Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 131 1- TRIBUTAÌO SOBRE O COMRCIO EXTERIOR: 1.1-Regramento Constitucional e Legislao Especfica: A primeira pergunta que nos cabe fazer a seguinte: quais so os tributos que incidem sobre uma operao de importao? So vrios. Em uma importao, incidem o Imposto de Importao (I.I), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), as contribuies PIS/PASEP-Importao e COFINS-Importao, o ICMS e o AFRMM (Adicional ao Frete para Renovao da Marinha Mercante). H, ainda, outras taxas incidentes, como, por exemplo, a Taxa de Utilizao do SISCOMEX. Dependendo da operao, tambm h incidncia de contribuies de interveno sobre o domnio econmico, como a CIDE-Combustveis. A tributao sobre o comrcio exterior encontra previso constitucional. O art. 153 da CF/88 prev que a Unio poder instituir impostos sobre a importao de produtos estrangeiros e sobre a exportao, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. So eles o Imposto de Importao (I.I) e o Imposto de Exportao (I.E). Tambm a Unio o ente federativo responsvel pela instituio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) (art. 153, inciso IV), das contribuies para o PIS/PASEP-Importao e COFINS-Importao e de contribuies para interveno no domnio econmico. Quanto a esse ltimo ponto, destaque-se que o art. 149 da CF/88 dispe que Òcompete exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicasÓ. Mais frente, a CF/88, ainda estabelece que as contribuies sociais e de interveno sobre o domnio econmico incidiro tambm sobre a importao de produtos estrangeiros ou servios (art. 149, ¤ 2¼, inciso II, da CF/88). Na rbita dos Estados, est a competncia para instituir o ICMS, tributo que incide sobre a circulao de mercadorias, ainda que as operaes se iniciem no exterior (art. 155, inciso II, da CF/88). E quais so os tributos que incidem sobre as operaes de exportao? Aqui a histria diferente! A resposta que, sobre as operaes de exportao, ir incidir somente o imposto de exportao (I.E). A CF/88, em perfeita consonncia com os objetivos de poltica comercial do pas, estabeleceu vrias regras de no-incidncia tributria sobre operaes de exportao. Com efeito, a poltica comercial brasileira busca incentivar as exportaes como forma de obter o desenvolvimento econmico nacional. Destaque-se que todas as hipteses de no-incidncia previstas na CF/88 so imunidades tributrias. A propsito, imunidade uma hiptese de no- incidncia constitucionalmente qualificada. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 131 Nesse sentido, pode-se verificar que a CF/88 dispe que o IPI no incidir sobre produtos industrializados destinados ao exterior (art. 153, inciso III). Por sua vez, a CF/88 determina que o ICMS no incidir sobre operaes que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre servios prestados a destinatrios no exterior. Por ltimo, o art. 149, ¤ 2¼, inciso I, da CF/88 dispe que as contribuies sociais e de interveno no domnio econmico no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao. Assim, podemos dizer que, na exportao, temos: i) imunidade de IPI; ii) imunidade de ICMS e; iii) imunidade de contribuies sociais e de contribuies de interveno no domnio econmico. 1) Tributos incidentes sobre o comrcio exterior: - Imposto de Importao (I.I) - Imposto de Exportao (I.E) - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - PIS/PASEP-Importao - COFINS-Importao -Contribuies de interveno no domnio econmico - ICMS 2) Imunidades na Exportao: - Imunidade do ICMS - Imunidade do IPI -Imunidade das contribuies sociais e de contribuies de interveno no domnio econmico A tributao sobre o comrcio exterior, como se pode perceber, no tem finalidade arrecadatria, mas sim extrafiscal. O governo a utiliza como forma de regulao econmica. Assim, alguns princpios constitucionais tributrios no se aplicam aos tributos incidentes sobre o comrcio exterior. Fazemos meno, nesse momento, aos princpios da legalidade, da anterioridade e da noventena. O que so cada um desses princpios? Recordemo-nos das aulas de Direito Tributrio! O princpio da legalidade est previsto no art. 150, inciso I, da CF/88, que dispe que vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea. Em outras palavras, a norma competente para instituir e aumentar a alquota de um tributo a lei. O princpio da anterioridade, por sua vez, est insculpido no art. 150, inciso III, alnea b, da CF/88. Segundo esse princpio, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios cobrar tributos no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Assim, se uma lei majora um tributo em agosto de 2014, este Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 131 somente poder ser recolhido pela alquota maior a partir de 1¼ de janeiro de 2015. O princpio da noventena, tambm chamado de anterioridade nonagesimal, encontra previso no art. 150, inciso III, alnea c, da CF/88. Ele veda que a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios cobrem tributos antes de decorridos 90 (noventa) dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Destaque-se que os princpios da anterioridade e da noventena devem ser observados em conjunto. Suponha que uma lei majore um tributo em 1¼ de novembro de 2014. Pelo princpio da anterioridade, este poderia ser recolhido pela alquota maior a partir de 1¼ de janeiro de 2015. No entanto, h que se observar tambm a noventena, eis que o tributo somente poder ser recolhido 90 dias aps 1¼ de novembro de 2014, ou seja, em 1¼ de fevereiro de 2015. Agora que j recordamos esses princpios constitucionais tributrios, vejamos como eles so excepcionados em relao aos tributos incidentes sobre o comrcio exterior: a) Imposto de Importao (I.I): - No obedece ao princpio da legalidade quanto alterao de alquotas, o que quer dizer que no h necessidade de lei para alterar a alquota do imposto de importao. Hoje, a alterao de alquotas do imposto de importao compete Cmara de Comrcio Exterior (CAMEX), que o faz mediante Resoluo. - No obedece ao princpio da anterioridade e ao princpio da noventena. Assim, a alterao de alquotas gera efeitos imediatos. b) Imposto de Exportao (I.E): - Da mesma forma que o imposto de importao, o imposto de exportao no obedece ao princpio da legalidade quanto alterao de alquotas. A fixao da alquota do imposto de exportao tambm compete CAMEX. - O imposto de exportao tambm no obedece aos princpios da anterioridade e da noventena. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 131 A CAMEX tem competncia para fixar a alquota do imposto de importao e do imposto de exportao. Se uma questo disser que a CAMEX fixa a alquota dos tributos incidentes sobre o comrcio exterior, ela estar errada. Por qu? Porque sobre o comrcio exterior h incidncia de vrios outros tributos alm doimposto de importao e do imposto de exportao. c) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): - O IPI no obedece ao princpio da legalidade quanto alterao de alquotas. - O IPI no obedece tambm ao princpio da anterioridade. - Cuidado! O IPI obedece ao princpio da noventena. Assim, embora no seja necessrio esperar pelo prximo exerccio, faz-se mister aguardar o perodo mnimo de 90 dias. d) PIS/PASEP-Importao e COFINS-Importao: - O PIS/PASEP-Importao e a COFINS-Importao obedecem ao princpio da legalidade quanto alterao de alquotas. - O PIS/PASEP-Importao e a COFINS-Importao no obedecem ao princpio da anterioridade, mas obedecem ao princpio da noventena (anterioridade nonagesimal). Isso o que prev o art. 195, ¤ 6¼, da CF/88. 1.2-Produtos, Bens e Mercadorias: Qual a diferena entre produtos, bens e mercadorias?1 Bens so coisas, corpreas e incorpreas, possuidoras de utilidade econmica e que representam riqueza incorporada ao patrimnio e passvel de avaliao pecuniria (avaliao em dinheiro). So exemplos de bens: os imveis (casas, prdios), veculos, televises, notebooks, ipads, etc. 1 Os conceitos apresentados a seguir foram extrados do seguinte artigo: MEIRA, Liziane Angelotti. Imposto sobre a Importao. In: Temas Atuais de Direito Aduaneiro, Coord: Rosaldo Trevisan. So Paulo: Lex Editora, 2008, pp. 103- 106. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 131 Produto, por sua vez, o nome que se atribui a toda e qualquer coisa ou utilidade que foi extrada de outra. Trata-se de um conceito abrangente, mais amplo, inclusive, que o de bem. Isso porque a palavra ÒprodutosÓ abrange at mesmo coisas que no sejam passveis de avaliao econmica. Existem produtos agrcolas, produtos industrializados, minerais, intelectuais, etc. Mercadorias, por fim, so coisas que servem como objeto de operaes comerciais. Toda mercadoria um bem, mas nem todo bem mercadoria. Apenas so mercadorias os bens mveis destinados realizao de operaes mercantis. A ttulo de exemplo, a bagagem de viajantes no pode ser considerada mercadoria, mas apenas um bem. O Cdigo Aduaneiro do Mercosul, embora ainda no esteja em vigor, nos traz o conceito aduaneiro de ÒmercadoriaÓ. Segundo o referido diploma, Òmercadoria todo bem suscetvel de um destino aduaneiroÓ. E quais so os destinos aduaneiros possveis? So quatro os destinos aduaneiros: 1) incluso (admisso) em um regime aduaneiro especial; 2) retorno ao exterior; 3) abandono; 4) destruio. Tais conceitos (bens, produtos e mercadorias) so importantes para interpretarmos a incidncia do imposto de importao e do imposto de exportao. Vejamos o que nos informa a CF/88: Art. 153. Compete Unio instituir impostos sobre: I - importao de produtos estrangeiros; II - exportao, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; Como se percebe da leitura do art. 153, o legislador constituinte autorizou a Unio a instituir o imposto de importao e o imposto de exportao, os quais podem incidir sobre produtos, conceito este que j vimos que mais amplo do que o de mercadorias e que o de bens. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 131 Vamos agora dar uma olhada no que nos informa o Regulamento Aduaneiro, cujos dispositivos advm do Decreto-Lei n¼ 37/66! 2 Art. 69. O imposto de importao incide sobre mercadoria estrangeira. ... Art. 212. O imposto de exportao incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. Analisando esses artigos, verifica-se que foi feita meno ao termo ÒmercadoriaÓ. Mas ser que a incidncia do imposto de importao e do imposto de exportao mesmo to restrita assim? Como vimos, ÒmercadoriaÓ engloba apenas os bens mveis objeto de operaes comerciais. Segundo Liziane Angelotti, primeira vista, pode parecer que o legislador exerceu apenas parcela restrita de sua competncia, afinal a Constituio autorizou a incidncia do I.I e I.E sobre produtos, cujo conceito bem mais amplo que o de mercadorias. Entretanto, analisando os outros dispositivos da legislao, percebe- se que no essa a interpretao adequada. Como estudaremos detalhadamente mais frente, h previso normativa para que o imposto de importao tambm incida sobre bagagem de viajantes (que no so mercadorias, mas bens!). Ou, ainda, que h incidncia do imposto de importao em relao a outras operaes comerciais em que no h transferncia de propriedade (aluguel, arrendamento operacional, etc.). Outro exemplo a incidncia do imposto de importao na hiptese de doao. Conclui-se, a partir desse debate, que no se pode afirmar, a partir de uma interpretao sistemtica do ordenamento jurdico nacional, que o imposto de importao e o imposto de exportao incidam apenas sobre mercadorias. O imposto de importao e o imposto de exportao incidem sobre bens. 3 2 Vrias normas do Regulamento Aduaneiro vm desse Decreto-Lei que, pasmem, de 1966. As normas de comrcio exterior precisam, urgentemente, ser reformadas e adequadas nova realidade internacional. 3 MEIRA, Liziane Angelotti. Imposto sobre a Importao. In: Temas Atuais de Direito Aduaneiro, Coord: Rosaldo Trevisan. So Paulo: Lex Editora, 2008, pp. 103- 106. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 131 1) Na prova, voc deve marcar como correta uma assertiva que traga a literalidade dos art. 69 e art.212 do R/A: Art. 69. O imposto de importao incide sobre mercadoria estrangeira. ... Art. 212. O imposto de exportao incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. 2) Se a questo adentrar em debates doutrinrios, voc poder afirmar que o imposto de importao incide sobre bens estrangeiros e que o imposto de exportao incide sobre bens nacionais ou nacionalizados. 3) Lembre-se, por ltimo, de que a literalidade da CF/88 prev que a Unio est autorizada institua imposto sobre a importao de produtos estrangeiros e imposto sobre a exportao de produtos nacionais ou nacionalizados. 1.3-Produtos Estrangeiros, Produtos Nacionais, Nacionalizados e Desnacionalizados Vamos entender esses conceitos, que sero muito importantes para entendermos a tributao no comrcio exterior. a) Produtos Nacionais: so os produtos fabricados no Brasil ou que sofreram uma transformao substancial em territrio nacional. 4 b) Produtos Estrangeiros: so os produtos originrios do exterior, observadas as regras de origem. Um carro fabricado na Alemanha, por exemplo, um produto estrangeiro. c) Produtos Nacionalizados: um produto estrangeiro que importado com nimo de definitividade. importante destacar que quando um bem entra no pas admitido em um regime aduaneiro especial, como, por exemplo, a admisso temporria, ele no est se nacionalizando brasileiro. Veja: nesse caso, o bem no ingressou em territrio nacional com nimo de definitividade. Sua entrada est, desde j, condicionada ao retorno para o exterior. O retorno de uma admisso temporria denominado reexportao. 4 Para determinar se um produto ou no nacional, devem ser observadas as regras de origem. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 131 A ESAF considera que a nacionalizaoocorre quando a mercadoria importada a ttulo definitivo, independentemente de despacho para consumo. Nesse caso, a mercadoria considera-se nacionalizada na data do embarque no exterior. d) Produtos Desnacionalizados: o produto nacional ou nacionalizado exportado com nimo de definitividade. A exportao temporria no tem como conseqncia a desnacionalizao do produto, uma vez que a sada deste j est condicionada ao retorno ao Brasil. Destaque-se que o retorno de uma exportao temporria denominado reimportao. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 1. (ATRFB-2012) Ao dispor sobre o Imposto de Importao, o art. 153, I, da Constituio Federal, reza que compete Unio instituir impostos sobre importao de bens estrangeiros. Comentrios: A CF/88 dispe que compete Unio instituir impostos sobre a importao de produtos estrangeiros. Questo errada. 2. (ATRFB-2012) O Imposto sobre Produtos Industrializados incide sobre mercadorias industrializadas destinadas ao exterior. Comentrios: O IPI no incide sobre mercadorias industrializadas destinadas ao exterior, uma vez que h imunidade de IPI nas exportaes. Questo errada. 3. (ATRFB-2012) Com o objetivo de fomentar as exportaes, a Constituio Federal atribui, excepcionalmente, aos Estados e ao Distrito Federal a competncia para exonerar os contribuintes do Imposto de Exportao. Comentrios: O imposto de exportao tributo da competncia da Unio, no tendo sido atribuda pela CF/88 qualquer competncia aos Estados e DF no que diz respeito a esse imposto. Questo errada. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 131 4. (Questo Indita) Um bem exportado temporariamente no se desnacionaliza. Comentrios: Quando realizada uma exportao temporria, no h nimo de definitividade e, portanto, no h que se falar em desnacionalizao. Um bem exportado temporariamente continua sendo um bem nacional. Questo correta. 2- IMPOSTO DE IMPORTAÌO (arts. 69 a 211-A do R/A) 2.1- Introduo: O imposto de importao um tributo de carter eminentemente extrafiscal, isto , visa permitir que o governo exera a funo de regulao econmica por meio do controle das importaes. Assim, no se pode dizer que o imposto de importao possui finalidade arrecadatria, embora a arrecadao de recursos para os cofres pblicos seja um efeito da imposio desse tributo. Nos ltimos anos, o imposto de importao tem representado apenas algo em torno de 5% do total da arrecadao tributria brasileira. Mas como assim o governo exerce controle das importaes? Simples. Ao aumentar o imposto de importao, o governo confere proteo indstria nacional em detrimento de bens estrangeiros. Ao reduzir o imposto de importao, por outro lado, o governo estimula a entrada de bens estrangeiros no territrio nacional. Assim, se a indstria nacional de txteis est enfrentando forte concorrncia externa e, em razo disso, acumulando prejuzos, o governo poder aumentar a alquota do I.I para produtos txteis. Por outro lado, o governo pode reduzir a alquota do I.I incidente sobre um determinado tipo de mquina / equipamento que no possua produo nacional, estimulando, assim, os investimentos produtivos no pas. Da mesma forma, diante de uma crise de desabastecimento interno, interesse do governo estimular a entrada de produtos, o que feito por meio da reduo da alquota do imposto de importao. Diante de todas essas hipteses, fcil perceber que o governo brasileiro precisaria de flexibilidade para poder alterar as alquotas do imposto de importao de forma rpida. Com base nessa ideia, a CF/88 determinou, em seu art. 153, ¤ 1¼, que, atendidas as condies e os limites estabelecidos em lei, facultado ao Poder Executivo alterar as alquotas do imposto de importao. Em outras palavras, a CF/88 estabelece que o imposto de importao no obedece ao princpio da legalidade quanto alterao de alquotas. Atualmente, a alterao das alquotas do imposto Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 131 de importao compete CAMEX (Cmara de Comrcio Exterior), que o faz mediante Resoluo. Cabe destacar, todavia, que a alterao das alquotas do imposto de importao deve observar os compromissos internacionais assumidos pela Repblica Federativa do Brasil, sob pena de responsabilidade internacional. Nesse sentido, h limites tarifrios mximos para o imposto de importao acordados pelo Brasil na OMC, os quais s podem ser ultrapassados caso realizada renegociao multilateral.5 Ademais, os membros do MERCOSUL definem em conjunto as alquotas do imposto de importao, salvo nas hipteses de exceo TEC.6 O imposto de importao tambm representa uma exceo aos princpios da anterioridade e da noventena7. Dessa forma, a alterao de alquotas do imposto de importao gera efeitos imediatos. O objetivo do legislador constituinte foi, de fato, conferir maior agilidade s decises governamentais no que diz respeito regulao do comrcio exterior. 