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16. RECURSOS EM ESPÉCIE (1)

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ATUALIZADO EM 16/05/2017
RECURSOS EM ESPÉCIE[1: Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas, referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas, artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.]
01. APELAÇÃO
1.1. INTRODUÇÃO – ASPECTOS DO NOVO CPC
- Para se entender a apelação no Novo CPC, deve-se partir de determinadas premissas peculiares do Novo CPC, de novidades introduzidas por ele, quais sejam:
 Deve-se partir da premissa de que não existe mais o agravo retido. 
Há decisões interlocutórias que não podem mais ser impugnadas por agravo de instrumento, e não há mais o agravo retido (que era o modo de impugnar essas decisões no CPC/73).
 A segunda premissa é a de que apelação e agravo de instrumento passam a ter um regime parecido. Por exemplo, o prazo para ambos é o mesmo (prazo de 15 dias). No CPC/73 apelação tinha 15 dias e agravo 10. No Novo CPC há uma uniformização dos prazos.
Apelação e agravo de instrumento serão julgados por três desembargadores. Mesmo se a câmara do Tribunal tiver cinco desembargadores, quem vai julgar vão ser apenas três.
 NOVIDADE: TÉCNICA DE AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO – Não há mais embargos infringentes. Os embargos infringentes como recurso desapareceram, mas no lugar que era reservado a eles, o legislador trouxe uma novidade, que é uma técnica de ampliação do colegiado em caso de votação não unânime em julgamento de apelação e de agravo.
Isso não é embargos infringentes, não é um recurso travisto. É apenas uma técnica de julgamento. Por isso que não entra no rol dos recursos.
Art. 941. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, a serem convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. 
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento.

§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
I – ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença; neste caso, deve o seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;
II – agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.

§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo no julgamento do incidente de assunção de
competência e no de resolução de demandas repetitivas.

§ 5o Também não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento da remessa necessária.
§ 6o Nos tribunais em que o órgão que proferiu o julgamento não unânime for o plenário ou a corte especial, não se aplica o disposto neste artigo.
*ART. 942:
- Como a apelação vai ser sempre julgada por três desembargadores, se houver voto divergente, o julgamento não termina. O julgamento processe ampliando o colegiado, em número que permita reverter. Quando o voto da apelação for 2 a 1, deve-se ampliar o colegiado com mais dois desembargadores. O julgamento não vai ser finalizado, o julgamento deve prosseguir com mais dois votando. Se a câmara tiver 5 membros, e tiver divergência, os outros dois votam. Se não houver 5 membros, e for preciso chamar mais dois desembargadores, será possível uma nova sustentação oral, pois a parte tem o direito de convencer os outros dois desembargadores.
- Se houver qualquer divergência na apelação, deve ser ampliado o colegiado.
- Esse foi um tema bastante discutido na construção do Novo CPC, e o Senado resolveu prestigiar a divergência, abrindo a possibilidade de ela ser considerada, ao aumentar o colegiado. Pois essa divergência pode ser importante.
 Resolução para essa questão: basta que sejam reformados os regimentos internos dos Tribunais para se criar câmaras com 5 desembargadores. Na prática, acredita-se que isso é o que vai acontecer.
 Essa técnica só se aplica aos casos em que verse sobre agravo de instrumento, quando reformar a decisão que julgar parcialmente o mérito. Se a decisão do agravo de instrumento mantiver a decisão interlocutória, não caberá essa técnica. É uma técnica restrita ao agravo de instrumento que versar sobre o mérito – parágrafo 3o.
- No caso de apelação, conforme o caput, essa técnica cabe para qualquer tipo de apelação.
- Parágrafo 4o: esses incidentes já serão julgados normalmente por colegiados grandes, não justificando a aplicação dessa técnica de ampliação de colegiado.
- Parágrafo 5o: também não se aplica essa técnica em remessa necessária.
- No caso do parágrafo 6o, também já são julgados em colegiados grandes, não havendo a necessidade de ampliar.
 A aplicabilidade dessa técnica está nos casos em que a decisão é proferida em colegiados pequenos.
# Crítica: essa previsão desestimularia a divergência?
JUÍZO A QUO DA APELAÇÃO: A apelação é interposta perante o juízo a quo, mas ele não faz mais o juízo de admissibilidade da apelação.
- O a quo vai ouvir o apelado em 15 dias, e vai remeter os autos ao tribunal.
1.2. CABIMENTO DA APELAÇÃO
- Apelação cabe contra:
SENTENÇA: conforme já ocorria no CPC/73.
# OBS.: o Novo CPC deixa claro que quando houver tutela provisória concedida na sentença, ha apelação também é um recurso cabível. A apelação impugna toda a sentença, inclusive a tutela provisória que estiver na sentença. O Novo CPC deixa isso claro. Se é concedida no bojo da sentença, é considerada sentença para fins de apelação.
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO AGRAVÁVEIS: decisões interlocutórias em que não cabe agravo de instrumento.
Houve uma ampliação da abrangência da apelação. Cabe apelação agora contra sentença, e decisões interlocutórias contra as quais não cabe agravo de instrumento.
# OBS.: toda decisão interlocutória é recorrível – ou por agravo de instrumento ou por apelação. O que o CPC disse foi que nem toda decisão interlocutória é recorrível imediatamente – há interlocutórias recorríveis imediatamente (por agravo de instrumento), e outras que são recorríveis na apelação. O Novo CPC apenas protraiu o direito de recorrer. Entretanto, se não recorrer no momento da apelação, há preclusão. Isso não significa dizer, entretanto, que o Novo CPC instituiu decisões interlocutórias irrecorríveis (as que não cabem agravo de instrumento), pois nelas cabe o recurso na apelação, e nem que não há mais preclusão do direito do recurso de interlocutórias em que não cabe agravo (elas precluem sim, se não recorridas na apelação).
 Na apelação, há uma cumulação de pedidos – a apelação contra a sentença e contra a decisão interlocutória. Se não impugnar as interlocutórias, há preclusão.
 Pode recorrer só da sentença. Se assim o fizer, sobe apenas a sentença e as decisões interlocutórias transitam em julgado.
# QUESTÃO: É possível impugnar na apelação só das interlocutórias? SIM. Entretanto, a sentença não tramita em julgado, pois o recurso contra as interlocutórias uma vez acolhido, prejudica a sentença. Se a apelação não for provida, a sentença transita em julgado.
# APELAÇÃO DO VENCEDOR CONTRA AS INTERLOCUTÓRIAS: o vencedor pode apelar contra as interlocutórias. E, nesse caso, só há sentido apelas apenas das interlocutórias, pois se ele foi o vencedor da sentença, ele vai apelas apenas das interlocutórias. 
- Entretanto, a apelação do vencedor é embutida nas contrarrazões da apelação do vencido. Pode contrarrazoar e apelar das interlocutórias.
- Essa apelação do vencedor é, portanto SUBORDINADA, porque só tem sentido para o vencedor apelar das interlocutórias porque o vencido apelou.
- Ela é subordinadaporque depende da existência do recurso do vencido, e é CONDICIONADA, porque ela só vai ser examinada se a apelação do vencido for provida. Porque se a apelação do vencido for desprovida, não for acolhida, não há interesse nenhum para o vencedor. O interesse do vencedor só existe se a vitória dele for desfeita. Se a vitória dele for mantida, não há interesse recursal algum.
# OBS.: Difere do recurso adesivo, porque este apenas depende de o recurso principal ser conhecido, mas não depende de que o recurso principal seja provido.
 Se o vencedor não fizer essa apelação, há preclusão. O Tribunal não poderá reexaminar as interlocutórias. 
Art. 1008. Da sentença cabe apelação.

§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não ficam cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. Sendo suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em quinze dias, manifestar-se a respeito delas.

§ 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.014 integrarem capítulo da sentença.
 Parágrafo 1o: não estão preclusas do momento da decisão, em que caberia o agravo de instrumento. Mas se não for impugnada na apelação, há a preclusão. E devem ser impugnadas na apelação.
- Quando se diz “ou nas contrarrazões” diz respeito à apelação do vencedor, que pode impugnar, nas contrarrazões, as decisões interlocutórias não impugnáveis por agravo de instrumento. É feita na mesma peça (mas se for em pecas separadas, é um equívoco formal que não acarretará problema algum).
- Como é uma outra apelação, o vencido, que recorreu primeiro, vai contrarrazoar a apelação do vencedor (feita nas contrarrazões da apelação do vencido).
Parágrafo 2o: Decidiu na sentença, contra ela cabe apelação. É uma regra geral. 
# RESUMO: A apelação pode agora impugnar sentença e interlocutórias. E a apelação contra interlocutórias pode ser tanto do vencido, como do vencedor que, no prazo para contrarrazoar a apelação do vencido, pode também impugnar as interlocutórias.
# OBS.: Pode acontecer de em uma sucumbência recíproca, apenas um apelar, e o outro entrar com um recurso adesivo da parte em que perdeu, e uma apelação subordinada da parte em que ele ganhou. Por isso que é importante saber a diferença dessas duas espécies de recurso subordinado (o recurso adesivo e a apelação subordinada do vencedor).
1.3. EFEITO SUSPENSIVO DA APELAÇÃO
Art. 1011. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:

I 􏰀 homologa divisão ou demarcação de terras;

II 􏰀 condena a pagar alimentos;

III 􏰀 extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;

IV 􏰀 julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;

V 􏰀 confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI 􏰀 decreta a interdição.

