Buscar

Controle Bacteriano

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

569
66
Aspectos Gerais das Micoses
Três tipos de doença humana estão associados a ele-
mentos fúngicos ou a seus produtos metabólitos: alérgicas, 
tóxicas e infecciosas.
A doença alérgica é causada pela interação de um 
hospedeiro sensibilizado, com antígenos fúngicos imunolo-
gicamente reativos, existentes no ar ou está associada com 
elementos fúngicos de localização endógena no hospedeiro. 
Exemplo: aspergilose broncopulmonar alérgica.
A doença toxigênica pode ser provocada pela ingestão 
de alimentos contaminados com fungos microscópicos, 
produtores de micotoxinas — as micotoxicoses — ou pela 
ingestão de fungos macroscópicos venenosos — micetismos.
A doença infecciosa é aquela em que o agente possui 
propriedade de agir como patógeno primário ou oportunista, 
exemplo: paracoccidioidomicose, candidíases.
As doenças infecciosas — as micoses — são as mais 
representativas e constituem o principal objeto da micologia 
médica. 
O reservatório habitual dos fungos que infectam o ho-
mem pode ser o próprio homem, os animais ou um sítio na 
natureza, onde o fungo se desenvolve como saprófito.
As micoses são classificadas em:
1. Micoses superficiais, de localização na pele e 
anexos.
2. Micoses subcutâneas encontradas na pele e nos teci-
dos subcutâneos.
3. Micoses sistêmicas ou profundas atingindo, prin-
cipalmente, órgãos internos e vísceras, podendo 
abranger muitos tecidos e órgãos diferentes.
As micoses superficiais compreendem as micoses su-
perficiais estritas, as dermatofitoses, as hialo-hifomicoses e 
feo-hifomicoses e as micoses mucocutâneas ou leveduroses.
As micoses superficiais estritas se localizam nas ca-
madas superficiais da pele ou do pelo. Seus agentes têm 
como hábitat principal o homem (Malassezia spp.) ou são 
encontrados na natureza (Hortae werneckii, Piedraia hortae 
e Trichosporon spp.).
Micoses
Aspectos Gerais, Patogenicidade dos Fungos, 
Mecanismos de Defesa do Hospedeiro e 
Diagnóstico Microbiológico 
Olga Fischman Gompertz
Walderez Gambale
Benedito Corrêa
Claudete Rodrigues Paula
As dermatofitoses atingem pele, pelo ou unhas e são 
causadas por fungos queratinofílicos, os dermatófitos. As 
dermatofitoses podem ser transmitidas de homem a homem, 
de animal ao homem ou do solo ao homem.
As hialo-hifomicoses e feo-hifomicoses podem se loca-
lizar na pele, unha ou mucosas e são produzidas por fungos 
filamentosos não dermatófitos, respectivamente hialinos e 
escuros.
As leveduroses ou micoses mucocutâneas são produzi-
das por leveduras, tendo origem de fonte endógena, quando 
o agente faz parte da microbiota normal do hospedeiro, ou 
exógena, quando transmitida por outros indivíduos.
As micoses subcutâneas são, em geral, adquiridas por 
traumatismos com materiais contaminados, como vegetais e 
madeiras, podendo ser transmitidas também por picadas de 
inseto e mordedura de animais.
Os fungos que ocasionam micoses de tipo subcutâneo 
são isolados comumente do solo ou de vegetais; os agentes 
de micoses profundas têm seu hábitat principalmente no 
solo.
As micoses sistêmicas são originadas principalmente 
pela inalação de propágulos fúngicos levados do solo pelos 
ventos. Cryptococcus neoformans e Histoplasma capsulatum 
podem ser, respectivamente, veiculados por fezes de pombos 
e de morcegos.
Além dessas infecções fúngicas que são encontradas, 
na maioria dos casos, em indivíduos considerados normais, 
as micoses oportunísticas atingem os pacientes imunocom-
prometidos por doença de base, como câncer, diabetes, ou 
aqueles que são submetidos a tratamentos com uso de corti-
coidoterapia, imunossupressores e antibioticoterapia.
As formas de transmissão de algumas micoses, como 
a doença de Jorge Lobo, não foram ainda definitivamente 
estabelecidas.
