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Negociação Coletiva Conceito De Negociação Coletiva Modalidade de autocomposição de conflitos advinda do entendimento entre interlocutores sociais (Alice Monteiro de Barros). O principal papel do sindicato é a negociação coletiva, brigar pelos direitos do trabalhador através da negociação coletiva. Previsão legal Art. 8°, VI, da CF - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho. Não existe negociação coletiva sem a participação dos sindicatos. Existe uma previsão que você pode negociar com os trabalhadores, mas isso é quando o sindicato se recusa a participar. Princípio da boa-fé ou lealdade O sindicato é obrigado a participar de uma negociação coletiva. Os sindicatos dos empregados têm que analisar a proposta dos sindicatos dos empregadores, e vice e versa. CONVENÇÃO 98 DA OIT • Art. 4 — Deverão ser tomadas, se necessário for, medidas apropriadas às condições nacionais, para fomentar e promover o pleno desenvolvimento e utilização dos meios de negociação voluntária entre empregadores ou organizações de empregadores e organizações de trabalhadores com o objetivo de regular, por meio de convenções, os termos e condições de emprego. Fala sobre acordos, negociação coletiva. CONVENÇÃO COLETIVA • Art. 611 da CLT • 2 ou + sindicatos • Eficacia é erga omnis (=para toda categoria) Convenção: eu tenho 2 ou mais sindicatos, de um lado os sindicatos da empresas e do outro lado os sindicatos dos empregados. A eficácia é para toda categoria. DEVER FORMAL DE NEGOCIAR; OBRIGATORIEDADE DO EXAME DE PROPOSTA RECÍPROCAS; ESTABELECER A FINALIDADE E O ALCANCE DA NEGOCIAÇÃO; CATEGORIA DIFERENCIADA SUM-374 NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGEN̂CIA (conversão da Orientacã̧o Jurisprudencial no 55 da SBDI-I) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instru- mento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. (ex-OJ no 55 da SBDI-I - inserida em 25.11.1996) Categoria diferenciada: se eu sou motorista, e trabalho em uma empresa como motorista, a empresa é uma metarlugica, a convenção coletiva dos metarlúgicos não se aplica para mim. Obs: A categoria muda de acordo com a empresa, está relacionada a atividade preponderante da empresa, salvo os empregados singulares que possuem categoria diferenciada. ELABORAÇÃO AG. • Art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembléia Geral especialmente convocada para êsse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acôrdo, e, em segunda, de 1/3 (um têrço) dos mesmos. Como elaboro uma convenção coletiva? A convenção coletiva vai ser celebrada por assembleia geral, através de votação em primeira convocação, de 2/3 dos associados da entidade (convenção) e se for caso de acordo 1/3 dos mesmos. ACORDO COLETIVO O acordo coletivo é praticado entre empresa e sindicato. A validade é só para os trabalhadores daquela empresa que fez o acordo, não tem validade para toda categoria. Obs.: Sindicalizado: aquele que contribui para o sindicato. Representado: hoje eu sou representada pelo sindicato de advogados nessa empresa, mas amanhã se eu sair dela, eu posso não ser mais representada por ele e sim por outro. Filiado = sindicalizado=associado. Art. 611 § 1º Sindicato e empresa CONTEÚDO • Cláusulas normativas: I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e emprêsas acordantes; II - Prazo de vigência; III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos dispositivos; IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência; V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos; VI - Disposições sôbre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus dispositivos; não tem mais prorrogação. VII - Direitos e deveres dos empregados e emprêsas; VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as emprêsas em caso de violação de seus dispositivos. ULTRATIVIDADE. SÚM. 277 DO TST. SÚM. 277. CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - SÚMULA CUJA APLICAÇÃO ESTÁ SUSPENSA NOS TERMOS DA MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA NOS AUTOS DO PROCESSO STF-ADPF Nº 323/DF, REL. MIN. GILMAR MENDES - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. Antes da reforma trabalhista, tinhamos a súmula 277 do TST. Ou seja, toda vez que eu tinha um acordo ou convenção era como se aquilo fosse um aditivo, extensão do meu contrato de trabalho, e eu só poderia alterar a clausula do acordo ou convenção se eu tivesse uma nova negociação ou novo acordo. VIGÊNCIA. ULTRATIVIDADE. APÓS