Buscar

UFRGS Direito Internacional Publico I – 2017.2 Trabalho 1 Prof Kaku Aluno Volmar

Prévia do material em texto

Disciplina: Direito Internacional Público I 
Professor: William Smith Kaku 
Aluno: Volmar Correa Vieira 
TRABALHO 1 - TEMA: Reparações de Guerra da Alemanha 
NOTÍCIAS 
A seguir, segue a relação de 17 notícias pesquisadas acompanhadas dos 
respectivos títulos, datas e links em ordem cronológica de publicação, e organizadas em 4 
grupos de assuntos mais específicos. As notícias números 2 e 9 não possuem links, mas 
estão anexas ao final do trabalho. O artigo em alemão está traduzido ao final. A notícia 8 
está em francês, e as demais em português ou inglês. 
Grupo 1: Caso do partido PiS (polonês) 
1) For Berlin, the question of Polish reparations was settled long ago (04/08/2017) 
http://www.dw.com/en/for-berlin-the-question-of-polish-reparations-was-settled-long-
ago/a-39972576 
2) Reparations for Poland - Upping the ante - The embattled ruling party picks a fight 
with Germany (19/08/2017) 
(notícia sem link, anexa ao final do trabalho, publicada na revista britânica The 
Economist, 19-26 agosto 2017, v. 424, n. 9054, p. 44) 
3) Poland has no right to WWII reparations, German lawyers say (31/08/2017) 
http://www.dw.com/en/poland-has-no-right-to-wwii-reparations-german-lawyers-say/a-
40319980 
4) Germany rejects Polish call for WWII reparations (08/09/2017) 
http://www.aljazeera.com/news/2017/09/germany-rejects-polish-call-wwii-reparations-
170908162121754.html 
5) Poland Sees Legal Grounds to Demand War Damages From Germany 
(11/09/2017) 
https://www.bloomberg.com/news/articles/2017-09-11/poland-sees-legal-grounds-to-
demand-war-reparations-from-germany 
6) Polônia tem direito a indenizações da Alemanha por II Guerra, afirma parecer 
(11/09/2017) 
https://g1.globo.com/mundo/noticia/polonia-tem-direito-a-indenizacoes-da-alemanha-
por-ii-guerra-afirma-parecer.ghtml 
7) Poland is LEGALLY RIGHT to demand World War 2 reparations from Germany - 
lawyers say (12/09/2017) 
http://www.express.co.uk/news/world/852734/WW2-Poland-reparations-Germany-claim-
against-Nazis-Beata-Szydlo-Angela-Merkel 
8) La Pologne rouvre le débat sur la demande de réparations de guerre à l’Allemagne 
(13/09/2017) 
http://www.lemonde.fr/europe/article/2017/09/13/la-pologne-rouvre-le-debat-sur-la-
demande-de-reparations-de-guerre-a-l-allemagne_5185143_3214.html 
9) Reparationen - Gabriel weist Polen zurück (Reparações - Gabriel rejeita a Polônia) 
(16/09/2017) 
(notícia sem link, publicada na revista alemã Der Spiegel, 17 agosto 2017, n. 38, p. 
