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Comentário Bíblico Pentecostal - 09 Judas

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Prévia do material em texto

JUDAS
Roger Stronstdd
INTRODUÇÃO
1. Autoria
Jesus foi o filho primogênito de Maria 
e José, seu pai adotivo (Lc 2.7). Até o 
começo do seu ministério a família cresceu, 
incluindo quatro irmãos mais jovens e 
um número não específico de irmãs. 
Marcos identifica os quatro irmãos de 
Jesus como: Tiago, José, Judas e Simão 
(Mc 6.3), presumivelmente listando-os 
do mais velho ao mais novo. Nesta lista 
de irmãos de Jesus, Mateus inverte a ordem 
de dois irmãos mais novos (Mt 13.55). 
O autor da carta que traz o nome de Judas 
identifica-se como “Judas, servo de Je ­
sus Cristo e irmão de Tiago”. Entre os 
diversos Judas do Novo Testamento, este 
é o único que pode ser um dos quatro 
irmãos mais novos de Jesus.
Nos primeiros dias do ministério pú­
blico de Jesus, sua família não o aceitava 
como o Messias. Certo dia, depois que uma 
grande multidão havia se reunido em torno 
de Jesus, seus familiares vieram para levá- 
lo, alegando que Ele estava fora de si (Mc 
3.21). Apesar de seus parentes não po­
derem aceitar a opinião de outros mem­
bros da família, logo depois disto, a mãe 
dejesus e seus irmãos também vieram buscá- 
lo (Mc 3-31,32). Mais tarde, não crendo 
nEle, seus irmãos escarneciam-no dizendo 
que subisse a Jerusalém, à Festa dos 
Tabemáculos, para que ali realizasse milagres 
e se mostrasse ao mundo (Jo 7.1-5).
Porém antes do Dia de Pentecostes, 
após a Páscoa dos Judeus durante a qual 
Jesus foi crucificado, a situação mudou; 
além dos apóstolos, “Maria, mãe de Je ­
sus e... seus irmãos” são contados entre 
os 120 cristãos que estão constantemente 
em oração (At 1.14). Mais tarde, escre­
vendo à Igreja em Corinto, Paulo dá uma 
explicação a respeito da transição da in­
credulidade dos irmãos (Jo7.5) para sua 
fé (At 1.14). Escrevendo sobre a mani­
festação da ressurreição de Jesus, ele 
declara: “Depois, foi visto por Tiago” (1 
Co 15.7). O Novo Testamento se man­
tém, de um modo impressionante, silen­
cioso sobre se Jesus apareceu ou não a 
Judas e aos outros irmãos. Independen­
te dejesus ter ou não aparecido a eles, a 
realidade de sua ressurreição transformou 
Judas e seus irmãos em crentes.
Com o passar do tempo, Tiago se tornou 
um proeminente líder na Igreja que estava 
emjerusalém (At 15.12-21; G11.19; 2.9). 
Em contraste, nem Judas nem seus ou­
tros dois irmãos, José e Simão, são iden­
tificados fora dos Evangelhos. Contudo, 
como os outros apóstolos e como Pedro, 
Judas e seus irmãos viajaram por causa 
do evangelho (1 Co 9-5). Neste contex­
to de um ministério difundido, Judas es­
creve sua carta. Eusébio relata a tradi­
ção encontrada em Hegesipo, que diz 
ter o imperador Domiciano (81-96 d.C.) 
mandado executar dois netos de Judas 
por serem descendentes de Davi (Eusébio, 
H istória Eclesiástica, 3-19-1)-
2. Data e Local onde a Carta Foi 
Escrita
Em sua saudação, Judas não dá pistas a 
respeito da data ou lugar onde a carta foi 
escrita. Alguns deduzem uma data tardia, 
mesmo pós-apostólica, a partir de duas 
afirmações de Judas: (1) Ele escreve so­
bre a “fé que uma vez foi dada aos san­
tos” (v.3). (2) Conclama seus leitores a 
lembrarem-se das palavras que “foram 
preditas pelos apóstolos de nosso Senhor 
Jesus Cristò” (v. 17). Mas estas afirmações 
não implicam necessariamente em uma 
data posterior. A fé que estava confiada 
aos santos é a mensagem do evangelho 
que foi desde o início dada aos discípu­
los, e por intermédio deles aos seus con­
vertidos. Além disso, a profecia apostóli­
ca a respeito dos escarnecedores dos úl­
timos dias (w. 17,18) não implica nem que 
os apóstolos estejam mortos, nem que uma
1807
JUDAS
era futura tenha se iniciado, pois eles 
ensinaram que com o derramamento do 
Espírito Santo no Pentecostes, os últimos 
dias já haviam chegado (At 2.17).
