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PROCESSO DE ENFERMAGEM Profª Dra. Helane Rocha A u l a c e d i d a p r o f a . L í v i a C i n t r a CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA: SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDAR III 1 Objetivos 2 Caracterizar as seguintes etapas do processo de Enfermagem: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. Metodologia científica que o profissional enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência aos pacientes; SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 3 A implementação da SAE melhora a qualidade da assistência de enfermagem, pois tem implicações positivas para o paciente e a equipe de enfermagem; SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 4 O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio de Resolução 358/2009, tem preconizado que a assistência de Enfermagem deve ser sistematizada implantando-se o Processo de Enfermagem (PE) (COFEN, 2009); 5 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PROCESSO DE ENFERMAGEM O Processo de Enfermagem - método sistemático e dinâmico de prestação de cuidados humanizados e orientado para a manutenção dos melhores resultados (ALFARO-LEFREVE, 2005); Horta (1979) definiu o Processo de Enfermagem como a “dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser humano”; PROCESSO DE ENFERMAGEM Abordagem de tomada de decisão clínica; Flexível para uso em todos os ambientes clínicos; Fundamental para prestar cuidados oportunos e apropriados a cada paciente; Objetiva diagnosticar e tratar as respostas humanas com relação à problemas de saúde reais ou potenciais. ETAPAS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM 8 Investigação (Histórico) Diagnóstico Planejamento Implementação Avaliação São inter-relacionadas; Ocorrem ao mesmo tempo; HISTÓRICO DE ENFERMAGEM contínua, planejada e sistemática Coleta de dados utilizando roteiro; Levantamento de dados - indivíduo, família ou comunidade – para monitorar evidências de problemas de saúde e fatores de risco que possam contribuir para os problemas de saúde (CARPENITO-MOYETM, 2007; ALFARO-LEFREVE,2005; CARRARO, 2001); “O objetivo do histórico é estabelecer um banco de dados as necessidades percebidas do paciente, problemas de saúde e respostas a esses problemas”. O que preciso investigar? 10 Percepção do paciente de um problema de saúde; Percepções e observações da família, enfermeiro, relato de outros membros da equipe de saúde; Registros de prontuários dos pacientes, como resultados de exames laboratoriais e imagem; Terapêutica proposta (POTTER; PERRY, 2005); 11 As informações obtidas devem ser sustentadas por dados constatados e não por inferências, interpretações ou suposições (POTTER; PERRY, 2005). Dados objetivos e subjetivos; - Entrevista, exame físico e dados resultantes do prontuário do paciente como os resultados da investigação diagnóstica; 13 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM QUAIS DADOS COLETAR? Comportamentos não-verbais adequados também vão favorecer a entrevista e exame físico. 14 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Segunda etapa do processo de Enfermagem; Precisão e relevância do plano assistencial que será adotado; Para determinar um diagnóstico, o enfermeiro necessita de: Conhecimentos técnico-científicos Julgamento clínico 15 Descrevem o conjunto de sinais e sintomas que indicam o problema de saúde real ou potencial, que pode ser identificado e solucionado pelo enfermeiro (RALPH; TAYLOR, 2007); DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 16 Para Paul e Reever (2000), DE são provenientes dos julgamentos clínicos dos enfermeiros com base nos dados coletados e validados em conjunto com conceitos e teorias científicas e humanísticas de enfermagem; DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 17 Carpenito-Moyet (2009), o DE é que cobre um tipo específico de Segundo afirmativa problema ou de resposta apresentado pelos indivíduos e identificado pelo enfermeiro; DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 18 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Para a NANDA Internacional (2015), “os DE são julgamentos clínicos sobre uma resposta a condições de saúde/processos de vida, ou uma vulnerabilidade a tal resposta, de um indivíduo, uma família, um grupo ou