§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença.
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:

I 􏰀 tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II 􏰀 relator, se já distribuída a apelação.

§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso, ou, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou difícil reparação.
A)REGRA GERAL: a regra geral da apelação é ter ela efeito suspensivo automático – art. 1011, caput.
B) EXCEÇÃO: casos em que a apelação não tem efeito suspensivo. O rol do art. 1011 não é exaustivo, tanto que o próprio parágrafo 1o diz “além de outras hipóteses previstas em lei”. Ou seja, há casos na legislação extravagante em que a apelação não tem efeito suspensivo.
# OBS.: é dizer que a apelação não tem efeito suspensivo automático, mas é possível pedir o seu efeito suspensivo.
Inciso III – NOVIDADE: é a execução fundada em título extrajudicial, em que cabe embargos de execução. Os embargos do executado podem (não é sempre que acontece) suspender a execução, preenchidos alguns pressupostos. 
Se esses embargos forem rejeitados ou extintos sem resolução do mérito, cabe apelação. E essa apelação não tem efeito suspensivo. Ou seja, a improcedência dos embargos vai produzir efeitos imediatamente. Isso significa dizer que a execução que estava suspensa em razão dos embargos, vai prosseguir (pois os embargos foram rejeitados e a apelação aos embargos não tem efeito suspensivo). 
A utilidade do inciso III é fazer com que a execução eventualmente suspensa pelos embargos, volte a correr. E essa execução voltará a correr como execução definitiva, porque essa execução é de título extrajudicial, e decisão de título extrajudicial é execução definitiva. Ela estava suspensa, e volta a correr como era (de forma definitiva). Não existe execução provisória de titulo extrajudicial.
# OBS.: O CPC/73 dizia que essa execução que era definitiva, quando voltasse a correr, voltaria como provisória.
# SÚMULA 317, STJ: É definitiva a execução de título judicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedente os embargos.
O Novo CPC consagrou esse entendimento do STJ no inciso III do art. 1011, CPC/2015. 
 Essa súmula é “contrária” ao CPC/73, porque quando a súmula foi editada, não era assim expresso no CPC/73. Mas após a edição da súmula, houve essa mudança no CPC, mas o STJ não cancelou a súmula, pois é um entendimento absurdo.
Inciso IV: a decisão que constitui a arbitragem produz efeitos imediatamente.
Inciso V – NOVIDADE: apelação contra sentença que confirma, concede ou revoga TUTELA PROVISÓRIA, não tem efeito suspensivo.
- Tutela provisória é o nome que o Novo CPC dá à antiga Tutela Antecipada e Tutela Cautelar.
- A revogação deve produzir efeitos imediatamente. Se o juiz deu a tutela antecipada e revogou a tutela antecipada na sentença, a revogação deve ser imediata. Cai imediatamente a tutela antecipada. 
- A concessão da tutela antecipada na sentença permite que a sentença produza efeitos imediatos. Essa é uma grande novidade do CPC, porque houve uma ampliação das hipóteses de tutela provisória, havendo inclusive tutela provisória sem urgência, sem necessidade de demonstração de perigo. Se o juiz der qualquer tutela provisória na sentença, mesmo que não haja urgência, essa sentença vai produzir efeitos imediatamente.
- Esse inciso pode quebrar o efeito suspensivo da apelação em muitos casos, porque o Novo CPC amplia as possibilidades de tutela antecipada.
- No CPC/73, as possibilidades eram mais restritas.
 Se o pedido estiver em conformidade com precedente obrigatório, o juiz pode conceder a tutela antecipada sem urgência. 
A sentença pode, portanto, ter aplicabilidade imediata, se conceder o pedido principal e conceder tutela antecipada.
 No Novo CPC cabe expressamente tutela provisória nos casos em que o juiz decide com base em súmula ou precedente do STF (no CPC/73 não cabia).
Inciso VI: a sentença de interdição produz efeitos imediatos, mas para o processo ele ainda é réu, não perde a capacidade de recorrer. Perde a capacidade civil, mas no processo ele ainda é capaz, ele pode recorrer. Porque se fosse considerado incapaz e eleito um curador, o curador não iria recorrer.
# CASOS NA LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Sentença de despejo, sentença que julga ação civil pública, sentença que concede MS ou Habeas Data – são sentenças que produzem efeitos imediatamente, pois a apelação não produz o efeito suspensivo.
# QUESTÃO: Pode acontecer de a sentença ter mais de um capítulo, e pode acontecer de a apelação ter efeito suspensivo para um capitulo e não para o outro. Se a tutela provisória for só de uma parte,para aquela parte não suspende, mas para o outro suspende.
 O efeito suspensivo varia conforme o capítulo impugnado.
# OBS.: Se a apelação não tem efeito suspensivo automático, cabe a execução provisória da sentença.
Parágrafo 3o –NOVIDADE: entre o período da interposição da apelação e a sua distribuição no Tribunal, pode entrar com um requerimento no tribunal para o efeito suspensivo. E o sujeito que examinou o pedido de efeito suspensivo, fica prevento para a apelação.
- Se a apelação já tiver sido distribuída, pede o efeito suspensivo diretamente ao relator.
- E o relator, seja ele o relator do requerimento avulso (que fica prevento para a futura apelação), seja o relator da presente apelação, decide se vai conceder ou não o efeito suspensivo à apelação. 
- No CPC/73, havia quem dissesse que poderia requerer ao juiz da ação o efeito suspensivo da apelação. No Novo CPC o requerimento deve ser feito perante o Tribunal (ao relator da apelação ou ao examinador prevento).
1.5. JULGAMENTO DIRETO PELO TRIBUNAL
- É a possibilidade de o tribunal avançar para decidir o mérito, mesmo que o mérito não tenha sido examinado pelo juiz de primeiro grau – NOVIDADE.
- É a possibilidade de julgamento direto pelo tribunal em apelação.
- Corresponde ao parágrafo 3o, Art. 515, CPC/73. 
 É a APLICAÇÃO DA TEORIA DA CAUSA MADURA. A Teoria da causa madura foi normatizada de outra maneira no Novo CPC. 
Art. 1012. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3o Se a causa estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:

I 􏰀 reformar sentença fundada no art. 483;
II 􏰀 decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;