O problema da imoralidade na Igreja, 
que é o assunto tratado por Judas em sua 
carta, não foi um problema desenvolvi­
do mais tarde. Surgiu tão cedo quanto a 
época em que Paulo escreveu às igrejas 
da Galácia e de Roma, e continuou a ser 
um problema até o final do primeiro sé­
culo (Ap 3.4). Com base nessas observa­
ções, podemos concluir que Judas deve 
ter escrito sua carta durante seu ministé­
rio ativo. Se 2 Pedro tomou algo empres­
tado de Judas, então Judas deve ter escri­
to esta carta algum tempo antes do mar­
tírio de Pedro em Roma, durante o reina­
do de Nero.
Judas também não dá nenhuma infor­
mação direta sobre os destinatários, ou o 
lugar onde a carta foi escrita. Mas sua carta 
pertence ao ambiente do judaísmo. Na­
turalmente, mas não certamente, isto es­
tabelece o lugar da escrita como sendo 
algum ponto da Palestina. Porém sabe­
mos a partir da primeira carta de Paulo 
aos coríntios, que Judas (e os outros ir­
mãos de Jesus) viajou por todo o Impé­
rio Romano (1 Co 9-5). Portanto, esta carta 
pode ter sido escrita de qualquer parte do 
império que fosse consistente com a at­
mosfera judaica expressa na carta de Judas. 
Uma vez que há um relacionamento lite­
rário entre Judas e 2 Pedro, sua origem 
pode ser a própria Roma, com sua gran­
de e mesclada comunidade judaica e ju- 
daico-cristã.
3· Destinatários
Judas endereça sua carta “aos chamados, 
queridos em Deus Pai e conservados por 
Jesus Cristo” (v .l). Estes cristãos chama­
dos queridos e conservados são uma 
comunidade, ou comunidades de judeus 
que se converteram ao cristianismo. Os 
destinatários podem ser os próprios 
moradores da Palestina ou de uma parte 
do mundo da Diáspora, onde os judeus 
tinham aceitado a Jesus como o seu Cris­
to ou Messias. O ambiente judaico-cris- 
tão da carta é evidenciado pelo fato de
estar enraizada no Antigo Testamento, e 
tervalorizado os escritos pseudo-epigráficos.
Assim como a comunidade carismática 
que foi estabelecida emjerusalém a par­
tir do Dia de Pentecostes (At. 2.1-6.7), os 
destinatários de Judas também são uma 
comunidade carismática. Os apóstolos que 
lhes falaram são profetas (Jd 17,18). Em 
contraste, os falsos mestres em seu meio 
“não têm o Espírito” (v. 19). Apesar desta 
acusação contra os falsos mestres, Judas 
conclui que os apóstolos têm o Espírito; 
isto é, são os verdadeiros profetas. Além 
disso, sem qualquer explicação mais 
detalhada, Judas instrui seus leitores a orarem 
“no Espírito Santo” (v.20). Não explica o 
que quer dizer com esta instrução, pois 
sabe que faz parte da vida carismática da 
comunidade à qual escreve.
4. Ocasião e Propósito
Entre a ocasião em que Judas primeira­
mente considerou escrever para o seu povo, 
e a época em que na verdade escreveu, 
toma conhecimento de que “se introdu­
ziram [secretamente] alguns... homens 
ímpios” (v.4). Judas identifica estes ho­
mens como “adormecidos” (v.8), uma 
palavra comumente empregada para pro­
fetas carismáticos (At 2.17; Jl 2.28). Pró­
ximo ao final de sua carta, Judas também 
observa que eles “não têm o Espírito” (v. 19). 
Estes indivíduos, então, são provavelmente 
(falsos) profetas itinerantes, que vieram 
aos destinatários da carta de Judas. Quaisquer 
que sejam suas alegações a fim de vali­
dar seus ministérios, fica evidente que são 
falsos profetas pelas observações de que 
“convertem em dissolução a graça de Deus 
e negam a Deus, único dominador e Se­
nhor nosso, Jesus Cristo” (v.4b). Assim, 
como os falsos mestres ou falsos profe­
tas de 2 Pedro, defendem uma libertina­
gem moral, que é nada menos do que uma 
negação moral dejesus.
Neste contexto Judas escreve com três 
propósitos: (1) De um lado, os seus lei­
tores estão lutando pela fé que uma vez 
lhes foi entregue (v. 3) pelos verdadeiros 
profetas, os apóstolos (v.17). Por outro 
lado, devem rejeitar a “nova” revelação- 
sonho dos falsos profetas. (2) Judas tam­
JUDAS 1-2
bém pede aos seus leitores que perseve- 
rem na caminhada cristã (w . 17-21) e (3) 
Finalmente, conclama seus leitores apre­
servar outros em misericórdia (w .22,23).