Em geral, as micoses do tipo subcutâneo são esporádi-
cas. Endemias ocorrem em áreas onde o fungo é mais fre-
quente no meio ambiente. Microepidemias de histoplasmose 
têm sido registradas em grupos de indivíduos que visitam 
cavernas habitadas por morcegos, por exemplo. Epidemias 
570
de dermatofitoses do couro cabeludo em alunos de escola, 
dermatofitoses dos pés entre militares e atletas têm sido 
descritas.
Idade, sexo e raça desempenham papel importante na 
frequência de certas micoses. Tinha do couro cabeludo por 
Microsporum canis, frequente na criança, é rara na puber-
dade ou na idade adulta. A paracoccidioidomicose e a cro-
moblastomicose são comuns em indivíduos adultos do sexo 
masculino. A paracoccidioidomicose é mais encontrada nos 
homens do que nas mulheres, por exemplo, (na proporção 
de 50:1), o que é explicado pela presença de estrógenos 
protetores na mulher ou maior exposição do homem aos 
agentes fúngicos.
A atividade profissional influi na incidência de certas 
micoses que são conhecidas como doenças profissionais. 
Floristas e indivíduos que manipulam madeira são sujeitos 
a traumatismos, adquirindo esporotricose. Agricultores 
apresentam cromoblastomicose, micetomas, por fungos que 
habitam o solo e vegetais, por exemplo. Espeleólogos podem 
contrair histoplasmose pela inalação de Histoplasma capsu-
latum do solo e de fezes de morcegos existentes em grutas.
O tamanho da forma infectante do fungo é importante. 
Partículas maiores do que 10 µm de diâmetro só alcançam 
as vias aéreas superiores, causando rinite. Partículas de 5 a 
10 µm atingem os brônquios e são responsáveis por quadros 
asmáticos, e as menores de 5 µm podem alcançar alvéolos 
pulmonares. As formas mínimas do Cryptococcus neofor-
mans não encapsuladas, de 1,5 a 3 µm, presentes nas fezes 
de pombos e na poeira ambiental, depositam-se facilmente 
nos pulmões.
A quantidade do inóculo também é importante, princi-
palmente na aquisição das micoses sistêmicas.
Medidas preventivas dependem do tipo da micose. 
Tratamento de animais e pessoas com dermatofitose, ou de 
portadores sadios, evita a disseminação dos dermatófitos.
O emprego de máscaras ao visitar grutas com morcegos 
pode prevenir a infecção por Histoplasma capsulatum; o uso 
de sapatos e roupas cobrindo partes descobertas do corpo 
evita traumatismo e, consequentemente, a aquisição de mi-
coses como cromoblastomicose e micetomas, por exemplo.
Prevenção da candidíase envolve diferentes princípios, 
porque o reservatório do fungo pode ser o próprio indivíduo 
ou outras pessoas, como médico, enfermeiras, atendentes 
que estão em contato com o paciente. Cateteres também são 
importantes na introdução de Candida e de outros fungos 
no organismo.
Aparelhos para inalação e outros equipamentos hos-
pitalares têm sido descritos como veiculadores de fungos, 
ocasionando, por exemplo, candidíase e aspergilose.
A fim de diminuir infecção fúngica hospitalar, medidas 
preventivas, como uso de filtros, higiene local e assepsia 
adequada do pessoal médico e paramédico, são preconi-
zadas. Marcadores epidemiológicos, especialmente para 
Candida albicans, definem com melhor clareza a origem dos 
surtos de infecções hospitalares.
Patogenicidade dos Fungos
Os fatores de virulência têm sido pouco estudados entre 
os fungos. Como possíveis fatores citam-se a variabilidade 
fenotípica, a aderência nos tecidos do hospedeiro e a produ-
ção de toxinas e enzimas.
Para C. albicans, o fungo mais estudado com relação 
aos fatores relacionados à virulência, a sequência seria 
iniciada pela aderência a células epiteliais, da pele ou mu-
cosas, seguida da multiplicação da levedura, com formação 
posterior de tubo germinativo e filamentação. A quantidade 
de adesinas seria aumentada pela germinação das leveduras 
e inibida pela presença da IGA secretora. Logo a seguir, a 
produção das exoenzimas, proteinase e fosfolipase permitiria 
a penetração da levedura nas células, ocasionando resposta 
inflamatória, como ocorre nos tecidos.
