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UNIP___CONTRATOS EM GERAL [Modo de Compatibilidade] (1)

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11/09/2014
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TEORIA GERAL DOS 
CONTRAOS
2º Sem. 2014
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ASPECTOS PROPEDÊUTICOS
Aspectos propedêuticos:
• Contrato é fonte de obrigação Por que ?
Segundo Beviláqua, trata-se do acordo de vontades que tem por fim
criar, modificar ou extinguir direitos, constituindo o mais expressivo
modelo de negócio jurídico bilateral.
Direito Romano: predominância da autonomia da vontade, em que
as partes discutem livremente as suas condições em situação de
igualdade (códigos francês e alemão).
Evolução histórica:
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ASPECTOS PROPEDÊUTICOS
Conceito de contrato: negócio jurídico bilateral que tem por
finalidade gerar obrigações entre as partes contratantes; acordos
feitos com base na vontade das partes e na autorização jurídica,
capazes de criar, regular, modificar ou extinguir relações jurídicas.
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FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
O contrato tem uma função social, sendo veículo de circulação da
riqueza, centro da vida dos negócios e propulsor da expansão
capitalista. É o principal instrumento jurídico de regulação das
relações sociais, estando presente em todo momento no nosso
cotidiano. Exemplos?
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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS E PRESSUPOSTOS DE 
CONSTITUIÇÃO E VALIDADE DOS CONTRATOS:
1 - OBJETO LÍCITO
Elementos genéricos (pressupostos válidos) exigidos para a
constituição regular de qualquer negócio jurídico, dentre os quais
incluem-se os CONTRATOS.
2 – AGENTE CAPAZ
3 – FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI
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Agente capaz - A capacidade dos contratantes é, pois, o primeiro
requisito (condição subjetiva) de ordem geral para a validade dos
contratos. Estes serão nulos ou anuláveis se a incapacidade,
absoluta ou relativa, não for suprida pela representação ou pela
assistência.
Objeto lícito - O objeto do contrato há de ser lícito, isto é, não
atentar contra a lei, a moral ou os bons costumes.
Forma prescrita ou não defesa em lei – O requisito “forma” exige
que esta esteja expressamente prevista em nossa legislação OU que
não esteja proibida pela mesma. Exemplos ?
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL
Princípio da autonomia da vontade 
Significa ampla liberdade de contratar. Têm as partes a faculdade
de celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do Estado.
Podem celebrar contratos nominados ou fazer combinações, dando
origem a contratos inominados.
Princípio da supremacia da ordem pública 
Limita o da autonomia da vontade, dando prevalência ao interesse
público. Em alguns setores faz-se necessária a intervenção do
Estado para restabelecer e assegurar a igualdade dos contratantes.
Ex: Operadoras de Telefonia celular.TE
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL
Princípio do consensualismo
O contrato resulta do consenso, do acordo de vontades,
independentemente da entrega da coisa. Ex: A compra e venda
torna-se perfeita e obrigatória, desde que as partes acordarem no
objeto e no preço, mesmo sem a entrega imediata do bem.
Princípio da relatividade dos contratos
Os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles
que manifestaram a sua vontade, não afetando terceiros. Existem
algumas exceções legais a esse princípios, que serão abordadas
oportunamente.T
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL
Princípio da obrigatoriedade dos contratos
Representa a força vinculante das convenções. Pelo princípio da
autonomia da vontade, ninguém é obrigado a contratar. Os que o
fizerem, porém, sendo o contrato válido e eficaz, devem cumpri-lo.
Seus
fundamentos
são:
1 - A necessidade de segurança jurídica nos
negócios (função social dos contratos).
2 - A imutabilidade do contrato, decorrente da
convicção de que o acordo de vontades faz lei
entre as partes (pacta sunt servanda), não
podendo, em regra, ser alterado nem pelo juiz.TE
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL
Princípio da revisão dos contratos (ou da onerosidade excessiva) 
Opõe-se ao princípio da obrigatoriedade, pois permite aos
contratantes recorrerem ao Judiciário, para obterem alteração da
convenção e condições mais humanas, em determinadas situações.