ESBOÇO
1. Destinatários (w . 1,2)
2. AAdvertência com Exemplos (w.3-l6)
2.1. A Razão da Advertência -
A Infiltração de Homens ímpios (w.3,4)
2.2. A Lembrança de Julgamentos 
Passados (w. 5-7)
2.2.1. A Destruição daqueles que não 
Creram (v.5)
2.2.2. O Julgamento Celestial (v.6)
2.2.3. O Julgamento Cívico (v.7)
2.3. O Primeiro Conjunto de Traços do 
Caráter (w.8-10)
2.3.1. O Contraste com a Submissão dos 
Anjos à Autoridade (w.8,9)
2.3.2. Uma Marca Registrada: A Rebelião 
(v. 10)
2.4. Protótipos do Antigo Testamento (v. 11)
2.5. O Segundo Conjunto de Traços do 
Caráter (w.12,13)
2.5.1. A Primeira Metáfora - 
As Promessas Quebradas (v. 12)
2.5.2. A Segunda Metáfora - 
A Instabilidade (v. 13)
2.6. A Certeza do Julgamento (w l4-l6)
3. A Chamada à Perseverança (w. 17-23)
3.1. A Conscientização da Situação Atual 
(w. 17-19)
3.2. Exortações a Perseverar (w.20,21)
3.3. Evangelizar com Misericórdia 
(w.22,23)
4. Doxologia (w. 24,25)
COMENTÁRIO
1. Destinatários (w . 1,2)
Judas inicia sua carta com um formato padrão 
para as cartas do primeiro século: reme­
tente, destinatário, e bênção (At 15.23; 1 
Pe 1.1). Judas identifica-se como “servo 
de Jesus Cristo” e não como seu irmão. 
Alguns comentaristas acreditam que isto 
demonstre humildade de sua parte, en­
quanto outros pensam que Judas deseja 
levar a verdade de que sua ligação de 
parentesco com Cristo, como meio-irmão, 
de maneira nenhuma lhe conferiu a pri­
mazia ou alguma posição de destaque. Na 
verdade, contudo, ele está adotando um 
termo que Pedro, João e Paulo também 
usam para se identificar.
As três identificações dos destinatári­
os são significativas com relação ao res­
tante da carta. Judas dirige-se a eles como: 
(1) aos “chamados”, (2) aos “queridos em 
Deus Pai”, e (3) aqueles que são “conser­
vados por Jesus Cristo”. O chamado de 
Deus é para toda a humanidade (1 Pe 2.9). 
Judas está se referindo aqui a um chama­
do para a salvação, e não a um chamado 
específico para o ministério. Começa com 
esta qualificação, para distinguir seus leitores 
daqueles que negam o senhorio de Cris­
to através de atos libertinos. A realidade 
de serem amados por Deus é a base de 
seu chamado. Não é fundamentado em 
alguma obra que tenham feito anterior­
mente; o amor e a misericórdia de Deus 
estabelecem seu chamado. Mais tarde, ele 
os advertirá a “conservarem-se no amor 
[caridade] de Deus” (v.21). Finalmente, os 
leitores de Judas recebem a proteção di­
vina de Cristo, a garantia da salvação; a 
maior segurança para os cristãos é que o 
próprio Senhor os está guardando (SI 121.7;
1 Pe 1.5).
Judas segue seu endereçamento com 
uma saudação que é, de fato, uma bên­
ção: “A misericórdia, e a paz, e a cari­
dade vos sejam multiplicadas”. Esta é di­
ferente das bênçãos características de 
Paulo, “graça a vós e paz...” (Fp 1.2; Cl 
1.2), e de Pedro, “graça e paz vos se­
jam multiplicadas...” (1 Pe 1.2, 2 Pe 1.2). 
Judas inicia sua saudação com a pala­
vra “misericórdia”. A misericórdia de Deus, 
tão grande e incomparável, perdoa os 
nossos pecados. Este é um termo sig­
nificativo para o autor, pois aparece três 
vezes ao final desta pequena carta. 
Começando e terminando sua carta desta 
maneira, Judas deseja que seus leitores 
reconheçam e administrem misericór­
dia do princípio ao fim. Até mesmo as 
passagens obscuras que falam sobre o
1809
JUDAS 3-7
juízo devem ser lidas através das lentes 
da misericórdia.
“Paz”, no Novo Testamento, é muito 
mais do que simplesmente uma ausên­
cia de guerra. É uma condição estabelecida 
de relacionamento. Considerando que todos 
nós estávamos em inimizade com Deus 
(isto é, em oposição a Deus) antes da 
conversão, os cristãos estão agora em um 
relacionamento de paz (isto é, de bem- 
estar) com Ele. A ordem das palavras aqui 
é importante: a misericórdia precede a paz 
na conversão do pecador.
“Amor” completa a tríplice saudação. 
Está ligado à marca identificadora conti­
da no verso 1, “qüeridos em Deus Pai”. 
