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Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 62 AULA 12 Olá pessoal! Nosso objetivo nesta aula é estudar as normas acerca dos convênios e outros instrumentos congêneres, quais sejam: 9 Decreto 6.170/2007, 9 Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU 507/2011; e 9 Instrução Normativa do STN 1/1997. Para tanto, seguiremos o seguinte sumário: SUMÁRIO Noções preliminares sobre transferências voluntárias .................................................................................. 3 Convênio, contrato de repasse e termo de parceria ............................................................................................. 4 Partícipes ................................................................................................................................................................................ 8 Siconv e Portal de Convênios ...................................................................................................................................... 14 Vedações .............................................................................................................................................................................. 16 Fases do convênio .............................................................................................................................................................. 21 Proposição do convênio ................................................................................................................................................ 21 Celebração/formalização do convênio .................................................................................................................... 28 Execução do convênio .................................................................................................................................................... 33 Prestação de contas do convênio ............................................................................................................................... 41 RESUMÃO DA AULA ........................................................................................................................................................... 54 Questões comentadas na Aula..................................................................................................................................... 56 Gabarito ................................................................................................................................................................................... 62 Além das normas mencionadas acima, a elaboração desta aula adotou como base a 5ª edição (2014) da cartilha ³&RQYrQLRV�H�RXWURV�UHSDVVHV´, publicada pelo Tribunal de Contas da União. Aos estudos! Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 62 NOÇÕES PRELIMINARES SOBRE TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS As transferências voluntárias realizadas mediante convênios, contratos de repasse, termos de parceria e outros instrumentos congêneres constituem um sistema de cooperação entre a União e as entidades governamentais dos demais entes da Federação, assim como entre a União e entidades privadas sem fins lucrativos, para execução de ações de interesse recíproco, financiadas com recursos do orçamento federal. Em outras palavras, é a União repassando recursos do seu orçamento para a execução descentralizada de empreendimentos de interesse recíproco entre as partes, como um estudo, um ato jurídico, um projeto, uma obra, um serviço técnico, uma invenção etc., que serão usufruídos por todos os partícipes. Por exemplo, uma Universidade Pública, cujo objetivo é o ensino, a pesquisa e a prestação de serviços à comunidade, celebra convênio com outra entidade, pública ou privada, para realizar um estudo, um projeto, de interesse de ambas. É o que ocorre também com convênios celebrados entre Estados e entidades particulares tendo como objeto a prestação de serviços de saúde ou educação1. Aliás, o interesse recíproco e a mútua colaboração são justamente as características que diferenciam os contratos em geral dos convênios e demais instrumentos congêneres. Nos contratos, os interesses das partes são antagônicos: uma parte quer lucrar com a prestação do serviço e a outra quer ver o serviço prestado. Nos convênios, por outro lado, ambas as partes desejam ver o serviço prestado, ou seja, ambas têm interesse no cumprimento integral do objeto do ajuste e, para tanto, atuam em regime de cooperação mútua. Nenhum lado celebra o convênio com o objetivo de auferir resultados econômicos com o acordo. Dessa diferença resulta outra: nos contratos, o valor pago a título de remuneração passa a integrar o patrimônio da entidade que o recebeu, sendo irrelevante para o repassador a utilização que será feita desse valor; nos convênios, se o conveniado recebe determinado valor, este fica vinculado à utilização prevista no ajuste. Assim, se uma entidade privada recebe verbas do Poder Público em decorrência de convênio, esse valor não perde a natureza de dinheiro público, vale dizer, não passa a integrar o 1 Di Pietro (2015, p. 387) Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 62 patrimônio da entidade privada; ao contrário, ele só poderá ser utilizado para os fins previstos no convênio. Exatamente por isso é que os recursos repassados pela União mediante transferências voluntárias não deixam de ser recursos públicos federais, ainda que sejam aplicados por outro ente da Federação (Estado, DF ou Município) ou por entidade privada, obrigando os responsáveis pela administração desses recursos a prestar contas de sua utilização, não só ao ente repassador como também ao Tribunal de Contas da União. Os convênios celebrados até 14 de abril de 2008 sujeitam-se às disposições da IN/STN 01/1997. A partir dessa data, as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios, contratos de repasse e termos de cooperação são as dispostas no Decreto 6.170/2007 e na Portaria Interministerial 507/2011, dos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fazenda e do Chefe da Controladoria-Geral da União. A IN/STN 01/97 não mais se aplica aos instrumentos celebrados sob a vigência da nova Portaria. O Decreto 6.170/2007 também instituiu o Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (Siconv) e o Portal de Convênios do Governo Federal (www.convenios.gov.br). Toda a regulamentação disponível a respeito do assunto encontra-se disponível nesse Portal. Em seguida, vamos aprender alguns conceitos importantes relacionados ao tema. CONVÊNIO, CONTRATO DE REPASSE E TERMO DE PARCERIA Convênio é o acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos financeiros dos orçamentos da União visando à execução de programa de governo, o qual envolve a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação, e tenha como partícipes, de um lado, órgão da administração pública federal direta, autarquia, fundação pública, empresa pública ou sociedade de economia mista, e, de outro, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, incluindo consórcios públicos, ou ainda, entidade privada sem fins lucrativos. Importante observar que o convênio pode ser celebrado tanto por órgãos da administração direta como por entidades da administração Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentadosProf. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 62 indireta, incluindo empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios públicos. Contrato de repasse é o instrumento administrativo, de interesse recíproco, usado na transferência dos recursos financeiros, por intermédio de instituição ou agente financeiro público federal, que atua como mandatário da União. A instituição que mais fortemente vem operando essa modalidade de transferência é a Caixa Econômica Federal. O contrato de repasse foi uma alternativa criada para melhorar o controle da aplicação dos recursos repassados pela União. Como o nível de descentralização desses recursos é muito grande, chegando a diversos municípios nos mais distantes rincões do país, ficava difícil para a União, por intermédio dos seus Ministérios, comprovar o efetivo cumprimento do objeto pactuado. Pensou-se, então, em transferir essa tarefa de fiscalização para os agentes financeiros federais, notadamente a Caixa Econômica Federal, que possui agências bancárias espalhadas por todo o país. A Caixa, então, além de operacionalizar o repasse financeiro dos recursos, atua como mandatária da União, isto é, como representante da União na fiscalização da execução dos projetos. Nesse sentido, o art. 8º do Decreto 6.170/2007 estabelece que a execução de programa de trabalho que objetive a realização de obra será feita por meio de contrato de repasse, salvo quando o concedente dispuser