Princípio da boa-fé contratual
Exige que as partes se comportem de forma correta não só durante
as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento
do contrato. Tem relação com o princípio de direito sobre o qual
ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza. Recomenda ao juiz
que presuma a boa-fé, devendo a má-fé, ao contrário, ser provada
por quem a alega.
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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
O artigo 114 do Código Civil dispõe que “os negócios jurídicos
benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente”. Benéficos ou
gratuitos são os que envolvem uma liberalidade, ou seja, somente
um dos contratantes se obriga, enquanto o outro apenas aufere um
benefício (Ex: A doação pura).
Nesses casos, o julgador não poderá dar interpretação ampliativa,
deverá ater-se estritamente em relação à manifestação de vontade
das partes, daquilo que foi estabelecido no negócio jurídico.
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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
A vontade das partes exterioriza-se por meio de sinais ou símbolos,
dentre os quais as palavras, por isso, nos contratos escritos, a
análise do texto (interpretação objetiva) conduz, em regra, à
descoberta da intenção das partes.
Prevalência da teoria da vontade sobre a teoria da declaração
Quando determinada cláusula mostra-se obscura, passível de
dúvida, e um dos contratantes demonstra que não representa com
fidelidade a vontade manifestada por ocasião da celebração da
avença, deve-se considerar como verdadeira esta última, pois o
artigo 112 do Código Civil declara que, nas declarações de vontade,
atender-se-á mais à sua intenção que ao sentido literal da
linguagem.
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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
Na interpretação dos contratos, há dois princípios básicos:
Princípio da boa-fé
Deve o intérprete presumir que os contratantes procedem com
lealdade e que tanto a proposta como a aceitação foram formuladas
dentro do que podiam e deviam eles entender razoavelmente,
segundo a regra da boa-fé. Esta, portanto, se presume; a má-fé, ao
contrário, deve ser provada.
Princípio da conservação do contrato
Se uma cláusula contratual permitir duas interpretações diferentes,
prevalecerá a que possa produzir algum efeito, pois não se deve
supor que os contratantes tenham celebrado um contrato carecedor
de qualquer utilidade.
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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
Para facilitar a interpretação dos contratos, alguns critérios técnicos
podem ser adotados, tais como:
a) a melhor maneira de se apurar a intenção dos contratantes é
verificar o modo pelo qual o vinham executando, de comum acordo;
b) deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da maneiramenos
onerosa para o devedor;
c) as cláusulas contratuais não devem ser interpretadas
isoladamente, mas em conjunto com as demais;
d) nos contratos de adesão, a interpretação das cláusulas duvidosas
deve ser feita sempre em favor dos aderentes;
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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Primeiro aspecto – variedade de classificações doutrinárias.
Os contratos classificam-se em diversas modalidades,
subordinando-se a regras próprias ou afins, conforme as categorias
em que se agrupam.
Quanto à formação:
Contratos paritários - efetivamente formados pelo acordo de
vontade das partes que livremente estipularam suas condições.
Contratos de adesão - são aqueles em que uma das partes apenas
adere a um modelo contratual previamente estabelecido pela outra
parte
Contratos-tipo (ou contrato de massa, em série ou por formulário) -
são muito semelhantes aos de adesão, mas diferem daquele porque
nestes não há, necessariamente, uma desigualdade econômica entre
as partes contratantes.
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Quanto ao momento de sua execução:
Contratos de execução instantânea ou imediata – exaurem-se em
um só ato, cumpridos imediatamente após a sua celebração (compra
e venda à vista).
Contratos de execução diferida - também se exaurem em um só ato,
no entanto, em momento futuro, diverso daquele em que o contrato
se formou (compra de uma colheita de soja).