O amor caracteriza o relacionamento de 
Deus com o cristão e a vida abundante 
que o cristão deve experimentar.
Paz e amor, juntamente com a miseri­
córdia, são pronunciados “em abundân­
cia” ou “multiplicadas”, sobre os destina­
tários. A vida cristã demonstra a bonda­
de de Deus através destas três qualida­
des. Na verdade, William de Langland em 
Piers P low m an escreveu: “Mas toda a 
maldade que o homem possa fazer ou pensar 
no mundo não é, para a misericórdia de 
Deus, mais do que um pedaço de carvão 
em brasa no oceano”.
2. A Advertência com Exemplos
(w . 3-16)
2.1. A R azão d a Advertência 
— A Infiltração de 
H om ens ím pios Çvv.3,4)
Judas identifica os destinatários de sua 
carta como “queridos”. Isto é importan­
te, pois o tom da carta adquire uma se­
veridade que não é comum nas cartas do 
Novo Testamento. Judas torna os seus 
leitores conscientes de uma carta que 
planejou escrever-lhes, mas foi interrom­
pido devido à urgência da situação atu­
al. Deste modo, a carta sobre a salvação 
que compartilhavam nunca entrou no 
cânon, ao passo que a carta mais urgen­
te, que Judas sentiu que deveria enviar, 
entrou. As circunstâncias atuais garanti­
ram uma carta poderosa, sucinta e de 
advertência. À medida que a carta pro­
gride, o leitor começa a entender a ne­
cessidade de Judas pela urgência.
Judas exorta seus leitores a “batalhar 
pela fé”. Não há nenhuma dúvida de que 
esta é a mesma salvação a que tinha se 
referido. Judas classifica esta fé através da 
frase: “Que uma vez foi dada aos santos”. 
Esta qualificação é de grande importân­
cia. Enfatiza dois elementos principais da 
fé cristã: (1) Não há nenhuma nova reve­
lação em termos de cânon (isto é, a reve­
lação foi dada de uma vez por todas); (2) 
esta fé tem sido confiada aos crentes.
No verso 4, Judas claramente estabele­
ce a motivação que está por trás desta carta: 
“Porque se introduziram alguns... homens 
ímpios”. A exortação é severa e franca. O 
acesso disfarçado destes heréticos na co­
munhão cristã não diminui a verdade so­
bre quem são. Fica claro que a condena­
ção destes tem sido estabelecida há mui­
to tempo. Estes homens são chamados de 
“ímpios”, pois “convertem em dissolução 
a graça de Deus”. É precisamente o fato 
de promoverem a libertinagem que 
concomitantemente faz que neguem ajesus 
Cristo como Senhor. Desta maneira são 
semelhantes aos falsos mestres de 2 Pedro 
(veja os comentários sobre esta carta).
Em contraste com os falsos mestres 
mencionados em 2 Pedro, no entanto, Judas 
tem duas diferenças notáveis: (1) Enquanto 
Pedro observa estes indivíduos desde o 
início como “falsos mestres”, Judas sim­
plesmente os qualifica como “alguns”. (2) 
A segunda carta de F’edro é um aviso contra 
aqueles que p od er iam entrar na comu­
nhão da verdadeira fé (2 Pe 2.1). Mas em 
Judas, a infiltração já havia começado. Este 
fato colabora para a urgência e a lingua­
gem direta da carta de Judas.
2.2. A Lem brança de
Juleam entos Passados 
(w.5-7)
2.2.1. ADestruição daqueles que não 
C reram (v. 5). Agora Judas continua a 
provar, a partir dos precedentes históri­
cos, que Deus não permitirá que este atual 
tipo de imoralidade e subversão continue. 
Como Pedro em sua Segunda Epístola, Judas
1810
JUDAS 6-7
lembra seus leitores que agora conhecem 
os seus ensinos (isto é, sobre a fé que de 
uma vez por todas lhes foi dada). À luz 
da grande salvação divina de Israel da 
escravidão do Egito, os leitores devem ter 
em mente que tal libertação não é uma 
garantia de segurança eterna. Na verda­
de, as pessoas que foram libertas (isto é, 
redimidas) da escravidão do Egito pelo 
poder de Deus, foram destruídas no de­
serto por sua incredulidade. Judas está 
claramente usando este exemplo para 
exortar seus leitoresde que, mesmo que 
certas pessoas tenham declarado sua fé 
em Cristo, se um estilo de vida contínuo 
de fé não estiver presente, a realidade do 
julgamento é iminente. Esta é a primeira 
prova das Escrituras.
2 .2 .2 .0 Julgam ento Celestial (v .6). 