de estrutura para acompanhar a execução do convênio. Como a realização de obras demanda maior acompanhamento e fiscalização, a legislação definiu que o contrato de repasse seria o instrumento mais adequado para operacionalizar a descentralização dos recursos para essa finalidade, em razão do controle efetuado pela instituição financeira federal. Sobre o assunto, o Decreto 6.170/2007 ainda prescreve que, caso a instituição ou agente financeiro público federal não detenha capacidade técnica necessária ao regular acompanhamento da aplicação dos recursos transferidos, figurará, no contrato de repasse, na qualidade de interveniente, outra instituição pública ou privada, a quem caberá o mencionado acompanhamento. Termo de parceria é o instrumento jurídico previsto na Lei 9.790/1999, para transferência de recursos para Organizações Sociais de Interesse Público. Além desses conceitos, é importante conhecer também o chamado termo de execução descentralizada, utilizado para a descentralização de créditos orçamentários entre órgãos e entidades da administração pública Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 62 federal, ou seja, sem envolver outras esferas de governo ou entidades privadas. Termo de execução descentralizada é o instrumento por meio do qual é ajustada a descentralização de crédito entre órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse da unidade orçamentária descentralizadora e consecução do objeto previsto no programa de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional programática. A celebração de termo de execução descentralizada poderá ter as seguintes finalidades: Execução de programas, projetos e atividades de interesse recíproco, em regime de mútua colaboração; Realização de atividades específicas pela unidade descentralizada em benefício da unidade descentralizadora dos recursos; Execução de ações que se encontram organizadas em sistema e que são coordenadas e supervisionadas por um órgão central; ou Ressarcimento de despesas. A celebração de termo de execução descentralizada nas duas primeiras hipóteses acima configura delegação de competência para a unidade descentralizada promover a execução de programas, atividades ou ações previstas no orçamento da unidade descentralizadora. Interessante observar que, enquanto os convênios e os contratos de repasse têm como objeto a transferência de recursos financeiros da União para outros entes federados ou para entidades privadas sem fins lucrativos, o objeto dos termos de execução descentralizada é a descentralização de créditos orçamentários (e não de recursos financeiros) entre órgãos e entidades federais. Assim, por exemplo, se o Ministério da Saúde quiser executar um programa em parceria com outro órgão federal, como o Ministério da Educação, o instrumento adequado para formalizar a transferência de recursos entre os órgãos seria um termo de execução descentralizada; na verdade, ocorreria apenas a transferência de orçamento, e não de recursos financeiros propriamente ditos. Diferentemente, se o mesmo programa fosse executado pelo Ministério da Saúde em parceira com algum órgão estadual, deveria ser formalizado um convênio ou um contrato de repasse, instrumento que permitiria a transferência de recursos financeiros (leia-se: dinheiro) do órgão federal para o estadual. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 62 Finalizando essa parte conceitual, é preciso ressaltar que, de modo geral, será utilizada nesta aula a nomenclatura convênio para designar as modalidades convênio, contrato de repasse e termo de parceria. Quanto aos convênios entre a União e entidades privadas, a possibilidade de sua celebração foi bastante restringida pela Lei 13.019/2014, que estabelece o regime jurídico das parceiras voluntárias entre a Administração Pública e as organizações da sociedade civil. Essa lei previu, como instrumentos para celebração do ajuste, os chamados termos de colaboração e termos de fomento e proibiu a criação de outras modalidades de parceria ou a combinação de ambas, salvo quanto aos termos de parceria com Oscips e contratos de gestão com organizações sociais. Ademais, a referida lei restringiu os convênios a parcerias entre os entes federados ou com pessoas jurídicas a eles vinculadas, ou, ainda, com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos no âmbito do sistema único de saúde, nos termos do §1o do art. 199 da CF. Portanto, a partir da entrada em vigor da Lei 13.019/2014, que ocorreu no início de 2016, não podem mais existir convênios entre entes federados e entidades privadas. As parcerias celebradas com entidades privadas, como regra, terão que ser formalizadas por meio dos instrumentos previstos na Lei 13.019/2014 (termo de colaboração, termo de fomento ou acordo de cooperação). Convênios / Contratos de repasse Órgão / Entidade Federal Órgão / Entidade E, DF, M ou entidade privada sem fins lucrativos Termos de execução descentralizada Órgão / Entidade Federal Órgão / Entidade Federal Recursos financeiros Créditos orçamentários Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 62 PARTÍCIPES Os instrumentos jurídicos utilizados nas transferências de recursos orçamentários abrangem concedentes e convenentes, contratantes e contratados, assim definidos: Concedente: órgão da administração pública federal direta ou entidade da administração pública federal indireta, responsável pela transferência dos recursos financeiros ou pela descentralização dos créditos orçamentários destinados à execução do objeto do convênio. Ou seja, é quem transfere os recursos. Convenente: órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta de qualquer esfera de governo, consórcio público ou entidade privada sem fins lucrativos, com o qual a administração federal pactua a execução de programa, projeto, atividade ou evento mediante convênio. Ouseja, é quem recebe e aplica os recursos. Contratante: órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta que pactua a execução de programa, projeto, atividade ou evento, por intermédio de instituição financeira federal (mandatária) mediante celebração de contrato de repasse. Ou seja, é quem transfere os recursos por meio de contrato de repasse. Contratado: órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta, de qualquer esfera de governo, com a qual a administração federal pactua a execução de contrato de repasse. Ou seja, é quem transfere os recursos por meio de contrato de repasse. 1. (ESAF ± ANAC 2016) Denomina-se _____________________ o instrumento por meio do qual é ajustada a descentralização de crédito entre órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União para execução de ações de interesse da unidade orçamentária descentralizadora e consecução do objeto previsto no programa de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional programática. Assinale a opção que preenche corretamente a lacuna acima. a) Convênio. b) Termo de Cooperação. c) Termo de Parceria. d) Termo de Execução Descentralizada. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 62 e) Contrato de Repasse. Comentário: A resposta está no art. 1º, §1º, III do Decreto 6.170/2007: III - termo de execução descentralizada - instrumento por meio do qual é ajustada a descentralização de crédito entre órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse da unidade orçamentária descentralizadora e consecução do objeto previsto no programa de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional programática. Gabarito: DOWHUQDWLYD�³G´ 2. (Cespe ± TCDF 2014) Denomina-se convênio o instrumento celebrado entre a administração do DF e entidades públicas ou privadas, com a finalidade de executar programas de interesse recíproco, em regime de cooperação mútua. Comentário: Para responder o item, é interessante conhecer a definição de convênio prevista no Decreto 6.170/2007: I - convênio - acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação; O Decreto 6.170/2007 disciplina os convênios firmados pela administração pública federal, por isso, é natural que restrinja a participação no polo repassador dos recursos a ³yUJmR�RX�HQWLGDGH�GD�DGPLQLVWUDomR�S~EOLFD�federal, GLUHWD� RX� LQGLUHWD´. Porém, é possível que Estados, DF e Municípios também firmem convênios nos quais figurem como a parte que irá repassar os recursos a terceiros. Na questão em comento, por exemplo, quem repassa os recursos é a administração do DF, o que é perfeitamente cabível. O aspecto crucial para se definir um convênio é a finalidade do ajuste, qual seja, a execução de programas de interesse recíproco, em regime de cooperação mútua. Gabarito: Certo 3. (Cespe ± CADE 2014) Contratos e convênios são objetos distintos: nos contratos, os interesses entre as partes são opostos; nos convênios, são convergentes. Comentário�� 2� LWHP� HVWi� FRUUHWR�� &RQIRUPH� HQVLQD� &DUYDOKR� )LOKR�� ³QR� contrato