Alguns estudos têm demonstrado que os fungos patogê-nicos secretam várias enzimas hidrolíticas como proteinases, 
lipases e fosfolipases, que podem ser encontradas no meio 
de cultivo. Estas enzimas hidrolíticas extracelulares são 
importantes na patogenicidade dos fungos, causando danos 
à célula do hospedeiro. A proteinase ácida é uma aspartil 
proteinase (Sap) de peso molecular entre 42 e 45 kDa, cuja 
atividade ideal ocorre em pH ácido e que possui especifi-
cidade de substrato bastante ampla, incluindo queratina, 
colágeno, albumina, hemoglobina, cadeia pesada de imu-
noglobulinas e proteínas de matriz extracelular. C. albicans 
com grande atividade proteolítica aderem mais rapidamente 
às células epiteliais. Com relação à fosfolipase, a maior ati-
vidade lipolítica encontra-se nas extremidades das formas 
filamentosas, exercendo papel importante no crescimento do 
fungo, facilitando assim a adesão tecidual. Em C. albicans, 
têm sido descritas fosfolipases A, B e C, e o pH ótimo de 
atividade está ao redor de 4,0. Entretanto, pouco se conhece 
sobre outras enzimas como condroitin-sulfatase e hialuro-
nidase nas demais espécies do gênero Candida e em outros 
fungos patogênicos.
Com relação à Cryptococcus neoformans, sabe-se que 
a cápsula exerce ação protetora deste contra a fagocitose. O 
fungo tem a capacidade de produzir a enzima urease, que 
hidrolisa a ureia, levando à produção de amônia, que inativa 
o complemento facilitando a sua proliferação. Esta levedura 
produz também a enzima fenol-oxidase, relacionada com a 
sua patogenicidade.
A existência de alfa-1,3-glucana na parede celular da 
fase leveduriforme de Paracoccidioides brasiliensis foi 
considerada fator importante na virulência do fungo. No 
entanto, estudos recentes demonstraram que cepas altamente 
virulentas possuíam baixo teor desse polissacáride na parede 
celular e vice-versa.
Nos dermatófitos, as atividades das queratinases, elas-
tases e sulfitase são importantes na implantação da micose. 
Alguns lipídeos contendo de 10 a 12 átomos de carbono, 
presentes no fungo, são capazes de estimular respostas alér-
gicas. Acredita-se que lipases auxiliam esses fungos a supe-
rarem a ação dos ácidos graxos da pele, os quais possuem 
atividade fungicida, como é o caso do ácido undecilênico.
571
Mecanismos de Defesa do Hospedeiro
Os mecanismos de defesa do hospedeiro contra a infec-
ção por fungos podem ser inespecíficos e específicos.
Inespecíficos 
Os mecanismos que defendem o hospedeiro contra as 
infecções fúngicas podem compreender as defesas locais, 
como a pele e as membranas das mucosas e o sistema infla-
matório não específico.
A pele é considerada como um grande órgão imunológi-
co que contribui significativamente para o movimento celu-
lar imune. Quase todos os elementos celulares da imunidade, 
com exceção das células B, residem ou passam através da 
pele e acumulam-se nos sítios de reação inflamatória.
A pele normal é, na verdade, uma barreira efetiva contra 
a colonização da maioria dos fungos, por ser uma barreira 
física e por secretar ácidos graxos saturados com proprieda-
des antifúngicas.
A temperatura da pele normal é bastante elevada para 
restringir a localização de certos fungos às partes mais frias 
do corpo ou impedir o desenvolvimento de outros.
A integridade da pele e seu baixo teor de umidade são 
responsáveis pela resistência natural a muitas infecções. 
A candidíase cutânea, por exemplo, é facilitada pela umida-
de ou por lesões da pele.
Como a aderência é o estágio inicial no processo invasi-
vo dos fungos, a pele resiste a esta por vários mecanismos, 
como produção de muco, competição com outros micro-or-
ganismos e descamação das células epiteliais. A microbiota 
bacteriana normal controla a proliferação de fungos como 
Candida albicans. Pacientes que são submetidos à antibio-
ticoterapia prolongada, pela destruição de sua microbiota 
normal, estão mais sujeitos a desenvolver candidíase oral, 
vaginal ou intestinal.