III 􏰀 constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV 􏰀 decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
Parágrafo 3o:são as hipóteses em que se e a causa estiver pronta para ser julgada, o Tribunal deve resolver desde logo o mérito. Essa redação deixa claro que a aplicação desse dispositivo não depende de requerimento da parte.
- Inciso I: equivalente ao art. 267, CPC/73. Não é novidade.
- Inciso II, III, IV: novidade.
- O inciso III já era defendido pela doutrina.
Parágrafo 4o: se o Tribunal afastar a prescrição e decadência, também há a possibilidade de julgamento direito pelo Tribunal.
1.6. FATO NOVO NA APELAÇÃO
- É possível alegar fato novo na apelação, desde que o fato seja novo, ou seja fato antigo que só se soube depois por justo motivo. O fato não é novo, mas o seu conhecimento é novo.
- A apelação permite inovação em matéria de fato. Isso não é uma novidade do Novo CPC.
*#OUSESABER: O efeito regressivo refere-se à possibilidade de o julgador se RETRATAR da sua decisão, quando da interposição do recurso. No âmbito do CPC/2015, em quais hipóteses a apelação possuirá efeito regressivo? Vejamo-las, comparando com o sistema previsto no CPC/73:
1) Apelação contra sentença que INDEFERE A PETIÇÃO INICIAL: Essa hipótese de efeito regressivo já era prevista pelo CPC/73. O art. 331 do NCPC manteve a previsão, porém com DUAS MUDANÇAS: a) estendeu o prazo de retratação, que passou de 48h para 5 DIAS; b) estabeleceu a necessidade de citação do réu para responder ao recurso, no caso de não haver a retratação pelo juiz.
2) Apelação contra sentença de IMPROCEDÊNCIA LIMINAR: O CPC/73 previa a possibilidade de retratação no caso específico do art. 285-A (improcedência prima facie), no prazo de 5 dias. O NCPC, em seu art. 332, possibilitou a retratação do julgador em quaisquer dos casos de improcedência liminar do pedido do autor, mantendo o prazo de 5 dias, bem como a necessidade de citação do réu para apresentar contrarrazões, caso a sentença não seja modificada.
3) Apelação contra sentença que EXTINGUE O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. Trata-se de novidade introduzida pelo NCPC. Em qualquer caso de extinção do processo sem resolução do mérito poderá o juiz se retratar, no prazo de 5 dias, conforme previsto no art. 485, § 7º, do CPC/15.
Vale ressaltar ainda uma outra hipótese, não prevista no NCPC, em que será possível que o juiz se retrate e modifique a própria sentença: apelação em causas relacionadas aos direitos da criança e do adolescente, conforme o art. 198, VII, do ECA.
02. AGRAVO DE INSTRUMENTO
Prazo: 15 dias – NOVIDADE (no CPC/73 o prazo era de 10 dias).
	*#DIZERODIREITO
Admite-se a aplicação da teoria da causa madura (art. 515, § 3o, do CPC/1973 / art. 1.013, § 3o do CPC/2015) em julgamento de agravo de instrumento. 
Ex: o MP ingressou com ação de improbidade contra João, Paulo e Pedro pedindo a indisponibilidade dos bens dos requeridos. O juiz deferiu a medida em relação a todos eles, no entanto, na decisão não houve fundamentação quanto à autoria de Pedro. Diante disso, ele interpôs agravo de instrumento. O Tribunal, analisando o agravo, entendeu que a decisão realmente é nula quanto a Pedro por ausência de fundamentação. No entanto, em vez de mandar o juiz exarar nova decisão, o Tribunal decidiu desde lodo o mérito do pedido e deferiu a medida cautelar de indisponibilidade dos bens de Pedro, apontando os argumentos pelos quais este requerido também praticou, em tese, ato de improbidade. 
STJ. Corte Especial. REsp 1.215.368-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/6/2016 (Info 590). 
 Pode ter preparo.
Cabimento: É um recurso previsto para decisões interlocutórias.
- Entretanto, também cabe agravo de instrumento contra sentença (Agravo de Instrumento contra sentença que decreta a falência). 
- Agora, o Agravo de Instrumento cabe em um rol taxativo de hipóteses.
2.1. HIPÓTESES DE CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO – ROL TAXATIVO:
# OBS.: o rol é taxativo, mas não tem a ver com interpretação literal. Se houver algum caso semelhante a um dos casos que esteja no rol (caso em que as mesmas razoes que justificam o agravo), pode aplicar o agravo de instrumento por extensão. Permite uma interpretação extensiva. 
 Não pode admitir o agravo fora dessas hipóteses. Entretanto, se uma dessas hipóteses for semelhante a um outro caso em que as mesmas razoes que justificam o agravo se incidam, vai ser admitido o agravo por extensão. 
Casos em que estão aparentemente fora do rol taxativo, mas que podem ser encaixados dentro de uma dessas hipóteses. 
 O rol é taxativo, mas não é exaustivo. Há hipóteses na legislação extravagante, como o agravo contra decisão de falência, agravo contra decisão inicial que admite petição inicial que admite improbidade administrativa.
 Esse rol não se aplica na liquidação, no cumprimento de sentença, na execução, e no inventário partilha. Nesses quatro casos, todas as interlocutórias são impugnáveis por agravo de instrumento. Ou seja, o modelo recursal desses casos é um modelo diferente – a apelação contra interlocutória, por exemplo, não vai caber. Ou seja, o agravo de instrumento nessas quatro hipóteses é atípico – ele cabe sempre. Se é decisão interlocutória, cabe agravo.
*Redação Original do Novo CPC
ART. 1015, NCPC: 
- O rol do art. 1015 prevê várias hipóteses de Agravo de Instrumento – Lista de decisões impugnáveis por agravo de instrumento:
Art. 1.015.  Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II- mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único.  Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
A) INCISO I – TUTELAS PROVISÓRIAS
#OBS.: se a tutela provisória for dada na sentença, cabe apelação. Aqui está se falando em decisão interlocutória que concedeu tutela provisória, aí sim cabe agravo de instrumento.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A superveniência de sentença de mérito acarreta a perda do objeto do agravo de instrumento interposto contra decisão anteriormente proferida em tutela antecipada. STJ. Corte Especial. EAREsp 488.188-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/10/2015 (Info 573). 
B) INCISO II – DECISÃO QUE JULGA O MÉRITO DA CAUSA
- Esse inciso consagra o entendimento de que existe decisão interlocutória de mérito. 
# OBS.: No rol não há previsão de agravo contra decisão que indefere prova. Decisão que indefere prova é uma decisão que não é agravável.
- O Novo CPC reformulou a produção antecipada de prova. E a produção antecipada de prova é uma ação pela qual se pede que a prova seja produzida.
- O mérito do pedido da produção antecipada da prova é a produção antecipada da prova. Se o juiz julga a antecipação da prova, ele está julgando o mérito desse pedido.
- Decisão que indefere a prova não é impugnável por agravo de instrumento, mas decisão que decide o mérito é e, se o juiz indeferir um dos quesitos da produção antecipada de prova, está julgando o mérito, logo, cabe agravo de instrumento.
- Quando o pedido de produção de prova for o mérito, vai incidir no inciso II.
É possível decisão interlocutória de mérito
Indeferimento de prova não cabe AI, mais decisão que defende o mérito é impugnável. Quando o pedido de produção de prova for o mérito vai incidir no inciso II

