Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal de Vic¸osa - UFV Centro de Cieˆncias Exatas e Tecnolo´gicas - CCE Departamento de Matema´tica - DMA MAT 147 - CA´LCULO II 2013/I Professor Luiz Henrique Couto Gabarito da 2a Prova - Turma 1 1. Seja f(x) = ∞∑ n=0 nxn 4n (n2 + 1) . (a) (15 pts) Encontre o domı´nio de f . Soluc¸a˜o: O domı´nio de f e´ o intervalo de convergeˆncia da se´rie de poteˆncias. Seja an = nxn 4n (n2 + 1) . Como lim n→∞ ∣∣∣∣an+1an ∣∣∣∣ = limn→∞ ∣∣∣∣∣ (n+ 1) · xn+14n+1 ((n+ 1)2 + 1) · 4n · ( n2 + 1 ) n · xn ∣∣∣∣∣ = ∣∣∣x4 ∣∣∣ limn→∞ (n+ 1)(n2 + 2)n(n+ 1)2 + n = ∣∣∣x 4 ∣∣∣ lim n→∞ n3 + n2 + n+ 1 n+ 2n+ n+ n = ∣∣∣x 4 ∣∣∣ · 1 = ∣∣∣x 4 ∣∣∣ e ∣∣∣x 4 ∣∣∣ < 1 ⇔ |x| < 4, segue, pelo teste da raza˜o, que a se´rie e´ convergente no intervalo (−4, 4). Testando os extremos: • Em x = −4, a se´rie se torna ∞∑ n=0 n(−4)n 4n (n2 + 1) = ∞∑ n=0 (−1)nn4n 4n (n2 + 1) = ∞∑ n=0 (−1)n n n2 + 1 . Note que (i) bn = n (n2 + 1) > 0 para todo n ≥ 0 pois e´ quociente de nu´meros na˜o negativos. (ii) De n+ 1 > n ≥ 1 segue que (n+ 1)2 > n2 e, assim, (n+ 1)2 + 1 > n2 + 1⇒ 1 (n+ 1)2 + 1 < 1 n+ 1 ⇒ n (n+ 1)2 + 1 < n n+ 1 ⇔ bn+1 < bn. Logo, a sequeˆncia (bn) e´ decrescente. (iii) lim n→∞ bn = limn→∞ n (n2 + 1) = 0. Portanto, pelo teste de Leibnitz, a se´rie converge em x = −4. • Em x = 4, a se´rie se torna ∞∑ n=0 n(4)n 4n (n2 + 1) = ∞∑ n=0 n n2 + 1 . Seja f(x) = x x2 + 1 e note que: (i) f e´ positiva para todo x ≥ 1; (ii) f e´ cont´ınua para todo x ≥ 1 pois e´ quociente de func¸o˜es cont´ınuas e x2 + 1 6= 0 para todo x ∈ R; 1 (iii) f e´ decrescente para todo x ≥ 1 pois f ′(x) = ( x2 + 1 )− x · 2x (x2 + 1)2 = 1− 2x2 (x2 + 1)2 < 0⇔ 1− 2x2 < 0, o que e´ verdadeiro para todo x ≥ 1. Assim, pelo teste da integral, a se´rie ∞∑ n=0 n n2 + 1 tem o mesmo comportamento que a integral∫ ∞ 0 x x2 + 1 dx. Como∫ ∞ 0 x x2 + 1 dx = lim b→∞ ∫ b 0 x x2 + 1 dx = lim b→∞ [ 1 2 ln ∣∣x2 + 1∣∣]b 0 = lim b→∞ [ 1 2 ln|b2 + 1| − 1 2 ln(1) ] = +∞, a integral diverge e, portanto, a se´rie diverge em x = 4. Assim, o domı´nio de f e´ dado por D(f) = IC(f) = [−4, 4). (b) (2 pts) Calcule f (−4). Soluc¸a˜o: Note que −4 ∈ D(f). Desse modo, f(−4) = ∞∑ n=0 n(−4)n 4n (n2 + 1) = ∞∑ n=0 (−1)n n n2 + 1 . (c) (5 pts) Escreva a se´rie de poteˆncias que define a func¸a˜o f ′. Soluc¸a˜o: Sabemos que f(x) = ∞∑ n=0 nxn 4n (n2 + 1) = x 4 · 2 + 2x2 42 · 5 + 3x3 43 · 10 + . . .+ nxn 4n · (n2 + 1) + . . . . Derivando termo a termo, obtemos f ′(x) = 1 4 · 2 + 2 · 2x 42 · 5 + 3 · 3x2 43 · 10 + . . .+ n · nxn−1 4n · (n2 + 1) + . . . = ∞∑ n=1 n2xn−1 4n (n2 + 1) . (d) (8 pts) Encontre o domı´nio de f ′. Soluc¸a˜o: Note que o raio de convergeˆncia de f ′ e´ o mesmo de f . Assim, a se´rie para f ′ ira´ convergir em (−4, 4). Para determinarmos o intervalo de convergeˆncia de f ′, basta examinarmos os extremos deste intervalo. • Para x = 4, a se´rie se torna ∞∑ n=1 n2(4)n−1 4n (n2 + 1) = ∞∑ n=1 n2 4 (n2 + 1) que diverge pelo Crite´rio do Termo Geral, pois lim n→∞ n2 4 (n2 + 1) = 1 4 6= 0. • Para x = −4, a se´rie se torna ∞∑ n=1 n2(−4)n−1 4n (n2 + 1) = ∞∑ n=1 (−1)n−1 n 2 4 (n2 + 1) , que diverge pelo Crite´rio do Termo Geral, pois lim n→∞(−1) n−1 n2 4 (n2 + 1) na˜o existe. Logo, o domı´nio de f ′ e´ dado por D(f ′) = (−4, 4). 