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História do direito brasileiro - Estudo para AV2
I. Pré colônia
Somente em 1822 ocorre a ruptura política com Portugal. Após essa data deixamos de ser colônia (status jurídico). Logo o ordenamento jurídico não era produzido no Brasil.
No período colonial brasileiro o direito vigente era o direito lusitano que por sua vez se expressava na forma de compilações de leis e costumes entendidas como Ordenações do Reino. Influenciadas pelo Direito romano; Direito canônico; e Direito germânico. 
- Tradição romano-germânica (civil law: Direito legislado, produzido pelo legislador e a lei se anteveem ao fato).
	- Tradição anglo-saxônica (common law: Direito baseado em precedentes, as leis se originam no judiciário e o fato se anteveem a lei). 
1. Ordenações do reino 
 As Ordenações foram compilações jurídicas organizadas com o intuito de reunir em um só corpo legislativo as diversas leis extravagantes e outras fontes do direito, que por estarem avulsas dificultava a correta aplicação do Direito. Seus objetivos eram padronizar todos os procedimentos legais no Reino de Portugal; esvaziar a autoridade jurídica dos senhores feudais e concentra-la nas mãos do rei; e promover a segurança jurídica necessária para o crescente comércio e fortalecimento da burguesia.
Ordenações Afonsinas, Ordenações Manuelinas e Ordenações Filipinas.
Livro I - ocupa-se daquele direito que hoje poderíamos denominar administrativo e traz os regimentos dos cargos públicos e organização judiciária, quer régios, quer municipais, 
Livro II ocupa-se dos bens e privilégios da igreja, dos direitos régios e sua cobrança, da jurisdição dos donatários, das prerrogativas da nobreza e legislação especial para judeus e mouros.
Livro III – Processo Civil, 
Livro IV – Direito Civil em sentido amplo: contratos, sucessões, tutelas, formas de distribuição e aforamentos de terras e
Livro V – Direito Penal (Teoria do Delito e Teoria da Pena: Castigo exemplar) 
Diferenças Ordenações Afonsinas para Manuelinas:
Tratamento específico às questões de Direito marítimo, de contratos e mercadores devido ao incremento do comércio.
As normas desta ordenação passaram a ser dispostas na forma de decretos.
Diferenças Ordenações Manuelinas para Filipinas:
Não ocorreram grandes alterações, estas foram apenas atualizadas.
2. Diplomas Legais sobre o controle das terras “além-mar”.
O Tratado de Toledo (1480) - Este acordo garantia a exploração exclusiva e legítima de todas as terras ao sul das Ilhas Canárias, no Atlântico, para o Império Português.
Bula Inter Coetera (1493) - Essa bula determinava a divisão das terras americanas por um meridiano situado a 100 léguas a oeste (esquerda) de Cabo Verde que pertenceriam a Espanha e as que ficassem a leste (direita) pertenceriam a Portugal. A divisão determinada pela bula não foi aceita por Portugal porque se o meridiano fosse traçado a 100 léguas a oeste de Cabo Verde o país ficaria sem terra na América.
Tratado de Tordesilhas (1494) - O acordo estabeleceu um meridiano situado a 370 léguas a oeste de Cabo Verde como linha divisória das terras. As terras que ficassem a oeste pertenceriam a Espanha, as que ficassem a leste pertenceriam a Portugal. 
II. Primórdios da Colonização: Sistema Administrativo Jurídico
1. Capitanias hereditárias 
O sistema de capitanias hereditárias que foi implantado tendo em vista a falta de recursos para uma ocupação efetiva da colônia; a necessidade de se efetivar a posse das novas terras; a descoberta de ouro na América espanhola; declínio do Comércio de Portugal com Oriente; e o sucesso deste modelo em outras colônias portuguesas. As capitanias hereditárias eram a privatização do Público.
2. legitimação das capitanias hereditárias.
 As cartas de doação que garantiam a legitimidade da posse, determinava a localização, a extensão da Capitania e o direito de hereditariedade (inalienável e indivisível), além da Jurisdição civil e criminal ao donatário.
A Carta Foral definia os direitos e deveres do donatário. Autorizava o donatário a fundar vilas ou núcleos de povoação; distribuir lotes de terras ou sesmarias; exercer a justiça civil e criminal; colonizar; fazer progredir a Capitania com seus próprios recursos. E obrigava o donatário a defender a Capitania e pagar tributos a coroa portuguesa.
O quinto livro das ordenações (legislação penal) era o único que se adequava perfeitamente a colônia.
3. Governo-Geral. 
Instituído pelo instrumento legal Regimento de Almeirim de 1548: Diploma legal de ordem administrativa e fazendária, cujo poder administrativo emana de forma centralizadora, sendo exercido através dos legítimos agentes do governo português nomeados por D. João III . É a desprivatização do Público.
4. Organização politica do Brasil colônia.
Governador-Geral: sediado em Salvador (1549), respondia pela administração perante o rei.
Provedor-Mor: responsável pela administração fazendária (arrecadação e recursos financeiros).
Ouvidor-Mor: responsável pela Justiça Colonial.
Capitão-Mor: responsável pela segurança interna e pela manutenção da defesa da colônia.
5. Organização Judiciária no Brasil Colonial – século XVI.
Ouvidor Geral – Corregedor – Ouvidor de comarca
O juiz ordinário defendia os interesses da elite; de primeiro grau e eleitos; e não possuíam diplomas, eram muitas vezes analfabetos. (Composto por homens bons - homens livres, católicos, não praticantes de trabalhos manuais, representavam a elite colonial; eram os únicos que podiam participar das Câmaras Municipais, garantindo a manutenção dos seus interesses locais, em oposição ao centralismo administrativo imposto pelo Governador-Geral)
O juiz de fora vinha de Portugal; defendiam os interesses do rei; nomeados pelo desembargo do Paço. Eram juristas formados na Universidade de Coimbra.