C) INCISO III – REJEIÇÃO DA ALEGAÇÃO DE CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM
 Cabe AI da decisão interlocutória que rejeitar a alegação de convenção de arbitragem.
- O Réu alegou a convenção de arbitragem e o juiz não acolheu. Se o juiz tivesse acolhido, seria uma sentença e, portanto, apelável. Mas como não acolheu, é uma decisão interlocutória agravável.
 Embora o rol de AI seja taxativo, pode ser interpretado extensivamente por analogia. O inciso III permite, pelo menos, três interpretações por analogia – segundo Didier:
Situação 1: Também é agravável a decisão interlocutória que versa sobre competência. Porque a alegação de convenção de arbitragem é substancialmente uma alegação de incompetência. E esse raciocínio se aplica para qualquer alegação de competência. Alegação de foro de eleição, que também é um negócio processual, seria agravável. Essa é uma expectativa doutrinária do Novo CPC.
Situação 2:Também é interpretado extensivamente para os casos em que o juiz nega eficácia ou não homologa negócio processual. O inciso III também trata de um negócio processual – quando o juiz rejeita a convenção de arbitragem, ele rejeita um negócio processual.
Situação 3:Também se aplica quando o juiz não reconhecer a decisão do Tribunal arbitral sobre a sua competência. Se já houver um processo arbitral em andamento, quem tem que decidir sobre a convenção de arbitragem é o árbitro. Se o árbitro disse no processo arbitral que a convenção de arbitragem abrange aquele caso, a competência é do tribunal arbitral, e o árbitro vai comunicar isso ao juízo que vai ter que extinguir o processo. Se o juiz não extinguir o processo, equivale a rejeitar a alegação de convenção de arbitragem. Se ele não extinguir, caberá agravo. Essa conclusão decorre de uma previsão do próprio NCPC – Art. 485, VII: o processo será extinto sem exame do mérito quando o juiz “acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência”.
D) INCISO IV – INCIDENE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
E) INCISO V – REJEIÇÃO DO PEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA OU ACOLHIMENTO DO PEDIDO DE SUA REVOGAÇÃO
F) INCISO VI – EXIBIÇÃO OU POSSE DE DOCUMENTO OU COISA
G) INCISO VII – EXCLUSÃO DE LITISCONSORTE
H) INCISO VIII – REJEIÇÃO DO PEDIDO DE LIMITAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO
I) INCISO IX – ADMISSÃO DO PEDIDO DE LIMITAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO
J) INCISO X – CONCESSÃO, MODIFICAÇÃO OU REVOGAÇÃO DO EFEITO SUSPENSIVO AOS EMBARGOS À EXECUÇÃO
K) INCISO XI – REDISTRIBUIR O ÔNUS DA PROVA NOS TERMOS DO ART. 381, §1o
L) INCISO XIII – OUTROS CASOS EXPRESSAMENTE REFERIDOS EM LEI
*Redação Provisória do Novo CPC
Atenção! Concursos federais. No agravo de instrumento, em regra, se o agravante não juntou a cópia de certidão de intimação da decisão agravada, seu recurso não será conhecido em virtude de esta certidão ser prevista como documento obrigatório (art. 525, I, do CPC 1973 / art. 1.017, I, do CPC 2015). A Lei exige esse documento para que o Tribunal possa saber quando a parte foi intimada e, assim, ter certeza que o recurso foi interposto tempestivamente. Exceção: é possível dispensar a certidão de intimação se existirem outros meios para se aferir a tempestividade do recurso. O termo de abertura de vista e remessa dos autos à Fazenda Nacional substitui, para efeito de demonstração da tempestividade do agravo de instrumento por ela interposto, a apresentação de certidão de intimação da decisão agravada (art. 525, I, do CPC 1973 / art. 1.017, I, do CPC 2015). STJ. Corte Especial. REsp 1.383.500-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 17/2/2016 (recurso repetitivo) (Info 577).
*As peças que devem formar o instrumento do agravo podem ser apresentadas em mídia digital (DVD). STJ. 2ª Turma. REsp 1.608.298-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/9/2016 (Info 591)
*#OUSESABER: Segundo disposto no art. 1.017, repetindo o que já existia no CPC de 1973, o agravo de instrumento deve vir acompanhado, como regra geral, das peças obrigatórias e facultativas. Ocorre que existe uma exceção, consoante disposto no parágrafo 5º desse mesmo artigo: caso os autos sejam eletrônicos, é DESNECESSÁRIO que o agravante junte as peças obrigatórias. § 5o Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia. Ora, a alteração tem imensa razão de ser, uma vez que nesse caso o próprio TJ pode ter acesso aos autos eletronicamente de modo completo, sendo desnecessária a formação do instrumento nesses moldes.
03. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
3.1. CABIMENTO
- Cabem contra qualquer decisão – Novo CPC deixai isso claro. No CPC/73 prevalecia no STF o entendimento de que não cabia embargos de declaração contra decisão de relator. Mas com o Novo CPC isso está totalmente superado, porque o NCPC é muito claro, inclusive há um artigo específico sobre embargos de declaração contra decisão de relator.
- São recurso de fundamentação vinculada. O que significa dizer que eles não cabem sempre, ou não cabem por qualquer motivo. O CPC estabelece quatro hipóteses de embargos de declaração (NOVIDADE). Até o CPC/73 havia previsto 3 hipóteses, agora a quatro-.
 Hipóteses de cabimento:
A) ERRO MATERIAL: 
- Embargos de Declaração por erro material. 
- O legislador consagrou um entendimento que já existia na doutrina e jurisprudência. Não avia previsão expressa no CPC/73, mas a doutrina e jurisprudência previam, e o NCPC previu expressamente.# OBS.: O erro material é um problema que o juiz pode conhecer de ofício e a qualquer tempo. Agora que o legislador previu embargos de declaração, significa que se eles não forem opostos, não haverá mais a possibilidade de corrigir erro material que sempre puderam ser opostos a qualquer tempo? NÃO. O fato de caber embargos de declaração é uma forma de simplificar a correção do erro material. Se não houver embargos de declaração, nada impede que ele seja corrigido depois.
- A não oposição de embargos de declaração por erro material não impede a correção a qualquer tempo – Conclusão do Fórum Permanente de Processualistas Civis – Enunciado 360.
B) CONTRADIÇÃO
- Cabem embargos de declaração se houver contradição em uma decisão, problema lógico. Há proposições incompatíveis na decisão. 
C) OMISSÃO
- Embargos de Declaração por omissão. Houve grandes mudanças no NCPC.
- Omissão aqui é tanto em relação a um pedido (o julgador deixou de examinar um pedido), como também é omissão quando deixa de examinar uma questão relevante para a causa. Também há omissão quando o juiz deixa de examinar questões que tem que conhecer de ofício. 
 Espécies de omissão pelo julgador:
Em relação ao pedido;
Questão relevante para a causa;
Questões que deve conhecer de ofício.
 O legislador criou hipóteses de omissão presumida, para facilitar a oposição de embargos de declaração.
Hipóteses de omissão presumida:
PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS: Há omissão se o julgador deixar de se manifestar sobre o julgamento de casos repetitivos, ou de assunção de competência. São dois incidentes em Tribunal que geram precedente obrigatório. O precedente firmado deve ser seguido obrigatoriamente. Se há um precedente firmado e o julgador não faz menção a eles, não os aplica, essa decisão é omissa, e pode ser embargada. Dá coerência ao sistema. Essa hipótese consagra o dever que o Tribunal tem de referir aos precedentes. Ele não pode deixar de referir aos seus precedentes, sobretudo se são obrigatórios. 
VÍCIO MOTIVAÇÃO: Sempre que o órgão julgador não se comportar de acordo com o parágrafo 1o, do artigo que cuida da fundamentação judicial (art. 487 ou 490). Esse parágrafo estabelece 6 situações em que a decisão não é motivada. Se o juiz incorre em qualquer uma dessas hipóteses, caberão embargos de declaração. Vício de motivação é caso de embargos de declaração.
D) OBSCURIDADE
- Se a decisão é obscura, pouco inteligível, não é clara, pode embargar para que o juiz esclareça. 
# OBS.1: Até o CPC/73, havia previsão de embargos de declaração nos casos de dúvida no âmbito dos juizados especiais. A dúvida era hipótese de cabimento de embargos de declaração no âmbito dos juizados especiais. Agora não há mais. O Novo CPC muda a lei de juizados, dizendo que as hipóteses de cabimento dos juizados são as mesmas de cabimento do CPC. 
# OBS.2: A jurisprudência, os Tribunais têm admitido embargos de declaração por decisões ultra ou extra petita. Isso tem sido admitido pela prática. Não há previsão para isso no CPC. 
# OBS.3: A CLT no art. 897-A, traz uma outra hipótese de embargos de declaração. Seria uma 5a hipótese de embargos de declaração prevista em lei, mas no âmbito do Processo do Trabalho. 
Art. 897-A. Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. 
- Caso de embargos de declaração por equívoco no exame da tempestividade, preparo e regularidade forma (exame dos pressupostos extrínsecos do recurso) no Processo do Trabalho. 
*Os embargos de declaração não se prestam a corrigir possíveis erros de julgamento. STF. Plenário. RE 194662 Ediv-ED-ED/BA, rel. orig. Min. Sepúlveda Pertence, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 14/5/2015 (Info 785). 
3.2. PREPARO
 Os embargos de declaração dispensam preparo. É um recurso sem preparo.
3.3. PRAZO
 Embargos de declaração é hoje o único recursos do processo civil com 5 dias, porque todos os outros passaram a ter prazo de 15 dias. No âmbito eleitoral, têm prazo de 3 dias.
- Prazo em Dobro: O NCPC esclarece um ponto em que havia uma discussão sobre se a regra que estabelece a dobra de prazo para litisconsortes com advogados diferentes se aplica aos embargos de declaração. Haia entendimento de que não era em dobro, mas o NCPC diz que há prazo em dobro. Havia entendimentos dizendo que não se aplicava, mas agora há regra expressa dizendo que se aplica.
