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* IPVA- Imposto sobre a propriedade de veículos automotores Acadêmicos: ANTHONY HELANO DE OLIVEIRA FURTADO; ANTONIO CARLOS REIS DOS SANTOS JR; PEDRO HENRIQUE SOUSA GROLLI; THIAGO SIMOES SPERINI; WENDELL STFFSON GOMES. * Competência “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (…) III - propriedade de veículos automotores.” O IPVA é imposto estadual, com disciplinamento na Constituição Federal, no comando inserto no inciso III do art. 155. Por outro lado, não há menção a tal tributo no CTN, uma vez que seu nascimento data de 1985, com a promulgação da Emenda n. 27/85 à Constituição Federal de 1967, vindo a lume substituir a antiga “TRU” – Taxa Rodoviária Única. * ASPECTOS MATERIAIS É a propriedade (e não o “uso”) de veículo automotor de qualquer espécie (automóvel, motocicleta, caminhão etc.). Com efeito, apenas a propriedade gera incidência de IPVA, e não a mera detenção do veículo, o próprio uso ou mesmo a posse. A propriedade prova-se pelo CRV – Certificado de Registro de Veículo –, sendo também aceito, como prova de propriedade, o documento do licenciamento do ano anterior. * Veículo Automotor É qualquer veículo aéreo, terrestre, aquático ou anfíbio dotado de forçamotriz própria, ainda que complementar ou alternativa de fonte de energia natural. Segundo o anexo I do Código Brasileiro de Trânsito, o veículo automotor “é todo veículo a motor de propulsão que circula por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico)”. * ASPECTOS SUBJETIVOS O critério subjetivo do comando normativo identifica os sujeitos integrantes do polo passivo e do polo ativo da obrigação tributária. Nele, em linhas gerais, identifica-se a quem deverá ser pago e quem deverá pagar o tributo. * ASPECTO TEMPORAL . O Imposto sobre Propriedade do Veículo Automotor é exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal, ou seja, não respeita o prazo mínimo de 90 (noventa) dias, previsto no art. 150, III, c da Constituição Federal * Excepcionalidade A EC n. 42/2003 dispôs, na parte final do art. 150, § 1º, CF, que é exceção à anterioridade nonagesimal a alteração na base de cálculo do IPVA. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. * Portanto,é possível que se proceda à fixação legal do valor venal de um veículo automotor, no fim de ano, e que tal modificação possa ser aplicada no 1º dia do exercício financeiro seguinte. Exemplo: Lei n. tal, publicada em 31 de dezembro de 2008, altera o valor venal de um certo veículo automotor. Pergunta-se: quando será eficaz o aumento legal? A resposta é simples: no dia seguinte – 1º de janeiro de 2009 –, valendo o aumento para o exercício de 2009, pois se trata de uma regra à anterioridade anual, porém de uma norma de exceção aos 90 dias * ASPECTOS ESPACIAL O aspecto espacial da regra-matriz do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) trata especificamente do local em que ocorreu o fato gerador do imposto a Constituição Federal, em consonância com o Código de Trânsito Brasileiro, determinou esta regra do aspecto espacial ao estabelecer a competência da instituição do imposto, conforme os artigos 155 e 120 da Constituição Federal e do Código de Trânsito Brasileiro, * ASPECTOS QUANTATIVOS A base de cálculo de um tributo é um elemento quantitativo do fato gerador da obrigação pecuniária tributária. O tributo é pago anualmente e é calculado de acordo com o valor venal do veículo, ou seja, o valor de mercado, multiplicado pela sua alíquota * Base de Cálculo É o valor venal do veículo ou o preço comercial de tabela (= valor de mercado). Utilizam-se as tabelas anuais elaboradas e publicadas pelo poder tributante, que se baseia em publicações especializadas.