado ou avaliação periódica. 
 
c) CARGO VITALÍCIO  só pode haver dispensa via processo judicial transitado em julgado (ex. 
Ministério Público, Juiz, Tribunal de Contas, esse ultimo sequer precisa de concurso publico para con-
tratação) 
 
PROVIMENTO 
 
• Necessário para o preenchimento de um cargo (art.10, lei 8.112/90). 
 
 Originário  Nomeação 
• Provimento  Vertical  Promoção 
 Derivado  Horizontal  Readaptação 
  Reingresso  Reintegração 
 Recondução 
  Reversão 
 
a) Provimento ORIGINÁRIO  Só ocorre por Nomeação, a qual depende de aprovação em concurso 
público. 
 
▪ NOMEAR  Designar, atribuir ao servidor. Resulta no provimento. 
 
▪ EMPOSSAR  Aceitar o cargo (assina os papéis). Quando se anui à posse, têm-se a investidura, 
que é a formação de relação jurídica com a Administração. 
 
Se nomeado, tem 30 dias para tomar posse. Empossado, terá 15 dias para entrar em exercício. 
 
Se o nomeado não tomar posse nos 30 dias, a nomeação torna-se sem efeito. Perde-se a vaga no 
concurso. Se tomar posse, mas não entrar em exercício nos 15 dias, ocorrerá desinvestidura median-
te EXONERAÇÃO de OFÍCIO. 
 
OBS:

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