uma da comunidade. DE constituem a base para seleção de intervenções de enfermagem para alcançar resultados pelos quais o enfermeiro é responsável”; 19 DE são usados para determinar o plano de cuidados apropriado para o paciente, orientando os resultados e as intervenções 20 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM No Brasil, a expressão diagnóstico de enfermagem foi apresentada por Wanda Aguiar Horta nos anos 1960 (HORTA, 1979); Os diagnósticos proporcionam linguagem comum e 21 auxiliam na escolha das prescrições de na avaliação de tais enfermagem, bem como prescrições; A taxonomia NANDA Internacional (2015) é atualmente, o sistema de classificação mais usado no mundo; DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Título Definição Indicadores Diagnósticos Características Definidoras Fatores relacionados Fatores de risco Componentes estruturais de um diagnóstico de Enfermagem 22 Título: É um termo ou uma expressão concisa que representa um padrão de pistas relacionadas, ou seja, diz o que é. Estabelece um nome ao diagnóstico e incluiu o 23 descritor/modificador e o diagnóstico/conceito-chave do foco diagnóstico (NANDA Internacional, 2015); Componentes estruturais de um diagnóstico de Enfermagem Definição – Oferece uma descrição 24 precisa; delineia seu significado e clara e ajuda a diferenciá-lo de diagnósticos similares; Indicadores diagnóstico: São dados usados para diagnosticar e distinguir um diagnóstico do outro. Esses indicadores incluem características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco. Componentes estruturais de um diagnóstico de Enfermagem Características definidoras – Pistas ou inferências observáveis que se agrupam como manifestações de um DE com foco no problema, promoção da saúde ou síndrome; São os sinais e sintomas (indicador objetivo e subjetivo), manifestações clínicas, evidências que levaram o profissional a concluir que o problema existe. Podem ser descritas como evidenciadas por ou caracterizadas por; 25 Componentes estruturais de um diagnóstico de Enfermagem Componentes estruturais de um diagnóstico de Enfermagem Fatores relacionados – Mostram algum tipo de relação padronizada com o DE. Constituem a etiologia do problema; circunstâncias, fatos ou influências (causa, fator contribuinte); Podem ser de natureza fisiológica, psicológica, sociocultural, ambiental e espiritual. As intervenções de enfermagem devem ser voltadas para esses fatores etiológicos, para a remoção da causa subjacente do DE. Podem ser descritos como relacionados a ou associados a; 26 Título do DE Fatores relacionados (causa; “relacionado a”) Características definidoras (sinais/sintomas; “evidenciado por”, “caracterizado por”) Integridade da pele prejudicada relacionada a imobilização física e circulação prejudicada, evidenciada por rompimento da superfície da pele e destruição das camadas da pele (ferida com área de erosão na região trocantérica direita); 27 Componentes estruturais de umdiagnóstico de Enfermagem Fatores de risco – São influências que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, família, grupo ou 28 a um evento não saudável (fatores fisiológicos, psicológicos, genéticos ou comunidade ambientais, químicos). Componentes estruturais de um diagnóstico de Enfermagem Diagnóstico com foco no problema (DE real); Diagnóstico de promoção da saúde; Diagnóstico de risco. Tipos de Diagnósticos de Enfermagem 29 Diagnóstico com foco no problema (DE real) - descreve respostas humanas a condições de saúde/processos vitais que existem em um indivíduo, família, grupo ou comunidade; Tipos de Diagnósticos de Enfermagem 30 Diagnóstico de Promoção da Saúde – Julgamento clínico da motivação e do desejo da pessoa, família, grupo ou comunidade de aumentar o bem-estar e concretizar o potencial de saúde humana; Não exigem um fator relacionado, não há “relacionado a” na redação desses DE. 31 Tipos de Diagnósticos de Enfermagem Diagnóstico de Enfermagem de risco – julgamento clínico sobre experiências/respostas humanas a condições de saúde/processos de vida que têm elevada probabilidade de ocorrer em um indivíduo, família, grupo ou comunidade vulnerável; Sustentado por fatores de risco que contribuem para vulnerabilidade aumentada (problema potencial, ainda não está presente) 32 Tipos de Diagnósticos de Enfermagem a motilidade 33 