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Aglomerantes hidráulicos são produtos que possuem a característica de conservarem sus propriedades aglomerantes em presença de ar e água, mas seu endurecimento ocorre sob influência exclusiva da água. Como principais aglomerantes hidráulicos podemos citar o cimento e a cal hidráulica. CIMENTO É um aglomerante hidráulico produzido a partir de uma mistura de rocha calcária e argila. A calcinação dessa mistura dá origem ao clínquer, um produto de natureza granulosa, cuja a composição química é constituída essencialmente de silicatos hidráulicos de cálcio, com certa proporção de outras substâncias que modificam sus propriedades ou facilitam seu emprego. Entre os constituintes fundamentais do cimento, podemos citar: Cal (CaO); Sílica (SiO2); Alumina (Al2O3); Óxido de Ferro (Fe2O3); Magnésia (MgO). FABRICAÇÃO DO CIMENTO Processos úmido e seco: Tanto no processo a úmido quanto no processo a seco, o calcário e argila são extraídos das minas, produz-se clínquer e o cimento, produto final, é idêntico nas duas rotas. Além disso, em ambos os processos a fase de moagem para preparação das matérias primas em circuito fechado é mais utilizada e indicada do que a em circuito aberto, pois no primeiro os finos são separados e os grossos retornam ao circuito para serem mais granulados, enquanto no segundo a matéria-prima é continuamente tratada até que sua granulometria esteja adequada. No processo a úmido, o mais primitivo e menos utilizado, o material em sua forma sólida passa pela britagem a seco e depois segue para os moinhos, com uma adição de aproximadamente 40% de água, onde é reduzido a um estado de divisão fino para seguir na forma de suspensão para classificadores ou peneiras. Depois disso a suspenção é bombeada para os chamados tanques corretores onde braços mecânicos mantém a mistura, agora lama, grossa e homogênea que depois alimentara o forno rotativo. Já no processo a seco a mistura passa pela moagem e é totalmente granulada a seco, ou seja, sem nenhuma adição de água e depois alimenta o forno em forma de pó e não em forma de lama. O processo a úmido tem como característica a simplicidade na instalação e na operação de fornos e moinhos. Além disso, consegue-se uma excelente mistura produzindo muita pouca sujeira contando custos da empresa para a limpeza. Entretanto, o processo a seco tem a vantagem determinante de economizar combustível em até 50%, pois não tem água para evaporar no forno. Com relação a grandeza, o forno a seco é menor que o a úmido, porém as instalações do forno e moinho a seco são muito mais complexas, o que consequentemente gera mais gastos com manutenção. Ambos possuem suas vantagens e desvantagens, mas o processo a seco supera, já que suas vantagens proporcionam um maior custo-benefício para a empresa. Além disso, o processo a seco é mais moderno. Processo de fabricação do cimento: Depois de extraídas da pedreira, as rochas de calcário e argila de tamanhos grandes e inadequados são transportadas até o britador, onde através de contato com placas de ferro serão grosseiramente desfragmentadas. Após isso, a matéria-prima, agora em tamanho menor, segue através de elevadores para a peneira vibratória, onde será separado o material com tamanho adequado (cerca de 25mm) para prosseguir no processo industrial. As rochas de tamanho inadequado seguem para o moinho de martelos, que por meio de martelos reduz as rochas, que agora em um tamanho aceitável, podem continuar o processo. Agora que toda a matéria prima está devidamente moída e com um tamanho uniforme, elas são dirigidas a grandes depósitos através de elevadores, onde serão estocadas. Depois de deixar o depósito as matérias-primas seguem para o equipamento de composição, que é responsável por separar um composto com aproximadamente 90% calcário e 10% argila. Agora devidamente dosadas, as matérias-primas seguem para o moinho vertical para serem trituradas novamente e assim conseguirem o tamanho ideal de suas partículas para clinquerização. Posteriormente, as matérias-primas seguem para o secador a fim de retirar qualquer tipo de umidade que ainda possa estar presente, já que no processo a seco é necessária que o forno seja alimentado com uma mistura totalmente seca. Em seguida a farinha ou cru, como agora a matéria-prima é conhecida, passa por um processo de homogeneização que é realizado através do uso de silos verticais de grande porte onde os processos pneumáticos e por gravidade misturam as matérias-primas. Depois é armazena em depósitos até a hora de seguir no processo. Antes de deixar os depósitos e ir ao forno rotatório para a fabricação do clínquer, a farinha de cru pode passar pela torre de ciclones para ser pré-aquecida. Nesta torre inicia-se a calcinação. Essa etapa do processo é considerada opcional. Agora com a farinha pré-aquecida, chega-se ao principal equipamento do processo de produção do cimento, o forno rotatório. É nele que por meio da cozedura a farinha crua se transforma no clínquer, o núcleo da fabricação do cimento. O forno é levemente inclinado a fim de que o material avance lentamente pelo interior dele até a extremidade mais baixa onde acontece a queima. Os principais combustíveis são o carvão mineral (ou vegetal), óleo, coque do petróleo ou gás, que fazem com que a temperatura da chama chegue aos incríveis 2000°C com uma temperatura média no interior do forno de 1450°C. Agora com as matérias-primas secas, moídas, misturadas, homogeneizadas, pré- aquecidas e pré-calcinadas deslizando pelas paredes do forno, inicia-se a clinquerização, que é o conjunto de reações químicas e físicas para a fabricação do clínquer que as matérias-primas sofrem durante a cozedura, tornando-as uma mistura incandescente e pastosa. Dentre essas reações, a de calcinação – reação que consiste na descarbonatação do carbonato de cálcio, resultando na liberação de dióxido de carbono – é considerada uma das mais importantes para a formação do clínquer, pois a cal, agora