Judas passa agora de sua segunda prova 
da história da salvação dos judeus, para 
o julgamento celestial dos anjos desobe­
dientes. Como em 2 Pedro, Judas se refe­
re ao conteúdo de 1 Enoque e a partes 
do Antigo Testamento para reforçar os seus 
exemplos. Talvez o uso que Judas faz do 
julgamento dos anjos tivesse o objetivo 
de demonstrar a imparcialidade dos atos 
justos de Deus. Certamente, se Deus não 
poupou aos anjos, que foram criados um 
pouco maiores que a raça humana, que 
oportunidade as pessoas terão se persis­
tirem no pecado e na incredulidade?
Este assunto, no entanto, é mais pro­
fundo. Judas pesquisa a respeito deste 
motivo. Estes anjos “deixaram a sua pró­
pria habitação”, ou seja, “não mantiveram 
sua posição de autoridade”. Isto é importante, 
pois esta prova do precedente histórico 
demonstra um julgamento devido à rebelião. 
Os anjos rebeldes que Judas tem em mente 
não estavam contentes em permanecer 
na ordem ou domínio para os quais Deus 
os havia ordenado. Este conceito será 
desenvolvido com mais detalhes na pas­
sagem em que Judas se refere especifi­
camente à disputa entre Miguel e Sata­
nás (v.9). Estes anjos estão reservados 
na escuridão, esperando o julgamento 
do último dia. Observe que o método de 
restrição aos anjos é “na escuridão e em 
prisões eternas até ao juízo daquele grande
Dia”. Judas quer mostrar aos seus leito­
res a gravidade do pecado da rebelião e 
da libertinagem.
2.2.3. OJulgamento Cívico (v.7). Judas 
une esta terceira prova das Escrituras ao 
julgamento dos anjos através da frase: “Assim 
como”. A ligação tem duas explicações 
possíveis:
1) A ligação pode ser de causa. Isto é, assim 
como “Sodoma, e Gomorra, e as cidades 
circunvizinhas” foram punidas por suas 
perversões e imoralidades, assim também 
os anjos foram mantidos em prisões. Se esta 
explicação estiver correta o pecado dos anjos 
pode ser a união sexual com as mulheres 
humanas (Gn 6.1-4). Esta explicação tem 
algum valor apesar do crescente conheci­
mento de Gênesis que parece interpretar 
“filhos de Deus” em Gênesis 6, não como 
seres angelicais, mas como uma linhagem 
de Sete.
2) A ligação entre os anjos rebeldes e Sodoma 
e Gomorra talvez seja melhor expressa pelo 
fato de ambas serem citadas como exemplos 
de punição pelo pecado e pela incredu­
lidade, com a violação específica da pu­
reza sexual citada no caso das cidades da 
planície. A ligação para os três exemplos 
é que cada um trata com a desobediên­
cia e a falta de fé. Além disso, cada um 
trata do julgamento inevitável que acon­
tece como resultado do pecado, com três 
pecados diferentes sendo listados: deso­
bediência, rebelião e imoralidade sexu­
al. Observe abaixo a lista de exemplos de 
precedentes históricos, julgamento e ra­
zão para o julgamento:
Exemplo Julgamento Razão
Libertação 
do Egito
Destruição 
daqueles que 
não creram
Incredulidade
Anjos Trevas/ 
mantidos 
em cadeias
Rebelião
Sodoma e 
Gomorra
Fogo eterno Imoralidade
sexual/
perversão
Com estes três exemplos, Judas agora 
começa a mostrar as semelhanças alarmantes 
do problema contemporâneo que seus 
leitores estão enfrentando.
JUDAS 8-11
2.3· O Prim eiro Conjunto de 
Traços do Caráter 
(w . 8-10)
2 .3 .1 .0 Contraste com a Submissão 
dos Anjos à Autoridade (w .8 ,9 ). A chave 
para se entender os versos 8-10 está liga­
da à palavra “semelhantemente”. Isto as­
sinala o propósito de Judas para as três 
ilustrações que acaba de citar. Agora muda 
de “alguns” para “adormecidos” (isto é, 
profetas autoproclamados: veja na Intro­
dução o tópico “Ocasião e Propósito”). 
Estes homens têm três traços de caráter 
dominantes: Luxúria (“contaminam a sua 
carne”), rebelião (“rejeitam a dominação”) 
e irreverência (“vituperam as autoridades”) . 
Observe na lista abaixo como estes três 
traços de caráter estão em paralelo com 
aqueles exemplos de exortação sobre o 
julgamento.
Razão
(histórica)
Incredulidade
Rebelião
Imoralidade
Acusação
(contemporânea)
Rejeição de autoridade 
Difamação de seres 
celestiais 
Contaminação de
sexual / perversão seus próprios corpos
uso que Judas faz deste texto mostra que 
nem mesmo um arcanjo é autônomo,Isto 
é um contraste com aqueles anjos que 
agiram independentemente quando “não 
guardaram o seu principado, mas deixaram 
a sua própria habitação” (v.6). Os dois 
exemplos são dados para ilustrar os atos 
que são por natureza autônomos em relação 
à ordem estabelecida por Deus. Para re­
lacionar isto ao presente, Judas nos dá 
um rigoroso contraste; estes homens que 
falam abusivamente contra o que não 
entendem são completamente opostos 
à dependência de Deus, a quem profes­
sam servir.
