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Histórico das penas OK Teorias sobre as funções das penas OK Princípios das Penas OK Estudo das Circunstâncias do crime OK Reincidência OK Penas Espécies de penas Penas privativas de liberdade OK Penas Restritivas de direito OK Penas de multa OK Aplicação da pena de multa OK Cálculos da pena OK Concurso de crime OK Medidas de segurança OK Sursis BREVE HISTÓRICO DAS PENAS a) Formação comunitária: Solidariedade, necessidade de reprodução e alimentação b) Vingança de sangue: Reação coletiva contra ato agressivo, falta de proporcionalidade c) Expulsão: Pena passa a ser pessoal, mas ainda sem proporcionalidade d) Talião: Mantém a pessoalidade, ficando evidente a proporcionalidade (olho por olho, dente por dente) e) Composição ou transação: Pagamento em dinheiro, colocando em risco a proporcionalidade já que quem tinha posses poderia se beneficiar f) Fase Estatal: Medieval: Penas cruéis e desproporcionais Moderno: Contrato Social, pena é retribuição estatal TEORIAS SOBRE A FUNÇÃO DAS PENAS 1) Abolicionistas Penas nunca foram eficazes porque nunca impediram o cometimento de crimes; Propõe a abolição das PPL. Sugere um sistema privado de solução de conflitos 2) Justificadoras 2.1.) Clássica ou da Retribuição Kant: Norma quando violada gera uma consequência/retribuição, que é a pena; Hegel: Crime é a negação da norma A pena se configura em retribuição ao crime cometido 3) Preventivas Prevenção geral: Caráter intimidativo Prevenção especial: Incide sobre determinado indivíduo 3.1.) Prevenção Geral Através da coação psicológica, as penas visam evitar que as pessoas cometam crimes Negativa: Pena destinada a evitar que as pessoas cometam crimes Positiva: Pena reafirma a eficácia da normal penal e cumpre com as expectativas da população 3.2.) Prevenção Especial Sem a segregação, neutraliza-se o indivíduo e assim, produz prevenção Negativa: Impede que o criminoso volte a delinquir pela neutralização Positiva: Visa ressocializar o apenado Teorias adotadas pelo Sistema Brasileiro Ressocialização: Art. 1º da Lei de Execuções Penais Prevenção (especial e geral): Art. 58 CP PRINCÍPIOS QUE GEREM AS PENAS Legalidade: Lei penal estabelece sanção; Humanização: Respeitar a dignidade da pessoa humana; Pessoalidade: Não pode passar da pessoa que praticou o crime; Individualização: Deve ser individualizada de acordo com o caso e as peculiaridades do agente; Proporcionalidade: Crime de furto dele ter pena menor que de homicídio; Proibição de dupla punição CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME Circunstâncias elementares São circunstâncias que identificam determinada infração. Se não estiverem presentes, ocorre a atipicidade do fato ou tipicidade de outro crime; Elementos que fazem parte da estrutura do crime; Imprescindíveis ao crime; Presentes no caput, estão no tipo, já valoradas pelo legislador no momento da fixação da pena abstrata; Se tirar, desaparece o crime; Circunstâncias simples Não compõe a identificação típica do crime, são elementos externos que propiciam ao juiz determinar o grau de provação da conduta e assim fixar a pena concreta. Não faz parte da estrutura do crime; Tá no parágrafo; Influencia na aplicação da pena; Aumentam ou diminuir as consequências jurídicas; Ex.: Crime de Furto: Subtrair para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Circunstâncias elementares do crime: subtrair, coisa alheia (fazem parte da estrutura do crime) Circunstância simples: A noite (aumenta a pena) Ex. 2: Homicídio com veneno Circunstância simples: veneno adicionado ao tipo básico faz com que a pena aumente Circunstâncias judiciais A) Antecedentes: Duas posições doutrinárias e jurisprudenciais de como deve ser entendido A. 1.) Antecedentes criminais são todas as ocorrências policiais, processos criminais em andamento, processos criminais e que houve absolvição por falta de provas ou causas de extinção de punibilidade. A. 2.) Só podem ser considerados mais antecedentes, condenações criminais que não geram reincidência. Está fundada no princípio da presunção de inocência. B) Conduta Social: Relações que o réu possui com familiares, no