A função das células T é importante na fagocitose das 
superfícies contra certas infecções. Pacientes neutropênicos 
ou com neutrófilos alterados são mais sensíveis a certas 
infecções como candidíase mucocutânea crônica, mucormi-
cose, aspergilose, criptococose.
Os componentes do sistema imune não específico 
consistem principalmente em proteínas humorais — as 
opsoninas.
Específicos 
O sistema imune específico consiste em macrófagos, 
linfócitos, células do plasma e seus produtos, como as 
linfocinas e anticorpos. O sistema imune responde especifi-
camente aos sítios antigênicos. A resposta imune se carac-
teriza pela produção de anticorpos específicos que reagem 
contra os antígenos do fungo invasivo. No entanto, o papel 
desempenhado pelos anticorpos na defesa orgânica contra as 
infecções fúngicas é especulativo e contraditório. Em certas 
doenças como a histoplasmose, um aumento do título de 
anticorpos fixadores do complemento indica disseminação 
da doença. Elevados títulos de anticorpos podem impedir 
o desenvolvimento da imunidade celular. No entanto, em 
certas infecções, os anticorpos são protetores. Indivíduos 
com elevados títulos de anticorpos contra Cryptococcus 
neoformans se recuperam mais facilmente à criptococose do 
que os pacientes que não desenvolvem anticorpos.
A imunidade mediada por células desempenha papel im-
portante na resistência do organismo às infecções fúngicas. 
Pacientes com doenças imunodeficientes e aqueles tratados 
com drogas imunossupressoras que interferem na sua imu-
nidade celular são mais sensíveis às micoses do que aqueles 
com sistemas imunes intactos.
Diagnóstico Laboratorial das Micoses
O diagnóstico microbiológico das micoses é feito pela 
verificação do fungo no material clínico, em preparações 
microscópicas, em exame histopatológico e em cultivos 
complementados por provas indiretas, como testes intra-
dérmicos, pesquisa de anticorpos séricos e de antígenos 
circulantes. Na grande maioria dos casos clínicos, o método 
mais empregado é o da microscopia direta.
O material clínico para exame microscópico depende do 
tipo da micose. Nas micoses superficiais e cutâneas, são co-
letados principalmente pelos e escamas de pele ou de unha. 
Nas micoses subcutâneas, o material inclui secreções, pus 
sangue, enquanto nas micoses profundas são examinados, 
por exemplo, escarro, fezes, urina e líquido cefalorraquidia-
no. A biópsia também é bastante útil para elucidar o diagnós-
tico, principalmente das micoses subcutâneas e sistêmicas.
Exame microscópico direto
Em termos gerais, o exame microscópico direto é o mé-
todo mais usado no diagnóstico de rotina das micoses. Além 
de ser rápido e sensível, permite a visualização do fungo 
e, em muitas ocasiões, sua identificação. De modo geral, 
o material a ser examinado é submetido à clarificação por 
solução de hidróxido de potássio a 10% a 20%, acrescido 
ou não de tinta Parker 51 permanente, na proporção de 2:1 
e aquecimento discreto. Para tanto, basta colocar o material 
clínico sobre a superfície de uma lâmina de vidro, adicionar 
uma gota de hidróxido de potássio com tinta, cobrir com 
lamínula, aquecer suavemente à chama do bico de Bunsen 
e examinar ao microscópio. Quando houver suspeita de 
infecção por Cryptococcus neoformans, deve-se misturar 
ao material clínico, geralmente escarro ou liquor, uma gota 
de tinta Nankin, pois esta técnica permite a visualização da 
célula fúngica corada e da cápsula sem coloração. Em alguns 
casos, as técnicas de coloração são bastante úteis, como a de 
Giemsa, na identificação do Histoplasma capsulatum.
O exame microscópico direto do material clínico é téc-
nica de baixo custo, eficaz e reprodutível, exigindo, porém, 
profissional técnico bem treinado. As preparações, nesses 
casos, não são duradouras.
Na Tabela 66.1 é apresentado um resumo das principais 
estruturas visualizadas ao exame microscópico direto nosdiferentes espécimes clínicos.