30, tradução anexa após a última notícia) 
10) Opinion: Is Poland's demand for war reparations a threat to German-Polish 
relations? (17/09/2017) 
http://www.dw.com/en/opinion-is-polands-demand-for-war-reparations-a-threat-to-
german-polish-relations/a-40548195 
Grupo 2: Caso dos pescadores do barco Changri-lá (brasileiros) 
11) STJ volta a discutir indenização à descendente de vítima de barco afundado 
(29/08/2008) 
https://extra.globo.com/noticias/rio/stj-volta-discutir-indenizacao-descendente-de-vitima-
de-barco-afundado-567803.html 
12) Reparação de guerra - Parentes de brasileiros mortos por ataques nazistas na 
costa do Rio de Janeiro na Segunda Guerra querem indenização do governo 
alemão (01/04/2010) 
http://istoe.com.br/62047_REPARACAO+DE+GUERRA/ 
13) Brasil pode julgar Alemanha por ataque a navio durante 2ª Guerra? (11/11/2015) 
https://jota.info/justica/brasil-pode-julgar-alemanha-por-ataque-a-navio-durante-2a-
guerra-11112015 
14) Fachin defende repercussão geral no caso Changri-lá (24/04/2017) 
https://jota.info/justica/fachin-defende-repercussao-geral-no-caso-changri-la-24042017 
15) STF vai decidir se Justiça brasileira pode julgar atos de guerra de outro país 
cometidos em território nacional (19/05/2017) 
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=343889 
Grupo 3: Caso dos irmãos Hluchov (ucranianos) 
16) Vítimas do nazismo ainda lutam por reparação (06/01/2008) 
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0601200832.htm 
Grupo 4: Caso dos judeus sobreviventes (várias nacionalidades) 
17) Holocaust Reparations - Germany to Pay 772 Million Euros to Survivors 
(29/05/2013) 
http://www.spiegel.de/international/germany/germany-to-pay-772-million-euros-in-
reparations-to-holocaust-survivors-a-902528.html 
 
1) RESUMOS DAS NOTÍCIAS 
Os resumos abaixo não são por notícia, mas por grupo, tendo em vista que muitas 
das informações contidas nas notícias de um mesmo grupo são praticamente as mesmas, 
pois tratam sobre o mesmo caso. Todos os grupos possuem em comum o fato de se 
referirem a reparações de guerra por danos físicos e/ou morais sofridos durante a 2ª Guerra 
Mundial pela ação dos nazistas alemães. 
1.1) Grupo 1 
As notícias do Grupo 1 foram publicadas entre os meses de agosto e setembro de 
2017 e tratam, em linhas gerais, todas elas, sobre o mesmo conteúdo: as reparações de 
guerra que o governo da Polônia tem demandado recentemente do governo da Alemanha. 
O valor das reparações tem sido avaliado por técnicos poloneses em cerca de 1 trilhão de 
dólares. Durante a Segunda Guerra Mundial, foram mortos em decorrência do conflito em 
torno de 6 milhões de poloneses (cerca de 20% da população), incluídos aí 3 milhões de 
judeus. Ocorreu também a destruição quase total de muitos vilarejos e cidades, entre elas, 
a capital Varsóvia. A Alemanha rejeita tal exigência, alegando que a Polônia renunciou à 
indenização em diversas ocasiões como em 1953, 1970 e, depois de 1989, já como Estado 
soberano e sem a influência da ex-União Soviética. A Polônia ressalta que a renúncia à 
indenização pelo seu governo comunista de 1953 foi inconstitucional e só ocorreu por 
influência forçada da União Soviética e, mesmo assim, só se aplicava à Alemanha Oriental. 
Na época, a Alemanha Ocidental fez indenizações à Grécia, Israel e Iugoslávia. 
1.2) Grupo 2 
As notícias de números 11 a 15 tratam especificamente sobre o caso do navio 
pesqueiro Changri-lá, que foi a pique após ser bombardeado pelo submarino alemão U-199 
na costa brasileira, provocando a morte de dez pescadores. Contudo, durante décadas, 
pensava-se que o barco havia naufragado por problemas climáticos ou falha humana. Em 
2001, um historiador brasileiro apresentou a versão do ataque do Eixo, a partir de 
depoimento do comandante do submarino alemão a autoridades em Washington e dos 
diários de bordo. 
Alguns dos parentes dos pescadores mortos entraram na justiça brasileira para 
obterem alguma indenização, contudo, até o momento, não obtiveram muito sucesso, 
apesar de um dos processos já ter chegado ao STF. Nas diversas instâncias, as decisões 
têm sido no sentido de extinguir o processo, sem julgamento de mérito, com o entendimento 
de incidir a prescrição e não ser possível submeter um país soberano a pagar indenização 
por atos de império. Em um recurso encaminhado ao STJ, o tribunal considerou que ação 
militar praticada em período de guerra constitui ato de império e, portanto, não submeteria 
um estado soberano à jurisdição de outro, confirmando a decisão da primeira instância. 