Contrato de trato sucessivo ou de execução continuada - são aqueles
que se cumprem por meio de atos reiterados. (vigilância, p. ex.).
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Quanto ao agente:
Contratos personalíssimos (intuitu personae) – firmados em razão
de características especiais de um ou de ambos os contratantes (um
show do Coldplay).
Contratos impessoais - as qualidades pessoais do contratante são
indiferentes à execução (pintar uma parede qualquer).
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Quanto ao modo por que existem:
Contratos principais - existem por si só, independentemente de
qualquer outra avença (contrato de locação).
Contratos acessórios (adjetos) – estão subordinados à existência de
um contrato principal, como ocorre com a fiança, que acompanha o
destino do negócio principal.
Quanto à forma:
Contratos solenes ou formais – forma específica (seguro de bens).
Contratos não solenes- forma livre, de acordo com o consenso das
partes, podendo ser orais, escritos, por instrumento público ou
particular.T
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Quanto ao objeto:
Contratos preliminares (pactum de contrahendo) - são aqueles cujo
objeto é justamente a celebração de um contrato definitivo, como,
por exemplo, o compromisso de compra e venda
Contratos definitivos - são os contratos finais, resultantes das
negociações entre as partes.
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Quanto à designação:
Contratos nominados (típicos) - têm designação própria, como a
compra e venda, o comodato, o mútuo, a locação, dentre outros.
Contratos inominados - não têm disciplina em lei, sendo decorrentes
da criação das partes. O artigo 425 do C.C. esclarece que "é lícito às
partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais
fixadas neste Código".
Contratos mistos - são aqueles formados pela combinação de um
contrato típico com algumas cláusulas criadas pelas partes.
Contratos coligados - resultantes da interligação de vários contratos
típicos, constando, entretanto, do mesmo instrumento.TE
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FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
A VONTADE E O SILÊNCIO DOS CONTRATANTES
A vontade, também chamada de “manifestação volitiva”, trata-se de
um requisito de ordem especial, próprio dos contratos, que consiste
no consentimento recíproco ou acordo de vontades.
Deve ser livre e espontânea, sob pena de ter a sua validade afetada
pelos vícios ou defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação,
simulação, fraude e lesão.
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FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
A VONTADE E O SILÊNCIO DOS CONTRATANTES
A manifestação da vontade nos contratos pode ser tácita, quando a
lei não exigir que seja expressa, ou seja, pode resultar de atos
inequívocos que presumam a aceitação do contratante. Ex: doação.
Expressa é a exteriorizada verbalmente, por escrito, gesto ou
mímica, de forma inequívoca. Algumas vezes a lei exige o
consentimento escrito como requisito de validade da avença. Ex:
sublocação e o empréstimo do prédio locado.
Já o silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita da
vontade somente quando a lei der a ele tal efeito, como nos casos de
doação pura), do mandato), da venda a contento, dentre outros.
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FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
A VONTADE DOS CONTRATANTES
O silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita da
vontade somente quando a lei der a ele tal efeito, como nos casos de
doação pura, do mandato, da venda a contento, dentre outros.
A formação de um contrato, em geral é antecedida de uma fase, às
vezes prolongada, de negociações preliminares (conversações,
estudos), também denominada fase da puntuação.
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES
Nesta, como as partes ainda não manifestaram a sua vontade, não
há nenhuma vinculação ao negócio, podendo a parte se afastar,
simplesmente alegando desinteresse, sem responder por perdas e
danos.
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E após passada a fase das tratativas, das negociações preliminares,
qual o próximo passo ?
Um contrato resulta, na maioria das vezes, de duas manifestações de
vontade: a proposta e a aceitação. A proposta (também chamada
oferta, policitação ou oblação), dá início à formação do contrato e
não depende, em regra, de uma forma especial .
A PROPOSTA !
A proposta, desde que séria e consciente, vincula o proponente e
pode ser provada por testemunhas, qualquer que seja o seu valor.