572
Tabela 66.1
Diagnóstico Laboratorial das Micoses mais Comuns por Exame Microscópico Direto e Cultura
Micoses Amostra Clínica Exame Microscópico Direto Meios de Cultura Agentes Etiológicos Temperatura e 
Tempo de Incubação
Pitiríase 
versicolor
Escamas de pele Células leveduriformes, globosas ou 
elipsoides, isoladas ou agrupadas, 
com ou sem brotamento unipolar, 
filamentos curtos e septados
Ágar bile de boi 
adicionado de 
azeite de oliva + 
Co, meio de Dixon 
(modificado)
Malassezia spp. 32°C, sete dias
Tinha negra Escamas de pele Hifas escuras septadas, irregulares, 
células leveduriformes
SDA + Co 
Lac + Co
Hortae
werneckii
25°C, 20 dias
Piedra negra Cabelo com 
nódulos
Nódulos escuros, formados por 
hifas artoconidiadas, contendo 
ascos com dois a oito ascósporos 
com filamentos em ambas as 
extremidades
SDA + Co Piedraia hortae 25°C, 30 dias
Piedra branca Pelos com nódulos 
região genital, 
axilar etc.
Nódulos claros, formados 
por hifas artroconidiadas 
e blastoconídios
SDA + Co 
Lac + Co
Trichosporon spp. 25°C, sete dias
Dermatofitose 
da pele, unhas, 
pelo
Escamas de pele 
ou unhas e pelos 
com raiz
Hifas hialinas, septadas e 
artroconidiadas na pele e unhas. 
Artroconídio fora, 
dentro ou ambos: endo, ecto ou 
ectoendotrix, 
respectivamente
SDA + Co + Ci 
SDA + Co Lac + Co
E. floccosum, 
Microsporum spp., 
Trichophyton spp. etc.
25°C, 15 a 20 
dias
Cromoblasto-
micose
Crostas, secreção 
ou pus
Células arredondadas com duplo 
contorno, isoladas ou agrupadas 
de cor marrom, com divisão por 
cissipari-
dade em dois planos = 
corpo muriforme
SDA + Co 
Lac + Co 
Fonsecaea pedrosoi 
Phialophora verrucosa 
Cladosporium carrionii
Rhinocladiella 
aquaspersa
Cladophialophora
25°C, 20 dias
Esporotricose Secreção ou pus Células leveduriformes, 
esféricas ou alongadas em forma 
de charuto, 
raramente visualizadas
SDA + Co + Ci 
Lac + Co + Ci
Sporothrix 
schenckii
25°C e 37 °C, 20 
dias
Micetoma 
eumicótico ou 
eumicetoma
Secreção ou pus Grânulos formados por 
aglomerados de hifas claras (grãos 
claros — fungos hialinos) ou 
escuras (grãos escuros — fungos 
demácios)
SDA + Co 
Lac + Co + Ci
Madurella grisea 
e M. mycetomatis 
Pseudallescheria boydii 
Acremonium recifei 
Pyrenochaeta romeroi
25°C, 21 dias
Lobomicose Nódulos 
queloidianos
Células leveduriformes com parede 
de duplo contorno, tamanho 
uniforme catenula-
das unidas por pontes ou tubos 
conectantes (biópsia)
Fungo não- 
cultivável
Lacazia loboi
Feo-hifomicose Secreção ou pus Hifas escuras septadas, 
elementos leveduriformes, 
sem corpos muriformes
SDA + Co 
Lac + Co 
Exophiala jeanselmei 
Phialophora parasitica
Cladosporium elatum 
Wangiella dermatitidis
25°C, 21 dias
Zigomicose 
subcutânea
Nódulos 
subcutâneos
Hifas largas não septadas com 
reação eosinofílica (corte)
SDA + Co Conidiobolus coronatus, 
Basidiobolus 
haptosporus
SDA = Ágar Sabouraud dextrose; Cicloheximida = Ci; Cloranfenicol = Co e ágar BHI = Ágar infuso de cérebro e coração; LCR = líquido cefalorraquidiano.
573
Imunofluorescência 
Embora de uso limitado, a técnica de imunofluorescên-
cia direta pode ser recomendada para a demonstração de 
alguns fungos em cortes de tecidos e secreções. É técnica 
sofisticada exigindo aparelhagem e material especializado. 
É usada, por exemplo, na diferenciação das formas pequenas 
de Paracoccidioides brasiliensis e Histoplasma capsulatum, 
através de soros hiperimunes específicos, preparados em 
coelhos, marcados com fluorocromos. Podem ser identi-
ficados também pela imunofluorescência Cryptococcus 
neoformans, Sporothrix scheckii, Coccidioides immitis e 
Candida albicans.