6. Instâncias jurídicas que incidiam no Brasil colônia: (CS, DP, MCO, TR, J)
 Terceira Instância – Casa da Suplicação -Tribunal Supremo de uniformização da interpretação do Direito Português que se dividia em: 
 	 - Desembargo do Paço para despachar as matérias reservadas ao rei (graça real), 
 - Mesa da Consciência e Ordens Para as questões relativas às ordens religiosas e de consciência do rei.
Segunda Instância – composta de juízes colegiados que atuavam nos chamados Tribunais da Relação (não era um Tribunal exclusivamente recursal).
Primeira Instância – formada por juízes singulares que eram distribuídos nas categorias de ouvidores, juízes ordinários, juízes de vintena, de fora, de órfãos, de sesmarias.
III. Ouro, conjuração e ideias emancipatórias: o contexto do período pré-independência.
1. Documentos de natureza jurídica da era da mineração ( descoberta do ouro no Brasil) . 
	 Código Mineiro: Todos podem explorar desde que paguem 1/5; Criação das casas de fundição que controlavam a cobrança do quinto; e demarcava as minas 
	 Regimento de 1702: A região fica subordinada diretamente à metrópole desligado do governo Geral; Governo especial chamado a intendência de Minas (policiamento, fiscalização de impostos e tribunal)
2. Movimentos de rebeldia e consciência nacional.
Na verdade, foram movimentos de revoltas regionais e não propriamente revoluções de cunho nacional.
	3. O livro V das Ordenações Filipinas que previa uma série de penas cruéis:
 	Perda e confisco dos bens e multas; prisão simples e prisão com trabalhos forçados; galés temporárias ou perpétuas; desterro (condenação a deixar o local do crime); degredo (condenação de residência obrigatória em certo lugar); banimento ou exílio (degredo perpétuo); e as várias formas de pena de morte – morte simples (sem tortura), morte natural (forca), morte para sempre (com exposição do cadáver na forca), morte atroz (com cadáver esquartejado) e morte cruel (com tortura prévia).
Aqueles que gozassem de determinados privilégios (privilégios de fidalguia, de cavalaria, de doutorado em cânones ou leis, ou medicina, os juízes e vereadores) não poderiam ser submetidos a penas infames.
4. lei da boa razão do Marquês de Pombal:
Originou-seda decadência da influência do direito romano e eclesiástico no processo de interpretação das normas estatais. Ocorria uma divergência quanto ao subsídio (direito canônico e direito romano) a solução foi a separação e as jurisprudências passaram a ser os costumes e interpretações do rei. Prevalecia a relevância da aplicação do Direito Natural. A força de um ordenamento nacional racionalmente elaborado, no qual a lei, pensada e escrita em conformidade com o direito natural.
IV. A Transmigração da família real portuguesa para a colônia Brasil
1. Os tratados e convenções que influenciaram a mudança da família real portuguesa para a colônia Brasil:
 	Bloqueio marítimo imposto pela Inglaterra à França (pois possuía uma forca marítima mais eficaz).
	Bloqueio continental imposto pela França à Inglaterra (a indústria Francesa não conseguia competir com os produtos ingleses e impõem uma restrição comercial a Inglaterra que estavam em plena industrialização).
	Convenção secreta de Lisboa entre Portugal e Inglaterra que previa a instalação de bases militares inglesas em Portugal e escolta da família real para Brasil.
	Tratado de Fontainebleau entre França e Espanha que dividirão o reino de Portugal.
2. Tratados Comerciais após a chegada da família real ao Brasil.
Abertura dos Portos às Nações Amigas – Carta Régia de 28/01/1808 (Diploma legal que finalizou o pacto colonial e deu início a independência econômica do brasil) – liberação do comércio entre o Brasil e o exterior. Objetivo da medida: promover a normalização do comércio exterior, assegurando rendas alfandegárias para a manutenção da corte na nova sede do Império Português. Ao mesmo tempo, atendia à demanda da aliada Inglaterra, ao garantir mercado para os produtos britânicos num momento de restrição comercial pela França na Europa. 
Tratado de Comércio e Navegação (fevereiro de 1810) - estabelecendo medidas como a fixação de tarifas alfandegárias preferenciais para os produtos ingleses (taxas de 15%) além da garantia de um porto livre de impostos (o de Santa Catarina).
Tratado de Aliança e Amizade – a Coroa Portuguesa comprometia-se a promover a extinção gradual do tráfico negreiro para a colônia. Consequência: trabalho assalariado e mercado consumidor.
	3. Estrutura Judiciária no Período Joanino
	Com a vinda da Família Real para o Brasil, o Tribunal de Relação do Rio de Janeiro foi transformado em 3ª Instância ou Corte Suprema da Justiça na Colônia pelo Alvará Régio de 10/5/1808. No tocante ainda aos Tribunais Superiores, o Governo do Regente fundiu os dois principais Tribunais Superiores Portugueses: a Mesa do Desembargo do Paço e da Consciência e Ordens. Desta forma toda a estrutura jurídica que incidia no Brasil Colônia estava localizada em terras brasileiras. Havia agora a possibilidade de se esgotar os aspectos, processos jurídicos na colônia; contextualização pessoal do judiciário pleno na colônia
Intendente Geral de Polícia – Alvará de 10/5/1808. (Espécie de Polícia Civil da época). Com a finalidade de controlar as obras públicas e organizar as tropas na Corte. Mesmo com escassos recursos, o intendente organizou a guarda real da polícia e iniciou o patrulhamento da cidade.