Por isso, sua retirada injustificada sujeita o proponente ao
pagamento das perdas e danos (há várias exceções a essa regra).
Vejamos alguns dispositivos legais sobre a proposta:
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Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário
não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das
circunstâncias do caso.
Primeiro aspecto: Aquele que faz a proposta denomina-se
PROPONENTE ou POLICITANTE.
Como vimos, em regra, a proposta assume o caráter da
obrigatoriedade, não podendo o policitante retirá-la nos termos e
prazo definidos, sob pena de sujeitar-se a perdas e danos causados
por seu inoportuno arrependimento (alteração da própria vontade)
que venha causar prejuízos ao destinatário da oferta.
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Para ilustrar esse artigo, podemos citar dois casos: o primeiro em
que o próprio proponente declara que a proposta não é definitiva e
se reserva o direito de retirá-la.
E o segundo (em razão da natureza do negócio), no caso das
chamadas propostas abertas ao público, que se consideram
limitadas ao estoque existente.
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Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:Primeiro ponto: Se existe uma proposta, é porque temos a figura do
proponente ou policitante. Obviamente essa proposta é dirigida a
alguém, que é chamado de OBLATO.
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente
aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por
telefone ou por meio de comunicação semelhante;
Se no ato em que a proposta é ofertada o oblato a recusou, o
proponente não é obrigado a sustentá-la, ficando inclusive livre
para negociar com outrem.
Como disposto no artigo, propostas feitas por telefone e meios
semelhantes presumem que a pessoa esteja presente.
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Trata-se aqui dos casos de oferta enviada, por corretor ou
correspondência, a uma pessoa ausente. O prazo suficiente para a
resposta varia conforme as circunstâncias. É o necessário ou
razoável para que chegue ao conhecimento do proponente e
denomina-se prazo moral. Entre moradores próximos, não deve ser
muito longo. Diferente será o entendimento se os partícipes do
negócio residirem em locais distantes e de acesso demorado.
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo
suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
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III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta
dentro do prazo dado;
Neste caso, trata-se da proposta em que se foi fixado prazo para a
resposta. Nesse caso, para poder retirá-la, o proponente terá de
esperar pelo seu término. Esgotado, sem resposta, estará este
liberado de mantê-la.
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento
da outra parte a retratação do proponente.
É facultado ao policitante retratar-se, retirando a proposta
formulada, desde que tal manifestação ocorra antes de seu
recebimento pelo solicitado, ou simultaneamente a ele. Ex: antes que
o mensageiro entregue a proposta, o ofertante entende-se
diretamente com ele, por algum meio rápido de comunicação,
retratando-se.
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O Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) regulamenta,
nos artigos 30 a 35, a proposta nos contratos que envolvem relações de
consumo.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os
requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das
circunstâncias ou dos usos.
Essa proposta deve ser séria, clara e precisa, além de definitiva, como
também o exige o Código Civil. Entretanto, no primeiro (CDC), a
oferta é mais ampla, pois normalmente dirige-se a pessoas
indeterminadas. No tocante aos efeitos, também diferem: no regime do
Código Civil, a recusa indevida de dar cumprimento à proposta
resolve-se em perdas e danos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua
divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
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A ACEITAÇÃO
Aceitação é a concordância com os termos da proposta. É
manifestação de vontade imprescindível para que se repute
concluído o contrato.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde
ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente
ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Se a aceitação da proposta chegar fora do prazo ao conhecimento
do proponente, por circunstâncias imprevistas (contra a vontade do
aceitante), o proponente comunicará imediatamente o aceitante a
respeito desse atraso (resposta fora do prazo), para eximir-se de
quaisquer responsabilidades, sob pena de responder por perdas e
danos. Vejamos um exemplo:
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A ACEITAÇÃO
Um turista que remete um fax a determinado hotel, reservando
acomodações, informando que a chegada se dará em tal data.