3.4. NATUREZA JURÍDICA DA DECISÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
 A decisão que julga os embargos de declaração tem a natureza da decisão embargada. Porque o julgamento dos embargos se incorpora à decisão embargada. É como se o julgamento fosse a soma da decisão embargada com a decisão que julga os embargos.
- Se embarga uma sentença, a decisão tem natureza de sentença. Se embarga uma decisão interlocutória, a natureza é de decisão interlocutória. 
3.5. COMPETÊNCIA
 O órgão que proferiu a decisão embargada é o competente para julgar os embargos de declaração. 
- Se foi o juiz que proferiu a decisão embargada, ele que vai julgar os embargos. Se foi o relator, ele que vai julgar os embargos. Se é de uma Turma, é ela que vai julgar os embargos.
- Havia uma incompreensão no CPC/73 e alguns relatores queriam julgar monocraticamente embargos opostos contra decisão de Turma – não pode. 
 Embargos de declaração contra decisão de uma Turma devem ser julgados na sessão subsequente. Se não forem julgados na sessão subsequente, eles entram em pauta. Ou seja, embargos de declaração entram em pauta, desde que não seja julgado na sessão subsequente. No CPC/73 não entrava em pauta. Agora está expresso no Novo CPC que deve entrar em pauta para os advogados saberem quando será o novo julgamento.
No CPC/73, as vezes os Tribunais tinham uma política de receber os embargos de declaração como se fossem agravo interno, estabelecendo uma espécie de fungibilidade.
- NOVIDADE: §3oO órgão julgador conhecerá os embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a instituição do recorrente para, no prazo de cinco dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.020, §1o. O art. 1020 estabelece a exigência de que o agravo interno tem que impugnar especificadamente a decisão. 
- Deve intimar o recorrente para que ele adapte suas razões à do agravo interno. O agravo interno exige uma fundamentação específica.
3.5. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO INADMISSÍVEIS
 Se os embargos de declaração são inadmissíveis, por qualquer motivo, eles produzem efeitos? 
- O CPC deixa claro que recurso intempestivo não produz efeito. Mas só os intempestivos. 
- A CLT foi recentemente alterada pela Lei 13.015, e criou um problema para o processo civil. §3o, art. 879-A, CLT “Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura”.
- A CLT traz outras duas hipóteses em que os embargos de declaração não são admissíveis. Essas hipóteses se aplicam ao CPC? Segundo Diddier, NÃO, porque o CPC prevê o dever de o julgador mandar corrigir os defeitos sanáveis. Se há defeito sanável deve ser corrigido, não podendo o recurso não ser conhecido por defeitos sanáveis. Intempestividade não é sanável, mas os outros dois defeitos sim. Essas suas hipóteses só se aplicam, portanto, ao processo do trabalho, porque no processo civil, se o juiz se depara com esses defeitos, deve mandar corrigir.
 O Novo CPC traz uma novidade: os embargos de declaração podem ser considerados protelatórios, e o NCPC diz que se entra com embargos protelatórios, há multa, se reitera, há multa, e não cabe terceiro embargo se os outros dois forem considerados protelatórios. 
- ONovo CPC traz a previsão de que não cabe um terceiro embargo declaratório se os outros dois tiverem sido protelatórios. O terceiro embargo não produz efeito nenhum.
- Os terceiros embargos de declaração, tendo sido os outros dois considerados protelatórios, são embargos que não produzem efeito nenhum. Essa é uma das conclusões do Fórum Permanente de Processualistas Civis – conclusa 361.
3.6. EFEITO DEVOLUTIVO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
 Como os embargos serão julgados pelo mesmo órgão que proferiu a decisão embargada – é um recurso horizontal – há quem diga que, por isso, não tem efeito devolutivo, porque precisaria haver mudança de instância. Mas esse não é o entendimento majoritário.
 A devolução não pressupõe que seja para outra instância, mas sim que a questão volte. Assim, os embargos têm efeito devolutivo, mas um efeito devolutivo limitado porque têm cabimento restrito.
- Prevalece o entendimento de que embargos de declaração têm efeito devolutivo.
3.7. INTERRUPÇÃO DE PRAZO
 Os embargos de declaração têm o efeito de interromper o prazo para interposição de outro recurso para qualquer das partes.
- O efeito é para além do recorrente.
*OUSESABER: Imaginemos que em determinada ação foi deferida uma liminar e a parte ré foi citada e intimada no mesmo ato, apresentando embargos de declaração em face da decisão interlocutória deferida. O prazo para contestar é interrompido pela apresentação dos embargos? A reposta é negativa. Em recente julgado, o STJ expressamente se manifestou acerca da inocorrência da interrupção do prazo para contestação em casos de interposição de embargos de declaração. Vejamos a decisão da corte:
(...) 2. Cinge-se a controvérsia a definir se, na hipótese, a oposição de embargos de declaração contra a decisão que deferiu a antecipação de tutela pleiteada pelo autor interrompeu o prazo para o oferecimento da contestação por parte da recorrida, para fins de determinar a ocorrência ou não de revelia. 3. A contestação é ato processual hábil a instrumentalizar a defesa do réu contra os fatos e fundamentos trazidos pelo autor em sua petição inicial, no intuito de demonstrar a improcedência do pedido do autor. 4. A contestação possui natureza jurídica de defesa. O recurso, por sua vez, é uma continuação do exercício do direito de ação, representando remédio voluntário idôneo a ensejar a reanálise de decisões judiciais proferidas dentro de um mesmo processo. Denota-se, portanto, que a contestação e o recurso possuem naturezas jurídicas distintas. 5. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes, nos termos do art. 538 do CPC/73. 6. Tendo em vista a natureza jurídica diversa da contestação e do recurso, não se aplica a interrupção do prazo para oferecimento da contestação, estando configurada a revelia. (...) (REsp 1542510/MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/09/2016, DJe 07/10/2016).
 Apesar do julgado referir-se ao Código de Processo Civil revogado, o entendimento deve permanecer o mesmo, haja vista a inocorrência de alteração substancial entre os respectivos artigos neste ponto.
*O Novo CPC alterou a lei dos juizados especiais, que diziam que os embargos de declaração suspendiam o prazo para outros recursos. Agora, não há mais diferença entre o regramento dos juizados e do CPC – o prazo é interrompido em ambos.
3.8. EFEITO SUSPENSIVO
 Em regra, os embargos de declaração não têm efeito suspensivo. O Novo CPC estabelece como deve ser pedido o efeito suspensivo – §1o, Art. 1025 (numeração alterada na redação final).
§1o. A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relato se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso, ou, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
- Pede o efeito suspensivo no bojo do próprio embargo alegando a probabilidade de provimento do recurso ou risco de dano grave ou difícil reparação.
- No Fórum Permanente de Processualistas chegou-se à conclusão de que o fato de os embargos declaratórios não terem efeito suspensivo em regra não autoriza a execução provisória da sentença nos casos em que a apelação da sentença teria efeito suspensivo. Se a possível apelação tem efeito suspensivo não cabe execução provisória da sentença só porque embargou dela, já que a apelação teria efeito suspensivo.
- Se a apelação tem efeito suspensivo, não cabe execução provisória, se não tem, cabe. Não são os embargos que vão determinar isso – conclusão 228.
3.9. EFEITO MODIFICATIVO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
 Os embargos de declaração podem fazer com que haja mudança na decisão embargada. A decisão embargada pode sofrer mudança pelo julgamento dos embargos de declaração. 
- A exemplo no caso de embargos de declaração por omissão, em que a omissão vai ser suprida e necessariamente vai mudar a decisão.
- A doutrina no lugar de falar em efeito modificativo, fala em EFEITO INFRINGENTE dos embargos de declaração. 
- O Novo CPC é expresso nesse sentido, de que pode haver modificação.
- Em razão disso, o NCPC disse que há contrarrazões nos embargados de declaração sempre que puderem modificar a decisão – sempre que puderem modificar a decisão é preciso ouvir o embargado.
- O NCPC consagra um entendimento antigo de exigência de contrarrazões – porque o CPC/73 não previa isso.
 De uma mesma decisão, uma parte apelou e a outra embargou. Tendo acontecido isso, os embargos vão ser julgados primeiro. Julgado os embargos, se a decisão for alterada, a parte que já tinha apelado tem direito de complementar o seu recurso, porque ela apelou com base em uma sentença que foi alterada. Isso está consagrado expressamente no Novo CPC no art. 1023, §3o (o número mudou do artigo).
§3o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de quinze dias, contados da intimação da decisão dos embargos de declaração.
- Caso os embargos não tenham sido acolhidos e não tenham alterado a decisão, a parte que já apelou não precisa ratificar o seu recurso, uma vez que a decisão não sofreu nenhuma mudança. O Novo CPC deixa claro que não no §4o.
§4o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.
- Essa parágrafo implica no cancelamento da súmula 418 do STJ, porque agora no NCPC regula expressamente de outra maneira.
Súmula 418, STJ: É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação.
- Não há necessidade de ratificação se não houve mudança na decisão embargada. E se houve mudança, vai ter que entrar com a complementação.
