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A GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA POR MEIO DO COOPERATIVISMO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
POLITICAS SOCIAIS INTEGRADAS
FERNANDA DE SOUZA FERREIRA
TRABALHO DA DISCIPLINA DE
Goiânia-GO
2017
O presente trabalho visa sintetizar de forma sucinta e analítica o artigo Geração de Trabalho e Renda Por Meio do Cooperativismo, dos autores Eliana Vileide Guardabassio,Raquel da Silva Pereira e Wilson Aparecido Costa de Amorim, publicado na Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade E-ISSN: 2316-9834.Em suma este artigo descreve as contribuições do cooperativismo para a geração de trabalho e renda, proporcionando transformação social e resgate da cidadania em consonância com a sustentabilidade. As cooperativas analisadas apresentaram a heterogeneidade de concepções e práticas organizacionais, assim como a dependência do poder público, a impossibilidade de ganho em escala e a importância das cooperativas para a sociedade.
GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA POR MEIO DO COOPERATIVISMO
Nos últimos anos, o surgimento de cooperativas populares de catadores e separadores de resíduos recicláveis, possibilitaram a geração de renda e a redução do impacto ambiental do resíduo urbano. Na perspectiva social, também se observa o crescimento de um grupo social de indivíduos considerados excluídos do mercado formal de trabalho e que tem encontrado no lixo uma alternativa de renda para sobrevivência.
É do conhecimento comum que as cooperativas de catadores de resíduo reciclável têm se mostrado excelente alternativa para o problema do volume excessivo de lixo gerado pelo consumismo da sociedade moderna. Estas cooperativas são organizadas para o desenvolvimento do trabalho de despoluição das cidades mediante a coleta seletiva de materiais recicláveis como alumínio, papelão, plástico, vidro, embalagens diversas, borracha, tecido nylon e equipamentos eletrônicos.
Os catadores de matérias reutilizáveis e recicláveis desempenham papel fundamental na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), com destaque para a gestão integrada dos resíduos sólidos. De modo geral, atuam nas atividades da coleta seletiva, triagem, classificação, processamento e comercialização dos resíduos reutilizáveis e recicláveis, contribuindo de forma significativa para a cadeia produtiva da reciclagem. 
A PNRS atribui destaque à importância dos catadores na gestão integrada dos resíduos sólidos, estabelecendo como alguns de seus princípios o “reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania” e a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
Além disso, a PNRS incentiva a criação e o desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis e define que sua participação nos sistemas de coleta seletiva e de logística reversa deverá ser priorizada. A esse respeito, destaca-se a Lei nº 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, na qual já havia sido estabelecida a contratação de cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis, por parte do titular dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, dispensável de licitação.
O fortalecimento da organização produtiva dos catadores em cooperativas e associações com base nos princípios da autogestão, da economia solidária e do acesso a oportunidades de trabalho decente representa, portanto, um passo fundamental para ampliar o leque de atuação desta categoria profissional na implementação da PNRS, em especial na cadeia produtiva da reciclagem, traduzindo-se em oportunidades de geração de renda e de negócios, dentre os quais, a comercialização em rede, a prestação de serviços, a logística reversa e a verticalização da produção.
Trabalhando em conjunto em prol ao benefício de todos, as cooperativas compreendem uma diversidade de práticas econômicas e sociais, dispostas, e configuradas que realizam atividade de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário. O emprego verde além de estar presente em todos os setores comerciais, também trazem benefícios a sociedade já que reduz significativamente a quantidade de resíduos sólidos descartados aleatoriamente.
A economia solidária resulta da intensidade de fenômenos conjunturais, decorrentes da abertura indiscriminada do mercado brasileiro às importações e da adoção de uma política nacional de altas taxas de juros intensificada no início dos anos 1990. Nesse sentido as iniciativas do associativismo econômico emergem justamente por se tratar de uma resposta muitas vezes de urgência ao grave problema do desemprego. A economia solidária sustenta um grupo de conceitos do qual garantem certa identidade, mesmo comportando múltiplas e variadas experiências, distinções, em relação ao modelo econômico clássico. Nesse sentido, é possível observar uma estreita relação entre os resíduos produzidos por uma população com a temática do Desenvolvimento Sustentável, uma vez que tal problemática recai exatamente sobre as principais dimensões que propiciam a Gestão da Sustentabilidade: sociais, econômicas e ambientais.