2 2. Resolva os itens abaixo: (a) (15 pts) Calcule a se´rie de Maclaurin para a func¸a˜o f(x) = ln(4 + x). Soluc¸a˜o: A se´rie de Maclaurin para f(x) e´ definida por ∞∑ n=0 f (n)(0) n! xn = f(0) + ∞∑ n=1 f (n)(0) n! xn. Como f(x) = ln(4 + x), segue que f ′(x) = 1 4 + x , f ′′(x) = − 1 (4 + x)2 , f (3)(x) = 1 (4 + x)3 , f (4)(x) = − 6 (4 + x)4 e, assim, f (n)(x) = (−1)n−1 (n− 1)! (4 + x)n ⇒ f (n)(0) = (−1)n−1 (n− 1)! (4 + 0)n ⇒ f (n)(0) n! = (−1)n−1 (n− 1)! 4n · n! = 1 4n · n. Portanto, ln(4 + x) = f(x) = f(0) + ∞∑ n=1 f (n)(0) n! xn = ln(4) + ∞∑ n=1 (−1)n−1 1 4n · nx n. (b) (12 pts) Utilize o item anterior para mostrar que ∞∑ n=1 1 n2n = ln(2). Soluc¸a˜o: Fazendo x = −2 na expressa˜o ln(4 + x) = ln(4) + ∞∑ n=1 (−1)n−1 1 4nn xn, obtemos ln(4− 2) = ln(4) + ∞∑ n=1 (−1)n−1 1 4nn (−2)n ⇒ ln(2)− ln(4) = ∞∑ n=1 (−1)n−1(−1)n 1 4nn 2n ⇒ ln ( 2 4 ) = ∞∑ n=1 (−1)2n−1 1 2nn ⇒ ln (2−1) = − ∞∑ n=1 1 n2n ⇒ −ln(2) = − ∞∑ n=1 1 n2n ⇒ ln(2) = ∞∑ n=1 1 n2n . 3 3. (25 pts) Encontre a soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o diferencial ordina´ria (EDO) x2y′ + 2xy − y3 = 0; x > 0 Soluc¸a˜o: Note que podemos dividir ambos os lados da equac¸a˜o por x2 (pois x 6= 0), obtendo y′ + 2 x y − 1 x2 y3 = 0 e esta e´ uma equac¸a˜o de Bernoulli, pois y′ + 2 x y − 1 x2 y3 = 0⇔ y′ + 2 x y = 1 x2 y3. • 1o caso: y = 0 Note que y = 0 e´ soluc¸a˜o desta EDO. • 2o caso: y 6= 0 Multiplicando a EDO por 1 y3 , obtemos y−3 · y′ + 2 x · y−2 = 1 x2 . Fazendo a mudanc¸a de varia´vel v = y−2, segue que v′ = −2y−3 · y′ e, assim, y−3 · y′ = −v ′ 2 . Substituindo esses valores na EDO, ficamos com a equac¸a˜o −v ′ 2 + 2 x v = 1 x2 ⇔ v′ − 4 x v = − 2 x2 . Esta equac¸a˜o e´ linear e pode ser resolvida pelo Me´todo do Fator Integrante. Tomando o fator integrante µ(x) = e ∫ −4/xdx = e−4ln(x) = eln(x−4) = x−4 e multiplicando a EDO por este, obtemos x−4 · v′ − 4x−5 · v = −2x−6 ⇔ [x−4 · v]′ = −2x−6 e, integrando ambos os lados em relac¸a˜o a x, x−4 · v = −2 ∫ x−6dx = −2x −5 −5 + c⇒ v = x 4 ( 2 5 x−5 + c ) ⇒ v = 2 5x + cx4. Portanto, v = 2 + 5cx4 5x e, voltando para a varia´vel y, temos 1 y2 = 2 + 5cx4 5x ⇒ y2 = 5x 2 + 5cx4 ⇒ y = ± ( 5x 2 + 5cx4 ) 1 2 . 4 4. Se a afirmativa for verdadeira, prove. Se for falsa, deˆ um contra-exemplo. (a) (8 pts) (F ) Se a se´rie de poteˆncias ∞∑ n=0 anx n tem raio de convergeˆncia R, enta˜o ∞∑ n=0 anx n e´ absolutamente convergente em [−R,R]. Soluc¸a˜o: Falsa, tome como contra-exemplo a se´rie do exerc´ıcio 1, onde an = n 4n(n2 + 1) . Vimos que o raio de convergeˆncia dessa se´rie e´ R = 4 e que o intervalo de convergeˆncia desta e´ IC = [−4, 4). No entanto, a se´rie na˜o e´ absolutamente convergente em [−4, 4] pois, caso o fosse, convergiria em [−4, 4]. (b) (10 pts) (V ) A soluc¸a˜o do PVI dy dx = ycosx 1 + 2y2 y(0) = 1 e´ dada (implicitamente) por ln |y|+ y2 = senx+ 1. Soluc¸a˜o: Verdadeira. Note que dy dx = ycos(x) 1 + 2y2 ⇒ 1 + 2y 2 y dy = cos(x)dx⇔ (y−1 + 2y) dy = cos(x)dx. Integrando ambos os lados, obtemos ln|y|+ 2y 2 2 = sen(x) + c. Fazendo x = 0 nesta equac¸a˜o, como y(0) = 1 pela condic¸a˜o inicial, segue que ln|1|+ 12 = sen(0) + c⇒ c = 1 e, assim, a soluc¸a˜o do PVI e´ dada por ln|y|+ y2 = sen(x) + 1. 5
Compartilhar