os interesses são opostos e diversos; no convênio, são paralelos e comuns. Nesse tipo de negócio jurídico, o elemento fundamental é a cooperação, e não o lucro, que é o almejado pelas partes no contrato. De fato, num contrato de obra, o interesse da Administração é a realização da obra, e o Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 62 do particular, o recebimento do preço. Num convênio de assistência a menores, porém, esse objetivo tanto é do interesse da Administração como também do particular. Por isso, pode-se dizer que as vontades não se compõem, mas se DGLFLRQDP´� Nos convênios, a cooperação mútua pode assumir várias formas, como repasse de verbas, uso de equipamentos, de recursos humanos e materiais, de imóveis, de know-how e outros. Gabarito: Certo 4. (Cespe ± Anatel 2014) Convênio pode ser corretamente conceituado como o instrumento por meio do qual é ajustada a transferência de crédito de órgão ou entidade da administração pública federal para outro órgão federal da mesma natureza ou para autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente. Comentário: O item está errado. Primeiro, porque o convênio não é utilizado para a transferência de crédito orçamentário, e sim de recursos financeiros. Segundo, porque é vedada a celebração de convênio entre órgãos e entidades da administração pública federal (Decreto 6.170/2007, art. 2º, III). Para esses casos ± transferência de créditos orçamentários entre órgãos/entidades da administração pública federal ± o instrumento adequado é o termo de execução descentralizada. Gabarito: Errado 5. (Cespe ± CADE 2014) Assim como as entidades dependentes ou órgãos dos estados, Distrito Federal ou municípios, a União está legalmente obrigada a celebrar convênio ou contrato de repasse ainda que as situações sejam caracterizadas como emergenciais. Comentário: O art. 1º, §5º da Portaria Interministerial 507/2011 estabelece, taxativamente, que ³D�8QLmR�não HVWi�REULJDGD�D�FHOHEUDU�FRQYrQLRV´. Aliás, não é por outro motivo que os convênios e instrumentos congêneres são chamados de transferências voluntárias, ou seja, a União transfere o recurso (que é seu) apenas se quiser. Nem mesmo uma situação emergencial que esteja ocorrendo num Estado ou Município é capaz de obrigar a União a celebrar um convênio ou contrato de repasse contra sua vontade. Gabarito: Errado 6. (Cespe ± CADE 2014) Nos convênios, um dos partícipes é a União; o outro, necessariamente, será uma entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal. Comentário: Nos convênios, um dos partícipes é a União ou uma entidade da administração indireta federal; o outro, poderá ser um órgão ou entidade da Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 62 administração pública estadual, distrital ou municipal, assim como uma entidade privada sem fins lucrativos. Lembrando que, a partir da entrada em vigor da Lei 13.019/2014 (em janeiro de 2016), não será mais possível a celebração de convênios com entidades privadas, salvo nos casos expressamente previstos em lei, como nos convênios na área de saúde, previstos no art. 199 da CF. Os convênios vigentes com entidades privadas na data de entrada em vigor da referida lei serão executados até o término de seu prazo, e permanecerão sendo regidos pela legislação de convênios, sem prejuízo da aplicação subsidiária da Lei 13.019, naquilo que for cabível, desde que em benefício do alcance do objeto da parceria. Tais convênios poderão ser prorrogados de ofício, no caso de atraso na liberação de recursos por parte da Administração Pública, por período equivalente ao atraso. Já os convênios que tenham sido firmados por prazo indeterminado antes da data de entrada em vigor da Lei 13.019, ou que sejam prorrogáveis por período superiorao inicialmente estabelecido, deverão ser, alternativamente: (i) substituídos pelos instrumentos previstos na Lei 13.019; (ii) objeto de rescisão unilateral pela Administração. Tais medidas deverão ser adotadas no prazo de até um ano após a data da entrada em vigor da referida Lei. Gabarito: Errado 7. (Cespe ± CADE 2014) De acordo com as normas vigentes, convenente é o órgão ou a entidade pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, credenciado, que manifeste, por meio de proposta de trabalho, interesse em firmar contrato de repasse com a entidade da administração pública concedente dos recursos. Comentário: Convenente, em suma, é quem recebe e aplica os recursos oriundos do convênio. Vamos ver a definição que consta no Decreto 6.170/2007: VI - convenente - órgão ou entidade da administração pública direta e indireta, de qualquer esfera de governo, bem como entidade privada sem fins lucrativos, com o qual a administração federal pactua a execução de programa, projeto/atividade ou evento mediante a celebração de convênio; Portanto, a entidade privada, para estar apta a receber recursos de convênios firmados com o Governo Federal, não pode ter fins lucrativos, daí o erro. Gabarito: Errado 8. (Cespe ± MPU 2015) Contratado corresponde a órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta, de qualquer esfera de governo, bem como a entidade privada sem fins lucrativos, com o qual a administração federal pactue a execução de programa, projeto/atividade ou evento mediante a celebração de Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 62 convênio. Comentário: Vamos ver a definição de contratado presente no art. 1º, §1º do Decreto 6.170/2007: VII - contratado - órgão ou entidade da administração pública direta e indireta, de qualquer esfera de governo, bem como entidade privada sem fins lucrativos, com a qual a administração federal pactua a execução de contrato de repasse; $V�H[SUHVV}HV�³FRQWUDWDGR´�H�³FRQWUDWDQWH´�VmR�XWLOL]DGDV�QRV�contratos de repasse. Nos convênios utiliza-VH�³FRQYHQHQWH´�H�³FRQFHGHQWH´� Gabarito: Errado 9. (Cespe ± MJ 2013) É vedada a celebração de convênio entre órgão ou entidade da administração pública federal com entidade privada sem fins lucrativos. Comentário: Ao contrário do que afirma o item, é permitida (por enquanto) a celebração de convênio entre órgão ou entidade da administração pública federal com entidade privada sem fins lucrativos. Aliás, é importante salientar que convênios só podem ser celebrados com entidade privada se essa entidade não possuir fins lucrativos. Gabarito: Errado 10. (Cespe ± Anatel 2014) Caso um órgão da administração pública federal integrante do Orçamento Fiscal e uma entidade da administração pública federal integrante do Orçamento da Seguridade Social decidam executar, conjuntamente, ações de interesse do órgão, que dispõe de dotação específica para esse fim, ambos deverão firmar um termo de execução descentralizada. Comentário: O item está correto. Conforme definição expressa no art. 1º, §1º, III do Decreto 6.107/2007, o termo de execução descentralizada é o instrumento adequado descentralização de crédito orçamentário entre órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse da unidade orçamentária descentralizadora. Gabarito: Certo 11. (Cespe ± Bacen 2013) Considere que determinado município deseje receber transferências voluntárias da União. Nessa situação, além de obedecer aos limites e critérios estabelecidos na LRF, será indispensável a formalização da transferência por meio de convênio. Comentário: De fato, se determinado município desejar receber transferências voluntárias da União, deverá obedecer aos limites e critérios estabelecidos na LRF, a exemplo da publicação dos relatórios de execução orçamentária e gestão fiscal e da observância dos limites de gastos com Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 62 pessoal. A questão, contudo, erra ao afirmar que será indispensável a formalização da transferência por meio de convênio, pois ela também poderá ser feita mediante contrato de repasse. Gabarito: Errado 12. (Cespe ± Polícia Federal 2013) Os órgãos e as entidades federais poderão executar programas estaduais. Já os órgãos da administração direta poderão executar programas a cargo de autarquias ou fundações, sob o regime de mútua cooperação mediante convênio. Comentário: O item está em perfeita consonância com o art. 1º, §3º do Decreto 6.170/2007: § 3º Excepcionalmente, os órgãos e entidades federais poderão executar programas estaduais ou municipais, e os órgãos da administração direta, programas a cargo de entidade da administração indireta, sob regime de mútua cooperação mediante convênio. Gabarito: Certo 13. (Cespe ± MJ 2013) Embora institua normas para licitações e contratos da administração pública, as disposições da Lei n.