*Não é necessária a ratificação do recurso interposto na pendência de julgamento de embargos de declaração quando, pelo julgamento dos aclaratórios, não houver modificação do julgado embargado. #OBS: MAS, SE HOUVER MUDANÇA, DEVE HAVER INTIMAÇÃO DA PARTE. Essa conclusão é reforçada pelo art. 1.024, § 5º do novo CPC. STJ. Corte Especial. REsp 1.129.215-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/9/2015 (Info 572). 
*#NOVIDADE #SÚMULA #MAGISTRATURA #MP #DEFENSORIA #OBJETIVA: Súmula 579-STJ: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior. (CORTE ESPECIAL, julgado em 01/07/2016, DJe 01/08/2016)
3.10. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS
 Há um regramento rigoroso quanto aos embargos de declaração utilizados de maneira abusiva, porque os embargos prolongam o trânsito em julgado, por interromper os prazos para recurso.
- O juiz pode multar em até 2% sobre o valor da causa. Sehá reiteração dos embargos protelatórios, essa multa pode ser elevada até 10% e qualquer outro recurso fica condicionado ao depósito da multa, ressalvado o beneficiário da gratuidade da justiça e a Fazenda Pública. 
- Além disso, se reiterar os embargos protelatórios, não caberão os terceiros embargos, que se forem opostos, não produzem efeito nenhum.
- Isso é um regramento novo.
 No processo eleitoral, a multa é em salario mínimo – não superior a 2 salários mínimos no primeiro momento, e não superior a 10 salários mínimos no segundo momento. Porque no processo eleitoral não há valor da causa.
3.11. PREQUESTIONAMENTO
 É um requisito para os recursos extraordinários. Quando os embargos de declaração servem para prequestionar não há caráter protelatório – súmula 98 do STJ.
- O Novo CPC trouxe uma NOVIDADE em relação aos embargos de declaração com finalidade de prequestionamento.
Art. 1024. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante pleiteou, para fins de prequestionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
- Ou seja, os embargos de declaração, o legislador considera que por ficção, aquilo que o embargante apontou se considere incluído no acórdão. Consagra-se o prequestionamento ficto – passa a ser expressamente admitido no Novo CPC.
- Alegou omissão, o Tribunal não supriu a omissão, é como se o Tribunal tivesse suprido a omissão e com isso o prequestionamento está feito, não ficando mais a mercê da apreciação do Tribunal. 
- Agora, se entrar com Embargos, o Tribunal não supriu a omissão, pode entrar com o Recurso Extraordinário e se o Tribunal Superior entender que houve a omissão, está prequestionado. 
- Implica no cancelamento da súmula 211 do STJ:
Súmula 211, STJ: Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo.
- O Novo CPC expressamente consagra o prequestionamento ficto.
3.12. ORDEM DE CONCLUSÃO
 Ordem Cronológica dos Processos: Pela redação original do CPC, os magistrados e as Cortes deveriam julgar seguindo a ordem cronológica - só poderiam julgar os casos mais novos após os mais antigos, acabando com as chamadas preferências dadas pelos julgadores sem considerar o critério temporal. Criou uma obrigação de os juízes e os Tribunais seguirem necessariamente a ordem cronológica dos processos. NCPC, Art. 12. Art. 12.  Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão (redação original).
- Mudança Legislativa pela Lei 13.256/16: Não haverá mais a obrigatoriedade dos julgamentos em ordem cronológica. Isso porque, o texto agora determina que a ordem de chegada deve ser seguida “preferencialmente”. Art. 12.  Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.
- A modificação retira a obrigatoriedade do julgamento por ordem cronológica de conclusão. Trata agora de uma possibilidade. A ordem cronológica não poderia resolver todos os problemas da morosidade do Judiciário, mas era uma regra transparente, inclusive com a publicação da pauta. A via crucis de obtenção de sentenças vai continuar para os advogados.
- Os embargos de declaração não observam a ordem de conclusão para serem julgados – art. 12, §2o, V, NCPC.
3.13. AMICUS CURIAE
 O NCPC deixa clara a possibilidade de amicus curiae entrar com embargos de declaração.
- A regra é de que amicus curiae não pode recorrer, mas pode opor embargos de declaração.
DIZER O DIREITO – Embargos de declaração e honorários sucumbenciais 
Após 18 de março de 2016, data do início da vigência do Novo Código de Processo Civil, é possível condenar a parte sucumbente em honorários advocatícios na hipótese de o recurso de embargos de declaração, interposto perante Tribunal, não atender os requisitos previstos no art. 1.022 e tampouco se enquadrar em situações excepcionais que autorizem a concessão de efeitos infringentes. 
Obs: a doutrina entende que, mesmo com o novo CPC, não cabem honorários advocatícios no julgamento de embargos de declaração, seja em 1ª instância, seja nos Tribunais. Por todos: Fredie Didier Jr e Leonardo Carneiro da Cunha. 
STF. 1ª Turma. RE 929925 AgR-ED/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2016 (Info 829). 
Embargos de declaração 
Os embargos de declaração são uma espécie de recurso, sendo julgados pelo próprio órgão que prolatou a decisão. Ex.: os embargos de declaração opostos em face de uma sentença são julgados pelo próprio juiz que proferiu a decisão. 
O prazo dos embargos de declaração é de 5 dias. 
Hipóteses de cabimento 
Veja as hipóteses de cabimento dos embargos de declaração, conforme o novo CPC: 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: 
I — esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; 
II — suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; 
III — corrigir erro material. 
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: 
I — deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; 
II — incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º. 
Três observações importantes sobre o art. 1.022 do CPC/2015: 
 ficou expressamente previsto que cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial. Antes, diante da literalidade do art. 535 do CPC/1973, havia entendimentos de que não caberia embargos de declaração contra decisões interlocutórias. Com o novo CPC, não há dúvidas de que isso é possível; 
 o conceito do que seja “omissão” para fins de embargos de declaração foi ampliado; 
 foi acrescentada uma nova hipótese de embargos de declaração, que já era admitida pela jurisprudência: situação em que se verifica um “erro material” na decisão. 
Nos recursos em geral (sem falar ainda nos embargos de declaração), se a parte recorrente perde, ela deverá ser condenada em honorários advocatícios mesmo já tendo sido condenada em 1ª instância? 
SIM. Na grande maioria dos recursos existe condenação em honorários advocatícios para a parte recorrente que sucumbiu. Esta previsão encontra-se no § 11 do art. 85 do CPC/2015: 
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento. 
Ex: João ajuizou ação contra Pedro, sendo o pedido julgado improcedente. O juiz condenou João a pagar 10% de honorários advocatícios (§ 2º do art. 85). O autor não se conformou e interpôs apelação, tendo o Tribunal de Justiça mantido a sentença e aumentado a condenação em honorários para 15%, na forma do § 11 do art. 85. 
Veja o que diz a doutrina sobre este importante § 11 do art. 85 do novo CPC: 
"Esta é uma das principais inovações do CPC/2015. No CPC/1973, em cada processo, havia uma única condenação em honorários. No novo sistema, a cada recurso, há a majoração na condenação em honorários – além daqueles já fixados anteriormente. 13.1. O teto para a fixação dos honorários é o limite previsto no § 2º (20%, no caso de particulares) e § 3º (3% a 20%, conforme a faixa, no caso da Fazenda Pública). Ou seja, mesmo com a sucumbência recursal, o teto de 20% de honorários não poderá ser ultrapassado. (...) 13.3. Ao julgar o recurso, de ofício, o tribunal irá aumentar os honorários. Assim, é possível que, no cotidiano, ocorra o seguinte: condenação em 10% quando da sentença, majorada para 15% quando do acórdão da apelação e para 20% quando do acórdão do recurso especial (por ser esse o teto legal, como visto). Mas o mais provávelé que ocorra o seguinte: condenação em 10% quando da sentença, majorada para 20% quando do acórdão da apelação e mantida nesses 20% quando do acórdão de eventual recurso especial (exatamente por ser o teto legal). 13.4. Em virtude de quais recursos deve ser aplicada a sucumbência recursal? Seriam todos os recursos previstos no artigo 994 do CPC/2015? Como o § 11 destaca “tribunal”, é de se concluir que não há a aplicação em 1º grau. Assim, quando dos embargos de declaração da interlocutória ou sentença, descabe aplicar honorários recursais." (DELLORE, Luiz. Comentários ao art. 85 do CPC. Teoria geral do processo: comentários ao CPC de 2015 - Parte Geral. São Paulo: Método, 2015, p. 298-299). 
Essa nova previsão tem dois objetivos principais: 
1º) Remunerar o trabalho do advogado que terá que atuar também na fase de recurso; 
2º) Desestimular a interposição de recursos, considerando que, agora, se eles forem improvidos, o recorrente terá que pagar honorários advocatícios, o que não existia antes. 
	*#DIZERODIREITO
É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, mesmo quando não apresentadas contrarrazões ou contraminuta pelo advogado da parte recorrida. STF. 1ª Turma. AI 864689 AgR/MS e ARE 951257 AgR/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 27/09/2016 (Info 841).
Alguns enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis a respeito dos honorários recursais: 
Enunciado 241-FPPC. Os honorários de sucumbência recursal serão somados aos honorários pela sucumbência em primeiro grau, observados os limites legais. 
Enunciado 242-FPPC. Os honorários de sucumbência recursal são devidos em decisão unipessoal ou colegiada. 
Enunciado 243-FPPC. No caso de provimento do recurso de apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de sucumbência recursal. 
	