trabalho, vizinhança. Todavia uma observação a conduta social só pode ser utilizada de forma negativa se tiver relação com o fato cometido. C) Personalidade: Dados psíquicos que caracterizam e identificam determinado indivíduo. Se forma normalmente em face de dados herdados ou adquiridos que se refletem no modo de ser. Também deve ter relação com o fato cometido. D) Motivos: É a propulsão subjetiva que faz nascer, mentalmente, o desejo e a prática criminosa. Por óbvio, os motivos não justificam a existência do crime, mas por serem nobres ou repugnantes, darão um sentido de reprovação da conduta e por isso devem ser utilizados no momento da concretização da pena. Obs.: Os motivos aparecem no sistema como circunstâncias judiciais, como legais, como qualificadoras, maj. E min. Não se pode utilizar a mesma circunstância mais de uma vez. Por isso, observe a ordem de preferência: Qualificadoras Maj. e Min. Agravantes e Atenuantes Circunstâncias Judiciais E) Comportamento da vítima: Se a vítima, em seu comportamento, facilita ou daria a ocasião para o cumprimento do crime, o comportamento deve ser considerado favorável. Caso o comportamento da vítima não tenha influenciado, deve ser considerado negativo. F) Consequências: Termo aqui é empregado como efeitos e não como resultados físicos (típico) ou jurídico (valor). Ex.: Homicídio: Resultado físico: morte Resultado jurídico: dano Efeitos: filhos órfãos e esposa desamparada economicamente G) Circunstâncias: São dados externos que não compõem o crime. Normalmente se relacionam ao lugar do crime, ao tempo de duração da conduta criminosa, condições e relações com a vítima, tratamento dado à vítima durante a execução. H) Culpabilidade: A culpabilidade se refere a um juízo de reprovação e censura que recai sobre o agente pelo fato cometido. Quando se analisa o fato configura crime, se faz um juízo sobre a existência da culpabilidade, aqui, como circunstância judicial, se analisa o grau de intensidade do juízo de reprovação. Circunstâncias Legais Gerais: Agravantes Atenuantes Min. da parte geral Maj. da parte geral Especial Maj. da parte especial Min. da parte especial Qualificadoras As judiciais influenciam na pena concreta, já as qualificadoras influenciam na pena abstrata; Método trifásico: As circunstâncias se ligam ao método, sendo que cada fase está ligada a um grupo de circunstâncias: 1ª fase da pena base: São utilizadas as circunstâncias judiciais do art. 59 no processo de individualização. 2ª fase da pena provisória: São utilizadas somente as legais: agravantes e atenuantes. 3ª fase da pena definitiva: Maj. e min. REINCIDÊNCIA Requisitos: Condenação com trânsito em julgado por crime Exceção: Conceito do art. 63 admite o reconhecimento da reincidência quando houver contravenção + contravenção. Não geram reincidência: Condenação por multa (segundo STF) Crime patético Crime militar próprio (tipicamente militar), gera maus antecedentes Não geral reincidência porém geram maus antecedentes: Crime político Crime militar próprio (desde que a segunda infração não seja crime militar) Condenação por contravenção (desde que a segunda seja crime) Combinação de infrações: Crime + crime: reincidente Crime + contravenção: reincidente Contravenção + crime: Não reincidente Contravenção + contravenção: Reincidente ESPÉCIES DAS PENAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE “As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de crime” São sanções penais de duração limitada no tempo, que atingem diretamente o direito de liberdade do condenado. Espécies: Reclusão Crimes médios e grades, variam de 1 a 30 anos Detenção Crimes leves, pena máxima de +- 6 anos Prisão simples Contravenções penais de levíssimo potenciallesivo Regimes prisionais aplicáveis: Crime: Infrações punidas com reclusão e detenção Pena de Reclusão regime inicial fechado Pena de detenção não admite regime inicial fechado Contravenção Penal: Infrações punidas com prisão simples ou multa Prisão simples não admite regime fechado em hipótese alguma Regimes de cumprimento de pena Fechado Cumprimento da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média: penitenciária; Vigilância ostensiva; Cela individual, tamanho mínimo 6 metros quadrados; Semiaberto Cumprido em colônia agrícola industrial ou estabelecimento similar; Trabalho na colônia sem vigilância durante o dia; Menos vigilância ostensiva; Cela pode ser coletiva durante a noite; Cela digna mesmo que em conjunto; Em função de não haver espaço na colônia para todos, a lei de execução penal permite que o sujeito trabalhe em outro local fora da colônia, voltando as noites; Aberto Preso trabalhar (obrigatório) durante o dia em liberdade total e retorna à noite, feriados e finais de semana às casas de albergado; Albergado (lei): casas com cursos, educação, instrumento de readaptação ao convívio social; Regime aberto domiciliar Preenchidas determinadas circunstâncias: Maior de 70 anos; Gravemente enfermo; Gestante ou mulher com filhos pequenos; Dificuldade de ficar na casa de albergados por algum motivo; Problema de falta de vagas nas prisões Regime aberto: Em função de não haver vaga nas casas de albergado, os tribunais permitem, mesmo os presos não tendo condições, a prisão albergue domiciliar; Regime semiaberto: Quando falta vaga, tribunais superiores decidira que preso não pode ficar em regime fechado até que surja vaga nas colônias, faltou vaga: ele espera vaga no regime aberto. Regime fechado: Dignidade da pessoa humana é violada e os presos são empilhados nas penitenciárias. Dinâmica da evolução nos regimes Progressiva Vai passando do regime grave para o regime mais ameno; Fechado Semiaberto Aberto Deve se adaptar para depois ir para o outro; Não pode pular do fechado para o aberto; Condições para progressão: Objetiva: Cumprimento de parcela da pena Crimes comuns: 1/6 da pena Crimes hediondos: réu primário: 2/5; reincidente: 3/5 Subjetivo: Mérito: Bom comportamento Art. 322 CPP Fiança: Delegado só pode fixar com regime de detenção ou prisão simples Autoridade judicial pode fixar para regime de reclusão PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO Sanções de caráter alternativo que representam limitações a direitos do condenado; Reserva as privativas de liberdade para fatos com maior gravidade; Características: Substitutivas: Substituem as PPL fixadas na sentença (caso os requisitos legais estejam presentes) Autonomia: São aplicadas isoladamente Adequação do fato cometido: Verificação dos fins preventivos e retributivos Espécies Prestação pecuniária Prestação de serviço à comunidade Perda de bens e valores Limitação de final de semana Interdição temporária de direitos Requisitos necessários Objetivos Natureza do crime: Não cabe substituição se o crime for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa Quantidade de pena concreta: Máximo 4 anos Hipóteses: Pena não superior a 1 ano: substituição por 1 PRD Pena superior a 1 ano e inferior a 4 anos: substituição por 1 multa + 1 PRD ou 2 PRD Subjetivos Réu não pode ser reincidente por crime doloso Juízo de conveniência favorável PENA DE MULTA Pena de multa é regulada pelo sistema do dia-multa (escandinavo). Fixa-se primeiramente o número de dias (mínimo 10 – máximo 360) Segundo momento, atribui-se o valor, que pode ser 1/30 a 5 vezes o salário mínimo; Espécies Multa principal: o tipo penal prevê como única pena; Multa alternativa: o tipo penal prevê uma PPL ou uma pena de multa; Multa cumulativa: o tipo penal prevê uma PPL e uma multa; Multa substitutiva: Substitui uma PPL na sentença condenatória, presentes os requisitos: Réu não reincidente em crime doloso; PPL fixada em no máximo 6 meses; Circunstâncias do 59 favoráveis; Substituição isolada A. 1) PPL fixada no máximo em 1 ano: substituição por multa isolada 2) PPL fixada em até 4 anos e superior a 1 ano: substituição por pena cumulativa com PRD B. Crime não pode ser cometido com violência ou grave ameaça C. Réu não pode ser reincidente em crime doloso D. Juízo de conveniência favorável Fixação da Pena de Multa O juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. ** 1ª etapa: Estabelecido o número de dias-multa Deve atentar-se a natureza mais ou menos grave do crime, para as circunstâncias judiciais que levarão à pena-base, para as agravantes e atenuantes e para as causas de aumento e diminuição de pena. Encontrado o número de dias-multa, deve então ser observada a situação econômica do réu para ser valorado. 