Ex. Risco de constipação relacionado diminuída do trato gastrointestinal. Tipos de Diagnósticos de Enfermagem Terceira etapa do processo de enfermagem; Plano de ações para se alcançarem resultados em relação a um diagnóstico (BACHION, 2002); Estabelecimento de prioridades; Fixação de resultados com o paciente; PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA 34 FINALIDADES DO PLANEJAMENTO Comunicação entre cuidadores; Direcionar o cuidado; Documentação; Registro capaz de ser usado posteriormente; 35 O Planejamento 36 de Enfermagem deve prioridades e desenvolver estabelecer resultados; Enfermeiro– classificar os diagnósticos em ordem de importância a partir dos desejos, necessidades e segurança do cliente. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA Estabelecimento de prioridades PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA 37 PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA Resultados esperados Diagnóstico de enfermagem: Integridade da pele prejudicada relacionada a imobilização física evidenciada por ferida com área de erosão de 8cm na região trocantérica direita; Resultados esperados ? 38 PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA 39 Para que o resultado seja centrado no cliente sugerimos que o enfermeiro ao escrevê- lo, pense na frase: O cliente irá..... Ter melhor integridade da pele na região trocantérica direita; Estabelecer o período em que espera o alcance da meta: O cliente irá.... Ter melhor integridade da pele na região trocantérica direita com redução da área em 30 dias. 40 PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA Nursing outcomes classification - NOC Classificação dos resultados de Enfermagem; Contém os resultados esperados para cada diagnóstico de Enfermagem da taxonomia NANDA; 41 Pode ser uma 42 fase de planejamento da assistência e visa auxiliar, por meio da análise de indicadores, a obtenção dos resultados referentes a melhora, ou não, do estado de saúde dos clientes. Diagnósticos de enfermagem -> NOC - resultado esperado – (RE) Nursing outcomes classification - NOC Para cada resultado esperado, encontram-se listados indicadores, em escala de cinco pontos, 43 Durante avaliação diária, os resultados deverão ser atualizados e o enfermeiro analisar os pontos obtidos em cada indicador de saúde, a fim de verificar a melhora, ou não, do estado de saúde; Nursing outcomes classification - NOC 44 45 PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Deve ter como subsídio a evolução de enfermagem; É feita em impresso próprio, dando sequência à evolução de enfermagem; É feita exclusivamente pelo enfermeiro; Para toda prescrição deve haver um diagnóstico prévio; 46 É feita diariamente para todos os pacientes, tendo no máximo 24 horas de validade, devendo ser alterada sempre que necessário, precedida de uma evolução; Discutidas com a equipe e sempre que possível, discutidas com o paciente; Deve ser datada e assinada; 47 PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Elaboração de prescrições pré-formatadas – cuidado não individualizado SAE cuidado individualizado Priorizar diagnóstico -> Prescrições 48 PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Exemplo de prescrição pré-formatada: * Trocar curativo do acesso vascular central a cada 24 h. 49 PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Cuidado individualizado Trocar curativo do acesso vascular central puncionado na veia subclávia direita a cada 24 horas, e sempre que estiver sujo, úmido ou solto. Limpar a área com clorexidina degermante (a 2%) e remover a solução com soro fisiológico (SF) a 0,9% (SF 0,9%) (10ml). Realizar o curativo com gaze e fita hipoalergênica. Anotar, no curativo realizado, a data da punção e a data do curativo. Assinar. Caso detecte sinais flogísticos (dor, calor, rubor, edema ou disfunção orgânica), solicite avaliação do enfermeiro. 50 51 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA 52 Quarta etapa do processo de enfermagem. Reeves (1993) vêem a Stanton, Paul e implementação da assistência de enfermagem como ações prescritas, necessárias a obtenção dos definidos durante o resultados esperados, planejamento. Souza et al. (2008) ressaltam que a implementação deve resultar em benefício para o paciente, ser respaldada na investigação (anamnese e exame físico) e na identificação dos diagnósticos de enfermagem e partir de um planejamento individualizado. Ao enfermeiro compete prioritariamente: Diagnósticos de Enfermagem e Planejamento de enfermagem. 