º 8.666/1993 aplicam-se, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da administração. Comentário: Para responder o item, necessário conhecer o art. 116 da Lei 8.666/1993: Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração. Gabarito: Certo Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 62 SICONV E PORTAL DE CONVÊNIOS O Siconv é o sistema informatizado do governo federal no qual são registrados todos os atos relativos ao processo de operacionalização das transferências de recursos por meio de convênios, contratos de repasse e termos de parceria, desde a sua proposição e análise, passando pela celebração, liberação de recursos e acompanhamento da execução, até a prestação de contas. As informações registradas no Siconv são abertas à consulta pública na internet, no Portal de Convênios. Com essas ferramentas, a União espera maior agilidade e menores custos com os procedimentos necessários às transferências voluntárias de recursos federais. E mais, espera garantir mais transparência aos atos de gestão, pois o Portal possibilita o acompanhamento pela sociedade de todo o processo, desde a apresentação da proposta pelo interessado até a análise, celebração e liberação de recursos pelo concedente, bem como a prestação de contas on-line da execução física e financeira, pelo convenente. A utilização do Portal de Convênios é obrigatória para a celebração, a liberação de recursos, o acompanhamento da execução e a prestação de contas dos convênios firmados com recursos repassados voluntariamente pela União. A obrigatoriedade vale para todos os usuários do sistema: órgãos federais com programas passíveis de convênios e contratos de repasse, bem como órgãos estaduais e municipais e entidades privadas que firmarem esses convênios e contratos com a União. Ressalte-se que os órgãos e entidades da administração pública federal deverão registrar e manter atualizada no SICONV relação de todas as entidades privadas sem fins lucrativos aptas a receber transferências voluntárias de recursos por meio de convênios, contratos de repasse e termos de parceria. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 62 14. (Cespe ± Câmara dos Deputados 2014) Os órgãos e entidades que possuam sistema próprio de gestãode convênios podem realizar procedimentos de liberação, acompanhamento e execução desses recursos, devendo encaminhar os dados ao SICONV para fins de prestação de contas. Comentário: A resposta do item está no art. 18-B do Decreto 6.170/2007: Art. 18-B. A partir de 16 de janeiro de 2012, todos os órgãos e entidades que realizem transferências de recursos oriundos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União por meio de convênios, contratos de repasse ou termos de parceria, ainda não interligadas ao SICONV, deverão utilizar esse sistema. Parágrafo único. Os órgãos e entidades que possuam sistema próprio de gestão de convênios, contratos de repasse ou termos de parceria deverão promover a integração eletrônica dos dados relativos às suas transferências ao SICONV, passando a realizar diretamente nesse sistema os procedimentos de liberação de recursos, acompanhamento e fiscalização, execução e prestação de contas. Portanto, tanto os procedimentos de liberação, acompanhamento e execução como os de prestação de contas devem ser realizados no SICONV, inclusive nos órgãos que possuem sistema próprio de gestão de convênios, hipótese na qual deverá haver integração entre os sistemas. Gabarito: Errado 15. (Cespe ± Polícia Federal 2013) O Poder Legislativo, o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria Geral da União terão acesso ao Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV), bem como outros órgãos que demonstrem tal necessidade, a critério do órgão central do sistema, podendo incluir, no referido sistema, informações a respeito da execução de convênios realizados entre órgãos da União e prefeituras de municípios brasileiros. Comentário: A questão está de acordo com o art. 13, §3º do Decreto 6.170/2007, abaixo transcrito: § 3º O Poder Legislativo, por meio das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria Geral da União, bem como outros órgãos que demonstrem necessidade, a critério do órgão central do sistema, terão acesso ao SICONV, podendo incluir no referido Sistema informações que tiverem conhecimento a respeito da execução dos convênios publicados. Gabarito: Certo Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 62 VEDAÇÕES A celebração de convênios e contratos de repasse nem sempre é permitida. A seguir, as principais hipóteses de vedação:  Entidade privada com dirigentes vinculados ao poder público É vedada a celebração de convênios com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigentes membro do Poder Executivo, Legislativo, Judiciário, do Ministério Público ou dirigente de órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade até o 2º grau.  Convênios de valor inferior a R$ 100.000,00 ou, no caso de obras ou serviços de engenharia, inferior a R$ 250.000,00 É proibido celebrar convênios e contratos de repasse de valor inferior a R$100.000,00 (cem mil reais). Para obras e serviços de engenharia, o valor não poderá ser inferior a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), com exceção da elaboração de projetos de engenharia (nesse caso, aplica-se o limite mínimo de R$ 100 mil). No entanto, para fins de alcance desses limites, os Estados, Distrito Federal e Municípios podem formar consórcio público, seja sob a forma de associação pública, seja como pessoa jurídica de direito privado. Assim, os HQWHV�FRQVRUFLDGRV�SRGHP�³XQLU�IRUoDV´�H�DSUHVHQWDU�SURMHWRV�TXH�VXSHUHP� os limites mínimos previstos na legislação. O consórcio firmará o convênio com o repassador dos recursos e assumirá as obrigações decorrentes do instrumento assinado. As responsabilidades de cada ente integrante do consórcio, por sua vez, estarão explicitadas não apenas na documentação do convênio como também nas cláusulas do próprio contrato de consórcio público. A fim de alcançar os limites mínimos, também se admite a celebração de convênios que englobem vários programas e ações federais a serem executados de forma descentralizada, devendo o objeto conter a descrição pormenorizada e objetiva de todas as atividades a serem realizadas com os recursos federais. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 62  Falta de correlação entre o objeto social as características do programa Também é vedada a celebração de convênios ou contratos de repasse com entidades públicas ou privadas cujo objeto social não se relacione às características do programa.  Falta de condições técnicas É vedada a celebração com entidades privadas sem fins lucrativos que não comprovem ter desenvolvido, nos últimos 3 anos, atividades referentes à matéria objeto do convênio ou contrato de repasse.  Inadimplência com outros convênios É ainda vedada a celebração de convênios com órgãos ou entidades, de direito público ou privado, que estejam em mora com outros convênios ou contratos de repasse celebrados com órgãos ou entidades da Administração Pública Federal. Além das vedações acima, também é proibido celebrar convênios com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham, em suas relações anteriores com a União, incorrido em pelo menos uma das seguintes condutas: Omissão no dever de prestar contas; Descumprimento injustificado do objeto de convênios, contratos de repasse ou termos de parceria; Desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos; Ocorrência de dano ao erário; ou Prática de outros atos ilícitos na execução de convênios, contratos de repasse ou termos de parceria. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 62 16. (ESAF ± MPOG 2015) No que se refere às transferências de recursos da União, é correto afirmar: a) uma vez que cabe ao concedente acompanhar a execução do objeto do convênio ou contrato de repasse, é vedado à CGU realizar auditorias periódicas nesses instrumentos. b) Termo de Cooperação é o instrumento jurídico previsto para a transferência de recursos às Organizações Sociais de Interesse Público (OSCIPs). c) aos consórcios públicos é vedado se constituírem sob a forma de pessoa jurídica de direito privado. d) o repasse fundo a fundo pode ser considerado contrato de repasse. e) é vedada a celebração de convênios e contratos de repasse com pessoas físicas ou entidades privadas com fins lucrativos. Comentários: vamos analisar cada item: a) ERRADA. A CGU, agora denominada Ministério da Fiscalização, Transparência e Controle, é o órgão de controle interno do Poder Executivo Federal. Logo, o órgão pode sim realizar auditorias para verificar a aplicação dos recursos públicos federais repassados mediante convênio. b) ERRADA. O instrumento jurídico previsto para a transferência de recursos às OSCIPs é o termo de parceria. O termo de cooperação, por sua vez, é previsto na Lei 13.019/2014, sendo utilizado para formalizar os acordos entre o Estado e entidades privadas sem fins lucrativos quando o pleno de trabalho é proposto pela Administração. c) ERRADA. Os