2.2- Lanamento: Segundo o art. 142 do Cdigo Tributrio Nacional, lanamento o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, determinar a matria tributvel, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, 5 O art. II do GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comrcio) estabelece que nenhum membro da OMC poder conceder, aos produtos de outros membros, tratamento menos favorvel do que o previsto em sua Lista de Concesses. A Lista de Concesses representa, assim, o limite mximo do imposto de importao que cada Estado- membro se comprometeu a observar. 6 O MERCOSUL, por tratar-se de uma unio aduaneira, aplica uma Tarifa Externa Comum em relao s importaes de terceiros pases. As alquotas da TEC so definidas em conjunto pelos Estados-membros do MERCOSUL. No MERCOSUL, todavia, existem diversas excees TEC (produtos em relao aos quais no se aplica a alquota da TEC), o que nos permite dizer que esse bloco regional trata-se de uma unio aduaneira imperfeita. 7 O princpio da anterioridade est previsto no art. 150, inciso III, alnea b, da CF/88, que veda aos entes federativos cobrar tributos no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Por sua vez, o princpio da noventena (anterioridade nonagesimal) est previsto no art. 150, inciso III, alnea c, da CF/88, vedando aos entes federativos cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Os dois princpios so verdadeiras limitaes constitucionais ao poder de tributar e so, em regra, exigidos cumulativamente. Destaque-se que o imposto de importao no precisa obedecer a nenhum desses princpios. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 131 propor a aplicao da penalidade cabvel. A partir dessa definio, possvel verificar que o crdito tributrio constitudo pelo lanamento. Como voc deve ter estudado em Direito Tributrio, existem trs modalidades de lanamento: i) lanamento de ofcio ou direto; ii) lanamento por declarao ou misto e; iii) lanamento por homologao (ÒautolanamentoÓ). Cabe-nos perguntar o seguinte: qual o tipo de lanamento se aplica ao imposto de importao? Ë primeira vista, voc pode me dizer: ÒAh, o lanamento doimposto de importao por declarao! Afinal existe uma Declarao de Importao!Ó Isso est absolutamente errado. Em regra, o imposto de importao objeto de lanamento por homologao. o importador que elabora a Declarao de Importao (DI), registrando-a no SISCOMEX, antecipando o pagamento sem prvio exame da autoridade administrativa. Registrada a DI, os tributos so automaticamente debitados da conta do importador. Caber autoridade aduaneira, a posteriori, fazer a homologao do lanamento realizado pelo contribuinte. Somente com a homologao que o crdito tributrio considera-se definitivamente extinto. A homologao poder ser expressa ou tcita. A homologao ser expressa quando, por meio de ato administrativo, a autoridade declarar a concordncia com a atividade realizada pelo sujeito passivo. Por outro lado, a homologao ser tcita quando for ultrapassado o prazo legal para a homologao expressa sem que a autoridade administrativa se posicione. Nesse sentido, o art. 150, ¤ 4¼, do CTN, dispe que se a lei no fixar prazo para a homologao, ser ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrncia do fato gerador. Uma vez expirado esse prazo sem que a Fazenda Pblica tenha se pronunciado, o lanamento considera-se homologado e o crdito tributrio definitivamente extinto, salvo se comprovada a ocorrncia de dolo, fraude ou simulao. Segundo a doutrina tributarista majoritria, o fim do prazo para homologao (5 anos), alm de implicar em homologao tcita, opera a decadncia do direito de a Administrao Tributria constituir o crdito tributrio, lanando de ofcio eventuais diferenas apuradas. Portanto, pode- se afirmar que, em regra, o imposto de importao ir decair em 5 (cinco) anos a contar da data da ocorrncia do fato gerador. 8 8 Segundo o Prof. Ricardo Alexandre, na sistemtica do lanamento por homologao, tem-se o nico caso em que o prazo decadencial contado exatamente da data da ocorrncia do fato gerador. Peo, ento, que voc tenha muito cuidado com o art. 752, inciso I do R/A, que no pode se aplicar ao imposto de importao, que Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 131 2.3- Base de Clculo: A base de clculo do imposto de importao definida pelo art. 75 do Regulamento Aduaneiro, conforme transcrito a seguir: Art. 75. A base de clculo do imposto : I - quando a alquota for ad valorem, o valor aduaneiro apurado segundo as normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comrcio - GATT 1994; e II - quando a alquota for especfica, a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida. Conforme se pode observar ao ler o dispositivo supracitado, h duas situaes diferentes: - se a alquota do imposto for ad valorem, a base de clculo do I.I ser o valor aduaneiro. As regras para a determinao do valor aduaneiro esto previstas no Acordo sobre a Implementao do art. VII do GATT, que, por ter sido regularmente internalizado no ordenamento jurdico interno, possui status de lei ordinria. Em aula posterior, ns estudaremos sobre a valorao aduaneira. Como estudaremos em aula futura, o valor aduaneiro no exatamente o valor CIF (valor da mercadoria somado ao frete e seguro internacionais). Entretanto, as principais parcelas que compem o valor aduaneiro so, de fato, o valor da mercadoria, o frete e o seguro internacionais. Assim, podemos afirmar o seguinte: 1) razovel dizer que, no clculo do imposto de importao, toma-se como base o valor CIF. 2) A base de clculo do imposto de importao o valor aduaneiro. - se a alquota do imposto for especfica, a base de clculo ser a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida. A ttulo de exemplo, imaginemos que a alquota do imposto de importao incidente sobre soja seja de US$ 2,00 / kg. Se forem importados est sujeito a lanamento por homologao. O art. 752, inciso I do R/A determina que o direito de exigir o tributo extingue-se em cinco anos, contados do primeiro dia do exerccio seguinte quele em que poderia ter sido lanado. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 131 2000 kg de soja, essa quantidade (2000 kg) ser exatamente a base de clculo do imposto de importao. O clculo do imposto de importao ser feito, ento, pela aplicao das alquotas fixadas na Tarifa Externa Comum (TEC) sobre a base de clculo determinada conforme as regras anteriores.9 Isso no se aplica s remessas postais internacionais (quando sujeitas ao regime de tributao simplificada), aos bens enquadrados como bagagem de viajante procedente do exterior (quando sujeitos ao regime de tributao especial) e s mercadorias procedentes da Repblica do Paraguai, importadas por via terrestre, quando aplicado o Regime de Tributao Unificada (RTU). A alquota aplicvel aquela que estiver em vigor na data da ocorrncia do fato gerador. Segundo o art. 97 do R/A, para efeitos de clculo do imposto, os valores expressos em moeda estrangeira devero ser convertidos em moeda nacional taxa de cmbio vigente na data em que se considerar ocorrido o fato gerador. Com a entrada em vigor da Deciso CMC n¼ 13/2007, em 03/06/2012, a taxa de cmbio aplicvel passou a ser a taxa diria estabelecida pelo banco central ou autoridade monetria central de cada Estado Parte, tomando-se a taxa vigente no fechamento do dia anterior ao da data da numerao do despacho de importao. 10 2.4- Pagamento do Imposto: O imposto de importao pago na data do registro da Declarao de Importao (DI). No ato do registro da DI, feito o dbito do valor referente ao imposto de importao. O Ministro da Fazenda poder, em casos especiais, fixar outros momentos para o pagamento do imposto. A importncia a pagar ser o resultado da apurao do total do imposto, na declarao de importao ou em documento de efeito equivalente. O depsito para garantia de qualquer natureza ser feito na Caixa Econmica Federal (CEF), na forma da legislao especfica. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 9 No podemos nos esquecer de que existem as excees TEC. Os produtos relacionados como excees TEC no se sujeitam s alquotas previstas na TEC, mas sim s alquotas do I.I discricionariamente definidas pela CAMEX. 