REFORMA TRABALHISTA • Art. 614, § 1º § 3o Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. O prazo máximo de duração de uma convenção é de 2 anos. Não se pode mais ter prorrogação, todo acordo e convenção terá vigencia durante um prazo que estará escrito nesse instrument, acabou esse prazo, acabou, não pode ter ultratividade. Ultratividade: é quando um acordo ou uma convenção coletiva deixa de ter vigência, ou seja, acaba e você não pode mais prorroga-lo, ele não fica vigente depois do prazo de vigência/termino dele, e o prazo máximo é de 2 anos. • ADPF 323 – STF Discutindo justamente se esse artigo seria válido depois da reforma trabalhista, pois alegam que poderia ser inconstituciona- por conta do direito adquirido. PRORROGAÇÃO, REVISÃO, DENÚNCIA E REVOGAÇÃO. • Art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de Convenção ou Acôrdo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembléia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art. 612 (2/3 convenção ou 1/3 para acordo) Prorrogação não pode, a não ser que as partes convencionem. Ex. A convenção ou o acordo é válido por 1 ano e as partes convencionam para ser prorrogada por mais 1 ano, nunca excedendo o prazo máximo de 2 anos. REGISTRO NO MTE. • Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acôrdo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos. toda vez que eu fizer um acordo ou uma convenção, depois de 8 dias, tem que registrar esse acordo ou convenção no Ministério da Economia, no site que chama “Mediador”. PUBLICIDADE Art. 614, § 1º As Convenções e os Acôrdos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. Assembleia Registro Vigência 3 dias NEGOCIADO x LEGISLADONEGOCIADO X LEGISLADO • Negociação (ART. 611-A): o que eu posso negociar • Parcelamento das férias em até três vezes; jornada de trabalho, com limitação de 12 horas diárias e 220 horas mensais; participação nos lucros e resultados; jornada em deslocamento; intervalo entre jornadas (limite mínimo de 30 minutos); extensão de acordo coletivo após a expiração; entrada no Programa de Seguro-Emprego; plano de cargos e salários; banco de horas, garantido o acréscimo de 50% na hora extra; remuneração por produtividade; trabalho remoto; registro de ponto. No entanto, pontos como fundo de garanta, salário-mínimo, 13º salário e férias proporcionais não podem ser objeto de negociação. Negociado X legislado significa que algumas matérias quando negociadas com os sindicatos, elas prevalecem sobre a lei. Essas matérias estão no art. 611-A. Negociado x legislado • Fora da negociação (ART. 611-B): o que eu não posso negociar • As negociações entre patrões e empregados não podem tratar de FGTS, 13º salário, seguro-desemprego e salário-família (benefícios previdenciários), remuneração da hora de 50% acima da hora normal, licença-maternidade de 120 dias, aviso prévio proporcional ao tempo de serviço e normas relativas à segurança e saúde do trabalhador. Antes da reforma trabalhista, tínhamos um acordo com sindicatos para diminuir o intervalo de refeição, aí invés de ter 1h teria meia hora. Os empregados começaram ir aos tribunais falando que não é valido isso, pois tem o direito a saúde. Com a reforma, ela fala que essas matérias do 611-A prevalecem sobre a lei, 611-B não pode ser negociada, mas tem algumas regras: a) o tribunal não pode vir falar o que é certo ou errado quando já tiver negociado; b) quando Tribunal analisar um acordo ou convenção só irá olhar os elementos do negócio jurídico. (votado em assembleia, 2/3...) c) se eu tenho um acordo ou uma convenção coletiva para mudar uma regra da convenção, o que prevalece é o do acordo. Acordo prevalece sobre convenção. Súmulas e outros enunciados dos Tribunais não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei (ex. terceirização); No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, ou seja, não poderá analisar o mérito da convenção ou do acordo coletivo; Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho ex. a empresa tem auxílio creche, mas nessa pandemia as crianças saíram da creche e o dono da empresa quer dar o auxílio creche, independente se está ou não na creche. PARTICIPAÇÃO NECESSÁRIA DO SINDICATO EM AÇÕES. • § 5o Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. Toda vez que eu tiver uma ação discutindo uma cláusula da convenção coletiva entre empresa e empregado o sindicato terá que participar dessa ação. E QUANDO NÃO HÁ NEGOCIAÇÃO? DISSÍDIO COLETIVO – CLASSIFICAÇÃO Dissidio coletivo é a ação que