2ª etapa: Fixa-se o valor de cada dia-multa Exemplo 2 desfavoráveis Reincidência Desconhecimento da Lei Min. de ½ Réu empregado R$ 3.500 2 filhos Casado Pensão para um 3º filho 1ª fase PENA BASE Termo médio = 10 + 360 370 / 2 185 dias/multa Intervalo = Termo médio – Termo mínimo 185 – 10 175 dias/multa Número dias/multa dividido por 8 (art. 59) 175 / 8 21, 9 Fixar a pena base = Mínimo + acréscimo das desfavoráveis Pena base = 10 + (2.22) Pena base = 10 + 44 Pena base = 54 dias/multa PENA PROVISÓRIA Reincidência (agravante/subjetiva/preponderante) Desconhecimento da lei (atenuante/subjetiva/não preponderante) Pena provisória = 1/6 PB 54/6 9 dias/multa Não preponderante vale metade (regra) Preponderante: 9 dias/multa (reincidente) AGRAVANTE Não preponderante: 4,5 dias/multa (desconhecimento da lei) ATENUANTE PP = PB – AT + AG PP = 54 – 4,5 + 9 PP = 58,5 dias/multa PENA DEFINITIVA PD = 58,5 – ½ (min.) PD = 29 dias/multa 2ª fase Valor dos dias/multa Critério: situação econômica do réu Limite: 1/30 a 5 salários mínimos 1/20 x 678,00 = 33,90 PF = 29 dias/multa x 33,9 PF = 983,10 reais por dia/multa FIXAÇÃO DA PENA 1ª fase) Pena Base Será fixada atendendo ao critério do artigo 59 do CP, considerando as circunstâncias judiciais. O juiz, ao fixar a pena base, não pode exceder as cominações máximas e mínimas previstas em lei. Exemplo: Josenildo matou alguém Mediante pagamento; Utilizou-se de veneno; Processado e condenado a 10 anos de reclusão (4 anos atrás); Homicídio qualificado: art. 121 § 2º, I Pena de reclusão de 12 a 30 anos 2ª fase) Pena Provisória Juiz analisa a incidência de circunstâncias legais (agravantes e atenuantes); A fixação da pena não pode extrapolar os limites legais; Em caso de agravante: acrescenta-se 1/6 Em caso de atenuante: diminui-se 1/6 AGRAVANTES Reincidência O agente cometido o crime: a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; II - coage ou induz outrem à execução material do crime; III - instiga ou determina a cometer o crimealguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. No caso de Josenildo, ele é reincidente, o que agrava a pena de 12 anos em 1/6: 2 anos (Ainda não passaram-se 5 anos após o cumprimento da extinção da pena) E foi utilizado veneno, aumenta-se em 1/6: 2 anos Mediante pagamento já foi utilizada para qualificar o crime, então não pode ser usada; ATENUANTES Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Pena Base = 12 anos Agravantes: 2 (2 anos cada) Atenuantes: 0 Pena Provisória = 12 + 4 = 16 anos PENA DEFINITIVA Nessa fase, o juiz analisa a existência de causas (gerais ou especiais) de aumento ou diminuição de pena. ** NESTA FASE, a pena pode exceder os limites previstos na lei. Diminuição de Pena § 1º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Aumento de Pena § 4º - No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. Não é o caso pois não trata-se de homicídio culposo, e sim doloso. Pena Definitiva então 16 anos. Exemplo Pena abstrata 10 – 15 anos 4 desfavoráveis Confissão Menoridade Maj. de 1/3 1ª fase Termo médio = 10 + 15 = 25 25 / 2 = 12,5 Intervalo = 12,5 – 10 = 2,5 anos 2,5 x 12 meses = 30 meses 30 / 8 = 3,75 PB = 10 anos + (4 x 3,75 meses) PB = 10 anos + 15 meses PB = 10 anos + 1 ano + 3 meses PB = 11 anos + 3 meses PB = 135 meses 2ª fase Confissão -1/6 = 22,5 meses Menoridade - 1/6 = 22,5 meses PP = 135 meses – 22,5 – 22,5 PP = 90 meses PP = 7 anos e 6 meses 3ª fase PD = 90 meses + (1/3 x 90) PD = 90 + 30 PD = 100 meses CONCURSO DE CRIME Não é proporcional a pena quando é somada. Ex.: 15 vezes um furto qualificado é 30 anos, o que equivale a latrocínio seguido de morte; Concurso Material: Art. 69 CC Hipótese residual (subsidiária): vários crimes com várias ações merece a soma das penas; Só incide o concurso material se não for caso de concurso formal ou crime continuado; Sistema de cúmulo material; Furto, estupro e estelionato: 3 crimes em concurso material; Homogêneo: crimes da mesma espécie: vários furtos. Heterogêneo: crimes diferentes. Concurso