10 Para fins de concurso pblico, o candidato pode considerar como correta tanto a literalidade do art. 97 quanto a regra insculpida na Deciso CMC n¼ 13/2007. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 131 5. (AFRFB-2012) A base de clculo do Imposto de Importao, quando a alquota for especfica, o valor aduaneiro apurado segundo as normas do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comrcio (GATT 1994). Comentrios: Quando a alquota for especfica, a base de clculo do imposto de importao ser a quantidade de mercadoria na unidade de medida estabelecida. A base de clculo do I.I ser o valor aduaneiro quando a alquota for ad valorem. Questo errada. 6. (Exame Despachante Aduaneiro-2012) A base de clculo do imposto de importao a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida, quando a alquota for especfica. Comentrios: De fato, quando a alquota for especfica, a base de clculo do imposto de importao a quantidade de mercadoria na unidade de medida estabelecida. Questo correta. 7. (Exame Despachante Aduaneiro-2012) Bens sujeitos alquota zero de imposto de importaoimplicam a adoo de alquota zero no imposto de produtos industrializados. Comentrios: No h relao entre a alquota do imposto de importao e a alquota de qualquer tributo. Assim, se a alquota do imposto de importao for zero, no h obrigatoriedade de que a alquota do IPI tambm seja zero. Questo errada. 8. (Exame Despachante Aduaneiro-2012) Caso a alquota incidente seja Òad valoremÓ, o imposto de importao ser calculado pela aplicao das alquotas fixadas na Tarifa Externa Comum (TEC) sobre a quantidade ou o peso da mercadoria importada. Comentrios: Se a alquota for ad valorem, o imposto de importao ser calculado pela aplicao das alquotas fixadas na TEC sobre o valor aduaneiro. Questo errada. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 131 2.5- Fato Gerador: O imposto de importao tributo de competncia da Unio que tem como fato gerador a entrada de mercadoria estrangeira no territrio nacional. O Regulamento Aduaneiro dispe exatamente nesse sentido no art. 72, estabelecendo que Òo fato gerador do imposto de importao a entrada de mercadoria estrangeira no territrio aduaneiro.Ó A entrada da mercadoria estrangeira no territrio aduaneiro considerada pela doutrina o elemento espacial (geogrfico) do fato gerador. Uma mercadoria, ao cruzar os limites territoriais (geogrficos) do Pas, entrando no territrio aduaneiro pela zona primria, d ensejo ocorrncia do fato gerador do imposto de importao. Mas a cabe fazer a pergunta: em que momento exato se considera que uma mercadoria estrangeira entrou no territrio aduaneiro? A definio do momento temporal exato em que ocorre o fato gerador do imposto de importao muito importante, uma vez que o clculo do tributo dever ser realizado levando-se em considerao a alquota vigente no momento da ocorrncia do fato gerador. Mas no pense voc que fcil definir esse momento temporal... Imagine se tivssemos que saber exatamente quando um avio entrou no espao areo brasileiro! Ou, ento, o momento exato em que um navio entrou nas guas territoriais do pas! Em virtude dessas complicaes, dispe o art. 73 do R/A que considera-se ocorrido o fato gerador do imposto de importao na data do registro da declarao de importao de mercadoria submetida a despacho para consumo. Segundo entendimento do STJ, embora o fato gerador do imposto de importao ocorra com a entrada da mercadoria estrangeira no territrio nacional, este apenas se aperfeioa com o registro da Declarao de Importao no regime comum (REsp 362.910/PR). Na prova, voc deve considerar corretas as seguintes assertivas: 1) O fato gerador do imposto de importao a entrada de mercadoria estrangeira no territrio aduaneiro (territrio nacional). 2) O fato gerador do imposto de importao considera-se ocorrido na data do registro da Declarao de Importao. Mas no pensem que to simples assim no! Vejamos o que diz o inteiro teor do art. 73 do R/A: Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 131 Art. 73. Para efeito de clculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador: I - na data do registro da declarao de importao de mercadoria submetida a despacho para consumo; II - no dia do lanamento do correspondente crdito tributrio, quando se tratar de: a) bens contidos em remessa postal internacional no sujeitos ao regime de importao comum; b) bens compreendidos no conceito de bagagem, acompanhada ou desacompanhada; c) mercadoria constante de manifesto ou de outras declaraes de efeito equivalente, cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira; ou d) mercadoria estrangeira que no haja sido objeto de declarao de importao, na hiptese em que tenha sido consumida ou revendida, ou no seja localizada; III - na data do vencimento do prazo de permanncia da mercadoria em recinto alfandegado, se iniciado o respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de perdimento da mercadoria, na hiptese a que se refere o inciso XXI do art. 689 IV - na data do registro da declarao de admisso temporria para utilizao econmica Pargrafo nico. O disposto no inciso I aplica-se, inclusive, no caso de despacho para consumo de mercadoria sob regime suspensivo de tributao, e de mercadoria contida em remessa postal internacional ou conduzida por viajante, sujeita ao regime de importao comum. O Regulamento Aduaneiro define outros momentos temporais para que se considere como ocorrido o fato gerador do imposto de importao. Cada um deles se refere a uma situao especfica. Vejamos: 1) O art. 73, inciso I ns j estudamos. Quando uma mercadoria despachada para consumo11, ou seja, quando importada a ttulo definitivo, o fato gerador do imposto de importao considera-se ocorrido na data do registro da Declarao de Importao. 2) O art. 73, inciso II estabelece as situaes em que a data da ocorrncia do fato gerador o dia do lanamento do crdito tributrio. Trata-se de situaes em que no se faz registro de Declarao de Importao. 11 Existem trs tipos de despacho aduaneiro: i) despacho para consumo: aplicvel s mercadorias importadas a ttulo definitivo (mercadorias nacionalizadas); ii) despacho para admisso: aplicvel s mercadorias que ingressam no pas ao amparo de regimes aduaneiros especiais (estudaremos esses regimes em aulas futuras) e; iii) despacho para internao: aplicvel as mercadorias que saem da Zona Franca de Manaus ou çreas de Livre Comrcio em direo ao restante do territrio nacional. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 131 a) A alnea ÒaÓ se refere aos bens contidos em remessa postal internacional no sujeitos ao regime de importao comum. Quanto a esse ponto, cabe destacar que h dois regimes de tributao possveis para as remessas postais internacionais: o regime de tributao simplificada e o regime de tributao comum. O regime de tributao simplificada se aplica s importaes de bens pelos correios, companhias areas, empresas de courier, presentes recebidos do exterior e compras pela Internet. O valor mximo dos bens importados ao amparo desse regime US$ 3.000,00 e a alquota do imposto de importao incidente ser de 60%. Ressalte-se que as remessas no valor total de at US$ 50,00 esto isentas de impostos, com a condio de que sejam transportadas pelo servio postal e que remetente e destinatrio sejam pessoas fsicas. Alguns bens no se submetem ao regime de tributao simplificada: bebidas alcolicas, fumo e produtos de tabacaria. O regime de tributao comum, por sua vez, se aplica s importaes de remessas postais internacionais cujo valor supere os US$ 3.000,00 ou caso o produto seja bebida alcolica ou produto de tabacaria. Nesse caso, haver necessidade de registro da Declarao de Importao. Voltando questo do momento do fato gerador, verificamos que: - No caso de remessas postais internacionais importadas ao amparo do regime de tributao simplificada, no h registro da D.I, logo o fato gerador considera-se ocorrido no dia do lanamento. - No caso de remessas postais internacionais importadas ao amparo do regime de tributao comum, haver registro de DI e, portanto, o fato gerador considera-se ocorrido na data de registro de D.I. b) A alnea ÒbÓ diz respeito aos bens enquadrados no conceito de bagagem, acompanhada ou desacompanhada. Bagagem acompanhada o conjuntos de bens que o viajante traz consigono mesmo meio de transporte em que realiza a viagem, os quais no esto amparados por conhecimento de embarque ou documento de mesma finalidade. Bagagem desacompanhada o conjunto de bens que chega ao pas ou vai para exterior em decorrncia da viagem do indivduo. Tais bens esto amparados por conhecimento de embarque (conhecimento de carga). H, fundamentalmente, quatro tratamentos distintos para os bens trazidos ao pas por viajantes, conforme previsto na IN RFB n¼ 1059/2010. So eles: i) iseno; ii) regime