consórcios públicos podem sim se constituírem sob a forma de pessoa jurídica de direito privado, assim como de direito público. d) ERRADA. As transferências fundo a fundo são utilizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde, e servem para repassar recursos diretamente do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde. Esse tipo de transferência não é uma modalidade de contratode repasse, ainda que contem com a intermediação da Caixa Econômica Federal. e) CERTA. Para que possa ocorrer o repasse direto de recursos públicos para entidades privadas, essas entidades devem ser sem fins lucrativos. Afinal, em vista dos princípios da impessoalidade e do interesse público, não seria admissível retirar recursos que pertencem a toda a sociedade para favorecer o enriquecimento de alguns. Lembrando que a possibilidade de celebração de convênios com entidades privadas sem fins lucrativos ficou bastante restringida Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 62 a partir da vigência da Lei 13.019/2014. Atualmente, como regra, as parcerias com essas entidades são firmadas por meio dos instrumentos previstos na referida lei. Gabarito: DOWHUQDWLYD�³H´ 17. (Cespe ± Anatel 2014) É vedada a celebração de convênio com entidades públicas ou privadas cujo objeto social não esteja relacionado com as características do programa que se pretende executar. Comentário: A questão está em conformidade com o art. 10 da Portaria Interministerial 507/2011: Art. 10. É vedada a celebração de convênios: I - com órgãos e entidades da administração pública direta e indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios cujo valor seja inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais) ou, no caso de execução de obras e serviços de engenharia, exceto elaboração de projetos de engenharia, nos quais o valor da transferência da União seja inferior a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais); II - com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigente agente político de Poder ou do Ministério Público, tanto quanto dirigente de órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau; III - entre órgãos e entidades da Administração Pública federal, casos em que deverão ser firmados termos de cooperação; IV - com órgão ou entidade, de direito público ou privado, que esteja em mora, inadimplente com outros convênios celebrados com órgãos ou entidades da Administração Pública Federal, ou irregular em qualquer das exigências desta Portaria; V - com pessoas físicas ou entidades privadas com fins lucrativos; VI - visando à realização de serviços ou execução de obras a serem custeadas, ainda que apenas parcialmente, com recursos externos sem a prévia contratação da operação de crédito externo; VII - com entidades públicas ou privadas cujo objeto social não se relacione às características do programa ou que não disponham de condições técnicas para executar o convênio; e VIII - com entidades privadas sem fins lucrativos que não comprovem ter desenvolvido, nos últimos três anos, atividades referentes à matéria objeto do convênio; e IX - com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham, em suas relações anteriores com a União, incorrido em pelo menos uma das seguintes condutas: a) omissão no dever de prestar contas; b) descumprimento injustificado do objeto de convênios, contratos de repasse ou termos Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 62 de parceria; c) desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos; d) ocorrência de dano ao Erário; ou e) prática de outros atos ilícitos na execução de convênios, contratos de repasse ou termos de parceria. Ressalto que é importante conhecer bem a lista de vedações acima. Gabarito: Certo 18. (Cespe ± Antaq 2014) É vedada a celebração de convênio com entidades privadas sem fins lucrativos cujo dirigente seja agente político de Poder ou do Ministério Público. Comentário: O quesito está de acordo com o art. 10, II da Portaria Interministerial 507/2011: Art. 10. É vedada a celebração de convênios: (...) II - com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigente agente político de Poder ou do Ministério Público, tanto quanto dirigente de órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau; Gabarito: Certo 19. (Cespe ± Antaq 2014) Recursos de convênio não podem ser utilizados na contratação de pessoas naturais condenadas por crimes contra a administração pública ou o patrimônio público, crimes eleitorais punidos com pena privativa de liberdade e crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Comentário: O quesito está de acordo com o art. 11-B, §4º do Decreto 6.170/2007: §4º Não poderão ser contratadas com recursos do convênio ou contrato de repasse as pessoas naturais que tenham sido condenadas por crime: I - contra a administração pública ou o patrimônio público; II - eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; ou III - de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Gabarito: Certo 20. (Cespe ± Bacen 2013) A administração pública federal pode celebrar convênios com outros órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos para a execução de programas e projetos de seu interesse. Acerca desse tema, julgue o item Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 62 subsequente. É vedada a celebração de convênios, pelos órgãos e entidades da administração pública federal, com órgãos e entidades da administração pública direta e indireta dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, cujo valor seja superior a cem mil reais. Comentário: É vedada a celebração de convênios, pelos órgãos e entidades da administração pública federal, com órgãos e entidades da administração pública direta e indireta dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, cujo valor seja inferior a cem mil reais. Isso está previsto no art. 2º, I do Decreto 6.170/2007: Art. 2º É vedada a celebração de convênios e contratos de repasse: I - com órgãos e entidades da administração pública direta e indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios cujo valor seja inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais) ou, no caso de execução de obras e serviços de engenharia, exceto elaboração de projetos de engenharia, nos quais o valor da transferência da União seja inferior a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais); Gabarito: Errado FASES DO CONVÊNIO Normalmente, um convênio envolve quatro fases: ¾ Proposição ¾ Celebração/Formalização ¾ Execução ¾ Prestação de Contas A seguir, passemos ao estudo de cada uma dessas etapas. PROPOSIÇÃO DO CONVÊNIO O início do processo de solicitação de verbas federais para aplicação em projetos de interesse comum se dá com a identificação das necessidades existentes na comunidade. A partir do conhecimento da realidade socioeconômica local em que se definem as áreas mais carentes que necessitam de mais atenção e ação imediata do Poder Público. Normalmente, as áreas que sempre demandam recursos são educação, saúde, saneamento, construção e recuperação de estradas, abastecimento de água, energia urbana e rural e habitação. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 62 Identificadas as carências e as prioridades locais, compete ao interessado buscar, no órgão ou na entidade apropriados, os recursos necessários para implementar o projeto desejado. Com o objetivo de selecionar a melhor proposta, bem como de aferir a capacidade técnica e operacional do proponente para realizaro objeto do convênio, atendendo ao princípio da impessoalidade, os órgãos federais realizam chamamento público ou concurso de projetos. A publicidade do chamamento ou do concurso de projetos é feita no Portal dos Convênios e por intermédio da divulgação na página inicial do sítio oficial do órgão repassador de recursos. A realização do chamamento público não é obrigatória (é facultativa) para os convênios celebrados com estados ou municípios. Essa decisão compete às autoridades responsáveis pela concepção e gestão de cada programa federal. Contudo, se o beneficiário for entidade privada sem fins lucrativos, o chamamento público ou concurso de projetos é obrigatório. O chamamento público não é obrigatório para os convênios celebrados com estados ou municípios, mas apenas com entidades privadas sem fins lucrativos. O Ministro de Estado ou o dirigente máximo da entidade da administração pública federal concedente poderá, mediante decisão fundamentada, deixar de realizar chamamento público ou concurso de projetos para a celebração de convênios com entidades privadas nas seguintes situações: nos casos de emergência ou calamidade pública, quando caracterizada situação que demande a realização ou manutenção de convênio, termo de parceria ou contrato de repasse pelo prazo máximo de 180 dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação da vigência do instrumento; para a realização de programas de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer sua segurança; e nos casos em que o projeto, atividade ou serviço objeto do convênio ou contrato de repasse já seja realizado adequadamente mediante parceria com a mesma entidade há pelo menos cinco anos e cujas respectivas prestações de contas tenham sido devidamente aprovadas. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 62 Identificado o programa de governo de interesse local, bem como a possibilidade de atendimento aos critérios especificados do edital da seleção pública, o proponente deverá manifestar a intenção em celebrar o convênio, mediante apresentação de proposta de trabalho no Siconv. A proposta de trabalho deverá conter, no mínimo: Razões que justifiquem a celebração do instrumento, ou seja, justificativa contendo a caracterização dos interesses recíprocos do proponente e do concedente, a relação entre a proposta apresentada e os objetivos e diretrizes do programa federal e indicação do público alvo, do problema a ser resolvido e dos resultados esperados. Descrição completa do objeto a ser executado. Objeto é o produto do convênio, contrato de repasse ou termo de parceria, observados o programa de trabalho e as suas finalidades. Descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente, com definição das etapas da execução. Entende-se por meta a parcela quantificável do objeto e por etapa a divisão existente na execução de uma meta. Previsão de prazo para a execução consubstanciada em um cronograma de execução do objeto, no respectivo cronograma de desembolso e no plano de aplicação dos recursos a serem desembolsados pelo concedente e da contrapartida financeira do proponente, se for o caso, com estimativa dos recursos financeiros, discriminando o repasse a ser realizado pelo concedente ou contratante e a contrapartida prevista para o proponente, especificando o valor de cada parcela e do montante de todos os recursos. Informações relativas à capacidade técnica e gerencial do proponente para a execução do objeto. Eventuais imprecisões ou irregularidades poderão ser resolvidas, devendo o proponente manifestar-se no prazo estipulado, pois a ausência de manifestação será entendida como desistência quanto ao prosseguimento do processo. Uma vez aceita, a proposta passa a denominar-se plano de trabalho, que é o documento por meio do qual o gestor define como o objeto do convênio ou contrato de repasse será realizado. Segundo art. 116, §1º, da Lei 8.666/1993, a celebração de convênio exige prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações: Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 62 Identificação do objeto a ser executado; Metas a serem atingidas; Etapas ou fases de execução; Plano de aplicação dos recursos financeiros; Cronograma de desembolso; Previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas; Se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador. O plano de trabalho será analisado quanto à viabilidade e à adequação aos objetivos do programa governamental e, no caso das entidades privadas sem fins lucrativos, será avaliada a qualificação técnica e a capacidade operacional para gestão do instrumento, de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ou entidade repassador dos recursos. Ressalte-se que os eventuais ajustes realizados durante a execução do objeto deverão ser registrados no plano de trabalho, desde que submetidos e aprovados previamente pela autoridade competente. Como condição para a celebração do convênio, devem ser apresentados, ainda, o projeto básico e o termo de referência. Projeto básico é o documento por meio do qual o proponente deve caracterizar precisamente a obra, a instalação ou o serviço objeto do convênio, inclusive quanto sua viabilidade técnica, custo, etapas e prazos de execução. Deve ser elaborado com base em estudos técnicos preliminares e assegurar o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento. Quando o objeto do convênio envolver aquisição de bens ou prestação de serviços, o projeto básico recebe o nome de termo de referência, o que não altera a necessidade de o documento contemplar a descrição do bem ou serviço, o orçamento detalhado, a definição dos métodos e o prazo de execução do objeto. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 62 Tais instrumentos não se destinam a disciplinar a execução da obra ou do serviço (esse é o papel do projeto executivo), mas demonstrar a viabilidade e a conveniência de sua execução. Devem ser apresentados antes da celebração do instrumento, sendo facultado ao concedente exigi-lo depois, desde que antes da liberação da primeira parcela dos recursos. Ademais, quando houver, no plano de trabalho, a previsão de transferência de recursos para contratar a própria elaboração do projeto básico ou do termo de referência, é facultada a liberação do montante correspondente ao custo do serviço. Nos casos em que o concedente facultar a apresentação posterior do projeto básico ou do termo de referência, o documento deverá ser apresentado em prazo não superior a 18 meses, prorrogável uma única vez por igual período, a contar da data da celebração, conforme a complexidade do objeto. Caso não seja entregue no prazo estabelecido ou receba parecer contrário à sua aprovação, o convênio ou contrato de repasse deverá ser extinto. É importante destacar que a autoridade competente do órgão ou entidade concedente pode dispensar, em despacho fundamentado, a apresentação de projeto básico nos casos de padronização de objetos. A padronização de objetos é o estabelecimento de critérios a serem seguidos nos convênios com o mesmo objeto,definidos pelo concedente ou contratante, especialmente quanto às características do objeto e ao seu custo. Assim, quem quiser obter recursos para adquirir tais objetos, deverá seguir a padronização estabelecida, o que torna a elaboração do projeto básico/termo de referência desnecessária. Os órgãos concedentes são responsáveis pela seleção e padronização dos objetos mais frequentes nos convênios. Nos convênios em que o objeto consista na aquisição de bens que possam ser padronizados, os próprios órgãos e entidades da administração pública federal poderão adquiri-los e distribuí-los aos Projeto básico = obras Termo de referência = bens e serviços Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 62 convenentes. Ou seja, não precisa haver a transferência de recursos para que o estado ou município adquira tais bens; a própria administração federal pode adquiri-los e, depois, transferi-los para o convenente. Para calcular o custo do objeto proposto para fins de elaboração do projeto básico ou termo de referência, o interessado realizará prévias pesquisas de preços no mercado fornecedor dos produtos ou dos serviços pleiteados. Também poderá se valer de informações contidas em bancos de dados informatizados, pesquisas na internet, publicações especializadas e outras fontes. Preferencialmente, a pesquisa de preços deverá envolver o mercado mais próximo ao estado ou ao município convenente, espelhando os valores vigentes nas respectivas localidades. No entanto, nada impede a realização de pesquisa de preços com produtores ou fornecedores situados em outros locais. Com a inserção do projeto básico ou do termo de referência no Siconv, a proposta está pronta para ser enviada para análise do concedente. 21. (Cespe ± Anatel 2014) Acerca das transferências de recursos da União para órgãos e entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos para a execução de programas de interesse recíproco, julgue o seguinte item. Em atenção ao princípio da publicidade, o chamamento público deve ser divulgado no sítio oficial do órgão ou entidade responsável pelo objeto do convênio. Comentário: O chamamento público, segundo o art. 4º do Decreto 6.170/2007, é um procedimento necessário para a celebração de convênio ou contrato de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos. Conforme o §1º do referido dispositivo, ³GHYHUi� VHU� GDGD� SXEOLFLGDGH� DR� chamamento público, inclusive ao seu resultado, especialmente por intermédio da divulgação na primeira página do sítio oficial do órgão ou entidade concedente, bem como no Portal dos Convênios´. Gabarito: Certo 22. (Cespe ± Anatel 2014) O órgão da administração pública federal que decida firmar um convênio com entidade privada sem fins lucrativos, visando à seleção de projeto que assegure a realização do objeto do ajuste, deverá proceder, previamente, a um chamamento público. Comentário: O quesito está em conformidade com o art. 4º do Decreto 6.107/2007: Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 62 Art. 4o A celebração de convênio ou contrato de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de chamamento público a ser realizado pelo