O vínculo entre cooperativas e organizações públicas ou privadas é vantajoso para ambas as partes. A utilização de material reciclável também diminui os custos com matéria prima. Por sua vez, o baixo custo da produção reflete no custo do produto que chega ao consumidor final. Desta maneira, todos saem lucrando. De forma indireta, as cooperativas também contribuem para a saúde pública; sistema de saneamento; e diminuição de necessidade de construção de mais aterros sanitários. Contribuem ainda para a redução da extração de recursos naturais e facilitam programas de logística reversa de empresas, que buscam a recuperação de produtos recicláveis. Para o Compromisso empresarial para Reciclagem CEMPRE (2015), a reciclagem se refere propriamente ao retorno dos resíduos para as indústrias, onde serão reprocessados e servirão para fabricar novos produtos. Na amplitude do surgimento das cooperativas e o acompanhamento de sua gestão por parte da iniciativa pública e privada em seus métodos, podemos observar que o trabalho destas organizações possibilita os seguintes benefícios aos atores envolvidos com a gestão da sustentabilidade:
A geração de emprego e renda;
Resgate da cidadania dos catadores/cooperados;
Retirada de catadores das ruas, dos lixões e de diversas situações insalubres;
Organização do trabalho dos catadores nas ruas evitando os problemas na coleta do
resíduo e o armazenamento de materiais recicláveis em logradouros públicos;
Redução das despesas com programas de coleta seletiva nas instituições, públicas e
privadas;
Redução das despesas com coleta, transferência e disposição final de resíduos
separados pelos catadores e que não serão encaminhados ao local de disposição final;
Contribuição à saúde pública e ao sistema de saneamento;
Fornecimento de material reciclável de baixo custo à indústria;
Redução nos gastos municipais e a contribuição à sustentabilidade do meio ambiente,
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei no12.305/2010, destaca a importância dos catadores e das cooperativas de reciclagem, a lei preconiza a destinação correta dos resíduos sólidos, orienta para o retorno dos produtos pós-consumo à cadeia produtiva e especifica que o poder público deve implementar a coleta seletiva com a participação de cooperativas e outras formas de associação de catadores formadas por pessoas de baixa renda.
Embora a reciclagem seja de grande valor em termos da conservação de recursos, ela pode envolver trabalhos poluentes e de alta periculosidade.
 A criação do Comitê Interministerial para Inclusão social e Econômica dos Catadores de Materiais reutilizáveis e recicláveis –CIISC foi viabilizada por meio do Decreto no7.405/10.A finalidade do Comitê é integrar e articular as ações do Governo Federal voltadas ao apoio e ao fomento à organização produtiva dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, à melhoria das condições de trabalho, à ampliação das oportunidades de inclusão social e econômica e à expansão da coleta seletiva de resíduos sólidos, da reutilização e da reciclagem por meio da atuação desse segmento.
O programa de cooperativas de reciclagem em Santo André iniciou-se a partir de uma experiência piloto bem sucedida de coleta diferenciada de resíduos domiciliares em 1997. O programa, que atendia 7% dos domicílios em 1988, avançou gradativamente em 1999 para 60%, e atingiu 100% da área urbana da cidade no ano 2000. As cooperativas foram montadas com o auxílio da Prefeitura, que empregam pessoas atendidas por projetos sociais de reintegração como dependentes químicos e moradores de rua. A gestão financeira dessas cooperativas é autônoma a triagem é realizada em duas centrais instaladas no próprio aterro sanitário da cidade. 
A COOPCICLA - Cooperativa de Reciclagem de Santo André foi fundada em 1999 e opera um centro com três linhas de triagem. Seu estatuto só permite a atividade de triagem. É integrada por 79 cooperados.
A COOP CIDADE LIMPA – Cooperativa de Trabalho dos Coletores de Resíduos Urbanos e Limpeza de Santo André foi fundada em 2000, como um desdobramento da COOPCICLA. Seu estatuto é mais amplo e permite prestar serviços de coleta e triagem. Gerencia um Centro de Triagem, com uma linha de triagem e duas compactadoras.
Com a coleta, busca-se, além de reduzir o lixo que efetivamente vai para os aterros sanitários, a reinserção social das pessoas que vivem do lixo (catadores), proporcionando-lhes renda e trabalho digno. O programa representa um avanço também por buscar a conscientização dos cidadãos sobre seus problemas ambientais, bem como por contemplar a inclusão social de personagens excluídos como adolescentes em situação de risco e catadores, estimulando a organização de cooperativas que geram emprego e renda.Com a melhoria da renda, o resgate da autoestima, autoconfiança e a integração social dos cooperados, desenvolvendo suas capacidades de expressão, de juízo de valor e de participação da vida social, contribuindo para a construção da cidadania.
 Compreendemos o sentido de cooperativismo, sustentabilidade, coleta de resíduos sólidos e reciclagem, podemos entender que existem grandes desafios e que muito ainda precisa ser realizado, não podemos perder de vista que formas alternativas de geração de renda estão crescendo, a fim de diminuir as desigualdades sociais. Essas cooperativas além de minimizar a degradação ambiental têm como principal foco beneficiar a população menos favorecida, contribuindo para geração de trabalho e renda, proporcionando a transformação social e o resgate da cidadania, à luz das premissas do trabalho em consonância com a sustentabilidade.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA POR MEIO DO COOPERATIVISMO-Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade-Organização: Comitê Científico Interinstitucional/ Editora Científica: Profa. Dra. Cláudia Terezinha Kniess. Vol. 6, N. 1. janeiro. / abril. 2017.

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