Juiz Conservador da Nação Britânica – Decreto de 4/5/1808. (Lei extravagante). Como garantia de foro privilegiado para os súditos ingleses, sendo exercido por um juiz brasileiro, mas eleito pelos ingleses residentes no Brasil e aprovado pelo Embaixador Britânico. (Tribunal do almirantado)
4. De Colônia a Reino Unido.
Carta de Lei de 16 de dezembro de 1815 (definição da condição jurídica da sede do governo português; eleva o Brasil à categoria de reino)
 Elevar o Brasil a “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves” seria colocá-lo como igual a Portugal fornecendo-lhe um status jurídico que não poderia ser retirado. Portanto, tal medida não somente colocou a até então colônia em um patamar de importância político-administrativa, como reforçou a posição dos grupos que defendiam junto ao Regente a transferência definitiva da sede do Império Português para o Rio de Janeiro.
V. Direito no estado imperial
Após a independência existe a necessidade de se manter o instituto jurídico colonial (livros: 3o Direito processual, 4o Direito privado e 5o direito penal, das ordenações Filipinas, são reafirmados na vigência do direito português; legislação infraconstitucional)
1. A assembleia Constituinte.
As desavenças entre o Imperador e os Constituintes se produziram em torno das atribuições do Poder Executivo (o Imperador) e o Legislativo – os Constituintes não queriam que o Imperador tivesse o poder de dissolver a Câmara dos Deputados e nem que pudesse negar a validade de qualquer lei aprovada pelo Legislativo.
Com a Assembléia Constituinte dissolvida, D. Pedro I nomeou um Conselho de Estado para elaborar uma Carta Constitucional formado por 10 membros (Comissão de 10 notáveis), utilizando vários artigos do anteprojeto de Antônio Carlos (um dos irmãos Andradas) e que após ser apreciada pelas Câmaras Municipais, foi outorgada (imposta)
2. Constituição da mandioca.
Voto censitário baseado no alqueire de farinha de mandioca, para impedir a influencia dos comerciantes portugueses na politica.
Com o intuito de afastar a maioria da população do exercício de cidadania, o projeto preconizava a eleição em dois turnos, condicionando-se a capacidade eleitoral à renda. O eleitor precisava ter renda mínima por ano no valor de 150 alqueires de farinha de mandioca. Por isso, o projeto ficou conhecido, popularmente, como Constituição da Mandioca. “Gente rica que não possuísse terras ficava fora das eleições. Foi o caso de comerciantes portugueses, ricos, que tinham dinheiro, mas não alqueires de mandioca”. 
3. Constituição do Brasil de 1824 (Outorgada em 25 de março de 1824 pelo Imperador D. Pedro I) (Patrimonialista, escravocrata e patriarcal).
 Monarquia de caráter hereditário e de governo constitucional.
 O estado brasileiro apresentava-se na forma unitária (províncias não autônomas).
 Divisão dos Poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário (Imperador cria um quarto poder) e Moderador.
 Religião católica era a religião oficial do Estado 
 A igreja ficava subordinada ao Estado, pelo regime de padroado (as paroquias funcionavam como cartórios) e beneplácito (nenhuma ordem do papa poderia vigorar no Brasil sem antes ter sido aprovada pelo imperador, despacho régio).
 Voto censitário, descoberto (não secreto) e indireto. 
 Instituiu a formação de um Conselho de Estado composto por Conselheiros vitalícios escolhidos pelo Imperador.
4. Poderes políticos instituídos pela constrição 1824 (o Poder moderador interferia diretamente nos outros poderes):
Poder moderador (legitimação do poder através do ato de sagração e aclamação popular): Exercido pelo Imperador; um Poder Absolutista disfarçado na norma constitucional, cabendo a ele: velar sobre a manutenção da independência, do equilíbrio e da harmonia dos demais Poderes Políticos.
Poder legislativo (legitimado por processo eleitoral): Bicameral; câmara dos deputados (4 anos) e Senado (vitalício); Assembleia provinciais 
Poder executivo (legitimado por nomeação): conselho de estado (vitalício) ministros; presidentes das Províncias 
Poder judiciário (legitimado por nomeação): Superior tribunal de justiça; tribunal relação provincial; Juiz de direito e de paz(leigo e eleito diretamente, competindo a conciliação). Previsão das garantias constitucionais ao exercício da magistratura (previstos na constituição de 88): vitaliciedade e irredutibilidade de subsídios porem não a inamovibilidade, pois o Imperador poderia movimentar os juízes das comarcas.
5. A Organização Judiciária no Brasil Império.
A Constituição Imperial de 1824 deu nova feição a Justiça Brasileira, elevando-a à condição de um dos poderes estatais
Supremo Tribunal de Justiça: (Em substituição à Mesa de Consciência e Ordens e à Casa de Suplicação)
Tribunais de Relação (Províncias) : Julgamento de recursos. 
Juízes de Direito: Julgamentodas contendas cíveis e criminais. Nomeados pelo Imperador.
Juízes de Paz: Conciliação prévia das contendas cíveis e para instrução inicial das criminais. Eleitos nos Municípios à semelhança das eleições dos vereadores das Câmaras.