órgão ou entidade concedente, visando à seleção de projetos ou entidades que tornem mais eficaz o objeto do ajuste. § 1o Deverá ser dada publicidade ao chamamento público, inclusive ao seu resultado, especialmente por intermédio da divulgação na primeira página do sítio oficial do órgão ou entidade concedente, bem como no Portal dos Convênios. Sobre o tema, é importante lembrar que o Ministro de Estado ou o dirigente máximo da entidade da administração pública federal poderá, mediante decisão fundamentada, excepcionar a exigência do chamamento público nas seguintes situações: I - nos casos de emergência ou calamidade pública, quando caracterizada situação que demande a realização ou manutenção de convênio ou contrato de repasse pelo prazo máximo de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação da vigência do instrumento; II - para a realização de programas de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer sua segurança; ou III - nos casos em que o projeto, atividade ou serviço objeto do convênio ou contrato de repasse já seja realizado adequadamente mediante parceria com a mesma entidade há pelo menos cinco anos e cujas respectivas prestações de contas tenham sido devidamente aprovadas. Gabarito: Certo 23. (Cespe ± Caixa 2014) A celebração de contrato de repasse ² instrumento administrativo, de interesse recíproco, por meio do qual se processa, por intermédio de instituição ou agente financeiro público federal que atua como mandatário da União, a transferência de recursos financeiros com entidades privadas sem fins lucrativos ² deverá ser precedida de chamamento público. Comentário: O contrato de repasse, segundo o art. 1º, §1º, II do Decreto 6.170/2004, é o instrumento administrativo, de interesse recíproco, por meio do qual a transferência dos recursos financeiros se processa por intermédio de instituição ou agente financeiro público federal, que atua como mandatário da União. Ele pode ser utilizado para processar a transferência de recursos federais para órgãos ou entidades estaduais, distritais ou municipais ou para entidades privadas sem fins lucrativos. Neste último caso ± transferência de recursos para entidades privadas sem fins lucrativos ±, que é a hipótese tratada no item em comento, a celebração do contrato de repasse deve ser precedida de chamamento público. Gabarito: Certo Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 62 24. (Cespe ± DPU 2013) Caso a DPU pretenda celebrar convênio administrativo, visando transferir recursos financeiros à DP/DF para a prestação de serviço de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação, a celebração do ajuste administrativo deverá ser precedida de chamamento público. Comentário: A realização de chamamento público é obrigatória apenas para a celebração de convênios com entidades públicas sem fins lucrativos, conforme art. 4º do Decreto 6.170/2007. A questão, por outro lado, trata da transferência de um órgão da União e para outro órgão público, no caso, a Defensoria Pública do Distrito Federal, de modo que não existe a obrigatoriedade do chamamento público, daí o erro. Gabarito: Errado 25. (Cespe ± Anatel 2014) No caso de convênios cuja duração ultrapasse um exercício financeiro, será indicado o crédito e efetuado um empenho global, correspondente à despesa autorizada para a plena consecução do objeto do convênio, lançando-se em Restos a Pagar as parcelas da despesa relativas às partes a serem executadas em exercícios futuros. Comentário: Conforme o art. 12 da Portaria Interministerial 507/2011, nos convênios cuja duração ultrapasse um exercício financeiro, a União, enquanto concedente, indicará o crédito e respectivo empenho para atender à despesa no exercício em curso, bem como cada parcela da despesa (e não um empenho global) relativa à parte a ser executada em exercício futuro, mediante registro contábil. Neste caso, o registro contábil acarretará a responsabilidade de o concedente incluir em suas propostas orçamentárias dos exercícios seguintes a dotação necessária à execução do convênio. Gabarito: Errado CELEBRAÇÃO/FORMALIZAÇÃO DO CONVÊNIO Condições para celebração A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e outras normas federais dispõem que estados,Distrito Federal e municípios, para receberem transferências voluntárias, devem atender as seguintes condições:  Contas do exercício: enviar suas contas ao Poder Executivo Federal, nos prazos previstos, para consolidação nacional e por esfera de governo, relativas ao exercício anterior. Os estados devem encaminhar suas contas até 31 de maio. Os municípios, até 30 de abril de cada ano, com cópia para o Poder Executivo do respectivo estado. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 62  Relatório da execução orçamentária: publicar o relatório resumido da execução orçamentária até 30 dias após o encerramento de cada bimestre.  Relatório de gestão fiscal: publicar o relatório de gestão fiscal até 30 dias após o encerramento de cada quadrimestre. É facultado aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar por divulgar o relatório de gestão fiscal semestralmente, até 30 dias após o encerramento do semestre.  Limites de gastos com pessoal: observar os limites de gastos com pessoal, verificados ao final de cada quadrimestre (caso os limites sejam ultrapassados, não havendo redução no prazo estabelecido e enquanto perdurar o excesso, o ente da Federação não poderá receber transferências voluntárias).  Regularidade na gestão fiscal: demonstrar a instituição, regulamentação e arrecadação de todos os tributos previstos nos artigos 155 e 156 da Constituição Federal.  Adimplência com a União: estar em dia com os pagamentos de tributos, empréstimos e financiamentos devidos à União.  Adimplência com outros convênios: estar adimplente com o dever de prestar contas no tocante a recursos anteriormente recebidos.  Limites constitucionais de aplicação em educação e saúde: cumprir os limites constitucionais de aplicação de recursos em educação e saúde.  Limites da dívida pública: observar os limites das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em restos a pagar e da despesa total com pessoal (o estado, o Distrito Federal ou o município ficará impedido de receber transferências voluntárias, se a respectiva dívida consolidada ultrapassar o limite que a ela corresponde ao final de um quadrimestre). Da mesma forma, assim ocorrerá uma vez vencido o prazo para retorno da dívida a seu limite ± até o término dos três quadrimestres subsequentes e enquanto perdurar o excesso.  Contrapartida: estabelecer previsão orçamentária de contrapartida compatível com a capacidade financeira do convenente e de acordo com seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a qual poderá ser atendida por meio de recursos financeiros, ou de bens/serviços, se economicamente mensuráveis. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 62 Cabe destacar que contrapartida é a parcela de colaboração financeira do convenente para a execução do objeto do convênio. Assim, não é apenas a União que entra com dinheiro; a outra parte (estado ou município) também deve contribuir, destinando recursos do seu orçamento ou bens/serviços economicamente mensuráveis para a execução do objeto do convênio.  Cadin: comprovar a inexistência de pendências pecuniárias junto ao Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin).  Regularidade junto ao INSS e ao FGTS: apresentar o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) e a comprovação de regularidade quanto ao depósito das parcelas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).  Cadastramento no Siconv: atualizar o cadastro do convenente ou contratado no Siconv-Portal dos Convênios.  Plano de Trabalho: ter aprovado seu plano de trabalho.  Licença Ambiental: obter a licença ambiental prévia quando o convênio envolver obras, instalações ou serviços que exijam estudos ambientais.  Propriedade do imóvel: comprovar o exercício pleno dos poderes inerentes à propriedade do imóvel, ou da ocupação regular de imóvel, quando o convênio tiver por objeto a execução de obras ou benfeitorias no imóvel.  Observância dos limites de despesas comprometidos com as parcerias público-privadas: comprovar que as despesas de caráter continuado derivadas do conjunto das parcerias já contratadas limitam-se, no ano anterior, a 5% da receita corrente líquida do exercício ou se as despesas anuais dos contratos vigentes nos 10 anos subsequentes não excederem a 5% da receita corrente líquida projetada para os respectivos exercícios.  Regularidade quanto ao pagamento de precatórios judiciais: apresentar o certificado emitido pelo Cadastro de Inadimplentes do Conselho Nacional de Justiça (Cedin), acessível através do sítio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na internet.  