de tributao especial; iii) regime de importao comum e; iv) perdimento. A iseno ser concedida aos seguintes bens integrantes de bagagem acompanhada: Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 131 - livros, folhetos e peridicos; -bens de uso ou consumo pessoal (abrangem uma mquina fotogrfica, um relgio de pulso e um telefone celular, desde que em compatibilidade com as circunstncias da viagem) - outros bens, observado o limite de US$ 500,00 (no caso de ingresso no pas por via martima ou area) e de US$ 300,00 (no caso de ingresso no pas por via terrestre, fluvial ou lacustre).12 H ainda limites quantitativos para a iseno, como, por exemplo, para bebidas alcolicas (12 litros), cigarros (10 maos), charutos ou cigarrilhas (25 unidades) e fumo (250 gramas) O regime de tributao especial o que permite o despacho de bens integrantes de bagagem com a exigncia apenas do imposto de importao, a uma alquota de 50%. Aplica-se aos bens que no se enquadrarem nos limites de iseno. Por exemplo, se for importado um notebook cujo valor US$ 2000,00, incidir a alquota de 50% do I.I sobre o que exceder o limite de iseno. Considerando que o limite de iseno US$ 500,00 (ingresso por via area), a alquota de 50% do I.I incidir sobre US$ 1500,00. No caso de bens trazidos por viajante aos quais se aplique o regime de tributao especial no haver registro de DI, mas sim lanamento do crdito tributrio. Da dizer-se que o fato gerador ocorre no momento em que realizado o lanamento no caso de bens compreendidos no conceito de bagagem. O regime de importao comum, por sua vez, se aplica aos bens que no possam ser enquadrados como bagagem ou que excedam os limites quantitativos. Considera-se bagagem, nos termos da IN RFB n¼ 1059/2010, Òos bens novos ou usados que um viajante, em compatibilidade com as circunstncias de sua viagem, puder destinar para seu uso ou consumo pessoal, bem como para presentear, sempre que, pela sua quantidade, natureza ou variedade, no permitirem presumir importao ou exportao com fins comerciais ou industriais.Ó Esto excludos do conceito de bagagem veculos automotores em geral, motocicletas, motonetas, bicicletas com motor, motores para embarcao, motos aquticas e similares, casas rodantes (motor homes), aeronaves e embarcaes de todo tipo. 12 A literalidade da IN RFB 1.059/2010 prev que US$ 150,00 o limite de iseno para bens que ingressem no pas , na condio de bagagem de viajantes por via terrestre, fluvial ou lacustre. Entretanto, a Portaria MF 307/2017 estabeleceu que esse limite ainda no est em vigor, sendo aplicvel, no momento, a iseno de US$ 300,00. A previso de que, em 01¼ de julho de 2018, o limite de iseno passar a ser US$ 150,00. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 131 Para os bens importados ao amparo do regime de importao comum, o imposto de importao incidir com a alquota prevista na TEC, devendo ser registrada uma Declarao de Importao pelo importador. Nesse caso, o fato gerador considera-se ocorrido na data de registro da DI. Por fim, o perdimento se aplica aos bens que no podem ser trazidos pelo viajante ao pas. Citamos, como exemplo, mercadorias cuja produo tenha violado direito autoral e cigarros e bebidas fabricados no Brasil, destinados venda exclusivamente no exterior. c) A alnea ÒcÓ se refere a mercadoria constante de manifesto ou de outras declaraes de efeito equivalente, cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira. Perceba que, mesmo nessa situao (extravio de mercadoria), haver fato gerador do imposto de importao. A situao no simples, pois a mercadoria extraviada pode nem sequer ter entrado no territrio nacional. Para resolver esse problema e evitar discusses, o art. 72, ¤1¼, do R/A, dispe que, para efeito de ocorrncia do fato gerador, considera-se entrada no territrio aduaneiro a mercadoria que conste como importada e cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira. Presume-se que a mercadoria extraviada entrou no territrio aduaneiro, da dizer-se que essa situao configura fato gerador presumido do imposto de importao. As diferenas percentuais de mercadoria a granel extraviadas no sero consideradas, para fins de exigncia do imposto de importao, quando forem inferiores a 1% (um por cento). Em outras palavras, admite-se o extravio de 1% de mercadorias a granel sem que seja exigido o imposto de importao em relao a estas. Se o extravio for superior a 1%, o imposto de importao ser exigido em relao integralidade das mercadorias extraviadas. Registre-se que, no caso de extravio, quem pagar o imposto de importao ser o responsvel (transportador ou depositrio), e no o importador. Ao contrrio, por j ter feito o recolhimento do imposto de importao no momento do registro da Declarao de Importao (DI), o importador far jus restituio dos valores relativos a esse imposto. Tambm importante conhecermos o tratamento tributrio dado avaria de mercadoria. De incio, preciso ter em mente que, no caso de avaria, apesar de a mercadoria ter sofrido algum dano, ela entrou no territrio aduaneiro. A avaria da mercadoria ter como efeito a reduo do montante tributvel (base de clculo) do imposto de importao, proporcionalmente ao prejuzo. O importador, tendo recolhido o imposto de importao sobre o valor total da mercadoria (sem considerar o prejuzo), far jus restituio do que Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 131 foi pago a maior (montante do imposto relativo ao prejuzo). A Receita Federal ir cobrar do responsvel (transportador ou depositrio) o imposto de importao incidente sobre o valor do prejuzo. At a edio da Lei n¼ 12.350/2010, a apurao da responsabilidade pela avaria ou extravio de mercadoria era realizada por meio de um processo administrativo denominado de vistoria aduaneira. A Lei n¼ 12.350/2010 colocou um fim vistoria aduaneira, o que foi confirmado com a edio do Decreto n¼ 8.010/2013. Hoje, a autoridade aduaneira, ao verificar a ocorrncia de avaria ou extravio de mercadoria, ir proceder ao lanamento de ofcio, formalizado por meio de auto de infrao. Portanto, nesse caso, o fato gerador considera-se ocorrido no momento do lanamento do crdito tributrio. Antes da edio do Decreto n¼ 8.010/2013, o art. 72, ¤ 1¼, do R/A, dispunha o seguinte: ÒPara efeito de ocorrncia do fato gerador, considera- se entrada no territrio aduaneiro a mercadoria que conste como importada e cujo extravio tenha sido apurado pela autoridade aduaneira.Ó Com a edio do Decreto n¼ 8.010/2013, o art. 72, ¤ 1¼, do R/A, passou a dispor da seguinte forma: ÒPara efeito de ocorrncia do fato gerador, considera- se entrada no territrio aduaneiro a mercadoria que conste como importada e cujo extravio tenha sido verificado pela autoridadeaduaneira.Ó A razo dessa pequena mudana foi o fim do processo de vistoria aduaneira. A vistoria aduaneira era o processo administrativo cujo objetivo era apurar avaria ou extravio de mercadoria. Com o fim da vistoria aduaneira, a autoridade aduaneira, uma vez constatada a avaria ou extravio de mercadoria, ir simplesmente lavrar um auto de infrao, efetuando o lanamento de ofcio. Assim, atualmente, no h mais que se falar em ÒapuraoÓ de avaria/extravio (que pressupe a existncia de um processo administrativo), mas somente em ÒverificaoÓ. d) A alnea ÒdÓ diz respeito a mercadoria estrangeira que no haja sido objeto de declarao de importao, na hiptese em que tenha sido consumida ou revendida, ou no seja localizada. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 131 Aqui temos o caso de uma mercadoria que foi importada sem DI, ou seja, que entrou no pas de forma irregular. Se essa mercadoria for encontrada, a Receita Federal ir apreend-la, aplicando a pena de perdimento. Se a RFB aplicar a pena de perdimento, no haver incidncia do imposto de importao. Em sentido contrrio, caso a RFB no encontre a mercadoria, em virtude de esta j ter sido consumida ou revendida, no h que se falar em pena de perdimento, havendo a incidncia do imposto de importao. A autoridade aduaneira far, ento, o lanamento do crdito tributrio, momento em que se considera ocorrido o fato gerador do imposto de importao. 