	
	 
	
	
	 
O § 11 do art. 85 do CPC/2015 fala que “o tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente”. Dessa forma, para que haja condenação em honorários recursais é necessário que tenha havido condenação anterior em honorários. Assim decidiu o STJ: 
(...) Não cabe a majoração dos honorários advocatícios nos termos do § 11 do art. 85 do CPC de 2015 quando o recurso é oriundo de decisão interlocutória sem a prévia fixação de honorários. (...) STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1507973/RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 19/05/2016.
04. AGRAVO INTERNO
4.1. CABIMENTO
 É o agravo contra decisão de relator. Quando o relator puder decidir isoladamente, cabe agravo interno.
- O AI tem o papel de levar ao colegiado a que pertence o relator o controle da decisão do relator. Se o relator decide sozinho, ele está decidindo em nome do colegiado. Com o AI, leva essa decisão do relator ao colegiado.
 O NCPC acabou com várias discussões sobre o assunto.
- Antes, haviam vários nomes para se referir a esse agravo. Agora, só há um expressamente fixado pelo NCPC, Agravo Interno.
- Acabou com a discussão de quais decisões seriam agraváveis. O NCPC diz expressamente que qualquer decisão de relator pode ser agravável. Inclusive as decisões de relator proferíveis em causas de competência originária do Tribunal.
 O agravo interno previsto no NCPC é contra decisões de relator. Mas a Lei 8038/90 prevê o agravo interno também contra decisões de presidente ou vice-presidente de Tribunal. O AI cabe contra decisões de relator (CPC), mas também contra decisões de presidente e vice-presidente de Tribunal (art. 39, Lei 8038/90).
- Interpretar o AI conjuntamente entre o CPC e a Lei 8038/90
4.2.PREPARO
Não tem preparo.
4.3PRAZO
 O AI tem prazo de 15 dias. No CPC/73 tinha prazo de 5 dias, mas o NCPC estabeleceu 15 dias e, preocupado com as leis extravagantes que ainda previam o prazo de 5 dias, o legislador estabelece um regra nas disposições finais que diz:
Art. 1068. É de 15 dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em lei ou no regimento interno do tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal.
4.4. NATUREZA JURÍDICA DA DECISÃO
 Natureza jurídica da decisão que julga o agravo interno.
- Ex.: O relator julgou monocraticamente uma apelação, e entra com um AI para que o colegiado julgue. Nesse caso, o agravo contra decisão do relator que julgou apelação, ou a Turma manterá o que o relator fez ou a Turma mudará o que o relator fez. Se a Turma mantiver, manterá o julgamento da apelação nos termos em que o relator julgou, se mudar, mudará o julgamento da apelação. De todo jeito, o julgamento do AI será o julgamento da apelação – ao julgar o AI o Tribunal estará julgando a apelação que foi julgada monocraticamente (ou do jeito que o relator julgou, ou de outra maneira).
Regra: a natureza do julgamento do AI é a natureza do julgamento monocrático.
- Se o julgamento monocrático for de apelação, o do AI vai ser de apelação. Se for um RE, o julgamento do AI será de RE. Se for um REsp, o julgamento do AI será de REsp.
# OBS.: Existe um recurso chamado Embargos de Divergência, que apenas cabem contra decisão que julga o recurso especial ou extraordinário. Nesse caso, cabem Embargos de Divergência contra acórdão que julga agravo interno? O julgamento do AI pode ter natureza de RE ou REsp, e se tiver essa natureza, cabem Embargos de Divergência. Cabem Embargos de Divergência contra acórdão de REsp no julgamento de AI.
Súmula 316, STJ:
“Cabem embargos de divergência contra acórdão que, em agravo regimental, decide recurso especial”.
4.5. AI NO NOVO CPC
Art. 1021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
§1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificamente os fundamentos da decisão agravada.
§2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre recurso no prazo de quinze dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado com inclusão em pauta.
§3o É vedado ao relator se liminar a reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.
§4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor da causa atualizado.
§5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no §4o, à exceção do beneficiário da gratuidade da justiça e da Fazenda Pública, que farão o pagamento ao final.
 §1o: na petição de AI, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada – é um requisito formal.
 §2o: prevê expressamente as contrarrazões do AI, juízo de retratação no AI e que AI se inclui em pauta.
# OBS.: Só há necessidade de contrarrazões se houver possibilidade de retratação, se não houver possibilidade de a decisão sofrer mudança, não há necessidade porque não está prejudicando a outra parte.
 §3o: Da mesma forma que o agravante tem que impugnar especificadamente a decisão agravada, o julgador não pode se limitar a reproduzir o que ele disse na decisão agravada. 
 §4o: A redação é um pouco dúbia – a votação unanime é para os dois, o inadmissível e o improcedente, e o manifestamente também é para os dois, o inadmissível e o improcedente.
 O AI também é uma das exceções ao dever de respeito à ordem cronológica de julgamento.
 Há uma fungibilidade entre embargos de declaração e AI, desde que intime o recorrente para apresentar a fundamentação específica que é exigida no AI.
*O § 2º do art. 557 do CPC 1973 (§ 4º do art. 1.021 do CPC 2015) prevê que, quando manifestamente inadmissível ou improcedente o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa de 1% a 5% do valor atualizadoda causa (CPC 2015). Essa multa é aplicada também para o beneficiário da justiça gratuita? SIM. No entanto, há uma diferença de tratamento no caso: 
• CPC 1973: a parte beneficiária da justiça gratuita não está isenta do pagamento da multa do art. 557, § 2º do CPC 1973. Porém, o recolhimento da multa ficará suspenso por 5 anos para ver se a parte conseguirá melhorar sua condição econômica e auferir recursos para pagar a sanção, conforme prevê o art. 12 da Lei nº 1.060/50. Nesse sentido, decidiu o STF, 1ª Turma. RE 775685 AgR-ED/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015 (Info 808). Na prática, ela quase nunca irá pagar.
• CPC 2015: o novo CPC prevê no art. 98, § 4º que a concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas. STF. 1ª Turma. RE 775685 AgR-ED/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015 (Info 808). 
05. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
5.1. NOMENCLATURA
 É um recurso previsto na CF, e é um recurso ordinário, para os Tribunais Superiores. É um caso em que STJ e STF julgam o recurso ordinariamente, funcionam como segunda instância. 
 São recursos ordinários para o STF e o STJ, que funcionam como segunda instância. Nada do que se aplica aos recursos extraordinários se aplica aqui.
- É preciso dividir em duas partes, o Recurso Ordinário para o STF e para o STJ.
5.2. PRAZO
 Tem prazo de 15 dias.
5.3. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL PARA O STF
CABIMENTO: cabe RO para o STF contra acórdão de Tribunal Superior denegatório de Mandado de Injunção, Mandado de Segurança ou Habeas Data de competência originária.
- É um recurso que só cabe se a decisão for denegatória, ou seja, só cabe para o autor, só o autor tem esse recurso. Não é inconstitucional porque se trata de MI, MS e HD – o autor é o cidadão, o Estado está do outro lado – é um recurso em favor do cidadão, para dar a ele duas instâncias quando ele se vale de um remédio constitucional em caso de competência originária de Tribunal Superior – se não existisse isso, ele não teria recurso algum.
- A CF deu ao cidadão o direito a um recurso ordinário para o Supremo se a decisão for denegatória – cabe contra decisão denegatória final, de mérito ou não.
- Não cabe RO contra uma decisão que nega uma liminar, por exemplo, a decisão tem que ser final.
NOVIDADE DO NCPC: 
O NCPC deixa claro que esse RO vai interpor no Tribunal recorrido, e o Tribunal recorrido não fará juízo de admissibilidade desse recurso. Interpõe na origem, mas o Tribunal se limitará para encaminhar o recurso ao Tribunal superior – não há juízo de admissibilidade na origem.
Não tem efeito suspensivo.
A esse recurso se aplica a regra da apelação que permite que o Tribunal Superior avance para julgar o mérito que não foi julgado no Tribunal – prevê isso expressamente, acabou com a discussão jurisprudencial sobre o assunto.
Há regra expressa de como se disciplina o pedido para a concessão de efeito suspensivo ao recurso ordinário. Antes não tinha essa previsão: “aplica-se o mesmo regime dos recursos extraordinários”. Deve pedir o efeito suspensivo ao ROC de três maneiras: §5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou especial (e RO) poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I – ao Tribunal Superior respectivo, no período compreendido entre a interposição do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; II – relator, se já distribuído o recurso; III – ao presidente ou vice-presidente do tribunal local, no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.036.
 O ROC para o STF não permite interposição adesiva.
5.4. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL PARA O STJ
 Se divide em dois tipos:
A) ROC EM MS
CABIMENTO: cabe contra acórdão de TJ ou TRF em MS de competência originária e o acórdão for denegatório.
 Tudo o que se aplica ao STF se aplica aqui: não tem efeito suspensivo; não permite interposição adesiva; a ele se aplica a regra da apelação que permite julgamento de mérito pelo Tribunal; não tem juízo de admissibilidade na origem; tem o mesmo procedimento para concessão de efeito suspensivo.
# OBS.: A Lei de HD, Lei 9507, prevê no art. 20, II, b, RO para o STJ em HD. Mas essa previsão é inconstitucional, porque o RO está previsto na CF, e lá não há previsão de RO para o STJ em HD. Uma lei infraconstitucional não pode prever a criação de um RO sem previsão constitucional.
B) ROC EM CAUSAS INTERNACIONAIS
 A CF, no art. 109, II, estabelece que compete aos juízes federais processar e julgar causas em que de um lado esteja pessoa residente no Brasil ou Município brasileiro, versus Estado Estrangeiro ou Organismo Internacional. 
- As decisões interlocutórias ou sentenças que esse juiz federal tomar, são impugnáveis por ROC para o STJ. O STJ funciona como segunda instância para o juiz federal. O ROC funciona como um Agravo de Instrumento ou Apelação para o STJ, com todas as suas especificidades quanto ao processamento, ao cabimento.