(tabela FIPE) O preço poderá estar discriminado na Nota Fiscal ou em documentos relativos ao desembaraço aduaneiro (Preço CIF), quando se tratar de produto importado. * Alíquotas Poderá o IPVA ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização do veículo, do que se depreende uma latente progressividade ao imposto em comento (art. 155, § 6º, I e II, CF). * Alíquota Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (…) III – propriedade de veículos automotores. (...) § 6º. O imposto previsto no inciso III: I – terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; II – poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. A alíquota será estabelecida em lei ordinária estadual. Deverá ser proporcional, não existindo limite máximo a ser fixado * Distinção de alíquotas para veículos importados “A costumeira distinção de alíquotas, feita pelas legislações estaduais, para aumentar o valor do imposto em relação aos veículos importados, fere o princípio da isonomia tributária, inserto no art. 150, II, da CF. Não socorre o argumento de que essa tributação diferenciada atende ao princípio da capacidade contributiva, previsto no § 1º do art. 145 da Carta Política, como sustentado por alguns julgados, pois, nessa hipótese, a alíquota deveria variar em função do valor venal do veículo, nunca em razão de sua procedência estrangeira”. Kiyoshi Harada. * PECULIARIDADES DO IMPOSTO O IPVA é um dos impostos mais novos do Sistema Tributário Brasileiro, sendo criado em 1985, e coincidiu com o fim da Taxa Rodoviária Única (TRU). A arrecadação é dividida entre os estados e seus municípios Hipóteses de isenção e imunidade * Isenção São isentos veículos utilizados em atividade de interesse socioeconômico específico (agroindústria, transporte público de passageiros, terraplenagem), haverá isenção; * Imunidades Aborda quanto aos veículos das pessoas jurídicas de direito público, dos templos e das instituições de educação e assistência social, são imunes, por ser uma não incidência constitucionalmente qualificada, constante do art. 150, VI, alíneas “a”, “b” e “c”, da CF; * CLASSIFICAÇÃO O IPVA tem como predominante a função fiscal, tendo em vista que foi criado para melhorar a arrecadação dos Estados e Municípios. existe também a função extrafiscal que se faz através da intervenção do Estado que busca estimular comportamentos desejáveis, e desestimular os não apropriados para a sociedade * A repartição das receitas tributárias do IPVA será feita por meio do rateio de 50% para o Estado e 50% para o Município, onde for efetuado o licenciamento do veículo (art. 158,III, CF); Art. 158. Pertencem aos Municípios: (…) III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; * FUNDAMENTAÇÃO LEGAL ART. 155, INCISO III, CFRB/88 Lei n° 7.543, de 30 de dezembro de 1988, do Estado de Santa Catarina. * CURIOSIDADES IPVA - Incidência sobre Embarcações e Aeronaves. Recurso Extraordinário. Tributário. 2. Não incide Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) sobre embarcações (Art. 155, III, CF/88 e Art. 23, III e § 13, CF/67 conforme EC 01/69 e EC 27/85). Precedentes. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido. (STF - RE: 379572 RJ, Relator: GILMAR MENDES, Data de Julgamento:11/04/2007, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-018 DIVULG 31-01-2008 PUBLIC 01-02-2008 EMENT VOL-02305-04 PP-00870) * Aeronaves “versus” IPVA A questão gera polêmica quando se pretende incluir no campo competencial do IPVA as aeronaves, cujo conceito legal pode ser extraído do art. 106 da Lei n. 7.565/86 – Código Brasileiro de Aeronáutica –, a seguir exposto: Art. 106. Considera-se aeronave todo aparelho manobrável em voo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas e/ou coisas. * Aeronaves “versus” IPVA É compreensível a impossibilidade de comparação de veículo automotor com aeronave: aquele não é manobrável em voo, não é sustentável, nem circulável no espaço aéreo; esta o é. Neste sentido se posiciona o entendimento jurisprudencial que ratifica a não incidência do IPVA sobre aeronaves: * Aeronaves “versus” IPVA Não é difícil perceber que o conceito de aeronave muito se distancia da definição emprestada à expressão “veículo automotor”, razão pela qual se pode conceber sobremodo equivocada a tentativa – empreendida pelos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul – de fazer incidir o IPVA sobre a propriedade desses bens, equiparando-os aos automóveis. * Taxa de Licenciamento É vedada a cobrança de impostos ou taxas incidentes sobre a utilização de veículos. Essa taxa é inconstitucional e continua a ser praticada, em alguns casos. Ninguém se opõe, em virtude do ínfimo valor cobrado de cada particular. * * * * * * * * * * * * * * * * *
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