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1. Dispensas Plúrimas e Coletivas 1.1. Comentários ao Artigo 477-A Dispensa coletiva é a que decorre de um único ato do patrão para afastamento simultâneo de uma gama de empregados pelo mesmo motivo: redução do quadro de empregados. Normalmente é praticada por dificuldade financeira que atravessa a empresa. Visa a manutenção da saúde econômica da empresa, sua sobrevivência e, por isso, pode reduzir apenas provisoriamente o quadro de empregados, que será restabelecido aos poucos, à medida que a empresa se recuperar. Já a dispensa plúrima é a que ocorre numa época envolvendo um grande número de empregados por diversos motivos, peculiares a cada caso. A motivação é diversa e a despedida pode não ocorrer num único ato ou dia, e sim em dias diferentes dentro de um período. Se o fluxo destas dispensas estiver dentro do padrão da normalidade da empresa, não será considerada dispensa coletiva, mas sim plúrima. O art. 477-A da CLT afirmou que as despedidas coletivas e plúrimas se equiparam à dispensa individual, logo, se operam sem a assistência sindical e sem a necessidade de prévia autorização em norma coletiva para sua efetivação. A novidade soterra a discussão a respeito da validade ou não da renúncia à Convenção 158 da OIT. Portanto, agora as dispensas coletivas ou plúrimas também fazem parte do poder potestativo do empregador. O texto pode trazer críticas em relação a contrariar os valores sociais do trabalho e à livre iniciativa previstos na CF, art. 1º III e IV. Causa estranheza que no momento atual em que o Judiciário preza e busca por meios de solução adequados aos litígios, o Legislativo aprove uma lei que dispensa a negociação e como mencionado anteriormente adicionam mais essa opção ao poder potestativo do empregador. Art. 477 – A. As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação. 2. Demissão Voluntária ou Incentivada 2.1. Comentários ao Artigo 477-B A extinção do contrato de trabalho pode se operar de forma unilateral ou bilateral. Será bilateral quando as partes ajustarem o fim do contrato. Esse ato de pôr fim ao contrato de comum acordo entre as partes contratantes se chama distrato. Uma das modalidades mais conhecidas de distrato no direito do trabalho é o Plano de Demissão Voluntária (PDV) ou Programa de Incentivo à Rescisão Contratual (PIRC) ou Plano de Demissão Incentivada (PDI). Essa modalidade já era muito utilizada na prática, mas não era regulamentada pela CLT. O Programa de Demissão Voluntária (PDV) ou Programa de Incentivo à Rescisão (PIR) ou Programa de Demissão Incentivada (PDI) pressupõe a criação de um programa ou plano, pelo patrão, com algum tipo de estímulo em dinheiro (prêmio), bens, serviços ou utilidades, para estimular e atrair empregados a pedirem demissão ou aceitarem o “desligamento”. Pode ser criado em norma interna ou coletiva. Se previsto em norma coletiva, gerará a plena, irrevogável e ampla quitação geral de todos os direitos decorrentes do contrato de trabalho. A lei apenas incorporou ao texto legal o entendimento do STF a respeito da matéria (STF, RE 590.415/SC, Rei. Min. Luís Roberto Barroso, j. 30.04.2015). Art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.
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