6. O poder moderador interferindo nos outros poderes:
 Nomeando e demitindo livremente os Ministros de Estado (executivo)
 Nomeando os senadores (legislativo)
 Sancionando os Decretos e Resoluções da Assembleia Geral para que tenham força de lei (legislativo)
 Prorrogando ou adiando a Assembleia Geral e dissolvendo a Câmara dos Deputados, nos casos em que exigir a salvação do Estado, convocando imediatamente outra, que a substitua (legislativo)
 Dissolver apenas os deputados, porém tem poder de veto absoluto em ambas as câmaras
 Suspendendo os magistrados (judiciário)
 Perdoando e moderando as penas impostas aos réus condenados por sentença (judiciário)
7. O sistema eleitoral da constrição de 1824 (era censitário, restrito e descoberto, não secreto)
 Eleições indiretas e realizadas em dois turnos. Votantes (masculino, católico, renda mínima de 100 mil) elegem os eleitores (masculino, católico, renda mínima de 200 mil) formação de um corpo eleitoral e esse corpo elege os deputados e a lista tríplice para o senado, lista essa encaminhada ao imperador para seleção, recebendo a vitaliciedade.
Eleições primárias, de primeiro grau ou paroquiais 14 províncias.
Excluídos: escravos (considerado propriedade), índios, mulheres, religiosos de claustro, criados de servir, menores de 25 anos e solteiros.
8. Direitos Individuais da constrição de 1824 (escravo não é indivíduo).
Nenhuma lei será estabelecida sem utilidade pública. 
Religião oficial do Estado: Católica (liberdade da crença apenas em domicílio, em público somente a católica ) 
Todo cidadão tem em sua casa um asilo inviolável.
A lei será igual para todos, quer proteja, quer castigue, e recompensará em proporção dos merecimentos de cada um.
Ficam abolidos todos os privilégios, que não forem essencial e inteiramente ligados aos cargos, por utilidade pública. 
Organizar-se-á quanto antes um código civil e criminal fundado nas sólidas bases da justiça e equidade. 
Abolição dos açoites, torturas, marca de ferro quente e demais penas cruéis. – não p/ escravos!
Nenhuma pena passará da pessoa do réu. (Princípio da instranscedência da pena) – escravos eram sentenciados no lugar de seus senhores. 
É garantido o direito de propriedade em toda a sua plenitude. 
Obs : o escravo de ganho ( alugado ) é julgado e apenado pelo Estado.
9. A falta de um código civil no período imperial.
Dificuldade de criar um código civil se dava pela oposição da igreja que via nesse a perda de sua influência e poder, pois a igreja que realizava os registros de nascimento, casamento, óbito; pela dificuldade de se estabelecer a condição civil das mulheres e dos escravos de ganho.
Obs o que fundamentava os magistrados para tomar suas decisões civis.
- Consolidação das leis civis de Augusto Teixeira de Freitas (1858). Coletânea de legislações que disciplinavam os direitos civis.
- Código comercial.
- Livro IV das ordenações Filipinas.
10. Código Criminal Imperial de 1830
Princípio da legalidade “ Não haverá crime ou delito sem uma lei que o qualifique”.
Princípio da isonomia com relação às classes sociais. A princípio, independente da classe social ou renda , seriam todos passíveis da mesma pena.
Extinção da vigência do livro V das ordenações Filipinas.
Humanização da pena em detrimento a pena exemplar e cruel.
Manutenção da pena de morte (enforcamento)
Não há diferença entre roubo e furto (eram sinônimos)
Não há qualificação no que tange a motivação em crime culposo, somente dolo.
11. Inimputabilidade prevista no Código Criminal Imperial de 1830
Menores de 14 anos (Porém, se fossem menores de 14 anos considerados como tendo discernimento acerca do delito cometido, seriam recolhidos às casas de correção).
“Loucos de todo gênero”( Exceção: lucidez no momento do delito cometido)
“levados por força ou medo irresistível”( Gênese da legítima defesa).
12. Tipos de Crime previstos no Código Criminal Imperial de 1830 (A referencia para tipificar o crime era a vítima)
Crime Público (refere-se aos crimes contra o Estado e ao Imperador)
Contra a existência política do Império, o livre exercício dos Poderes Políticos, o livre gozo do exercício dos direitos políticos dos cidadãos, a segurança interna do Império e pública tranquilidade, a boa ordem e administração pública. O Tesouro Público e a propriedade pública.
Crimes Particulares (lesa um direito individual, crimes a vida e a propriedade privada)
Contra a liberdade individual, a segurança do estado civil e doméstico. A propriedade.
Crimes Policiais (menor potencial ofensivo)
Relacionados às ofensas contra a religião, a moral e os bons costumes, ajuntamentos ilícitos, utilização de armas proibidas, uso de nomes e títulos indevidos, uso indevido da imprensa e prática da vadiagem e mendicância.
13. Período Regencial (1831 a 1840) (experiência federativa)
Descentralização política que se encerrou com o golpe da maioridade
Lei da regência de 1831, limitando o poder do regente proibido de casar o mandato dos Deputados e o veto absoluto de qualquer projeto.
Criação da guarda nacional (António Feijó ministro da justiça) com o objetivo de garantir a ordem pública e administrativa das províncias (elites ) , tinham que ser leitores para fazer parte e possuir renda para comandar , ganhando o título( comprado ) de coronel ( origem do coronelismo , domínio político das elites) . Exército era composto por pessoas de baixa renda.
14. CPCrim. de 1ª Instância de 1832
Descentralização do judiciário se dava pela majoração das atribuições aos juízes de paz (conciliador e julga os crimes menores, crimes polícias; além de receber o poder de polícia no distrito, juiz distrital) 
Criação do tribunal de júri.
Revoga a investigação criminal Filipina, inquisitória. 
Institucionalização do Habeas corpus que previa a possibilidade de solicitação do remédio jurídico por “todo cidadão que entender que ele ou outrem sofre coação ou constrangimento ilegal em sua liberdade “, porém só será incluído na primeira constituição da república 1891.
