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4º PODER JUDICIÁRIO DO TRABALHO

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PODER JUDICIÁRIO DO TRABALHO
Organização
A Justiça do Trabalho é composta (art. 111 da CF/88), por:
Tribunal Superior do Trabalho;
Tribunais Regionais do Trabalho;
Juízes do Trabalho.
O artigo 111 da CF/88 foi objeto de mudança pela EC n. 24/1999 que extinguiu a representação classista.
Tribunal Superior do Trabalho – TST
Tem sede em Brasília, com jurisdição em todo o território nacional, sendo composto por 27 (vinte e sete) Ministros dentre os brasileiros (natos ou naturalizados), com mais de 35 (trinta e cinco) anos e menos de 65 (sessenta e cinco anos), com notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República e aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal (art. 111-A da CF/88 c/c art. 690 da CLT).
Na nomeação destes Ministros, deve-se observar a seguinte proporção:
1/5 entre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício;
4/5 entre os juízes dos TRTs, indicados pelo próprio TST.
Junto ao TST funcionarão:
Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados; e 
Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados tem como precípuas funções, regulamentar cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira. Já o Conselho Superior da Justiça do Trabalho exerce a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, e cujas decisões terão efeito vinculante.
Quanto à competência do TST o art. 111-A, §1º, da CF/88 determina que lei própria disporá sobre o assunto, sendo que atualmente a competência do órgão máximo da Justiça do Trabalho é regulada pela Lei n. 7.701/88 e pelo Regimento Interno do próprio TST.
O Regimento Interno do TST em seu art. 59 dispõe que são seus órgãos:
O Tribunal Pleno, que é constituído por todos os Ministros da Corte, com quórum de instalação mínimo de 14 Ministros e cujas principais funções são as de: escolher os nomes da lista para preenchimento de vaga de Ministro do TST; aprovar emendas regimentais; eleger Ministros para o cargo de direção do Tribunal; aprovar, revisar ou cancelar Súmula ou Precedente Normativo; e declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público. Competência completa do Tribunal Pleno está no art. 68 do RI;
O Órgão Especial – OE, é composto pelo Presidente e Vice Presidente do Tribunal, Corregedor Geral da Justiça do Trabalho e os sete Ministros mais antigos. O quórum de instalação é 8 membros, sendo as principais atribuições: deliberar sobre disponibilidade ou aposentadoria dos magistrados; deliberação preliminar sobre a existência de relevante interesse público que fundamenta a proposta de edição de Súmula. Competência completa do OE está no art. 69 do RI;
A Seção Especializada em Dissídios Coletivos – SDC: é constituída pelo Presidente e vice do Tribunal, o Corregedor Geral da Justiça do Trabalho e mais seis Ministros. O quórum de instalação é de 5 membros, com competência para a análise de dissídios coletivos em sede originária e recursal. Competência completa da SDC encontra-se no art. 70 do RI;
A Seção Especializada em Dissídios Individuais: é composta por 21 Ministros, sendo o Presidente e vice do Tribunal, o Corregedor Geral da Justiça do Trabalho e mais 18 Ministros e funciona em composição plena ou dividida em duas subseções para julgamento dos processos de sua competência. Quórum de instalação é de 11 membros, sendo competente para análise original e recursal em último aspecto de demandas individuais. A competência completa desse órgão encontra-se no art. 71 do RI;
As Turmas: cada uma delas é constituída por 3 Ministros. O quórum exige a presença de todos os Ministros integrantes da turma com competência para analisar recursos de revista contra decisões dos TRTs, agravos e agravos regimentais interpostos contra despachos exarados em processos de sua competência e recursos ordinários em ação cautelar quando a competência do processo principal for atribuída à Turma (art. 72 do RI).
Tribunais Regionais do Trabalho – TRTs: na redação originária da CF/88 havia a previsão no art. 112 da instalação de no mínimo um TRT por estado-membro e um no DF. Todavia a EC 45/2004 suprimiu esta disposição, de modo que hoje prevalece a dicção do art. 674 da CLT que divide o território nacional em 24 Regiões com um TRT em cada uma delas. Portanto, não é mais obrigatória a existência de um TRT por Estado.
Os Desembargadores do Trabalho são nomeados pelo Presidente da República dentre os brasileiros (natos ou naturalizados) com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo que 1/5 entre os advogados e membros do Ministério Público do Trabalho, em exercício há mais de 10 anos e os demais dentre os Juízes do Trabalho de carreira através de promoção por antiguidade ou merecimento.
 O número de desembargadores nos TRTs varia em função do número de processo analisados pelo Tribunal (art. 115), tendo número mínimo de 7 desembargadores.
Compete aos TRTs julgar ações de sua competência originária, como dissídios coletivos, mandados de segurança e ações rescisórias e em grau de recurso, os recursos das decisões tomadas pelas Varas do Trabalho, como por exemplo o recurso ordinário.
Juiz do Trabalho – Varas do Trabalho: são os órgãos de primeira instância da Justiça do Trabalho, com competência territorial que normalmente abrange alguns municípios.