Atualmente este processo está no STF (notícias 14 e 15). O relator garante que a índole da 
matéria é constitucional por envolver questões do Estado de Direito brasileiro em relação à 
sociedade internacional. 
O caso do barco Changri-lá é um entre as 33 embarcações brasileiras que foram a 
pique em ataques de submarinos da Alemanha nazista durante a 2ª Guerra Mundial, 
provocando mais de mil mortos, muitos deles civis, cujas famílias ainda não receberam 
nenhuma reparação por parte do Estado alemão. 
1.3) Grupo 3 
Os três irmãos ucranianos da família Hluchov querem indenização do governo da 
Alemanha por terem sido obrigados a viver, junto comseus familiares, no campo de 
trabalhos forçados em Papenburg por 13 meses, entre 1944 e 1945. Os pais dos irmãos 
morreram no final da década de 1970, em Doutor Camargo (a 476 km de Curitiba), onde 
alguns dos irmãos vivem até hoje. Até o momento da publicação da notícia (em 2008), o 
advogado dos irmãos havia apenas reunido documentos para comprovar a história contada 
pelos irmãos para, então, procurar um escritório de advocacia na Alemanha para ingressar 
com a ação. Um funcionário da embaixada alemã em Brasília disse haver precedentes de 
indenização para quem comprovou ter sido submetido a trabalhos forçados. A German 
Forced Labour, uma fundação que indeniza prisioneiros de guerra, reconheceu, em 2003, 
o direito dos Hluchow à indenização. A fundação, no entanto, negou pagamento aos irmãos, 
sob alegação que as indenizações obedeciam outra ordem de prioridade. 
1.4) Grupo 4 
Em maio de 2013, o governo alemão comprometeu-se a pagar 772 milhões de euros 
(1 bilhão de dólares) para o atendimento de sobreviventes idosos do Holocausto como 
resultado de negociações em Israel entre Berlim e um fundo para vítimas judaicas da 
agressão nazista. Cerca de 56 mil pessoas se beneficiarão do dinheiro da ajuda. O dinheiro 
será entregue em etapas entre 2014 e 2017 e servirá para custear cuidados de enfermagem 
em casa, medicamentos e serviços sociais para os sobreviventes que, por serem bastante 
idosos, têm uma necessidade cada vez maior por tais serviços. 
2) TEMA ATUAL E RELEVANTE 
A questão sobre as reparações de guerra merece relevância, porque põem em 
confronto dois valores perseguidos no âmbito das relações internacionais: a prevalência 
dos direitos humanos e a igualdade entre os Estados. Além disso, estes dois princípios 
estão presentes na Constituição Brasileira no artigo 4º, incisos II e V. 
Outro indicativo sobre a relevância, bem como a atualidade, do tema pode ser 
inferido a partir da decisão inédita do STF, em 11 de maio de 2017, no caso do afundamento 
do barco Changri-lá, em que foi reconhecida, pela maioria dos Ministros, a existência de 
Repercussão Geral, no Recurso Extraordinário com Agravo 954.858 RJ, em relação à 
questão constitucional sobre o alcance da imunidade de jurisdição de Estado estrangeiro 
em relação a ato de império ofensivo ao direito internacional da pessoa humana. 
A partir do debate sobre as reparações de guerra entre a Polônia e a Alemanha, 
pode-se extrair mais alguns elementos que reforçam a atualidade e relevância do assunto, 
tais como, a frequência com que ele reaparece nas relações entre os dois países, sendo 
que os pedidos de reparações ora vem de um, ora do outro. Além disso, os dois países são 
membros da União Europeia, o maior e mais importante bloco econômico do mundo, no 
qual há um elevado grau de integração entre seus membros e, em grande parte, é formado 
por países bastante desenvolvidos, sendo a Alemanha o mais rico e influente entre eles, 
além de ser o principal responsável pelas duas Grandes Guerras do século XX. Tais 
pedidos de reparação tem afetado negativamente as relações entre os países. 