Corantes vitais 
A avaliação da viabilidade de células fúngicas em ma-
teriais clínicos tem sido baseada, até o presente momento, 
no emprego de corantes vitais ou, mais frequentemente, no 
cultivo em meios apropriados.
A utilização de corantes vitais com finalidade diagnós-
tica, apesar de perfeitamente exequível, não substitui a pes-
quisa direta dos agentes pelos métodos clássicos rotineiros, 
cujo valor é indiscutível, principalmente, pela rapidez, pela 
praticidade de execução e pelo baixo custo. Entretanto, os 
corantes apresentam boa sensibilidade e a possibilidade de 
diferenciação entre células fúngicas vivas e mortas. Por isso, 
Tabela 66.1 (continuação)
Diagnóstico Laboratorial das Micoses mais Comuns por Exame Microscópico Direto e Cultura
Micoses Amostra Clínica Exame Microscópico Direto Meios de Cultura Agentes Etiológicos Temperatura e 
Tempo de Incubação
Paracoccidioi- 
domicose
Escarro, pus, 
raspado de 
mucosa etc.
Células arredondadas com 
dupla membrana, isoladas 
ou agrupadas com múltiplo 
brotamento unidas à célula-
mãe com base estreita 
células isoladas, ou 
catenuladas
SDA + Co 
Lac +Co + Ci 
Paracoccidioides 
brasiliensis
25°C e 35°C, 
30 dias
Histoplasmose Escarro, raspado 
das lesões, pele, 
mucosa etc.
Células leveduriformes 
pequenas 2-3 mm, esféricas 
ou ovaladas no interior de 
macrófagos ou mononucleares 
(coloração com Giemsa)
SDA + Co 
Ágar BHI + sangue 
Histoplasma 
capsulatum
25°C e 37°C, 
30 dias
Blastomicose Amostra clínica, 
escarro, pus, 
tecido, pele
Células redondas ou ovais, 
duplo contorno, brotamento 
único unido por base larga à 
célula-mãe
SDA + Co Blastomyces 
dermatitidis
25ºC, 30 dias
Coccidiodo-
micose 
Escarro, pus, 
exsudato
Elementos esféricos de 10 
a 60 mm (esférulas) com 
endósporos grandes
SDA + Co Coccidioides immitis 25ºC, 30 dias
Criptococose LCR, escarro, 
pus etc.
Células leveduriformes esféricas 
circundadas por cápsula não-corada 
(em observação com tinta da China)
SDA + Co Cryptococcus 
neoformans 
Cryptococcus gattii
35°C, 15 dias
Candidíase Raspadomucosa, 
biópsia, escarro 
etc.
Células leveduriformes, 
hifas e/ou pseudo-hifas
SDA + Co Candida albicans, 
Candida spp.
37°C, sete dias
Zigomicose Pus, tecido Hifas cenocíticas, largas 
paredes, contornos 
irregulares lembrando 
galhos de árvores
SDA Absídia corymbifera, 
Rhizopus oryzae, 
Mucor ramosissimus etc.
Tricosporonose Pus, tecido, 
escarro
Células leveduriformes, 
artroconídios
SDA + Co Trichosporon spp. Temperatura 
ambiente e a 
37°C
 Malasseziose Pus, tecido Células leveduriformes Ágar bile de boi 
adicionado de azeite 
de oliva, meio de 
Dixon (modificado)
Malassezia spp. 32°C, sete dias
SDA = Ágar Sabouraud dextrose; Cicloheximida = Ci; Cloranfenicol = Co e ágar BHI = Ágar infuso de cérebro e coração; LCR = líquido cefalorraquidiano.
574
é um método alternativo e/ou confirmatório perfeitamente 
aplicável.
Comparativamente ao cultivo, os corantes vitais de-
monstram maior rapidez, revelando-se importante indicador 
da viabilidade fúngica. Entre os corantes vitais, podemos 
citar o diacetato de fluoresceína e o brometo de etídio.