Reorganiza a justiça criminal, extinguindo as ouvidorias de comarca, os juízes de fora, os juízes ordinários ou quaisquer resquícios do exercício da magistratura colonial
15. Organização do judiciário no 2o reinado.
- STF e Tribunal de relação das províncias (estâncias superiores)
- Promotores Públicos: Nomeados pelos Presidentes das Províncias com mandato de 3 anos, entre os que poderiam ser jurados, a partir de lista tríplice elaborada pela Câmara Municipal.
- Juízes de Direito: jurisdição na comarca; vitalícios; bacharéis; nomeados pelo Imperador. Principal atribuição: presidir o Conselho de Jurados (Júri de Acusação e Júri de Sentença) e “aplicar a lei aos fatos”.
- Juízes Municipais: jurisdição no termo; hábil advogado; escolhidos em lista tríplice feita pelas Câmaras Municipais para posterior nomeação pelo Presidente da Província
- Juízes de Paz: jurisdição no distrito; eleito; voto censitário; representante das elite .Atribuições: de conciliação; Julgamento de crimes de “menor importância” ; Responsáveis pela qualificação eleitoral ; Participação na elaboração da lista de jurados e Procedimentos relativos a formação da culpa). Possuindo atribuições judiciais, policiais e administrativas.
Caso o crime não seja da competência do Juiz de Paz para julgamento, após os procedimentos de formação da culpa, encaminhará os autos do processo ao Juiz de Direito, para a partir de então, sob a presidência do mesmo, forme-se dois corpos de jurados:
- Conselho de Jurados: eleitores; jures de acusação (Admissibilidade da acusação) e de sentença (Decisão sobre o mérito da acusação)
16. Reforma ao C.Proc.Crim. de 1ª Instância/1832
Reduziu toda a liberdade do ordenamento processual ao subtrair dos juízes de paz as atribuições de investigarpara entregá-las aos chefes de polícia (escolhidos entre os Desembargadores e Juízes de Direito) e seus delegados e subdelegados (escolhidos dentre os Juízes de Direito) – ambos nomeados pelo Imperador ou pelo Presidente de Província. 
16. Ato Adicional de 1834 (implementado por emenda constitucional)(reforma constitucional)
Corresponde a descentralização política. Criação das assembleias legislativas provinciais
Foi a lei que chegou mais perto da democracia durante o período imperial, pois criou a regência única, eletiva e temporária
Mesmo com a autonomia provincial, através das assembleias legislativas provinciais, o presidente ainda é indicado pelo Estado, mantém-se o Estado unitário.
17. Monarquia Parlamentarista 1847 
	O Parlamentarismo Monárquico no Brasil se consolidou com a criação do cargo de Presidente do Conselho de Ministros ou chefe do gabinete ministerial, o qual o Imperador D. Pedro II escolhia o Presidente do Conselho e este, por sua vez, escolhia os demais ministros, que deveriam ter a confiança tanto dos Deputados (membros da Assembleia Legislativa Geral) como do próprio Imperador, sob pena de ser dissolvido. 
A denominação de "Parlamentarismo às avessas" deve-se ao fato do Presidente do Conselho, que equivaleria ao Primeiro-Ministro do Parlamento Britânico, ser escolhido pelo Imperador e, portanto, a este subordinado e não ao Parlamento.
18. Lei de Terras
Em contrapartida a lei Eusébio de Queiroz foi aprovada a lei de terras que inibia a propriedade da terra através de apropriação. A posse se dá apenas pela compra realizada em leilão ou doação pelo imperador. Transforma a terra em propriedade.
Trata sobre normas do direito agrário brasileiro.
19. Legislação Comercial de 1850
A burguesia brasileira atrelada aos latifundiários preferiu priorizar a regulamentação da vida econômica em detrimento a vida civil, o que fez com que as disposições do Código Comercial muitas vezes fossem utilizadas também no direito privado comum!
20. leis abolicionistas
O escravo é considerado um bem alienável no período Brasil colônia e império. Apenas era considerado bem vinculado quando fazia parte da hipoteca (acessório da fazenda).
A escravidão era baseada na norma da perpetuidade, ou seja, ate a morte ou ate receber alforria (limitada a benevolência do proprietário e poderia ser revogada no caso de ingratidão).
Os escravos eram os que nasciam de escravos ou eram trazidos da África. (os próprios africanos escravizavam as tribos mais fracas e comercializavam com os europeus )
O escravo é pessoa quando agente do crime e coisa se for vítima, porem as penas eram limitadas para não causar prejuízos financeiros aos proprietários com a morte ou invalidez do escravo. 
Com o desenvolvimento da indústria e consequente capitalismo, a escravidão passou a ser um entrave para o crescimento econômico, pois a mão de obra assalariada era mais eficaz, constituindo trabalho a preço barato e mercado consumidor ao mesmo tempo.
- Tratado de aliança e amizade limitando a mão de obra escrava coibindo o comércio desses (assinado por D João e Inglaterra)
- Lei Feijó 1831 visava coibir o tráfico de escravos (para inglês ver). Governo brasileiro foi omisso em seguir essa lei. Os juízes de Paz não iniciavam o processo nem a fiscalização, pois representavam a elite escravocrata. Ineficácia na fiscalização e julgamento pela omissão da justiça comum, representada pelos juízes de paz e júri de acusação.
- O parlamento britânico aprovou em 1845 a Lei Bill Aberdeen conferia a marinha inglesa o direito de aprisionar qualquer navio negreiro, mesmo em águas nacionais, e dava aos tribunais ingleses do vice - almirantado o direito de julgar os traficantes. 