A atualidade do tema se torna ainda mais evidente quando se leva em conta que 
ainda há numerosos sobreviventes vivos do Holocausto, alguns reivindicando que este 
nunca seja esquecido para que nunca mais se repita. Segundo a organização internacional 
The Blue Card, que presta auxílio financeiro a sobreviventes do Holocausto, eles são 
atualmente em torno de 100 mil e a maioria vive na pobreza. 
3) RELAÇÕES DO TEMA COM A DISCIPLINA 
3.1) Relações Internacionais e Sujeitos de Direito Internacional 
Todas as notícias acima tratam sobre relações em que, invarialvelmente, num de 
seus polos, há um Estado, a Alemanha, enquanto, no outro polo, varia, podendo ser outro 
Estado, como a Polônia, ou indivíduos de outras nacionalidades. Contudo, quando, num 
dos polos, há um indivíduo, normalmente, este não se relaciona de forma direta com um 
Estado estrangeiro, mas por intermédio do Estado ao qual pertence a sua nacionalidade. 
Isto é assim, pelo menos, nos casos analisados aqui neste trabalho, como, por exemplo, o 
caso das famílias dos pescadores mortos no barco Changri-lá, que, ao pretenderem receber 
indenização da Alemanha, entram na justiça brasileira, e esta verifica a viabilidade, ou não, 
de interpelar aquele outro país. Tal observação reforça a tese de que o Estado é o único 
sujeito de Direito Internacional com capacidade jurídica plena. 
Todas estas relações, por não se restringirem às fronteiras de um mesmo Estado, 
podem ser consideradas como relações internacionais. E elas podem ser de aproximação 
ou de distanciamento. Nas notícias dos grupos 1, 2 e 3, como as demandas por 
indenizações ainda não foram, e possivelmente nunca venham, a ser atendidas pelo 
governo alemão, pode-se dizer que as relações internacionais são de distanciamento. Já, 
no caso do grupo 4, as relações são de aproximação, pois, conforme noticiado, a Alemanha 
decidiu indenizar e prestar auxílio aos judeus sobreviventes dos campos de concentração 
seja qual for o país onde eles estejam vivendo no momento. 
3.2) Direito Internacional Público e Sociedade Internacional 
O Direito Internacional Público trata principlamente sobre a sociedade internacional, 
tendo como principais integrantes os Estados e as organizações internacionais 
interestatais, mas há também espaço para a atuação dos indivíduos no plano internacional. 
Contudo, o entendimento sobre sociedade internacional não é totalmente claro. 
Atualmente, há uma grande variedade e quantidade de organizações internacionais e de 
outras coletividades chamadas não estatais (como os beligerantes, os insurgentes e os 
movimentos de libertação nacional entre outros). Sendo assim, é provável que o conceito 
de sociedade internacional se modifique em breve através da entrada de novos tipos de 
atores nas relações internacionais. Apesar disso, no momento, ainda são os Estados os 
atores mais importantes, mesmo quando direitos humanos estão em questão, pois depende 
da ratificação dos Estados a internalização de tais direitos aos seus respectivos direitos 
internos. Nas notícias analisadas, neste trabalho, foi fácil de notar a predominância das 
decisões tomadas pelos Estados. 
 
3.3) Jus cogens 
Apesar de existirem normas cogentes (jus cogens) no Direito Internacional, dentre 
as quais destacam-se as que se referem aos direitos humanos, existem também normas 
que, de certa forma, se contradizem a estas, como as normas relativas à imunidade e à 
igualdade entre os Estados, levando ainda em conta a pouca eficácia das sanções 
internacionais, a falta de uma autoridade hierarquicamente superior aos Estados, e, por fim, 
a pouca eficácia das normas referentes ao Direito de Guerra. Tendo-se esses aspectos em 
mente, compreende-se melhor porque as ações judiciais sobre as reparações de guerra 
tem sido um problema de difícil solução para a maioria dos indivíduos que se sentem 
prejudicados. 