Biópsia 
O exame de amostras de tecidos, colhidas por biópsia 
e coradas pelos processos habituais e específicos como 
Gomori, Grocott e PAS, é bastante usado para o diagnós-
tico das micoses subcutâneas e sistêmicas. A coloração 
de Mucicarmim de Meyer é indicada na identificação do 
Cryptococcus neoformans. A biópsia é imprescindível no 
diagnóstico de certas micoses, como por exemplo, a lobo-
micose, em que o agente etiológico não foi ainda cultivado. 
Cultura e identificação
A cultura dos fungos é, em geral, imprescindível para o 
diagnóstico específico da maior parte dos fungos. As dificul-
dades desta técnica residem no crescimento lento de muitos 
agentes, na contaminação por outros micro-organismos e na 
dificuldade de identificação de algumas amostras.
O meio de cultura mais empregadopara o isolamento 
dos fungos é o meio de ágar Sabouraud dextrose. As carac-
terísticas principais deste meio são o seu pH ácido (5,8) e 
seu elevado teor em glicose que o torna mais seletivo para 
fungos. Entretanto, o meio não é totalmente impeditivo para 
bactérias; por essa razão, deve ser acrescido de antibióticos 
que inibem o crescimento desses micro-organismos. O 
cloranfenicol é um dos antibióticos mais utilizados devido 
à comodidade de seu uso, pois pode ser esterilizado na auto-
clave com o meio e por seu largo espectro de ação. Quando 
se deseja impedir o desenvolvimento de fungos não patogê-
nicos, costuma-se incorporar cicloheximida (actidione) ao 
meio ágar Sabouraud glicose.
A identificação dos fungos é feita por suas caracterís-
ticas morfológicas, pelo seu comportamento bioquímico 
e eventualmente, por sua estrutura antigênica. Como os 
órgãos de reprodução dos fungos, muito úteis na sua iden-
tificação, são muito delicados, frequentemente é necessário 
recorrer a técnicas especiais de cultura para que eles possam 
desenvolver-se e manter-se satisfatoriamente. A técnica mais 
usada para fungos filamentosos é a da cultura em lâmina, 
que consiste em semear o fungo, previamente isolado, na 
superfície de um bloco fino de ágar colocado sobre uma 
lâmina de microscopia, mantida em condições adequadas de 
umidade, para evitar o dessecamento do ágar.
A atividade bioquímica dos fungos é geralmente estuda-
da para identificação de espécies de leveduras, pelo método 
de auxanograma, que permite verificar a capacidade de o 
micro-organismo utilizar açúcares e outros nutrientes.
Certas enzimas podem ser pesquisadas em meios de 
cultura específicos e caracterizam espécies de fungos, 
como a presença de urease e fenoloxidase em Cryptococcus 
neoformans.
A detecção de antígenos importantes para a identificação 
dos fungos é feita por imunofluorescência e por meio de 
reação de precipitação.
Pesquisa de antígenos circulantes
Recentemente, tem sido estudada a possibilidade de 
detecção de antígenos fúngicos como mais um recurso 
diagnóstico. Resultados satisfatórios têm sido obtidos no 
estudo das meningites por Cryptococcus neoformans e certas 
infecções por Candida albicans. Neste particular, deve-se 
mencionar a pesquisa de ácidos orgânicos por cromatografia 
gasosa que se tem mostrado viável como método diagnóstico 
nas candidíases sistêmicas.
Testes intradérmicos
Os testes intradérmicos são usados para pesquisar o 
grau de sensibilização dos indivíduos aos antígenos fúngi-
cos. São geralmente realizados pela injeção intradérmica 
do antígeno na face anterior do antebraço e servem para 
pesquisar reações do tipo I (imediato) e do tipo IV (tardio). 
As primeiras são úteis no diagnóstico de estados alérgicos, 
como, por exemplo, na broncopneumonia alérgica causada 
por Aspergillus sp. e nas alergias por fungos em geral; as úl-
timas são empregadas para a delimitação de áreas endêmicas 
de certas micoses, mas têm pouco valor diagnóstico, porque 
não distinguem entre infecções passadas e presentes.
Pesquisa de anticorpos séricos
A pesquisa de anticorpos séricos pode ser feita por vá-
rias técnicas, e muito difundidas são as técnicas de fixação 
do complemento e de imunodifusão. Embora o seu valor 
diagnóstico seja limitado, a pesquisa de anticorpos séricos 
está indicada principalmente quando o exame microscópico 
direto e a cultura não revelam o fungo.