envolve o sindicato. É toda vez que as partes não conseguem negociar. • Natureza jurídica ou de direito É quando o sindicato está discutindo a interpretação de uma norma/ cláusula. • Natureza econômica ou de interesse É quando o sindicato não chega a um reajuste. DISSÍDIO COLETIVO – FUNDAMENTO Art. 114 da CF: § 1º Frustrada a negociação coletiva - ARBITRAGEM § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. Arbitragem: Tribunal arbitral, e vamos tentar chegar a um acordo. Só que eu tenho um arbitro que vai dar a decisão final. Quando não chega a um acordo, vai para arbitragem. Quando as partes não chegaram a uma negociação coletiva ou arbitragem, podem de comum acordo (as duas partes têm que concordar em ir para ação), ajuizar dissidio coletivo. Não cheguei a um acordo, ou eu opto pela arbitragem ou pelo dissidio coletivo, mostrando que tentei a negociação coletiva. Em caso de silencio da parte que tem que concordar, entende-se que ele concordou. DISSÍDIO COLETIVO – FUNDAMENTO LEGAL ARTS. 856 A 875 DA CLT PODER NORMATIVO DA JUSTIÇA DO TRABALHO • Criação, modificação extinção ou manutenção de normas e condições de trabalho. Poder normativo é o poder da Justiça do trabalho criar uma norma. PODER NORMATIVO DA JT. CONTEÚDO • Cláusulas normativas – fixar e regular as condições de trabalho. caráter econômico (reajustes, cesta básica, etc) e social (estabilidades provisórias, jornada de trabalho, etc). • Cláusulas obrigacionais – estabelecem direitos e obrigações entre as partes. Ex. submissão à arbitragem, multas pelo descumprimento de obrigações, criação de contribuições assistenciais a favor dos sindicatos. PODER NORMATIVO DA JT. LIMITES • MÍNIMO: Observância das condições mínimas instituídas pelo instrumento anterior; Tem que se observar as condições mínimas do reajuste da convenção anterior. Não pode dar um reajuste abaixo da convenção anterior. • MÁXIMO: Possibilidade de criação de obrigações, SOMENTE: • no vazio da lei; • quando não contrarie ou se sobreponha à lei vigente; • desde que as condições não estejam vedadas pela Constituição Federal; • que a matéria tratada não seja reservada à lei pela Constituição (ex. adicional de horas extras). Tem que observar a lei. DISSÍDIO COLETIVO. SENTENÇA NORMATIVA. LIMITES - À sentença normativa não se aplica norma preexistente. O que nela se faz é criar a norma, que deve ser obedecida pelas partes em determinado tempo e lugar. Assim, seus limites devem ser considerados, segundo o caso concreto com os elementos revelados no decorrer das negociações que restaram frustradas. (TST. ED-DC - 695050-71.2000.5.55.5555 , Relator Ministro: José Luciano de Castilho Pereira, Data de Julgamento: 20/11/2000, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DJ 01/12/2000) PODER NORMATIVO DA JT APÓS A REFORMA TRABALHISTA NEGOCIADO X LEGISLADO Não sabe se o limite é para o bem ou para o mal do trabalhador, STF que dará a palavra final. EFEITOS DA SENTENÇA NORMATIVA. ERGA OMNES – Sindicato x Sindicato Se ajuizado por uma empresa – extensão aos empregados desta. Sentença normativa: decisão proferida pelo dissidio coletivo. VIGÊNCIA DA SENTENÇA NORMATIVA. Art. 867 da CLT Parágrafo único - A sentença normativa vigorará: a) a partir da data de sua publicação, quando ajuizado o dissídio após o prazo do art. 616, § 3º, ou, quando não existir acordo, convenção ou sentença normativa em vigor, da data do ajuizamento; b) a partir do dia imediato ao termo final de vigência do acordo, convenção ou sentença normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo do art. 616, § 3º (60 dias antes do termo) Como funciona uma decisão do dissídio coletivo? Quando eu tenho uma decisão do tribunal (sentença normativa) ela vigora no dia que ela foi publicada, se eu não tiver um acordo, convenção ou sentença em vigor anterior. Ou seja, se não tiver nenhum acordo, convenção ou sentença em vigor, a partir do momento que foi publicada a sentença normativa entrará vigor imediatamente. Agora se eu tiver um acordo, convenção ou sentença em vigor, aí é a partir do dia imediato ao termo final da vigência do acordo, convenção ou sentença. Então virgulase eu ajuizei um dissídio faltando 60 dias para acabar o termo da convenção ou acordo, eu tenho que esperar este prazo passar para a sentença normativa vigorar. Desde que o ajuizamento seja 60 dias antes dela expirar. PRAZO DE VIGÊNCIA DA SENTENÇA NORMATIVA Art. 868, parágrafo único – 04 anos Prazo máximo de 4 anos.
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