4) ANÁLISE CRÍTICA 
No caso analisado no Grupo 1, os pedidos de reparação vem da Polônia para a 
Alemanha, mas, em outros momentos, já foi o inverso. Segundo alguns analistas, o objetivo 
do governo polonês não é tanto o dinheiro em si, mas desviar o foco da atenção pública 
das acusações de retrocesso democrático que o país vem sofrendo desde que o Partido 
Lei e Justiça (PiS) reassumiu o poder em 2016. Percebe-se, neste caso, que as relações 
internacionais entre os dois Estados está sendo prejudicada pela influência da ação de um 
partido político, ou seja, um ator que, tecnicamente, não é considerado como um sujeito de 
direito internacional, mas que, devido à posição de poder que ocupa, acaba por influir sobre 
toda a população, uma vezque qualquer retaliação da Alemanha, ou da União Europeia 
por influência desta, poderá trazer sanções que serão sofridas por todos. 
No caso do Grupo 2, em linhas gerais, percebe-se um certo receio por parte do 
governo brasileiro em fazer valer os direitos humanos de seus nacionais. Será este receio 
motivado pelo fato de a Alemanha ser um dos países mais ricos do mundo e o mais influente 
da União Europeia. Teria o Brasil medo de prejudicar suas relações comerciais com a União 
Europeia? Por que a Polônia não tem nem um pouco este mesmo receio? Teria o Brasil 
muito mais a perder que a Polônia? 
O caso do Grupo 3 serviu para ilustrar a iniciativa de um advogado brasileiro que 
procura intervir no país estrangeiro, não por intermédio do Estado, mas de um escritório de 
advocacia alemão, levando em conta também que seus clientes, embora vivam no Brasil, 
são de outra nacionalidade. 
No caso analisado no Grupo 4, a respeito das indenizações dadas pela Alemanha 
aos judeus sobreviventes do Holocausto, percebe-se que o valor concedido é ínfimo (cerca 
de 50 mil reais por sobrevivente), se forem considerados todos os danos físicos e morais 
sofridos por essas pessoas. O ato alemão parece, assim, ter mais efeito político que prático 
perante à sociedade internacional, como se fosse uma espécie de satisfação ou obrigação 
moral. 
No âmbito das relações internacionais litigiosas entre Estados e indivíduos, mesmo 
quando estes são vítimas de violação de direitos humanos por aqueles, percebe-se que os 
Estados, sobretudo os desenvolvidos, são os mais privilegiados e portadores de 
prerrogativas, como se os Estados fossem os fins, e os indivíduos os meios, apesar de todo 
o respeito que é dado aos princípios que regem os processos judiciais. 
 
44 Europe The Economist August 19th 2017
2 tives for investmentnot just in bigcities but
for smaller-scale production in towns and
villages. This suited economic traditions:
the hilly south had generally been farmed
in small patches by self-sufficient families,
while the flatter north lent itself to larger,
more class-stratified agri-businesses.
The south’s specialised firms, serving
high-precision giants like Daimler and Sie-
mens, left it better prepared than the north
for the decline of heavy industry. Bruno
Hildenbrand, a sociologist, even suggests
that the relative autonomy of the southern
farmingfamilies gave the region a more en-
trepreneurial and pragmatic mentality.
The region also has most of Germany’s
best universities, its main stock exchange
(Frankfurt) and its two biggest airports
(Frankfurt and Munich), all ever-bigger as-
sets in an age of digitisation, globalisation
and financial services.
Southern parts of the former east have
similarly combined luckand skill. More ur-
ban than the rest and bestriding major
transport routes, Saxony and Thuringia
had pre-communist industrial traditions—
trade fairs in Leipzig, optical technology in
Jena, aviation in Dresden—that could suc-
ceed in reunified Germany.
When Germany goes to the polls on
September 24th, the political contours of
the divide will be on display. The larger
southern states are strongholds of Angela
Merkel’s centre-right CDU/CSU alliance;
quite how resounding a victory she wins
depends partly on her ability to win votes
in poorer, traditionally Social Democratic
(SPD) parts of the north. Notably, the chan-
cellor launched her campaign in post-in-
dustrial Dortmund, in the north-western
Ruhr Valley. Both she and Martin Schulz,
her SPD rival, are making early campaign
stops in Bremen.