Disponibilização de informações relativas à gestão fiscal do ente federado por meio eletrônico de acesso público. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 62  Não realização de operação de crédito com infração ao disposto no art. 33 da LRF. As entidades sem fins lucrativos, por sua vez, devem atender as seguintes condições para celebração de convênios: 9 Adimplência com a União 9 Adimplência com outros convênios 9 Contrapartida 9 Cadin 9 Regularidade INSS e FGTS 9 Cadastro Siconv 9 Plano de trabalho aprovado 9 Licença ambiental 9 Propriedade do imóvel Formalização Constitui cláusula necessária em qualquer convênio ou contrato de repasse celebrado pela União e suas entidades: A indicação da forma pela qual a execução do objeto será acompanhada pelo concedente; e A vedação para o convenente de estabelecer contrato ou convênio com entidades impedidas de receber recursos federais. Detalhe importante é que os convênios ou contratos de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos deverão ser assinados pelo Ministro de Estado ou pelo dirigente máximo da entidade da administração pública federal indireta concedente, competência que não poderá ser delegada. As mesmas autoridades (Ministro de Estado e dirigente máximo das entidades) também são responsáveis (i) por decidir sobre a aprovação da prestação de contas e (ii) por suspender ou cancelar o registro de inadimplência nos sistemas da administração pública federal. Tais competências, ao contrário da assinatura, podem ser delegadas. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 62 26. (Cespe ± Anatel 2014) Os convênios e os contratos de repasse firmados com entidades privadas sem fins lucrativos devem ser assinados pessoalmente pelo ministro de Estado ou pelo dirigente máximo da entidade concedente, autoridades competentes para decidir sobre a aprovação da prestação de contas relativa ao ajuste. Comentário: O item está correto. Trata-se de regra aplicável aos convênios e contratos de repasse firmados com entidades privadas sem fins lucrativos, prevista no art. 6º-A do Decreto 6.170/2007: Art. 6o-A. Os convênios ou contratos de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos deverão ser assinados pelo Ministro de Estado ou pelo dirigente máximo da entidade da administração pública federal concedente. Ressalte-se que o Ministro de Estado e o dirigente máximo da entidade da administração pública federal não poderão delegar a referida competência. Gabarito: Certo Publicidade da celebração A eficácia de convênios, acordos, ajustes ou instrumentos congêneres fica condicionada à publicação do respectivo extrato no DiárioOficial da União, que será providenciada pelo concedente, no prazo de até 20 dias a contar de sua assinatura. Além da publicação dos extratos dos convênios no DOU, será dada publicidade de todos os atos relativos à operacionalização no Portal de Convênios. Ademais o convenente ou contratado deve dar ciência da celebração ao conselho local ou instância de controle social da área vinculada ao programa de governo que originou a transferência, e o concedente ou contratante deve notificar a celebração do instrumento e a liberação dos recursos à Assembleia Legislativa, à Câmara Legislativa ou à Câmara Municipal, conforme o caso. Os convenentes ou contratados deverão disponibilizar, ainda, por meio da internet ou, na sua falta, em sua sede, em local de fácil visibilidade, consulta ao extrato do convênio ou outro instrumento utilizado, contendo, pelo menos, objeto, a finalidade, os valores e as datas de liberação e detalhamento da aplicação dos recursos, bem como as contratações realizadas para a execução do objeto pactuado. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 62 EXECUÇÃO DO CONVÊNIO Execução financeira Cada convênio ou instrumento congênere deverá possuir uma conta bancária específica, aberta em instituição financeira oficial, por meio da qual serão efetuadas todas as movimentações financeiras relacionadas ao instrumento, desde as transferências da União até a contrapartida do convenente e os pagamentos dos fornecedores e prestadores de serviços. A abertura dessa conta bancária é feita após a aprovação da proposta de trabalho e a celebração do convênio, mediante solicitação no Siconv. Dessa forma, os recursos liberados pelo repassador deverão ser mantidos e geridos na conta bancária específica do convênio e somente poderão ser utilizados para pagamento de despesas constantes do plano de trabalho. Em nenhuma hipótese, os recursos podem ser transferidos para movimentação em outras contas do convenente ou gerenciados recursos de diversos convênios em uma mesma conta. A utilização de recursos para finalidade diversa da pactuada em convênio implica irregularidade grave. Sequer o caráter emergencial de uma despesa autoriza o gestor a utilizar os recursos para outra finalidade. Conforme o art. 116, §3º da Lei 8.666/93, as parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes: Quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno da Administração Pública; Quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas; Quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno. Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 62 É importante ressaltar que os recursos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira pública federal se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização desses recursos verificar-se em prazos menores que um mês. As rendas (juros) dessas aplicações serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, e não poderão ser computadas como parcela da contrapartida devida pelo convenente. Detalhe é que as contas bancárias utilizadas para realizar as aplicações serão isentas de cobrança de tarifas.  Onde aplicar os recursos do convênio ainda não utilizados: 27. (Cespe ± Anatel 2014) Os rendimentos das aplicações financeiras efetuadas pelo convenente com recursos oriundos do convênio poderão ser utilizados em programas similares mantidos pelo convenente ou como parcela da contrapartida devida ao contratante a que estiver obrigado. Comentário: Os rendimentos das aplicações financeiras somente poderão ser aplicados no objeto do convênio, e não poderão ser computados como parcela da contrapartida devida pelo convenente (Portaria Interministerial 507/2011, art. 54, §§2º e 3º). Gabarito: Errado 28. (Cespe ± Antaq 2014) O saldo de convênio, enquanto não utilizado, deverá ser aplicado em caderneta de poupança ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo, se a previsão de seu uso for superior a um mês. Comentário: Se a previsão do uso for igual ou superior a um mês, a aplicação deve ser feita, obrigatoriamente, em caderneta de poupança, e não em Maior ou igual a 1 mês ͻCadernetas de poupança de instituição financeira federal Menor que 1 mês ͻFundos de curto prazo ou operação lastreada em títulos públicos Direito Administrativo para ATRFB Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 12 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 62 fundo de curto prazo. Por sua vez, para prazos inferiores a um mês, o recurso deve ser aplicado em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública. Isso está previsto no art. 10, §4º do Decreto 6.170/2007: § 4º Os recursos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira pública federal se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização desses recursos verificar-se em prazos menores que um mês. Gabarito: Errado Licitação Os órgãos e entidades públicas que receberem recursos da União por meio de convênios, contratos de repasse ou termos de cooperação são obrigados a observar as disposições da Lei de Licitações e Contratos (Lei 8.666/93), e as demais normas federais pertinentes, incluindo a Lei do Pregão para aquisição de bens e serviços comuns. Quanto às entidades privadas sem fins lucrativos, a aquisição de produtos e a contratação de serviços com recursos da União deverá observar os princípios da impessoalidade, moralidade e economicidade, sendo necessária, no mínimo, a realização de cotação prévia de preços no mercado antes da celebração do contrato. Ou seja, as entidades privadas não precisam realizar licitação segundo as regras da Lei 8.666 para aplicar os recursos do convênio, mas devem observar os princípios da Administração Pública e realizar cotação prévia de preços. Pagamentos de despesas Os pagamentos com recursos oriundos do convênio devem seguir todos os estágios de pagamento de despesas na administração pública, quais sejam: empenho, liquidação e pagamento. Os pagamentos, que, antes da vigência do Decreto 6.170/2007, podiam ser realizados mediante a emissão de cheques nominativos, ordem bancária, DOC ou TED, agora só podem ser feitos exclusivamente mediante crédito em conta bancária dos fornecedores e prestadores de serviços,
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