A técnica da imunodifusão em gel de ágar é prática 
sensível e específica para o diagnóstico das micoses sistê-
micas, e também é útil no acompanhamento da evolução de 
determinadas micoses e na avaliação da conduta terapêutica.
Outras técnicas com ELISA e Western-blot têm sido 
empregadas por sua sensibilidade.
Técnicas moleculares aplicadas à micologia 
médica
Técnicas moleculares desenvolvidas a partir da Reação 
em Cadeia da Polimerase (PCR) como o sequenciamento de 
DNA, têm sido ferramentas úteis na identificação, após o 
isolamento em cultivo, de vários fungos agentes de micoses. 
Entre os marcadores moleculares utilizados para este pro-
pósito destaca-se o sequenciamento da região ITS (Internal 
Transcribed Spacer), que separa os genes 18S e 28S do 
rDNA e que pode ser amplificada com primers específicos 
ancorados nessas duas regiões. Essa região é altamente con-
servada intraespecificamente, mas variável entre diferentes 
espécies, o que possibilita a distinção ao nível específico. 
Visando aumentar a confiabilidade dos resultados, além da 
região ITS, o sequenciamento dos genes β tubulina, fator de 
elongação, calmodulina, também tem sido utilizados.
575
A tecnologia MALDI-TOF MS (Matrix Assisted Laser 
Desorption Ionization-Time of Flight Mass Spectrometry), 
surgiu recentemente como uma das ferramentas mais 
rápidas na identificação, diferenciação e classificação de 
microrganismos, constituindo-se uma técnica complemen-
tar em relação aos métodos morfológicos e moleculares. A 
técnica baseia-se na obtenção de um perfil proteico e sua 
comparação com o espectro de proteínas incluído em banco 
de dados. Estudos realizados nos últimos anos atestaram a 
confiabilidade, rapidez e simplicidade da técnica na identifi-
cação de bactérias, principalmente patogênicas. Em relação 
aos fungos, há poucos descritos em literatura, porém, apon-
tam que o emprego desta tecnologia trará uma importante 
contribuição para esta área. Os trabalhos restringem-se a 
isolados de amostras clínicas e ambientais de espécies per-
tencentes aos gêneros Aspergillus, Penicillium, Fusarium, 
Trichoderma, Candida, Cryptococcus e Trichophyton. A 
técnica também tem sido utilizada na análise da composição 
proteica de fluidos biológicos, tecidos, células microbianas 
ou componentes celulares, e no perfil de susceptibilidade 
aos antifúngicos.
A grande dificuldade na aplicação das técnicas molecu-
lares é a extração do DNA fúngico diretamente das amostras 
clínicas para diagnóstico rápido das micoses. Alguns estudos 
têm sido realizados com resultados promissores, e eventual-
mente, num futuro próximo serão utilizados como alternativa 
mais rápida de diagnóstico micológico.
Bibliografia
1. Anaissie E, McGinnis MR, Pfaller MA. Clinical mycology. 
1a ed. Philadelfia: Churchill Livingstone; 2003.
2. Chalupová J, Raus M, Sedlarova M, Sebela M. Identification 
of fungal microorganisms by MALDI-TOF mass spectrom-
etry. Biotechnology Advances. 2014;32:230-241.
3. Fungaro, MHP. PCR na Micologia. Biotecnologia Ciência e 
Desenvolvimento. 2000;14:12-16.
4. Howard DH. Fungi pathogenic for human and animals. New 
York: Marcel Dekker; 1983.
5. Lacaz CS, Porto E, Martins JEC, Heins-Vaccari E, Melo NT. 
Tratado de micologia médica. 9a ed. São Paulo: Sarvier; 2002.
6. McGinnis MR. Laboratory handbook of medical mycology. 
New York: Academic Press; 1980.
7. Murray PR, Rosenthal KS, Pfaller MA. Microbiologia 
médica. 6a ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
8. Richardson MD, Warnock DW. Fungal infection – Diagnosis 
and management. 3rd. Massachussets: Blackwell Publishing; 
2003.
9. Sidrim, JJC, Rocha MFG. Micologia Médica à luz de Autores 
Contemporâneos.Ed. Guanabara Koogan S.A. 2004.

Continue navegando