North and south are not yet distinct po-
litical blocs. But it is possible to imagine
this changing with time. Gigantic transfers
ofwestern cash have helped close the east-
west divide. But transfers from south to
north are politically trickier. Under the
constitution, the federal government is not
generally permitted to interfere in educa-
tion, making it harder to direct remedial
funds to the (overwhelmingly northern)
states where schools are struggling. Like-
wise, a “debt brake” limiting state borrow-
ing introduced in 2011appliesmainly to the
more heavily indebted northern govern-
ments. Other big national issues pit one
end of the country against the other: the
SPD’s proposed rise in the top tax rate
would most hit the south, which contains
nine of the ten cities with the highest sala-
ries; federal action to increase infrastruc-
ture investment is pressing mostly in the
under-funded north; interventions to slow
house prices make more sense in pricey
southern municipalities than depressed
northern ones.
The Demographic Risk Atlas, a study of
population trends, suggests that Ger-
many’s north-south divide could become
larger than Italy’s. As Marcel Fratzscher of
the DIW notes, such a rift would contra-
vene the constitution, which guarantees
equal opportunities for all Germans. In a
country with a federal structure, and with-
out the unique circumstances of reunifica-
tion, this pledge will not be easy to keep.7
2Indexing Germany’s two divides
Sources: Institut der Deutschen Wirtschaft Köln;
Federal employment agency
50
25
75
100
125
150
1995 2000 05 10 15
South (North=100)
GDP per person West (East=100)
South (North=100)
Unemployed, as % of population
West (East=100)
POLAND lost a fifth of its population inthe second world war. Vast swathes of
Warsaw were razed to the ground and the
city still bears the scars. Damage to the cap-
ital alone amounted to $45bn, according to
an estimate in 2004 by city hall. Yet Poland
got nothing in compensation. In 1953, un-
der pressure from the Soviet Union, its
communist government renounced any
claim to reparations from the then East
Germany, ruled by a fellow-communist re-
gime. (West Germany made payments to
Greece, Israel and Yugoslavia.)
Now the ruling right-wing Law and Jus-
tice party (PiS) has put reparations back on
the agenda, after an unsuccessful attempt
by MPs in 2004 to get the matter raised. It
echoes calls by the Greek government two
years ago. Poland is already locked in a row
with the European Commission overwhat
Brussels sees as its undermining of the rule
of law, most recently for attempting to con-
trol the judiciary. So one might think that
Poland needs friends in Europe. Instead,
PiS is Berlin-baiting.
Talk of reparations was revived last
month by the PiS leader, Jaroslaw Kaczyn-
ski, who is known for his anti-German
rhetoric. At his party’s congress, he linked
Poland’s right to EU development funds to
its lack of compensation for wartime dam-
age from Germany. Speaking on the ultra-
conservative Radio Maryja on July 27th, he
announced that the Polish government is
“preparing a historical counter-offensive”,
involving “huge sums”. A parliamentary
analysis on whether Poland can legally
make a claim after the decision of1953 is in
the works. “We cannot build a good rela-
tionship with Germany until the matter is
definitely settled,” says Arkadiusz Mular-
czyk, the PiS member of parliament who
requested it.
Nationalists are astir. Germany owes
Poland $6trn, claimed a recent cover of
Sieci Prawdy, a pro-PiS weekly, though the
rationale for this astronomical sum is
shaky. A right-wing television channel, Te-
lewizja Republika, has come under fire for
using a picture of the words Reparationen
machen frei (“reparations set you free”),
printed to resemble those at the entrance
to the former Nazi concentration camp at
Auschwitz. In Berlin, PiS’s move has raised
eyebrows; reparations for Poland were
“dealt with conclusively in the past”, said a
spokeswoman for the chancellor, Angela
Merkel. Back in Warsaw, the centrist oppo-
sition has dismissed PiS’s talk of repara-
tions as unhelpful politicking.
About two-thirds ofPoles support repa-
rations, according to a recent poll. The par-
liamentaryanalysis has been delayed, os-
tensibly because of its complexity.