53 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA Ao colocar em prática as prescrições, o enfermeiro deverá estar constantemente investigando e reinvestigando tanto as respostas do paciente quanto seu próprio desempenho, pois o ser humano é imprevisível e precisa ser monitorado cuidadosamente (ALFARO-LEFREVE, 2005). 54 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA O foco da enfermagem é o cuidado do ser humano nas esferas biopsicossociais e espirituais do comportamento humano. A consulta de enfermagem deve ser centrada no levantamento das necessidades do paciente, levando em consideração que estas vão muito além das demandas biológicas. 55 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA CLASSIFICAÇÃO DE INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM - NIC Estrutura taxonômica validada e codificada; Voltada para a NANDA – I; Reconhecida internacionalmente; Inclui aspectos fisiológicos e psicossociais; Intervenções direcionadas a tratamento de doenças, prevenção e promoção da saúde; Nomeia e descreve intervenções em resposta a um diagnóstico de enfermagem que foi estabelecido. INTERVENÇÃO Definição: “ Qualquer tratamento, baseado em julgamento clínico e no conhecimento, realizado por uma enfermeira para aumentar os resultados obtidos pelo paciente/cliente. ” Estrutura - NIC para desempenhar a Cada intervenção possui: Título; Definição; Lista de atividades intervenção; Atividade: selecionadas de acordo com a necessidade do cliente/paciente • Controle de EnergiaTítulo Definição • Regulação do uso de energia para tratar ou prevenir a fadiga e otimizar as funções. • Determinar as limitações físicas do paciente. • Encorajar a verbalização de sentimentos sobre as limitações. • Auxiliar o paciente a organizar a prioridade das atividades. Atividades 60 AVALIAÇÃO/ EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM 61 É a quinta etapa do processo de enfermagem Relato (diário) das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano enquanto estiver sob assistência profissional. uma avaliação global da enfermagem implementada Em síntese, é prescrição de (Horta, 1979). Registro realizado após avaliação do estado geral do paciente, para nortear o planejamento a ser prestado e informar o resultado das de enfermagem (BAPTISTA, et al., condutas implementadas 2001); AVALIAÇÃO/ EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM 62 Deve ser feita em impresso próprio; Realizada diariamente para todos os pacientes internados ou em observação (data e o horário da execução); Refeita, em parte ou totalmente - alterações no estado do paciente; Constar os problemas prioritários para a assistência nas próximas 24 horas; 63 AVALIAÇÃO/ EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM primeira evolução – o 64 Na elaboração da enfermeiro resume sucintamente as condições gerais do paciente detectadas durante a etapa de investigação e relaciona os problemas a serem atendidos já nessa primeira intervenção. AVALIAÇÃO/ EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM problemas 65 deve constar na A resolução dos evolução do dia; A alta da enfermagem deve ser registrada na evolução; AVALIAÇÃO/ EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM Como o paciente progrediu em termos dos resultados esperado (RE), melhorou, piorou ou permaneceu o mesmo? Os diagnósticos de enfermagem são precisos? 66 AVALIAÇÃO/ EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM As necessidades do paciente foram atendidas? O paciente apresenta novas necessidades? Quais ações de enfermagem preciso rever? Devo reordenar as prioridades? A prescrição precisa ser revista? Última etapa – não o conclui – reavaliação – reinício do processo; 67 AVALIAÇÃO/ EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM 1.Histórico de Enfermagem 2. Diagnóstico de Enfermagem 3. Planejamento 4. Implementação de Enfermagem 5. Avaliação de Enfermagem PROCESSO DE ENFERMAGEM Enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torna-lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do autocuidado; de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais.
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