O ingresso na carreira se dá por meio de concurso público de provas e títulos sendo que a vitaliciedade é alcançada após 2 anos de exercício da atividade.
A competência encontra-se descrita no art. 114 da CF, competindo-lhes basicamente processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho, excluídas aqueles de competência dos Tribunais Trabalhistas.
A teor do art. 668 da CLT nas localidades não compreendidas por Varas do Trabalho, o Juiz de Direito será investido na competência da Justiça do Trabalho.
Corregedoria Geral do Trabalho: é órgão de direção do TST dirigida por um Corregedor-Geral eleitos entre os Ministros do TST (art. 709, da CLT), para mandato de 2 anos, com principais atribuições de:
Exercer inspeção e correição permanente dos TRTs;
Decidir reclamações contra atos atentatórios da boa ordem processual praticados pelos TRTs e seus presidentes, quando inexistir recurso específico.
O Corregedor Geral não participa das Turmas do TST nem concorre na distribuição de processos.
Corregedoria Regional do Trabalho: a CLT não trata destas corregedorias, dispondo, aliás em seu artigo 682, inc. XI, que o exercício da correição caberá aos Presidentes dos TRTs. Todavia, o art. 96, inc. I, alíneas ‘a’ e ‘b’, da CF/88 permitem aos Tribunais criar órgão de correição. 
Com base na previsão constitucional supra, alguns TRTs criaram regimentalmente suas próprias corregedorias observando o princípio federativo, ou seja, elegendo um Corregedor Regional dentre seus Desembargadores com competência fixadas no Regimento Interno, similares às do Corregedor Geral.
Ministério Público do Trabalho:
Origem:
No Mundo com a Ordenança de 1302 do rei francês Felipe IV;
No Brasil em 1847 com o Regimento das Relações do Império (porém o MP era considerado vinculado ou ao Poder Judiciário ou ao Poder Executivo);
EC 1/1969 atribui autonomia e independência ao MP.
Organização:
Art. 128 da CF/88:
Ministério Público da União, o qual abarca o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do DF e territórios;
Ministério Público dos Estados.
O MP do Trabalho:
Chefe: Procurador Geral do Trabalho, nomeado pelo Procurador Geral da República dentre os membros da instituição com mais de 35 anos de idade, 5 anos de carreira, integrante da lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores, para mandato de2 anos, permitida uma recondução.
Órgãos:
Art. 85 da LC 75/93:
Procurador Geral do Trabalho
Colégio de Procuradores do Trabalho (é presidido pelo PGT e constituído por todos os membros em atividade do MPT - elabora lista tríplice de escolha do Procurador Geral do Trabalho e lista sêxtupla para composição do TST e dos TRTs)
Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho (órgão máximo de deliberação do MPT – dele partem as orientações normativas que pautam as ações do órgão e cabe a ele avaliar a atuação dos Procuradores. Constituído por 10 subprocuradores presididos pelo PGT;
Câmara de Coordenação e Revisão do MPT composta por 3 membros da Procuradoria Geral do Trabalho e 6 das Procuradorias Regionais, tendo por atribuição a realização da revisão da atividade funcional, objetivando a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. Além disso decide os conflitos de atribuições entre os órgãos e resolve sobre a distribuição de procedimentos, levando em conta a natureza da matéria ou a necessidade de procedimento uniforme;
Corregedoria do MPT é órgão fiscalizados das atividades e da conduta dos membros do MPT. Presidida pelo Corregedor Geraç que é nomeado pelo PGT, dentre os Subprocuradores Gerais do Trabalho, para mandato de 2 anos admitida uma recondução;
Subproduradores-Gerais do Trabalho (MP atuante no TST);
Procuradores Regionais do Trabalho (MP atuante nos TRTs);
Procuradores do Trabalho (MP atuante nas Varas do Trabalho).
Principais Atribuições:
Judiciais:
- Promover ações civis públicas na defesa de direitos coletivos e homogêneos;
- Promover ações anulatórias de acordos coletivos do trabalho e convenções coletivas do trabalho;
- Atuar como substituto processual ou custos legis nos processo que envolvam interesses de menores;
- instaurar instância em caso de greve;
Rol completo de atribuições no art. 83 da LC n. 75/93.
Extrajudiciais:
- instaurar Inquérito Civil de ofício ou mediante requerimento;
- formular Termos de Ajustamento de Conduta – TACs;
- zelar pela erradição do trabalho infantil, escravo e por todas as discriminações no mercado de trabalho;
- fomentar a inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho;
- defender o meio ambiente de trabalho, mormente na área da segurança e medicina do trabalho.
Rol completo das atribuições no art. 84 da LC n. 75/93.
Referências:
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 14 ed. 2016, São Paulo: Saraiva;
MANFREDINI, Aryana. CERS Cursos Online. IN http://pt.slideshare.net/marcio1968/apostila-direito-processual-do-trabalho;
Regimento Interno do TST. IN http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/bitstream/handle/1939/601/2008_ra1295_atualizado.pdf; 
Portal MPT IN portal.mpt.mpt.br

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