- Nessas causas, quem julga o recurso não é o TRF, mas sim o STJ que funciona como segunda instância.
6. RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS
- O assunto será dividido em 3 partes: a parte geral comum ao RE e ao REsp, as especificidades de cada um deles e os recursos repetitivos. Nessa aula, estudaremos as 2 primeiras partes, sendo a 3ª estudada juntamente com o incidente de resolução de demandas repetitivas.
6.1. Parte comum ao RE e ao REsp
6.1.1. Histórico
- Até 1988 não existia o STJ nem o REsp, havia apenas o RE que discutia a Constituição e leis federais.
- Com a CF/88 o RE foi desmembrado e a parte que discutia lei federal passou a ser de competência do STJ, criado com a CF.
- Deu-se o nome de recurso especial porque um vai para o STJ e outro para o STF, apenas para diferenciá-los. RE e REsp possuem a mesma natureza, vez que ambos são recursos excepcionais; ambos pertencem a um mesmo gênero.
- Os recursos excepcionais ou recursos extraordinários em sentido amplo abrangem o RE e o REsp (nesse gênero também se inclui o recurso de revista para o TST).
- A partir de agora vamos tratar da parte geral dos recursos extraordinários (RE e REsp)
6.1.2. Recursos de fundamentação vinculada, típica
- Ambos são recursos de fundamentação vinculada, e fundamentação constitucional. Não cabe recursos extraordinários para qualquer caso, a fundamentação é típica, precisando encaixar o recurso em uma das hipóteses de cabimento constitucionalmente previstas
6.1.3. Não possuem efeito suspensivo automático
- Os recursos extraordinários não possuem efeito suspensivo automático. Isto é, não impedem a execução imediata da decisão recorrida. É a regra.
Exceção: recursos extraordinários contra decisão que julga incidente de resolução de demandas repetitivas tem efeito suspensivo. Essa ressalva está no art. 987, §1º, NCPC.
6.1.4. Procedimento para pedir efeito suspensivo
- Os recursos extraordinários são interpostos no tribunal de origem, havendo, ainda, juízo de admissibilidade na origem. O tribunal local vai analisar os pressupostos processuais do recurso, ouvindo o recorrido.
O Sistema de recursos repetitivos é diferente, pois o tribunal local não vai remeter todos os recursos, vai represar e mandar apenas alguns. Aqui o efeito suspensivo também é diferente, nos moldes do art. 1029, §5º. Com esse dispositivo, 2 súmulas do STF ficam canceladas, vez que o NCPC regula de outra maneira: as súmulas são a 634 e 635 do STF.
§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I - ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a interposição do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III - ao presidente ou vice-presidente do tribunal local, no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. [é uma peculiaridade do julgamento dosrecursos repetitivos, que ficam represados na origem , por isso, não é possível pedir ao outro juízo].
6.1.5. Prazo
- Prazo de 15 dias. Unificação de prazo pelos NCPC, salvo os ED.
6.1.6. Exigência de prévio esgotamento das instâncias ordinárias
- Precisa haver o prévio esgotamento das instâncias ordinárias. Só pode se valer de um recurso extraordinário se não couber nenhum outro recurso ordinário. Não é possível “pular” o recurso cabível e ir direto para os tribunais superiores, ou seja, não se admite recurso extraordinário per saltum.
6.1.7. Efeito devolutivo restrito
- Isso significa que os recursos extraordinários são recursos de estrito direito, pois só podem impugnar questão de direito, só servem para impugnação de questão de direito. De direito constitucional no caso do RE, e direito federal ou infraconstitucional no caso do REsp.
- Por isso que se diz que não cabe recursos extraordinários para reexame de fatos. É um clássico.
Não pode recorrer para o tribunal superior dizendo que houve uma má apreciação dos fatos pelo juízo a quo.
- Não cabe recursos extraordinários para reexame de prova, porque examinar prova é examinar fato. Súm. 7 do STJ.
- Importante dizer que não pode recorrer para pedir o reexame de provas, mas pode recorrer para pedir uma aplicação correta das regras de direito probatório, que são regras jurídicas. Não confundir reexame da prova com má aplicação de regras de direito probatório.
- Não cabe recursos extraordinários para interpretar cláusula contratual, porque a interpretação de cláusula contratual não é cláusula de lei federal nem constitucional. Súm. 5 do STJ.
Atenção! Se a interpretação da cláusula contratual for indispensável para saber qual a lei aplicável àquele contrato permite-se recurso extraordinário. Quando a interpretação da cláusula contratual for indispensável para a definição de qual lei será aplicável ao caso será cabível recurso extraordinário.
¬ Assim, a simples interpretação de cláusula contratual não permite recursos extraordinários. Todavia, quando a interpretação da cláusula contratual for indispensável para definir qual a lei será aplicável à situação cabe recurso extraordinário.
6.1.8. Pré- questionamento
- No contexto de efeito devolutivo estrito é que surge a figura do pré-questionamento (essa foi a nova grafia adotada pelo NCPC).
- O pré-questionamento é uma exigência para o cabimento dos recursos extraordinários. Para que estes sejam admitidos é necessário que haja o pré-questionamento, sem ele os recursos extraordinários são inadmissíveis.
- Há muita polêmica acerca do pré-questionamento, existindo basicamente 3 concepções sobre o assunto:
a) 1ª concepção: há pré-questionamento sempre que a questão objeto do recurso tenha sido enfrentada no acórdão recorrido. O pré-questionamento seria uma prévia manifestação pelo tribunal recorrido sobre a questão objeto do recurso. Se o tribunal enfrenta aquele tema e discute-se essa mesma questão no recurso, ninguém vai discutir que houve pré-questionamento.
b) 2ª concepção: Só há pré-questionamento se o tribunal enfrentar a questão e o recorrente tenha suscitado anteriormente essa questão. É preciso que haja 2 coisas: que o tribunal tenha enfrentado a questão e que se tenha suscitado a questão antes. É uma corrente mais rigorosa.
c) 3ª concepção: Diz que o recurso extraordinário será admitido se a questão objeto do recurso tenha sido suscitada ao longo do processo. Aqui não há necessidade de o tribunal ter enfrentado a questão. A necessidade aqui é apenas de a parte ter suscitado a questão, dispensando a manifestação pelo tribunal.
- Falava-se que se suscita a questão e o tribunal se omite sobre ela, cabe ED. Provocou, o tribunal se omitiu, cabe ED. Se o tribunal suprir a omissão, esta estará resolvida. Se o tribunal se mantiver omisso, havia uma briga:
¬ o STF, com base em sua súm. 356, entendia que se a parte embargou a matéria está pré-questionada, mesmo que o tribunal se mantenha omisso. Adotava o STF, então, o prequestionamento ficto. Há pouco tempo, sobretudo nos julgados do Min. Toffoli, o STF vinha deixando de aplicar esse entendimento.
¬ o STJ, por sua vez, tinha entendimento oposto, baseado em sua súm. 211. Defende o STJ que se o tribunal se manteve omisso, então não houve pré-questionamento, vez que o STJ não admite o pré-questionamento ficto.
- Tudo muda com o NCPC, que, no art. 1025, consagra o pré-questionamento ficto, vez que considera incluído no acórdão a matéria levantada pelo embargante mesmo que os EDs sejam inadmitidos ou rejeitados. Com esse entendimento, a súm. 211 do STJ terá que ser cancelada.
Art. 1.025.  Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
6.1.8.1. Pré-questionamento implícito
- Ocorre quando o tribunal enfrenta a questão, mas não se manifesta expressamente sobre o texto da lei. Enfrenta a questão, mas não de forma direta. É admitido sem qualquer problema.
Súm. 320 do STJ: A questão federal somente ventilada no voto vencido não atende ao requisito do prequestionamento.
- O NCPC traz um regramento novo (art. 941, §3º), que levará ao cancelamento da súm. 320 do STJ. O NCPC prevê que do o voto vencido passa a fazer parte do acórdão, para fins de pré-questionamento.
6.1.9. Julgamento dos recursos extraordinários
- Vimos que há uma série de dificuldades para os recursos extraordinários serem conhecidos. Após ultrapassar essas barreiras, quando um tribunal superior for julgar recursos extraordinários não há peculiaridade alguma, vai julgar o recurso como qualquer outro, vai julgar o caso. Não apenas fixam a tese e devolvem para o tribunal de origem julgar, os tribunais superiores julga o recurso extraordinário.
- O NCPC consagra isso no ar. 1034, diz que admitido o RE ou REsp, o STF ou STJ julgará o processo, aplicando o direito. Esse artigo é a consagração, no NCPC, da súm. 456 do STF, que foi incorporada ao regimento interno do STF e do STJ. É uma súmula importantíssima, pois afirma que, depois de superadas as barreiras, o tribunal superior poderá julgar o processo, e nisso há uma profundidade.
- Nesse sentido, vale dizer que o tribunal superior não pode examinar fatos e provas para admitir um recurso extraordinário. Contudo, se a pessoa entra com recurso para discutir uma questão de direito, como o tribunal vai ter que rejulgar, poderá fazer o exame de fatos e provas. O julgamento do recurso pode apreciar fatos e provas, o que não pode haver é apreciação de fatos e provas para admissão de recurso.
 O tribunal superior pode examinar as questões que podem ser suscitadas a qualquer tempo (as chamadas questões de ordem pública)? Se a questão de ordem pública for objeto do recurso extraordinário tem que ter prequestionamento; mas se o recurso tiver outro objeto e o recurso for conhecido, aí pode. Em síntese, se a questão for o objeto do recurso extraordinário só com pré-questionamento, se não for objeto do recurso o tribunal poderá apreciar sem pré-questionamento. Isso ocorre por conta da profundidade do efeito devolutivo.
Na prática, há certa confusão nos tribunais, havendo precedentes em ambos os sentidos, principalmente no STJ.
- Art. 1034, par. único, NCPC: diz que admitido o RE ou REsp por um fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais fundamentos, mas só os que digam respeito ao capítulo impugnado, vejamos: 
Parágrafo único.  Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais fundamentos para a solução do capítulo impugnado.
- Pela redação desse dispositivo, entende-se que se o RE ou REsp disserem respeito a vários fundamentos e com relação a um deles o recurso for recebido, todos os fundamentos serão devolvidos, desde que relativos ao capítulo impugnado. O art. 1034,

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