queimada, quando misturada com água e deixada ao ar livre, absorve o dióxido de carbono revertendo a reação e endurece, o que confere uma das principais características do cimento. Depois de todas essas reações, a farinha, agora cozida, finalmente se transformou em clínquer, que sai do forno no formato de pequenas bolotas de cor cinza escuro. O clínquer segue para ser descarregado em resfriadores que abaixam a sua temperatura em até 100°C aproximadamente. É uma etapa de grande importância pois é determinante na composição química final do cimento. O clínquer já resfriado vai para o depósito onde ficará armazenado. Mais tarde ele será enviado para a moagem nos chamados moinhos de bolas, onde será feita também as adições. Será moído e misturado, juntamente com o clínquer, 3% a 6% de gesso para regulagem do tempo de endurecimento, além de outros materiais dependendo do tipo de cimento que se deseja obter. Agora moído e misturado, o clínquer e suas adições, se transformam no produto cimento como conhecemos. A partir de então é transportado para silos de cimento, onde ficará até ser ensacado. Composição do cimento: - Mistura e calcinação de materiais calcários e argilosos, em proporções apropriadas (calcário e argila). Algumas fábricas usam produtos artificiais, como: - Escória de alto forno: é o produto resultante da fabricação de ferro gusa que se forma pela fusão das impurezas contidas no minério de ferro dentro dos altos fornos, juntamente com a adição de fundentes (calcário e dolomita) e as cinzas do coque (combustível usado na fusão). O resultado é um produto de natureza granular que finamente moído adquire propriedadescimentantes e quando adicionado ao cimento contribui na redução do calor de hidratação, da exsudação e da segregação em concretos. Quando adicionada ao clínquer apresenta melhoria de algumas propriedades como a durabilidade e a resistência final. - Pozolanas: são materiais que sozinhos não possuem a propriedade de aglomerar outros materiais entre si, mas quando misturados a outro aglomerante e na presença de umidade reagem, formando compostos com propriedades cimentadas. Como exemplos de pozolanas, podemos citar as cinzas vulcânicas, algumas rochas ígneas, argilas calcinadas, cinzas volantes, entre outras. O emprego das pozolanas como adição do cimento melhora a trabalhabilidade e resistência do concreto, além de aumentar a durabilidade e diminuir a vulnerabilidade aos meios agressivos, como ambientes marítimos e expostos a sulfatos. - Carbonato de cálcio precipitado (CaCO3): é obtido a partir de três etapas – Etapa 1: Calcinação. Aquecimento do calcário liberando gás carbônico e produzindo óxido de cálcio, conhecido como cal virgem; Etapa 2: Hidratação. Reação de cal virgem com água produzindo hidróxido de cálcio (leite de cal); Etapa 3: Carbonatação. Reação entre o leite de cal e dióxido de carbono, para assim produzir o CCP (é uma reação exotérmica). - Gesso: é adicionado para regular o tempo de pega e endurecimento do cimento. Gipsita (CaSO4•2H2O), bassanita (CaSO4•0,5H2O) e anidrita (CaSO4). TIPOS DE CIMENTOS Existem vários tipos de cimento Portland, que se diferenciam de acordo com a proporção de clínquer e sulfatos de cálcio, material carbonático e de adições, tais como escórias, pozolanas e calcário, acrescentadas no processo de moagem. Podem diferir também em função de propriedades intrínsecas, como a alta resistência inicial, a cor branca, etc. Cimento tipo I (CP I): Também chamado de Cimento Portland comum. É composto em sua maior parte por clínquer, contendo uma pequena adição de gesso (aproximadamente 5%) que age como retardador da pega. Também pode receber adição de pequena quantidade de material pozolânico (1 – 5%), recebendo a denominação de CP I-S. é indicado para construções que não necessitem de condições especiais e não apresentem exposição a agentes agressivos, como águas subterrâneas, esgotos, água do mar e presença de sulfatos. Por utilizar muito clínquer seu custo de produção é elevado e por isso é pouco fabricado. Cimento tipo II (CP II): Conhecido como Cimento Portland composto. Recebe a adição de materiais de baixo custo o que confere propriedades especiais ao cimento. Cimento tipo III (CP III): Também conhecido de Cimento Portland de alto-forno, caracteriza-se por conter adição de escória em teores que variam de 35% a 70%. Este tipo de cimento confere baixo calor de hidratação, maior impermeabilidade e durabilidade e maior resistência a sulfatos às misturas onde é empregado. Recomendado para obras de grande porte e sujeitas a condições de alta agressividade (barragens, fundações, tubos para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, obras submersas, pistas de aeroportos), por conta disso, é frequentemente comercializado a granel. Cimento tipo IV (CP IV): Também chamado de Cimento Portland pozolânico, possui adição de pozolona em teores que variam de 15% a 50% que conferem alta impermeabilidade e durabilidade às misturas em que são empregados. É recomendado para obras expostas à ação de águas correntes e ambientes agressivos. Em longo prazo, eleva a resistência mecânica de concretos, quando os mesmos são comparados a concretos similares feitos com cimentos comuns. Cimento tipo V (CP V-ARI): Esse tipo de cimento confere alta resistência nas primeiras idades dos concretos onde é aplicado. O cimento tipo ARI ou alta resistência inicial, não possui nenhuma adição especial. A capacidade de desenvolver a resistência mais rápido que os demais cimentos é resultado do processo de fabricação diferenciado, principalmente quanto à composição do clínquer, que possui um percentual diferenciado de argila, e à moagem do material, que é mais fina quando comparada aos demais cimentos. Como consequência a hidratação ocorre de maneira mais rápida. É indicado para obras em que seja necessária a desforma rápida do concreto, na confecção de elementos pré-moldados, blocos, postes, tubos, entre outros.
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