- Lei Eusébio de Queiroz de 1850 proibia o tráfico de escravos. (Mesma matéria jurídica da lei Feijó) a fiscalização e julgamento era realizado por auditores da marinha.
- Decreto de 1866 concedia alforria aos escravos designados para o serviço do exercito. (Guerra do Paraguai) primeira lei que imposta pelo estado que concedia a liberdade aos escravos.
- Lei do ventre livre (lei Rio Branco )1871 (lei protelatória), tornava livre todos os filhos de escravos que nasciam a partir dessa data. Porém isso não aconteceu.
- Lei do sexagenário (Lei Saraiva - Cotegipe )1885 (lei protelatória), tornava livre todos os escravos acima de 60. Porém teriam que trabalhar mais 3 anos para indenizar o proprietário.
- A lei áurea 13 maio de 1888 (Princesa Isabel , regente na ausência de D Pedro II) . 
VI. Direito na primeira república
1. A Velha República (1889/1930).
- Após a proclamação da República foi instaurado um Governo Provisório (Corpo Político temporário encarregado de dirigir o País até a aprovação de uma nova legislação em bases republicanas). Presidido por Deodoro que governava por decretos de lei. A vitaliciedade do Senado e do Conselho de Estado foram abolidas, ao mesmo tempo em que se dissolvia a Câmara dos Deputados. 
- Criação da federação, as províncias se tornam estados. O País se torna laico. Eleição da assembleia constituinte. (Rui Barbosa foi o escritor, artífice da 1ª constituição da República). 
- A eleição do 1º presidente, prevista na CF, foi realizada de forma indireta através do colégio eleitoral. Eleições separadas para presidente e vice. A assembleia constituinte passa a formar o congresso. Vice também presidente do Senado.
- A sucessão de Deodoro, que renúncia após um breve mandato, se dá a Floriano Peixoto seu vice, apesar de estar citado na CF 1891 que o vice-presidente somente substituiria a presidência se decorridos 2 anos de mandato, utiliza-se a excepcionalidade do artigo que previa a 1ª eleição como indireta para justificar a assunção de Floriano Peixoto, o marechal de ferro, representante das oligarquias cafeicultoras. 
- No período conhecido como república oligárquica, a relação de cooperação entre os estados e a federação era estabelecida pela política dos governadores, que garantia a influência da elite agrária nos estados através da diplomação ou degola de candidatos a governador na Comissão de Verificação dos Diplomas dos Eleitos (controlada pelo Estado), em contra partida a ação dos latifundiários que ,valendo-se do coronelismo , mantinham a sucessão eleitoral dos presidentes entre os paulistas e mineiros de forma alternada. São Paulo e Minas Gerais eram os maiores colégios eleitorais e principais economias.
- O coronelismo teve origem na guarda nacional. O coronel comprava o seu titulo e passava a comandar uma guarda regional. Os interesses da elite agraria era garantido pelo uso da força. 
- Nos municípios o voto era controlado através do coronelismo, empregando o clientelismo (troca de favores por voto) e o voto de cabresto (uso da força pelos jagunços, coação nas eleições). Essa prática ocorria nos currais eleitorais e era favorecida pelo voto descoberto.
2. A Constituição Republicana de 1891 (1ª a ser promulgada) 
O País passou a chamar-se República dos Estados Unidos do Brasil.
	Forma de Governo era a República de Perfil Presidencialista.
.	Rui Barbosa é o artífice da constituição.
Abolição da pena de morte para crime comum, banimento judicial, trabalhos forçados , prisão perpétua ( até 30 anos ) ( tudo já previsto no código penal de 1890 )
O exercício do Poder Executivo: Presidente da República (mandato de 4 anos sem reeleição imediata), auxiliado por Ministros de Estado de sua livre escolha e pelo Vice-Presidente que também exercia a Presidência do Senado. Voto direto.
- Legitimidade de poder executivo e legislativo (nas 3 esferas) se dá por eleição direta.
O exercício do Poder Judiciário pelo Supremo Tribunal Federal (nomeados pelo Presidente da República mediante aprovação do Senado). 
Instancias jurídicas: Supremo Tribunal Federal (antes STJ) e juízes e tribunais federais(nomeados ) e nas constituições estaduais , tribunal de justiça e juiz de direito. 
Dualidade da Justiça Comum, instituindo a Justiça Federal para apreciar as causas em que a União fosse parte. Todas as questões denatureza constitucional seriam da competência dos juízes federais, que poderiam declarar a inconstitucionalidade das leis nos casos concretos, surgindo, assim, o controle difuso de constitucionalidade das leis em nosso País.
Supremo Tribunal Federal - Passou a ter função uniformizadora da jurisprudência em matéria de direito constitucional e federal.
 Uma das mais significativas contribuições de Rui Barbosa à Constituição de 1891 foi atribuir ao recém-criado Supremo Tribunal Federal o controle sobre a constitucionalidade das leis e atos do Legislativo e Executivo. E, como o projeto constitucional não contemplava a garantia da liberdade do indivíduo em situações de violência ou coação, por ilegalidade ou abuso de poder, Rui acrescentou-lhe o direito ao habeas-corpus. Assim, foi Rui Barbosa quem transformou o STF no guardião da Constituição e, em especial, dos direitos e liberdades individuais. 
Obs:
 - O HC garantia os direitos abrangendo o “manda de segurança”. Hoje abrange apenas o direito de liberdade. Apenas na CF 1934 é instituído o mandando de segurança.
- Na Justiça Federal, os juízes eram nomeados, vitalícios, com garantias da inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos.