Tensions within PiS are simmering after
the president, Andrzej Duda, a former
party member, last month blocked a law
sacking supreme-court judges. Still, PiS is
pushing on. A new offensive against priv-
ate media outlets is expected this autumn.
German publishers, which own dozens of
regional newspapers in Poland, may be
particularly affected. “Poland needs to re-
gain its dignity,” Mr Kaczynski told his fol-
lowers at a gathering in Warsaw last week.
But in trying to restore it, PiS is making a lot
ofenemies along the way. 7
Reparations for Poland
Upping the ante
WARSAW
Theembattled rulingpartypicks afight
withGermany
That’ll cost you
Rechtsextremisten
NPD will Staatsgeld
Mit einer Klage vor dem
Bundesverfassungsgericht
will die rechtsextreme NPD
erreichen, dass sie weiterhin
finanzielle Unterstützung
vom Staat erhält. Wie ein
Gerichtssprecher bestätigte,
ging in dieser Woche ein ent-
sprechender Antrag der Par-
tei in Karlsruhe ein. Die Kla-
ge richtet sich gegen einen
im Juni gefassten Beschluss
des Bundestags zur Ände-
rung des Grundgesetzes.
Demnach sollen verfassungs-
feindliche Parteien von der
staatlichen Parteienfinanzie-
rung ausgeschlossen werden.
Seit Jahren hat die NPD mit
den Folgen einer Spenden -
affäre und diverser Finanz-
skandale zu kämpfen. Ohne
Staatsgeld wäre die Kleinpar-
tei kaum überlebensfähig:
Laut NPD-Rechenschaftsbe-
richt betrug der Anteil staat-
licher Mittel an den Gesamt-
einnahmen zuletzt fast 49
Prozent. Größere Spenden
von externen Gönnern oder
finanzkräftigen Altnazis tau-
chen in dem Bericht dagegen
nicht mehr auf. hip, srö
30 DER SPIEGEL 38 / 2017
Deutschland
JÜ
R
G
E
N
 R
IT
T
E
R
 /
 I
M
A
G
O
Flughafen Berlin
Wacklige Prognosen
Die Flughafengesellschaft
Berlin Brandenburg räumt
Kapazitätsprobleme am Flug-
hafen BER ein. Der Airport
ist für jährlich 22 Millionen
Passagiere geplant, wird aber
schon bei seiner Eröffnung
27 Millionen Passagiere pro
Jahr abfertigen müssen. Dies
sei durch „Lerneffekte“ und
„Optimierungsmaßnahmen“
angeblich möglich. So steht
es im vertraulichen Bericht,
der den Eigentümern am 
16. August vorgelegt wurde.
Höhere Fluggastzahlen erfor-
derten jedoch eine „erhöhte
Stabilität von Prozessen“ am
Flughafen. 
Doch genau dies kann der
BER vermutlich nicht bieten.
So fehlt es an Abfertigungs-
positionen für Flugzeuge.
Bleibt eine Maschine liegen,
seien laut Bericht „operative
Prozesse nicht mehr stabil
umsetzbar“ – es drohen Ver-
spätungen. Ab 2022 soll zu-
dem mitten auf dem Flug -
hafengelände ein neuer Ter-
minal gebaut werden, um
mindestens weitere 12 Millio-
nen Passagiere bewältigen zu
können. „Durch das schnelle
Wachstum wird es immer
schwieriger, die notwendigen
Kapazitäten zur Verfügung
zu stellen“, heißt es im Be-
richt. Im Bundesverkehrsmi-
nisterium wächst die Skepsis,
ob nach der BER-Eröffnung
auf den Airport Tegel ver-
zichtet werden kann: „Die
Betreiber glauben an ihre ei-
genen Pläne nicht“, heißt es.