3) O art. 73, inciso III estabelece uma situao em que o momento da ocorrncia do fato gerador ser a data do vencimento do prazo de permanncia da mercadoria em recinto alfandegado. Esse ser o momento temporal do fato gerador se for iniciado o despacho aduaneiro de importao antes de aplicada a pena de perdimento na hiptese de abandono de mercadoria em recinto alfandegado. Vamos entender esse negcio! Uma mercadoria considerada abandonada nas hipteses previstas no art. 642 do R/A. Uma vez que a mercadoria tenha sido considerada abandonada, a autoridade aduaneira dar incio ao processo administrativo para aplicao da pena de perdimento. Vejamos as hipteses em que uma mercadoria considerada abandonada: Art. 642. Considera-se abandonada a mercadoria que permanecer em recinto alfandegado sem que o seu despacho de importao seja iniciado no decurso dos seguintes prazos I - noventa dias: a) da sua descarga; e b) do recebimento do aviso de chegada da remessa postal internacional sujeita ao regime de importao comum; II - quarenta e cinco dias: a) aps esgotar-se o prazo de sua permanncia em regime de entreposto aduaneiro; b) aps esgotar-se o prazo de sua permanncia em recinto alfandegado de zona secundria; e c) da sua chegada ao Pas, trazida do exterior como bagagem, acompanhada ou desacompanhada; e III - sessenta dias da notificao a que se refere o art. 640. ¤ 1o Considera-se tambm abandonada a mercadoria que permanea em recinto alfandegado, e cujo despacho de importao: I - no seja iniciado ou retomado no prazo de trinta dias da cincia a) da relevao da pena de perdimento aplicada; ou b) do reconhecimento do direito de iniciar ou de retomar o despacho; ou II - tenha seu curso interrompido durante sessenta dias, por ao ou por omisso do importador Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 131 ¤ 2o O prazo a que se refere a alnea ÒbÓ do inciso II do caput de setenta e cinco dias, contados da data de entrada da mercadoria no recinto. ¤ 3o Na hiptese em que a mercadoria a que se refere a alnea ÒcÓ do inciso II do caput que no se enquadre no conceito de bagagem, aplicam-se os prazos referidos na alnea ÒaÓ do inciso I do caput ou na alnea ÒbÓ do inciso II do caput, conforme o caso. ¤ 4o No caso de bagagem de viajante saindo da Zona Franca de Manaus para qualquer outro ponto do territrio aduaneiro, o prazo estabelecido na alnea ÒcÓ do inciso II do caput ser contado da data de embarque do viajante. Art. 643. Nas hipteses a que se refere o art. 642, o importador, antes de aplicada a pena de perdimento, poder iniciar o respectivo despacho de importao, mediante o cumprimento das formalidades exigveis e o pagamento dos tributos incidentes na importao, acrescidos de juros e de multa de mora, e das despesas decorrentes da permanncia da mercadoria em recinto alfandegado Pargrafo nico. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedir os atos necessrios aplicao do disposto no caput Nos termos do art. 643, possvel que o importador, antes de aplicada a pena de perdimento, d incio ao despacho de importao. Assim, ele evita que seja declarado o perdimento da mercadoria considerada abandonada. Nesse caso, ocorrer o fato gerador do imposto de importao na data do vencimento do prazo de permanncia da mercadoria em recinto alfandegado. Perceba que, nesse caso, embora tenhamos o registro de uma DI, o fato gerador se considera ocorrido em momento anterior (data do vencimento do prazo de permanncia em recinto alfandegado) 4) O art. 74, inciso IV estabelece como momento da ocorrncia do fato gerador do I.I a data do registro da declarao de admisso temporria para utilizao econmica. Mais frente em nosso curso, ns estudaremos os regimes aduaneiros especiais, oportunidade em que falaremos sobre a admisso temporria para utilizao econmica. Por ora, no entanto, precisamos saber que esse regime aduaneiro especial aplicvel aos bens que ingressam a ttulo temporrio no pas a fim de serem empregados em atividade econmica. Tais bens so importados com suspenso parcial de tributos. Logo, por haver recolhimento tributrio parcial, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto de importao na hiptese de bens que entram no pas ao amparo do regime aduaneiro especial de admisso temporria para utilizao econmica. E o momento temporal da ocorrncia do fato gerador ser o registro da declarao para admisso no regime. A contrario sensu, pode-se interpretar que a entrada de bens no pas ao amparo de outros regimes aduaneiros especiais suspensivos de tributao no fato gerador do imposto de importao. Esse foi, inclusive, o entendimento adotado pela ESAF no ltimo concurso de Auditor da RFB 2009, Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 131 na prova de Direito Tributrio. Entretanto, cabe destacar que h grande controvrsia doutrinria e jurisprudencial quanto a esse tema. 13 2.6-No-ocorrncia do fato gerador: O art. 74 do Decreto n¼ 6759/2009 relaciona duas hipteses em que no ocorre o fato gerador do imposto de importao. A primeira delas diz respeito ao retorno ao pas de mercadoria que tenha sido exportada temporariamente. Nesse caso, como a sada da mercadoria no se revestiu do carter de definitividade, no podemos considerar que ela foi desnacionalizada. O retorno ao pas de mercadoria exportada temporariamente denominado de reimportao. Podemos dizer, ento, que na reimportao, no h fato gerador do imposto de importao. A segunda situao diz respeito ao pescado capturado fora das guas territoriais brasileiras, por empresa localizada no seu territrio, desde que observadas as normas da atividade pesqueira. Vejamos o que prev o art. 74 do R/A: Art. 74. No constitui fato gerador do imposto a entrada no territrio aduaneiro: I - do pescado capturado fora das guas territoriais do Pas, por empresa localizada no seu territrio, desde que satisfeitas as exigncias que regulama atividade pesqueira; e II - de mercadoria qual tenha sido aplicado o regime de exportao temporria, ainda que descumprido o regime. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 9. (ATRFB-2012-adaptada) Sobre o Imposto de Importao, pode-se afirmar que para efeito de clculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da declarao de importao de mercadoria submetida a despacho para consumo. Comentrios: 13 A prpria ESAF j se posicionou de forma diversa em concursos anteriores. Nas aulas sobre regimes aduaneiros especiais, nos aprofundaremos melhor nesse assunto: ocorre fato gerador do imposto de importao na admisso de bens em regimes aduaneiros especiais? Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 131 No caso de mercadorias submetidas a despacho para consumo, o fato gerador do I.I considera-se ocorrido na data do registro da DI. (art. 73, inciso I, do R/A). Questo correta. 10. (ATRFB-2012-adaptada) Sobre o Imposto de Importao, pode-se afirmar que para efeito de clculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da declarao de importao, inclusive no caso de despacho para consumo de mercadoria sob regime suspensivo de tributao e de mercadoria contida em remessa postal internacional ou conduzida por viajante, sujeita ao regime de importao comum. Comentrios: No caso de mercadoria contida em remessa postal internacional ou conduzida por viajante, haver registro de DI, motivo pelo qual esse ser o momento da ocorrncia do fato gerador. A data do registro da DI tambm ser o momento do fato gerador no caso de despacho para consumo de mercadoria submetida a regime suspensivo de tributao. Questo correta. 11. (AFRFB-2012) O fato gerador do Imposto de Importao a entrada de mercadoria estrangeira no territrio nacional. Este o conceito que a doutrina chama de elemento geogrfico ou espacial do fato gerador. Para efeito de clculo, entre outras situaes, considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto de Importao no dia do lanamento do correspondente crdito tributrio, quando se tratar de bens compreendidos no conceito de bagagem, acompanhada ou desacompanhada. Comentrios: O fato gerador do imposto de importao a entrada de mercadoria estrangeira no territrio nacional. No caso de bens compreendidos no conceito de bagagem (acompanhada ou desacompanhada), o fato gerador se considera ocorrido na data do lanamento do crdito tributrio. Questo correta. 12. (Questo Indita) O fato gerador do imposto de importao a entrada de mercadoria estrangeira no territrio aduaneiro. Para efeito de ocorrncia do fato gerador, considera-se entrada no territrio aduaneiro a mercadoria que conste como importada e cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira. Comentrios: O fato gerador do I.I a entrada de mercadoria estrangeira no territrio aduaneiro. Para fins de incidncia do I.I, considera-se que a mercadoria extraviada ingressou no territrio aduaneiro. Questo correta. 13. (Questo Indita) Para efeito de clculo do imposto de importao, considera-se ocorrido o fato gerador no dia do lanamento do correspondente Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 131 crdito tributrio, quando se tratar de bens contidos em remessa postal internacional sujeitos ao regime de tributao especial. Comentrios: Para efeito de clculo do imposto de importao, considera-se ocorrido o fato gerador no dia do lanamento do correspondente crdito tributrio bens contidos em remessa postal internacional no sujeitos ao regime de importao comum. O regime de tributao especial se aplica a bagagem de viajantes, e no a bens contidos em remessa postal internacional. Questo errada. 14. (Questo Indita) O retorno de mercadoria exportada temporariamente, quando descumprido o regime, fato gerador do imposto de importao. Comentrios: O retorno de exportao temporria, mesmo quando este descumprido, hiptese de no-ocorrncia do fato gerador do imposto de importao. Questo errada. 