Formal: Art. 70 CC Uma ação ou omissão comete vários crimes (múltiplos resultados); Próprio/ Perfeito: Não tem mais de um desígnio Não tem previsão de resultado lesivo; Dolo de um resultado; Agente acerta tijolo em uma janela e acerta uma pessoa; Pena: Exasperação: Pena aumentada em fração Deverá ser aplicada a pena mais grave, com o acréscimo em fração de 1/6 a metade; Ex.: Sujeito comete 3 crimes: penas de 2, 3 e 5 anos: Usa-se a pena mais grave: 5 e acresce 1/6 a metade pelo juiz; Quanto maior o número de crimes: maior o aumento. Ex.: Motorista de ônibus causa a morte de 15 passageiros (uma ação e vários resultados): critério de exasperação: pena mínima de 2 anos: aumenta de 1/6 a metade: grande número: aumenta a metade: pena final de 3 anos. Imperfeito/ Impróprio: Tem mais de um desígnio Dolo direito ou eventual; Envenena duas pessoas ou mata duas com um único tiro; Penas: Critério de cumulação: Penas somadas Ex.: Uma pessoa mata 3 com uma bomba (uma conduta, 3 crimes, 3 dolos diretos, 3 vontades de resultado), a pena deve ser de cumulação de penas, a pena será razoável pelos 3 dolos/intenções de matar. Crime continuado Crimes: Mesma espécie (previsto no mesmo tipo penal) Semelhante condição de tempo (30 dias); Semelhante modo de execução; Mesmo lugar; Mesmo tipo de vítima; Pena aplicada pelo modo de exasperação: pena do crime mais grave com acréscimo de 1/6 a metade. Muito menor que a soma das penas; SANÇÃO PENAL Introdução: Direito Penal: Conjunto de normas que advém do poder público: Normas incriminadoras, explicativas e permissivas; Art. 4º CC: Crime é praticado na hora da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Art. 23 CC: Excludentes de Ilicitude: Estado de Necessidade Legítima Defesa Exercício regular de um direito Estrito cumprimento do dever legal Há crime porém o comportamento está justificado então não há sanção penal; Sanção Penal Reação do Estado para impor sobre aquele infrator da norma; Crime é todo comportamento que lesa; Para cometer crime precisa da manifestação de vontade; Consequência do crime: sanção imposta pelo Estado (vedada justiça com as próprias mãos) Pena ou medida de segurança Diferença de Pena e Medida de Segurança PENA Obrigatória Aflitiva Intimidativa Capacidade de entender o caráter ilícito do fato realizado: IMPUTÁVEL Juízo de culpabilidade; Quantum determinado; PENA RECAI SOBRE IMPUTÁVEL: Pena recai sobre quem tem discernimento mental; Capacidade/responsabilidade penal pelos seus atos; Discernimento, passíveis de distinguir o que é correto e incorreto; Regras de conduta na sociedade; Imputável pode escolher conduta adversa; Agir com consciência e vontade ao praticar o crime; Pessoa que busca a ação com consciência e comportamento volitivo, sabe o resultado que vai ter MEDIDA DE SEGURANÇA Inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato no momento do delito: INIMPUTÁVEL Medida que visa afastar da sociedade o agente perigoso; Juízo de periculosidade; Quantum indeterminado; MEDIDAS DE SEGURANÇA Noções introdutórias: Art. 90 a 99 CC Fins curativos, terapêuticos, medida advinda de meios médicos. Sistema atual aplicado pelo CC: Vicariante: Juiz jamais pode aplicar em um único caso medida de segurança e pena; Norma de caráter explicativo por que não há pena, há tratamento; Tem execução própria; Pessoas que não apresentam grau de culpabilidade; Independe da gravidade do delito; Juízo de periculosidade atesta que as pessoas não podem ser responsabilizadas com pena; Perícia médica: médicos forenses determinam a gravidade da doença; Medida de readaptação; Hospitais tem que estar conveniente para receber os destinatários e os médicos preparados; Restrições que recaem sobre pessoas determinadas: destinatários certos Destinatários: INIMPUTÁVEIS E SEMIIMPUTÁVEIS SEMIIMPUTÁVEIS: Embora tenham tido capacidade em determinado momento da vida, porém ao praticar o crime, na hora da ação ou omissão, não tinham completo entendimento. Art. 26 CC Situação que reduz a capacidade de entendimento. Ex.: álcool, drogas, etc. Sujeitas a pena ou medida de segurança, o juiz decide, aplica juízo de valor (conduta passível de sanção) e verifica