2.3 .2 . Uma M arca Registrada: A Re­
belião (v .10). Como em 2 Pedro, Judas 
refere-se a estes indivíduos como “animais 
irracionais”. A marca registrada destes 
homens ímpios é seu desdém em relação 
à autoridade, isto é, agem de modo autô­
nomo. Toda igreja, toda instituição reli­
giosa, na verdade toda família, está pe­
nosamente ciente desta triste verdade: os 
problemas se originam do desprezo à 
autoridade. De fato, após constantes abusos, 
estes indivíduos não são mais humanos, 
porém animais — criaturas dirigidas pelo 
instinto.
Para muitos, estes traços de caráter 
são bem familiares nos círculos de al­
gumas igrejas “modernas” em nossos dias. 
Basta olharmos para algumas das “tra­
palhadas” destes tele-evangelistas que 
pisam duramente na cabeça de Satanás, 
ou fingem competir com este em fren­
te às câmeras, para sermos surpreendi­
dos de quão perto chegamos do para­
lelo da descrição que Judas faz daque­
les que moralmente negam o senhorio 
de Cristo.
Para mostrar o extremo a que estes in­
divíduos têm chegado, Judas cita que 
mesmo os anjos de mais elevada posi­
ção nunca entraram em uma disputa 
irreverente com Satanás (v.9). A referência 
de Judas à disputa entre Miguel e Sata­
nás pelo corpo de Moisés origina-se do 
livro apócrifo Assunção de Moisés- (cf. 
Testamento de Moisés). Mas este não é 
o significado completo da ilustração. O
2.4. Protótipos do Antigo 
Testamento (v. 11).
Judas novamente usa um exemplo triplo 
de como estes homens pecadores têm 
agido. Na primeira tríade (w .5-7), es­
tabeleceu o fato irrevogável do julga­
mento sobre o pecado. Na tríade atual, 
Judas expõe a natureza do pecado de­
les. Observe na tabela a seguir como Judas 
habilmente escreveu o seu argumento 
a partir dos precedentes históricos. Cada 
tríade de exemplos está edificada sobre 
a anterior. Começa por uma maldição 
mencionada no Novo Testamento: “Ai 
deles”. De fato, assim como o Senhor 
pronunciou o julgamento para os escribas 
e fariseus incrédulos, Judas pronuncia 
a mesma maldição para estes homens 
maus. É aqui que Judas se alinha com a 
avaliação de Pedro destes homens como 
“falsos mestres”. Por esta razão, a seve-
1812
JUDAS 12-13
ridade do julgamento é ainda maior. 
Explica as ações deles através da prova 
das Escrituras:
Exemplos
Caim
Corá (ou Coré) 
Balaão
1) “Entrarampelo caminho de Caim”. Caimfoi 
o primeiro homicida (Gn 4.1-9). Mais do que 
isto, foi invejoso e fugiu de qualquer res­
ponsabilidade por seu irmão, e, assim, re­
jeitou a lei natural de Deus contra o homi­
cídio. De acordo com Hebreus 11.4, Caim 
serve como exemplo de um homem sem 
fé. No caso dos falsos mestres, seguir o caminho 
de Caim implica em homicídio espiritual. 
Isto significa que eles mesmos não se con­
sideram responsáveis pelos atos de seus ir­
mãos. Na verdade, definitivamente, nâoexiste 
amor nesteshomens.
2) “Foram levados pelo engano do prêmio 
de Balaão”. Como em 2 Pedro, Judas usa 
os pecados de Balaão como exemplo do 
que estes homens são. Balaão foi um fal­
so profeta e um paradigma de falso mes­
tre, o que mostra o modus operandi dos 
sonhadores contemporâneos e dos falsos 
profetas. A referência explícita ao “prêmio 
de Balaão” aqui em Judas, e ao “prêmio 
da injustiça” em Pedro 2.15 (também em 
Ap 2.14) dão a idéia de atos motivados por 
ganância.
O pecado de Balaão foi tão grave quanto 
o daqueles homens — o sincretismo. Isto 
é o que o torna tão sedutor, e por esta razão 
se introduziram sem serem notados. A 
ostensiva heresia poderia ter sido imedi­
atamente detectada. Mas estes homens 
penetraram secretamente na comunhão, 
e, de modo sedutor, espalharam seu sin­
cretismo licencioso oferecendo um cris­
tianismo que, na verdade, não é cristia­
nismo. A referência a Balaão vem de Nú­
meros 25, onde induziu os filhos de Isra­
el ao sincretismo (isto é, à união da ado­
ração a Jeová com a adoração a Baal). A
Razão
(histórica)
Descrença
Revolta
Acusação
(contemporânea) 
Rejeição à 
autoridade 
Difamação de 
seres celestiais
Imoralidade 
sexual/
perversão/ próprios corpos
Contaminação 
de seus
porta de entrada ao sincretismo foi a “imo­
ralidade sexual” entre os homens de Is­
rael e as mulheres moabitas (Nm 25.1). 