15. (Exame Despachante Aduaneiro-2012) No caso de Declarao de Importao (DI) registrada no Siscomex, calculado pelo sistema, de acordo com a alquota vigente na data do fato gerador do imposto, ou seja, na data da entrada da mercadoria no pas. Comentrios: A alquota aplicada a vigente na data da ocorrncia do fato gerador do imposto de importao. O fato gerador considera-se ocorrido na data do registro da DI (e no na data da entrada da mercadoria!). Suponha, por exemplo, que uma mercadoria ingresso no pas no dia de hoje, mas o registro da DI ocorra apenas daqui a 40 dias. A alquota aplicvel no ser a vigente no dia de hoje (data da entrada no pas), mas sim aquela que estiver em vigor na data do registro da DI. Questo errada. 2.7- Hipteses de no-incidncia: Segundo o art. 69 do R/A, o imposto de importao incide sobre mercadoria estrangeira. A contrario sensu, esto excludas do campo de incidncia do I.I as mercadorias nacionais. Mas qual o conceito de mercadoria estrangeira? Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 131 Mercadoria estrangeira, nos termos da legislao aduaneira, no apenas a mercadoria produzida no exterior. Tambm considerada estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada que foi exportada para o exterior. Dizemos que, quando uma mercadoria sai do pas com o nimo de definitividade, ela se desnacionaliza, tornando-se estrangeira. Logo, incidir o imposto de importao sobre o retorno de mercadoria nacional ou nacionalizada anteriormente exportada. Com efeito, se ela foi exportada em definitivo, podemos consider-la estrangeira. Tenham cuidado! 1) O retorno de uma exportao temporria no fato gerador do imposto de importao. A mercadoria no saiu do pas com nimo de definitividade, logo, ela no se desnacionalizou. 2) O retorno de uma exportao , sim, fato gerador do imposto de importao. Se a exportao foi definitiva, a mercadoria se desnacionalizou. Ela se tornou estrangeira e entra no campo de incidncia do imposto de importao. Esse o entendimento que se pode ter a partir da leitura do caput do art. 70: Art. 70. Considera-se estrangeira, para fins de incidncia do imposto, a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao Pas, salvo se: I - enviada em consignao e no vendida no prazo autorizado; II - devolvida por motivo de defeito tcnico, para reparo ou para substituio; III - por motivo de modificaes na sistemtica de importao por parte do pas importador; IV - por motivo de guerra ou de calamidade pblica; ou V - por outros fatores alheios vontade do exportador. Pargrafo nico. Sero ainda considerados estrangeiros, para os fins previstos no caput, os equipamentos, as mquinas, os veculos, os aparelhos e os instrumentos, bem como as partes, as peas, os acessrios e os componentes, de fabricao nacional, adquiridos no mercado interno pelas empresas nacionais de engenharia, e exportados para a execuo de obras contratadas no exterior, na hiptese de retornarem ao Pas A leitura do art. 70 como um todo nos permite observar que h situaes em que uma mercadoria foi exportada, mas, em seu retorno, no considerada estrangeira. So elas: Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Valewww.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 131 a) Mercadoria enviada em consignao e no vendida no prazo autorizado. A exportao em consignao uma modalidade especial de exportao regulamentada e administrada pela SECEX que permite que uma mercadoria seja exportada e, caso no seja vendida dentro de 720 dias contados do embarque, possa regressar ao Pas. Pois bem, se uma mercadoria exportada em consignao e no vendida dentro de 720 dias, ela dever retornar ao pas. No retorno, essa mercadoria considerada no-estrangeira. b) Mercadoria devolvida por motivo de defeito tcnico, para reparo ou para substituio. Imagine que uma empresa brasileira exportou um equipamento de raio-X para um hospital mexicano. Entretanto, uma pea desse equipamento deu defeito e ter que retornar ao Brasil para ser consertada (a empresa presta assistncia tcnica!). Essa pea do equipamento de raio-X considerada no-estrangeira, no havendo a incidncia do imposto de importao. c) Mercadoria que retorne por motivo de modificaes na sistemtica de importao por parte do pas importador. Imagine que uma empresa brasileira exporte brinquedos para a Argentina. Ela est acostumada a fazer isso sem problema algum! No entanto, dessa vez, ao exportar os brinquedos para a Argentina, estes so barrados na Alfndega dos nossos ÒhermanosÓ. Mudou a sistemtica de importao na Argentina. Os brinquedos precisam, por exemplo, ser inspecionados no pas de origem e receber um selo de qualidade. Ixi!! Eles vo ter que retornar ao Brasil. Nesse retorno, sero considerados no-estrangeiros, no havendo incidncia do imposto de importao. d) Mercadorias que retorne por motivo de guerra ou de calamidade pblica. Aqui o caso de uma empresa brasileira que estava exportando caf para a Lbia. Certo dia, eclode a guerra civil naquele pas... A mercadoria vai ter que retornar ao Brasil. No retorno, considerada no- estrangeira. e) Mercadoria que retorne por outros fatores alheios vontade do exportador. O retorno da mercadoria por qualquer fator que seja alheio vontade do exportador brasileiro faz com que esta no seja considerada estrangeira. Assim, no haver incidncia do I.I. Em todas as situaes listadas acima no ocorreu a incidncia do imposto de importao, uma vez que as mercadorias no eram estrangeiras. E, como vimos, o imposto de importao incide apenas sobre mercadorias estrangeiras. Por ltimo, o art. 70, pargrafo nico, trouxe regra que, em nosso entendimento, no traz grandes inovaes. Ele trata de hiptese em que uma mquina fabricada no Brasil, adquirida por empresa nacional de engenharia e, em seguida, exportada para o exterior a fim de ser utilizada na execuo de obras. Ora, se a mquina foi exportada (no estamos falando de exportao Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 131 temporria, mas sim definitivas!), ela se desnacionalizou. No retorno, ela ser, ento, considerada estrangeira. Haver incidncia do imposto de importao. O art. 71 do R/A, todavia, especifica situaes em que no h incidncia do imposto de importao sobre a importao de mercadorias estrangeiras. Vejamos o que prev o referido dispositivo: Art. 71. O imposto no incide sobre: I Ð mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de transporte, chegar ao Pas por erro inequvoco ou comprovado de expedio, e que for redestinada ou devolvida para o exterior; II Ð mercadoria estrangeira idntica, em igual quantidade e valor, e que se destine a reposio de outra anteriormente importada que se tenha revelado, aps o desembarao aduaneiro, defeituosa ou imprestvel para o fim a que se destinava, desde que observada a regulamentao editada pelo Ministrio da Fazenda; III Ð mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento, exceto na hiptese em que no seja localizada, tenha sido consumida ou revendida; IV Ð mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da declarao de importao, observada a regulamentao editada pelo Ministrio da Fazenda; V Ð embarcaes construdas no Brasil e transferidas por matriz de empresa brasileira de navegao para subsidiria integral no exterior, que retornem ao registro brasileiro, como propriedade da mesma empresa nacional de origem; VI Ð mercadoria estrangeira destruda, sob controle aduaneiro, sem nus para a Fazenda Nacional, antes de desembaraada.; e VII Ð mercadoria estrangeira em trnsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruda. Vamos tentar entender cada uma dessas hipteses: a) O inciso I se refere situao em que uma mercadoria estrangeira chega ao Brasil por erro inequvoco ou comprovado de expedio. Mandaram-na para o Pas equivocadamente. Ela deveria ter sido enviada para outro lugar, conforme previsto nos documentos de transporte. Nesse caso, ela ser redestinada (enviada ao pas para onde deveria ter sido expedida) ou devolvida ao exterior, no havendo incidncia tributria. b) O inciso II diz respeito hiptese de substituio de mercadorias. Suponha que uma empresa realize a importao de um equipamento de informtica e que, aps o despacho aduaneiro, este se revele defeituoso ou imprestvel para o fim ao qual se destina. Nesse caso, ela vai querer substituir a mercadoria que deu defeito, no mesmo? Muitas vezes h, inclusive, um contrato de garantia celebrado entre a empresa e o fornecedor estrangeiro. O equipamento de informtica , ento, devolvido ao Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 131 exterior e, em seu lugar, vem um novo em substituio. Sobre esse equipamento novo que substitui o imprestvel / defeituoso, no ir incidir o imposto de importao. c) O inciso III se refere situao em que aplicada a pena de perdimento em virtude de uma mercadoria ter entrado irregularmente no pas. Nesse caso, no haver incidncia do imposto de importao. Relembre- se que, caso a mercadoria tenha entrado no Brasil irregularmente e no tenha sido encontrada ou tenha sido vendida, haver incidncia do imposto de importao, considerando-se ocorrido o fato gerador na data do lanamento. d) O inciso IV trata da hiptese em que uma mercadoria devolvida ao exterior antes de registrada a DI. Ora, se no houve registro da DI, o fato gerador do imposto de importao no se aperfeioou. O R/A considera, portanto, que no incidir o imposto de importao. e) O inciso V versa sobre o retorno de embarcaes ao registro brasileiro. Nesse caso, a embarcao foi construda no Brasil e transferida por uma empresa brasileira de navegao a uma subsidiria no exterior. A embarcao, posteriormente, retorna ao Brasil, no sofrendo a incidncia do imposto de importao. Para isso, ela dever retornar como propriedade da mesma empresa nacional de origem. f) O inciso VI trata de situao em que a mercadoria destruda sob controle aduaneiro, sem nus para a Fazenda Nacional, antes de desembaraada. 