Se confirmado o envio do FAX o turista não receber a tempo a
negativa do hotel, o aviso em contrário (ex: não há apartamentos
disponíveis no hotel para aquela data), reputar-se-á concluído o
contrato e o hotel poderá ser condenado em perdas e danos.
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A ACEITAÇÃO
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou
modificações, importará nova proposta.
A hipótese do artigo é a da aceitação tardia ou, ainda, daquelas
aditivas, restritivas ou modificativas, importando, daí, em
contraproposta por parte do solicitado à aceitação.
As mudanças sugeridas pela pretendida aceitação a tomam
condicionada (não mais pura e simples), tornando-se, portanto,
uma não-aceitação integral dos termos da proposição inicial,
representando, por conseqüência, uma nova proposta.
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A ACEITAÇÃO
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a
aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-
á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
Exemplo – Um fornecedor costuma remeter os seus produtos a
determinado comerciante, e este, sem confirmar os pedidos, efetua
os pagamentos, instaura-se uma praxe comercial. Se o último, em
dado momento, quiser interrompê-la, terá de avisar previamente o
fornecedor, sob pena de ficar obrigado ao pagamento de nova
remessa, nas mesmas bases das anteriores.
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A ACEITAÇÃO
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com
ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Aqui temos a retratação do aceitante em contraponto ao inciso IV
do Art. 428 (que trata da retratação do proponente). Ambos versam
sobre a perda da manifestação positiva ou arrependimento eficaz.
Assim, se a retratação é recepcionada pelo ofertante antes da
ciência da aceitação ou simultaneamente com esta, ter-se-á por
inexistente a aceitação. Ex: “A” envia carta aceitando a proposta de
“B”, mas antes que a carta chegue com a aceitação, “A” se retrata
com “B”, demonstrando não mais ter interesse no negócio.TE
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DO LUGAR EM QUE SE REPUTA CELEBRADO O CONTRATO
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi
proposto.
Em relação à definição do local onde se celebra o contrato, optou o
legislador pelo local em que a proposta foi feita (RT, 713:121).
Há estipulação em favor de terceiro quando uma pessoa (pessoa
“A”) convenciona com outra (Ex: empresa “X”) que esta
concederá uma vantagem ou benefício em favor de um terceiro
(pessoa “Y”), que não é parte no contrato (que foi celebrado apenas
entre pessoa “A” e empresa “X”.
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
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Trata-se de uma exceção ao princípio da relatividade dos contratos
quanto às pessoas, segundo o qual os efeitos do contrato só se
produzem em relação às partes, não afetando terceiros.
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
Trata-se de um instituto jurídico em que figuram três personagens:
o estipulante, o promitente e o beneficiário, este último alheio à
convenção. Exemplo:
Seguro de vida, onde o estipulante (segurado) determina junto ao
promitente (seguradora) quem será o terceiro (beneficiário) que
receberá a indenização em caso de seu falecimento.
Vejamos alguns dispositivos legais sobre a proposta:TE
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Art. 436 - O que estipulaem favor de terceiro pode exigir o
cumprimento da obrigação.
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
O estipulante é aquele que convenciona o benefício, podendo, daí,
exigir o cumprimento da obrigação por parte do promitente (Ex:
Seguradora). Na lição de Orlando Gomes, a estipulação em favor
de terceiro é “o contrato em virtude do qual uma das partes se
obriga a atribuir vantagem patrimonial gratuita a pessoa estranha
à formação do vínculo contratual”.
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Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a
obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às
condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o
inovar nos termos do art. 438.
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
O terceiro (no caso de um seguro, o beneficiário) pode exigir
também o adimplemento da obrigação, nos termos do contrato,
ficando sujeito às condições e normas contratuais, se a ele anuir, e
enquanto o estipulante não o inovar (quem contratou o seguro pode
fazer alterações), visto que se reserva a este o direito de substituir o
terceiro designado no contrato, independentemente da sua
anuência e da do outro contratante
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Art. 438 - O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o
terceiro designado no contrato, independentemente da sua
anuência e da do outro contratante.