Am 24. September stimmen
die Berliner ab, ob Tegel of-
fen bleiben soll. gt
Bundespolizei
Massiv überlastet 
Die Bundespolizei hat in den
ersten sieben Monaten dieses
Jahres 2,4 Millionen Über-
stunden angehäuft – ein Zu-
wachs um 35 Prozent seit Ja-
nuar. Das geht aus einer Ant-
wort der Bundesregierung
auf eine Kleine Anfrage der
Grünen im Bundestag her-
vor. Mit 56 Prozent war der
Anstieg bei der Bereitschafts-
polizei am höchsten, was
durch Großereignisse wie
den G-20-Gipfel in Hamburg
zu erklären ist. „Dies zeigt,
dass die Bundespolizei viel
zu wenig Personal hat, um
ihre gesetzlichen Aufgaben
zu erfüllen“, sagt Jörg Radek,
der stellvertretende Vorsit-
zende der Gewerkschaft der
Polizei. Trotz Personalman-
gels sollen die Aufgaben der
Bundespolizei erweitert wer-
den: Erst im Sommer wur-
den 1552 Beschäftigte in ei-
ner Abteilung zur Bekämp-
fung politisch motivierter
Kriminalität gebündelt. Die
Cyberabwehr könnte laut
Antwort der Regierung eben-
falls zu den künftigen Auf -
gaben der Bundespolizei ge-
hören, da sich der Grenz-
schutz auch auf den „Äther-
raum“ beziehe. Irene Miha-
lic, die innenpolitische Spre-
cherin der Grünenfraktion,
warnt vor einer Konkurrenz
für das Bundeskriminalamt.
„Das ist genau der Weg, wie
chaotische Doppelzuständig-
keiten entstehen, spätestens
wenn wir zwei konkurrieren-
de Kriminalpolizeibehörden
auf Bundesebene haben“,
sagt sie. „Wir brauchen das
Gegenteil: eine effiziente
 Sicherheitsarchitektur mit
eindeutig definierter Ver -
antwortung.“ kno
Reparationen
Gabriel weist 
Polen zurück
Die polnischen Reparations-
forderungen für die Zerstö-
rungen des Zweiten Welt-
kriegs gefährden nach An-
sicht von Außenminister
 Sigmar Gabriel die deutsch-
polnischen Beziehungen.
„Reparationsforderungen
 wären ein Versuch, das über
die Jahre gewachsene enge
und gute Verhältnis zwi-
schen Deutschland und Po-
len einzutrüben“, sagt der
SPD-Politiker. Die Bundes -
regierung sei gut beraten,
„jetzt ganz ruhig zu bleiben“.
Nie seien die Beziehungen
zwischen Polen und der
 Bundesrepublik besser gewe-
sen, nie die Menschen sich
näher gewesen als heute.
 Gabriel: „Wir wollen, dass
das so bleibt.“ flo, sev
TRADUÇÃO DO ARTIGO EM ALEMÃO 
 
 
 
Der Spiegel 38 - 16 September 2017 - p. 30 
 
Reparationen. 
Gabriel weist Polen zurück. 
Die polnischen Reparationsforderungen für die Zerstörungen des Zweiten Weltkriegs 
gefährden nach Ansicht von Außenminister Sigmar Gabriel die deutschpolnischen 
Beziehungen. „Reparationsforderungen wären ein Versuch, das über die Jahre 
gewachsene enge und gute Verhältnis zwischen Deutschland und Polen einzutrüben“, sagt 
der SPD-Politiker. Die Bundes - regierung sei gut beraten, „jetzt ganz ruhig zu bleiben“. Nie 
seien die Beziehungen zwischen Polen und der Bundesrepublik besser gewesen, nie die 
Menschen sich näher gewesen als heute. Gabriel: „Wir wollen, dass das so bleibt.“ 
 
Reparações. 
Gabriel rejeita a Polônia. 
Os requisitos polacos de reparação para a destruição da Segunda Guerra Mundial, 
de acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sigmar Gabriel, comprometem as 
relações germano-polonesas. "As demandas de reparação seriam uma tentativa de minar 
o relacionamento próximo e bom entre a Alemanha e a Polônia ao longo dos anos", diz o 
político do SPD. O governo federal é aconselhável "permanecer calmo agora". As relações 
entre a Polônia e a República Federal nunca foram melhores, as pessoas nunca estiveram 
mais próximas do que eram hoje. Gabriel: "Queremos que isso permaneça assim".

Continue navegando