14 Veja que, nessa situao, a mercadoria no precisa ter sido avariada ou ter se revelado imprestvel para o fim ao qual se destinava; para que no haja incidncia do imposto de importao, basta que ela seja destruda sob controle aduaneiro, sem nus para a Fazenda Nacional e antes do desembarao. Destaque-se, entretanto, que a autoridade aduaneira poder indeferir (negar) o pleito de destruio da mercadoria, com base no que dispuser legislao especfica. g) O inciso VII trata da destruio acidental de mercadoria submetida ao regime de trnsito aduaneiro de passagem. O trnsito aduaneiro um regime aduaneiroespecial que permite o transporte de mercadoria pelo territrio nacional com suspenso de tributos. Na modalidade de passagem, a mercadoria estrangeira passa pelo territrio nacional com destino ao exterior (mercadoria vem da Inglaterra e tem como destino final o Paraguai!) Se a mercadoria for destruda nesse percurso, a responsabilidade pelo crdito tributrio caber ao transportador. Por outro lado, caso a destruio seja acidental, no haver incidncia do imposto de importao. 14 Desembarao aduaneiro, conforme estudaremos em aula futura, o ato final do despacho aduaneiro. o momento em que a mercadoria liberada pela RFB e est livre para ingressar no territrio nacional. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 131 2.8- Sujeito Ativo: Segundo o art. 119 do Cdigo Tributrio Nacional, o sujeito ativo da obrigao tributria a pessoa jurdica de direito pblico titular da competncia para exigir o seu cumprimento. o ente que tem a titularidade do direito subjetivo de exigir a prestao jurdico-tributrio. No caso do imposto de importao, o sujeito ativo a Unio, competncia que lhe atribuda pelo art. 153, inciso I, da CF/88. 2.9- Sujeito Passivo: contribuintes e responsveis: Segundo o art. 121 do Cdigo Tributrio Nacional, o sujeito passivo da obrigao principal a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniria. O sujeito passivo pode ser classificado em duas categorias: contribuinte e responsvel. Nos termos do art. 121, contribuinte aquele que possui uma relao pessoal e direta com a situao que constitua o fato gerador do tributo; responsvel aquele que, sem revestir-se da condio de contribuinte, possua obrigao decorrente de expressa disposio em lei. No caso do imposto de importao, os contribuintes (que possuem relao pessoal e direta, portanto, com o fato gerador) esto relacionados no art. 104 do R/A: Art. 104. contribuinte do imposto: I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no territrio aduaneiro; II - o destinatrio de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; e III - o adquirente de mercadoria entrepostada. O inciso I afirma que o importador contribuinte do imposto de importao. Trata-se de afirmao que consideramos intuitiva e que no suscita grandes dvidas. Cabe ressaltar que o dispositivo define importador como a pessoa que promove a entrada de mercadoria estrangeira em territrio aduaneiro. Em outras palavras, importador a pessoa em nome da qual foi registrada a Declarao de Importao. O inciso II estabelece que o destinatrio de remessa postal internacional indicado pelo remetente contribuinte do imposto de importao. isso mesmo, meu amigo! Se o seu tio que mora no exterior te enviar um presente, voc ser contribuinte do imposto de importao! O inciso III, por ltimo, relaciona o Òadquirente de mercadoria entrepostadaÓ como contribuinte do imposto de importao. Trata-se da situao em que uma mercadoria importada em consignao, ficando Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 131 armazenada em recinto alfandegado, com os tributos suspensos, at que algum decida nacionaliz-la, comprando-a em carter definitivo. No momento da compra, realizado o recolhimento integral dos tributos suspensos. Quem ir recolher esses tributos ser o adquirente. E os responsveis? Quem a legislao aduaneira relaciona como responsveis pelo imposto de importao? Art. 105. responsvel pelo imposto: I - o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno II - o depositrio, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custdia de mercadoria sob controle aduaneiro. III - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. Art. 106. responsvel solidrio: I - o adquirente ou o cessionrio de mercadoria beneficiada com iseno ou reduo do imposto. II - o representante, no Pas, do transportador estrangeiro. III - o adquirente de mercadoria de procedncia estrangeira, no caso de importao realizada por sua conta e ordem, por intermdio de pessoa jurdica importadora. IV - o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de procedncia estrangeira de pessoa jurdica importadora. V - o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para a realizao do transporte multimodal. VI - o beneficirio de regime aduaneiro suspensivo destinado industrializao para exportao, no caso de admisso de mercadoria no regime por outro beneficirio, mediante sua anuncia, com vistas execuo de etapa da cadeia industrial do produto a ser exportado; e VII - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. importante sabermos a diferena entre responsvel e responsvel solidrio! Responsvel aquele que, em virtude da ocorrncia de um determinado evento, passa a figurar, sozinho, no plo passivo da obrigao tributrio. No caso do imposto de importao, so responsveis o transportador e o depositrio. Se ocorrer extravio ou avaria de mercadoria que esteja sob a tutela destes, o imposto de importao lhes ser exigido. Responsvel solidrio aquele que, em conjunto com outra pessoa, figura no plo passivo da obrigao tributria. Todos os agentes relacionados no art. 106 do R/A, portanto, dividem com outrem a responsabilidade pelo pagamento de tributos e eventuais penalidade cabveis. o caso, por exemplo, de uma pessoa que adquira mercadoria estrangeira por meio de outra pessoa jurdica importadora, realizando o que se chama de importao por conta e ordem. Nessa situao, o contribuinte ser a pessoa jurdica importadora, que figura no plo passivo da relao tributria em conjunto com o adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordem. Legislação Aduaneira p/ RFB ‐ 2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 01 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 131 Vale a pena destacar que a responsabilidade solidria (e no subsidiria!). importante memorizar os sujeitos passivos do imposto de importao. Eu uso a seguinte tabela para isso! Contribuintes Importador Destinatrio de Remessa postal internacional Adquirente de mercadoria entrepostada Responsveis Transportador Depostrio Responsveis solidrios Outros casos, relacionados no art. 106, do R/A. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 16. (AFRFB-2012) Considera-se estrangeira, para fins de incidncia do Imposto de Importao, toda mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao Pas. Comentrios: Nem todas as mercadorias nacionais ou nacionalizadas exportadas que retornem ao Pas sero consideradas estrangeiras. H diversas excees a essa regra, as quais esto relacionadas no art. 70, do Regulamento Aduaneiro. Questo errada. 17. (AFRFB-2012) O Imposto de Importao incide sobre mercadoria estrangeira que tenha sido objeto de pena de perdimento, exceto na hiptese em que no seja localizada, tenha sido consumida ou revendida. Comentrios: Segundo o art. 71, inciso III, do R/A, o imposto de importao no incide sobre mercadoria estrangeira que tenha sido objeto de pena de perdimento, exceto na hiptese em que no seja localizada, tenha sido consumida ou revendida. Questo errada. 18. (ATRFB-2012) O imposto de importao no incide sobre mercadoria estrangeira em trnsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruda. Comentrios: Legislação
Compartilhar