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
Como já observamos, o direito de o estipulante substituir o
beneficiário é exercido, por declaração unilateral, ou seja,
independente da anuência do favorecido ou da do outro
contratante, por ato inter vivos (a manifestação de vontade) ou por
ato causa mortis (testamento).
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou
por disposição de última vontade.
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Art. 437 - Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se
deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o
estipulante exonerar o devedor.
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
No caso de ser conferido ao beneficiário o direito de reclamar a
execução do contrato, o estipulante fica privado da possibilidade de
liberar o promitente devedor da obrigação estipulada, pois esse
direito posto ao terceiro constitui cláusula de irrevogabilidade da
estipulação. Ex: se no Seguro há previsão de que somente o
beneficiário poderá reclamar a indenização, não poderá o
estipulante (quem contratou o seguro) exonerar a Seguradora.
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Art. 439 - Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá
por perdas e danos, quando este o não executar.
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
A promessa de fato de terceiro ocorre quando uma pessoa se
compromete perante outras pessoas acerca da realização de
determinada prestação por terceiro. Assim, se esse terceiro não
executar a prestação, aquele que a tiver prometido responderá por
perdas e danos. Ex:
Determinado empresário se compromete perante a uma casa de
espetáculos que certo cantor nela irá se apresentar. Nesse caso, será o
empresário responsável pelas perdas e danos se a prestação não for
cumprida, ou seja, se o cantor não se apresentar. Vale notar que o
terceiro, ou seja, o cantor, é totalmente estranho à relação jurídica
existente, razão pela qual não estará vinculado ao contrato.
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Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for
o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser
praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de
algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Esse parágrafo visa impedir que o cônjuge que não deu a anuência
para o ato prometido (ex: não se apresentou na casa de espetáculos)
venha a sofrer as consequências de uma ação de indenização que
venha a ser movida contra o cônjuge promitente.
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O pressuposto é que, pelo regime do casamento, a ação
indenizatória venha, de algum modo, a prejudicar o cônjuge que
nada prometera.
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Art. 440 - Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer
por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Obviamente, quando o terceiro se integra ao contrato, dando a sua
anuência e assumindo a obrigação relativa ao ato que lhe foi
atribuído pelo promitente, dá seu consentimento expresso quanto à
promessa do ato, não ficando mais estranho à relação jurídica
contratual, tornando-se o terceiro devedor da prestação assegurada
por aquele.
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Obs: Geralmente convenciona-se a SOLIDARIEDADE entre
ambos, gerando dupla responsabilização.
VÍCIO REDIBITÓRIO
CONCEITO: Vícios redibitórios são defeitos ocultos em coisa
recebida em virtude de contrato comutativo, que a tornam
imprópria ao uso a que se destina, ou lhe diminuam o valor.
Contrato em que uma das partes, além de receber da outra
prestação equivalente a sua, pode apreciar imediatamente essa
equivalência. No momento da formação, ambas as prestações
geradas pelo contrato estão definidas, como ocorre, por exemplo,
no contrato de compra e venda.T
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Art. 441 - A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode
ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria
ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Vícios redibitórios são os defeitos existentes na coisa objeto de
contrato oneroso, ao tempo da tradição, e ocultos por
imperceptíveis à diligência ordinária do adquirente (erro objetivo),
tomando-a imprópria a seus fins e uso ou que lhe diminuam a
utilidade ou o valor, a ensejar a ação redibitória para a rejeição da
coisa e a devolução do preço pago (rescisão ou redibição) ou a ação
estimatória (actio quanti mninoris) para a restituição de parte do
preço, a título de abatimento.
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Art. 442 - Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art.
441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
VÍCIO REDIBITÓRIO
A lei confere duas alternativas de proteção ao prejudicado, presente
o vício redibitório. Constatado o vício, pode o adquirente propor
uma ação denominada AÇÃO EDILÍCIA (gênero), postulando-a
através de uma de suas duas espécies:
2 - o abatimento do preço pago, conservando o bem, mediante uma
ação denominada estimatória ou actio quanti minoris (ação de
preço menor).