a necessidade do tratamento ambulatorial; INIMPUTÁVEIS: Merecem tratamento especial; Não tem responsabilidade, não são portadoras de capacidade mental; Embora tenha conduta ilícita; Princípio da individualização da pena, Art. 59 do CC Direitos do internado;Medida de segurança é: Meio legítimo do Estado; Segurança para o convívio social tirando as pessoas que possuem periculosidade; Periculosidade: Presumida pelo legislador penal: (disposta pela lei): do inimputável Real: do semi imputável; Condições legais para aplicação da Medida de Segurança: Crime: ato típico e ilícito, adverso ao direito Pessoa determinada: pessoa sem discernimento de vontade, portadores de deficiência mental, pessoas passíveis da medida de segurança Periculosidade real ou presumida: necessitam de meios curativos Espécies Detentiva: Internação em hospital psiquiátrico, retira a pessoa da sociedade; Restritiva: Tratamento ambulatorial, geralmente desintoxicação; SURSIS Suspensão condicional da pena É a suspensão temporária da execução de uma pena; Diferente de suspensão condicional do processo; Requisitos objetivos Apenas é concedido a condenados de penas privativas de liberdade (fixada em sentença condenatória irrecorrível) Veda-se esse direito às penas de multa ou PRD, beneficiam-se, portanto somente os condenados, as penas de reclusão, detenção e prisão simples (nas contravenções) = PPL Permite-se a concessão do benefício, a pena privativa de liberdade, ou seja, penas concretas que não sejam superiores a dois anos. Requisitos subjetivos O condenado não seja reincidente em crime doloso, salvo se condenado anteriormente apenas à pena de multa e possuir circunstâncias judiciais favoráveis; O réu reincidente em crime doloso, excepcionalmente, na forma da lei penal, poderá obter substituição da PPL por restritiva de direito. A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; Dessa forma, mesmo que o agente não seja reincidente, condenações anteriores ou envolvimento em inúmeros processo-crimes podem, se assim o entender o juiz, impossibilitar a concessão da suspensão condicional da pena. Obs.: É um direito público subjetivo do réu e tem caráter sancionatório; O juiz pode fixar, além das condições legais, outras condições que achar conveniente; Período de prova de 2 a 4 anos, havendo outros excepcionais; Sursis simples/ordinário: No 1º ano de prazo, o condenado deverá prestar serviços à comunidade ou se submeter à limitação do fim de semana. Sursis etário ou de saúde: Idade + de 70 anos da data da entrega da sentença ou motivos de saúde; A PPL não pode ultrapassar 4 anos; O tempo de prova é de 4 a 6 anos; Sursis especial: Aplicação subsidiária; + brando; Ter reparado o dano, salvo impossibilidade; Pessoa para receber precisa ser inteiramente favorável as circunstâncias do 59; Condições: Proibição de ir a certos lugares, comparecer todo mês à juízo e proibição de mudar-se da comarca onde reside; Revogação obrigatória Art. 81 Quando no correr do prazo, o beneficiário for condenado por crime doloso em sentença irrecorrível. No 1º ano, o beneficiário não cumprir à prestação de serviço à comunidade ou a limitação do fim de semana ou não efetua a reparação do dano sem justificar o motivo. Art. 64 I Livramento condicional: com ou sem revogação Sursis Prazo depurador de 5 anos: reincidência temporária Início da contagem: data do cumprimento ou da extinção da pena Exemplo 1) Sursis sem revogação Pena concreta 2 anos Tempo de prova sursis 3 anos Início sursis + audiência ____3 anos____ Fim sursis Segundo o art. 64, nesta hipótese o tempo de sursis é computado no prazo depurador, logo, transcorrido + 2 anos, a condenação não gerará mais reincidência. Sursis com revogação Pena concreta: 2 anos Sursis: 4 anos Revogação com 2 anos de sursis Início 2 anos revogação início da pena concreta fim do cumprimento Do Sursis Início da Contagem do Prazo depurador Segundo o artigo 64 I, se sursis é revogado, o tempo de cumprimento é desconsiderado e assim, o condenado deverá cumprir a pena concretizada na sentença e somente desta data, contar-se-á o prazo depurador de 5 anos.
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