- Obs. : STF estância federal e recursão. Inamovibilidade instituída, mantém vitaliciedade e irredutibilidade de subsídios.
O Poder Legislativo, Bicameral - constituído pelo Congresso Nacional: Senado Federal (9 anos) e Câmara dos Deputados (3 anos). É exercido pelo Congresso Nacional, com sanção do Presidente da República. Representantes do povo eleitos pelos Estado (unidades federativas) e pelo Distrito Federal (capital da República), mediante o sufrágio (voto) direto.
Adoção de uma organização federativa: os estados membros da federação (antigas Províncias) adquiriram amplas prerrogativas: organizar força militar própria, constituir a Justiça Estadual e autonomia tributária, eleição para governador e Assembléia Legislativa. Os Estados da Federação passaram a ter suas Constituições hierarquicamente organizadas em relação à Constituição Federal.
3. Sistema Eleitoral Republicano
1881 Lei Saraiva ou lei literária - Reforma eleitoral do império (questão dos analfabetismos). As eleições serão diretas (não há mais a figura do votante), descoberto e censitário baseado na renda, obrigatoriedade da declaração da renda para eleitores e elegíveis. Menção em “o eleitor saber ler e escrever”, porém poderia designar alguém para votar para ele. Não necessariamente excluiria o analfabeto ainda.
1890 regulamento Alvim exclui os analfabetos (usou como referencia a lei saraiva de 1881). Elegeu a 1ª assembleia constituinte.
Eleição direta e voto a descoberto (não secreto).
Eleições para Presidência da República e Presidências dos Estados e para os Órgãos Legislativos, tanto Federal como estadual.
Eliminação da exigência de renda mínima (voto pecuniário ou censitário) para ser eleitor; mas excluía o analfabeto (a assinatura da cédula pelo eleitor tornou-se obrigatória).
Sufrágio universal para os cidadãos do sexo masculino, maiores de 21 anos.
Portanto, excluídos do exercício de cidadania ou direito políticos: mulheres, analfabetos, mendigos, os praças de pré (soldados, cabos e sargentos) e os religiosos de ordens que impunham a renúncia à liberdade individual.
Além disso, reservou-se ao Congresso Nacional a regulamentação do sistema para as eleições de cargos políticos federais, e às Assembleias estaduais a regulamentação para as eleições estaduais e municipais.
4. Estado e Igreja na república
Definiu-se a separação entre a Igreja e o Estado.
As eleições não ocorreriam mais dentro das igrejas. 
O governo não interferiria mais na escolha de cargos do alto clero, como bispos, diáconos e cardeais, como no governo Imperial.
Além disso, o País não mais assumiu uma religião oficial, que àquela altura (durante a vigência do governo monárquico) era a católica. 
O monopólio de registros civis passou ao Estado, sendo criados os cartórios para os registros de nascimento, casamento e morte, bem como os cemitérios públicos adquiriam administração pela autoridade municipal, onde qualquer pessoa poderia ser sepultada, independentemente de seu credo. 
O Estado também assumiu, de forma definitiva, as rédeas da educação, instituindo várias escolas públicas de ensino fundamental e intermediário; o ensino público tornou-se laico.
5. A Codificação de Direito Penal (Código Penal de 1890)
Com a Constituição Republicana de 1891 são abolidas as penas de galés, banimento judicial e a pena de morte para crime comum.
Segue o princípio da Legalidade e o princípio da Territorialidade para o crime.
Crime e Contravenção foram diferenciados um do outro.
Proíbe a imputação de penas infamantes (abolira as penas de galés e as penas perpétuas) e a pena restritiva de liberdade individual passou a ser de 30 anos.
Instalou-se o regime penitenciário de caráter correcional.
Inovação quanto a progressão da pena e livramento condicional.
Revoga-se a Pena de Morte para crime comum. 
6. A inimputabilidade prevista no Código Penal de 1890
Os menores de 9 anos completos;
Os maiores de 9 e menores de 14, que obrarem sem discernimento;
Os que por imbecilidade nativa, ou enfraquecimento senil, forem absolutamente incapazes de imputação;
Os que se acharem em estado de completa privação de sentidos e de inteligência no ato de cometer o crime;
Os que forem impelidos a cometer o crime por violência física irresistível, ou ameaças acompanhadas de perigo atual;
Os que cometerem o crime casualmente, no exercício ou pratica de qualquer ato licito, feito com atenção ordinária;
Os surdos-mudos de nascimento, que não tiverem recebido educação nem instrução, salvo provando-se que obraram com discernimento.
7. Código Civil de 1916 (o Código Civil de Clóvis Bevilacqua) (Revogasse qualquer legislação de influência portuguesa com a revogação completa do livro IV das ordenações Filipinas) 
O Código já nasceu obsoleto, com traços fortes do patriarcalismo, do individualismo e do patrimonialismo nacionais.
Manteve-se fiel à tradição liberal-conservadora, perfil que pode ser constatado, por exemplo no Direito de Família:
VII. Era Vargas 1930/1945
1. O Governo Provisório – 1930 / 1934 
Lei Orgânica que institui o Governo Provisório – Decreto nº 19398 de 11/11/1930, alçando Getúlio Vargas ao Poder do País, primeiramente como chefe do Governo Provisório.
Após a Revolução Liberal de 1930, rompeu-se o círculo vicioso dos governos oligárquicos e abriu-se caminho para a ascensão e atuação de novas formas sociais.