Deste modo, os falsos mestres, movidos 
pela ganância, inclinaram-se aos erros de 
Balaão, introduzindo uma negação mo­
ral do senhorio de Cristo, enquanto ain­
da mantinham uma aparente ortodoxia.
3) “Pereceram na contradição de Corá”. Aqui 
está o ponto crucial da prova das Escritu­
ras quanto aos atos pecaminosos destes 
homens. O nome Corá é sinônimo de re­
volta contra a liderança nomeada e ungida 
(Nm 16.1 e seguintes). Este traço de cará­
ter se une à segunda tríade de ilustrações. 
Assim como Corá desejou ser independente 
dos líderes israelitas divinamente nomea­
dos, estes homens também desdenham dos 
seres celestiais que não agem de maneira 
autônoma.
2.5. O Segundo Conjunto de 
Traços do Carãter 
(w . 12,13)
Judas então passa novamente a carac­
terizar os falsos mestres, desta vez usan­
do uma linguagem mais intensa e seve­
ra. Ao invés de alimentar o rebanho de 
Deus com a verdade, estes indivíduos, em 
sua ganância, alimentam-se a si mesmos 
(Ez 34.2). Como em 2 Pedro, Judas usa 
figuras médicas para estes homens: “Man­
chas em vossas festas de caridade” (v.12). 
Isto é, são máculas naqueles que vivem 
retamente. O sentido mais profundo de 
ko in on ia (“comunhão”) é a refeição co­
mum entre os crentes, uma festa de cari­
dade, ou banquete de amor. Judas enfatiza 
que estes indivíduos participam desta festa 
sem qualquer sentimento de consciência 
que os possa condenar. Estão ali por si 
próprios, alimentando-se a si mesmos.
2.5.1. A Prim eira M etáfora-A s Pro­
m essas Q uebradas (v .1 2 ). Judas traz 
então uma cadeia de metáforas relaci­
onadas. O primeiro par contém metá­
foras de promessas não cumpridas. As 
nuvens e as árvores de outono são me­
taforicamente usadas para transmitir a 
promessa. O lavrador olha para as nu­
vens esperando a chuva; o semeador olha
1813
JUDAS 14-23
para as árvores no outono esperando 
os frutos. No entanto, estas nuvens es­
tão sem chuvas, e estas árvores, sem frutos. 
Na verdade, estas árvores estão desar- 
raigadas — duplamente mortas — an­
tes de mais nada, estão mortas por não 
terem dado os frutos esperados; então, 
sendo desarraigadas, morrem desde a 
raiz. Isto é uma figura de promessa não 
cumprida; assim também estes homens 
são cheios de promessas vãs e vazias.
2.5.2. A Segunda M etáfora— Alns- 
tabilldade (v .13). O segundo par con­
tém metáforas de instabilidade. Ondas 
bravias do mar são instáveis para os ma­
rinheiros. Do mesmo modo, um marinheiro 
que delineia o seu curso por estrelas er­
rantes, com certeza perde-se no mar. Assim, 
estes homens são instáveis; os verdadei­
ros cristãos não podem colocar sua con­
fiança ou fé neles, pois, como estrelas 
errantes, desviarão a outros.
2.6. A Certeza do Ju lgam ento 
(vv. 14-16)
Judas conclui esta parte dos traços do 
caráter dos falsos mestres, mostrando a 
inevitabilidade do julgamento. Isto é in­
teressante, pois Judas usa Enoque como 
seu modelo; diferentemente dos anjos que 
deixaram seu primeiro estado, Enoque, 
que foi trasladado por Deus por causa de 
sua fé (Gn 5.21-24), profetiza sobre a volta 
do Senhor com seus anjos para o julga­
mento. Judas está aqui citando o livro 
apócrifo de 1 Enoque. O objetivo desta 
citação é óbvio: o Senhor está voltando 
para julgar os infiéis.
No verso 16, Judas oferece um conjunto 
final dos traços do caráter dos incrédu­
los, antes de retomar aos seus leitores cristãos. 
Afigura principal a respeito destes homens 
é que são descontentes. Sempre murmu­
rando e reclamando, nunca estão contentes. 
Assim, “as suas concupiscências” são a 
origem desta queixa. Com grande orgu­
lho envaidecem-se, enquanto lisonjeiam 
a outros apenas por interesses pessoais. 
Mais uma vez, é aterrorizador perceber 
que pessoas como estas estão presentes 
no círculo da Igreja de nossos dias.