1) redibir o contrato, enjeitando a coisa (Ação redibitória);
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ENTÃO, NÓS TEMOS:
VÍCIO REDIBITÓRIO
AÇÃO EDILÍCIA
AÇÃO ESTIMATÓRIA ou
“quanti minoris” (ação de preço
menor) – faculta o abatimento
do preço pago, conservando o
bem.
AÇÃO REDIBITÓRIA –
Autoriza a redibir o contrato,
enjeitando a coisa
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Art. 443 - Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa,
restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-
somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Em relação à responsabilidade do alienante, tendo este
conhecimento do vícioou defeito de coisa (agindo de má-fé), deverá
restituir o que recebeu, indenizando o adquirente pelas perdas e
danos suportados. Por sua vez, não tendo o alienante conhecimento
do vício ou defeito da coisa (agindo de boa-fé), restituirá ao
adquirente o valor recebido acrescido das despesas do contrato.
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Art. 444 -A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa
pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já
existente ao tempo da tradição.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Mesmo que o adquirente não possa restituir a coisa portadora de
defeito, por ter ocorrido o seu perecimento (morte do animal
adquirido, p. ex.), a responsabilidade do alienante subsiste, se o fato
decorrer de vício oculto, já existente ao tempo da tradição. No
exemplo citado, o adquirente terá de provar que o vírus da doença
que vitimou o animal já se encontrava incubado, quando de sua
entrega.T
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Art. 445 - O adquirente decai do direito de obter a redibição ou
abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de
um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse,
o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Prazos decadenciais para a propositura da ação edilícia, se o
adquirente ainda não está na posse do bem:
30 dias se a coisa for móvel
Um ano se for imóvel
A contar da tradição (entrega)
Prazos decadenciais para a propositura da ação edilícia, se o
adquirente já está na posse do bem:
15 dias se a coisa for móvel
06 meses se a coisa for imóvel
A contar da tradição (entrega)T
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EXEMPLOS DO ARTIGO: O adquirente decai do direito de obter a
redibição ou abatimento no preço no prazo de 30 dias se a coisa for
móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já
estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
“A” foi locatário de “B” durante 02 anos. Após esse período, resolve
adquirir o imóvel junto a “B”. Qual o prazo que “A” terá, para
reclamar eventual vício redibitório?
“A” compra o sítio de “B” em 10 de Setembro de 2014 e se muda em
seguida. Qual o prazo para reclamar eventual vício redibitório?
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UM ANO (10 de Setembro de 2015).
E se fosse o aluguel de um data-show? 30 dias, a partir da tradição.
06 meses, a partir da alienação.
E o prazo, se ao invés de uma casa, “A” pagasse, durante os mesmos 2
anos, o aluguel de uma máquina? 15 dias, a partir da alienação.
§ 1º - Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais
tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o
prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis;
e de um ano, para os imóveis.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Caso o vício, por sua natureza, só seja conhecido mais tarde, o prazo
decadencial para a propositura da ação edilícia (redibitória ou
estimatória) será de:
180 dias se a coisa for móvel
Um ano se a coisa for imóvel
A contar do momento em que o
adquirente toma ciência do
defeito oculto.
Ex: O sujeito adquire uma máquina que tem uma peça defeituosa,
mas cujo defeito só se manifesta 03 meses após o seu uso.
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§ 2º - Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por
vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta,
pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se
não houver regras disciplinando a matéria.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Em casos de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos
serão os estabelecidos em lei especial ou, na ausência, pelos usos locais.
Art. 446 - Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância
de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao
alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de
decadência.
Durante o período de garantia do bem, não flui o prazo de decadência,
mas mesmo assim, ao tomar conhecimento do defeito, o alienante deve
denunciá-lo nos 30 dias seguintes ao seu descobrimento.
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