O governo provisório comanda através de Decretos-Leis;
Nomeação de interventores para substituir os governadores estaduais (na maioria tenentes que participaram da Revolução de 1930);
Dissolução do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas Estaduais e das Câmaras Municipais 
Nenhum ato ou decreto do Governo Provisório e dos interventores poderia ser contestado na justiça brasileira;
Suspensão das garantias constitucionais expressas na Constituição de 1891, exceto o HC para crimes comuns;
Criação de novos ministérios, como o da Educação e Saúde Pública, e do Trabalho, Indústria e Comércio;
2. Legislação trabalhista 
Criou-se o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Nos anos seguintes, regulamentaram-se os sindicatos, a jornada de trabalho e o trabalho dos menores e das mulheres.
Para vincular o trabalhador ao Estado, preparou-se uma legislação própria, que acabou ligando todos os órgãos trabalhistas (sindicatos) diretamente ao Ministério do Trabalho.
1932 – Comissões Mistas de Conciliação (Juntas de Conciliação e Julgamento). Órgão administrativo composto por 2 juízes classistas (sindicato laboral e sindicato patronal) e um Juiz de Direito, presidente, indicado pelo governo. Tais juntas somente foram revogadas do ordenamento jurídico brasileiro em 1999, que transformou as JCJ em Varas do Trabalho.
A denominação Justiça do Trabalho surgiu no âmbito da Constituição de 1934, porém na esfera administrativa. Criada por Leiem 1939 e instalada em 1941 – Estado Novo – vinculada ao Ministério do Trabalho. Torna-se órgão do Poder Judiciário na CF/1946.
3. o Código Eleitoral de 1932 – Decreto nº 21.076 (24/02/32)
Criou a Justiça Eleitoral, que passou a ser responsável por todos os trabalhos eleitorais - alistamento, organização das mesas de votação, apuração dos votos, reconhecimento e proclamação dos eleitos. Além disso, regulou em todo o País as eleições federais, estaduais e municipais.
 Com o surgimento da Justiça Eleitoral, eliminava-se o mecanismo da degola (Processo em que os candidatos da oposição não tinham sua eleição reconhecida pelo Congresso, dominado pela maioria governista, e por isso eram impedidos de tomar posse).
O Código introduziu o voto secreto, o voto feminino e a representação classista nos órgãos legislativos.
Registro prévio dos candidatos.
Voto a partir dos 21 anos.
Alistamento: iniciativa do cidadão ou ex-officio.
4. Revolução Constitucionalista de São Paulo 1932
Embora derrotados, os revolucionários paulistas, conseguiram, pouco mais tarde, a concretização de um dos objetivos de sua luta. Foi realizada a eleição para a escolha dos membros da Assembleia Constituinte, que votou o projeto da Constituição de 1934. Ainda que tenha se revelado um completo fracasso do ponto de vista militar (os seus líderes foram presos pelas forças governistas), a Revolução de 32 foi um sucesso absoluto do ponto de vista político, porque Getúlio Vargas se sentiu forçado a consentir na elaboração de uma nova Constituinte, em 1933, que marcaria o retorno à normalidade constitucional do País.
5. A Constituição de 1934
Alteração do conceito de Estado de cunho Liberal americano para Estado Social (influência da Constituição da República Alemã de Weimar (1919) .
Manteve-se a federação, as eleições diretas e o mandato presidencial de quatro anos (sem reeleição imediata). No entanto, a eleição do primeiro Presidente da República deveria ser indireta: venceu na disputa presidencial, Getúlio Vargas.
Medidas Constitucionais:
Extinção do cargo de vice-presidente
Remédios constitucionais: habeas-corpus (proteção da liberdade pessoal) e criação do mandado de segurança (defesa do direito, certo e incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestamente inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade) e ação popular (Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a declaração de nulidade ou anulação dos atos lesivos do patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios).
Inclusão de Capítulos referente a Ordem Econômica e Social, Família, Educação e Cultura como deveres do Estado – ensino primário obrigatório e Segurança Nacional.
Em relação ao controle difuso de constitucionalidade houve a adoção de um tratamento especial – consagrou-se a competência do Senado Federal para suspender a execução de lei ou ato declarado inconstitucional pela Corte Suprema.
Previsão da Justiça do Trabalho; porém, não como órgão do Poder Judiciário.
Constitucionalizou-se a assistência jurídica gratuita aos necessitados.
Instituição da Justiça do Trabalho, salário mínimo, jornada de 8 horas, repouso semanal obrigatório, férias remuneradas, indenização por dispensa sem justa causa.
Proibiram-se as diferenças salariais com base em diferenças de sexo, idade, nacionalidade ou estado civil. 
Foram estabelecidos salários mínimos regionais; jornada de trabalho de oito horas; descanso semanal; férias anuais remuneradas; indenização do trabalhador em caso de demissão sem justa causa; regulamentação das profissões; proibição do trabalho a menores de 14 anos, de trabalho noturno para menores de 16 anos, de trabalho reconhecidamente nocivo à saúde aos menores de 18 anos e às mulheres (licença maternidade).
 Competência para elaboração de Legislação: somente a União poderia legislar (centralização) sobre: Direito penal, comercial, civil, aéreo e processual; registros públicos e juntas comerciais.
Nacionalização das riquezas do subsolo (se estabeleceu o princípio da propriedade nacional do subsolo, explorável privadamente mediante explicita concessão estatal)
Direito ao governo de estatizar empresas nacionais ou estrangeiras de acordo com o interesse geral.
Voto universal, secreto e direto – maioridade eleitoral 18 anos (menos para analfabetos e praças de pré e mendigos) – Justiça Eleitoral como órgão do Poder Judiciário. Admissão do sufrágio feminino obrigatório para maiores de 18 anos, possuidoras de renda.

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