3. A Chamada à Perseverança 
(w . 17-23)
3.1■ A C onscientização d a 
Situação Atual (vv. 17-19)
Judas traz agora o círculo completo da 
carta. Mais uma vez, enfoca seus leitores 
como seus “amados”. Como em 2 Pedro, 
conclama-os a lembrarem-se das palavras 
que lhes “foram preditas pelos apóstolos 
de nosso Senhor Jesus Cristo”. Na verda­
de, estes homens subversivos não deve­
riam ter passado desapercebidos pelos 
cristãos, pois sua presença na Igreja tinha 
sido predita pelos apóstolos (veja espe­
cialmente 2Tm 4.1; 2 Pe 3-3)· Infelizmente, 
a presença deles é um sinal “do último 
tempo”. É importante notar que Judas 
contrasta esses homens com os cristãos, 
destacando que “não têm o Espírito”.
3.2. Exortações a Perseverar 
(w.20,21)
Judas contrasta as exortações que profere 
a seus amigos com a exposição dos ho­
mens incrédulos:
Comunidade cristã
Seus membros 
edificam-se em sua 
santíssima fé 
Oram no 
Espírito Santo 
Mantêm-se no 
amor de Deus
Falsos mestres
São homens que 
os dividem com 
heresias
Não têm o Espírito
Têm uma mente 
mundana
Esta “santíssima fé” é a mesma fé com 
que Judas começa sua carta, exortando 
seus leitores a batalharem “pela fé que uma 
vez foi dada aos santos”. Então, acrescenta: 
“Orando no Espírito Santo”. Certamente 
estas palavras ecoam o conceito de Pau­
lo, de orar no Espírito (Ef 6.19). Judas não 
menciona explicitamente se está se refe­
rindo à glossolalia, ou a uma oração no 
Espírito, na língua nativa da pessoa. Contado, 
a ação do Espírito Santo é explícita. Judas 
prossegue, dando mais dois mandamen­
tos: “Conservai a vós mesmos na carida­
de de Deus”, e esperai pela “misericór­
dia de nosso Senhorjesus Cristo”. Observe
1814
JUDAS 24-25
novamente aqui o tema predominante da 
misericórdia e do amor (veja comentári­
os sobre o v. 2), Observe também a fór­
mula trinitária de Judas:
Deus o Pai: Permaneçam no amor de 
Deus.
Jesus Cristo: Esperem pacientemente o 
retomo de Cristo.
Espírito Santo: Orem no Espírito, como 
o agente efetivo.
3-3 · Evangelizar com 
M isericórdia (vv.22,23)
Os verdadeiros cristãos não devem 
somente esperar pela misericórdia do 
Senhor, mas devem também exercitar a 
misericórdia para com os outros. O cris­
tão deve acolher os duvidosos e os céti­
cos com misericórdia. Provavelmente Judas 
se recorde da reação misericordiosa do 
Senhor para com a dúvida de Tomé. De 
qualquer maneira, conclama os cristãos 
a serem misericordiosos com aqueles que 
estão em dúvida. Alguns, no entanto, não 
estão somente duvidosos; já estão no fogo. 
Certamente a referência de Judas ao fogo, 
nesta passagem,é figurada. Contudo, seu 
objetivo maior ainda é “salvá-los” de tal 
condenação eterna.
Nos versos 22 e 23, a “misericórdia” é 
novamente citada como uma ferramenta 
para ganhar ou salvar estas pessoas. Judas
faz alusão a Zacarias 3-1-7, onde as rou­
pas dejosué haviam sido manchadas. Aqui 
temos o testemunho bíblico para uma frase 
freqüentemente citada: “Ame os pecadores, 
odeie o pecado”. Devemos mesclar esta 
misericórdia “com temor”— temor de nossa 
própria vulnerabilidade e inclinação ao 
pecado. É somente pela misericórdia que 
os outros vêem a graça de Deus.
4. Doxologia (w .2 4 ,2 5 )
Judas finaliza sua carta com uma obser­
vação sobre esperança e certeza. A doxologia 
mostra como o cristão pode ter a certeza 
de sua salvação— é Deus quem nos guarda 
da queda. Na verdade, Deus deve ser 
louvado e exaltado por sua habilidade de 
guardar-nos de cair, e apresentar-nos em 
sua presença gloriosa sem máculas e com 
grande alegria. Tendo este conhecimen­
to, atribuímos a Deus, nosso Salvador, “glória 
e majestade, domínio e poder”. À luz desta 
verdade, podemos continuar a servi-lo até 
a sua volta.
O ANTIGO TESTAMI:NTO 
NO NOVO ri:SI/\V1l;\TC)
Μ ΛΙ ASM M O
Ju d a s 9 Z acarias $ .2. A. re p re e n s ã o
a S atan ás
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