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JOGOS E BRINCADEIRAS NA CONCEPÇÃO DE WALLON E VYGOTSKY

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JOGOS E BRINCADEIRAS NA CONCEPÇÃO DE WALLON E VYGOTSKY
O jogo na concepção de Wallon
    De acordo com a teoria de Wallon o desenvolvimento humano deve ser considerado nos vários campos funcionais que distribuem a atividade infantil, pois a criança deve ser contextualizada nas relações com o meio. Deste modo, o desenvolvimento irá ocorrer tanto em ambientes físicos como nos ambientes sociais, dois fatores importantes para a formação da personalidade. Esta realiza a integração de duas funções principais: a afetividade e a inteligência. No início do desenvolvimento a criança não vê suas interações separadas do parceiro, porém com o tempo a criança vai perdendo esse papel e individualizando. Para Wallon o homem nasce social e vai se individualizando no decorrer do desenvolvimento.
    O desenvolvimento envolve a afetividade, motricidade e inteligência. O autor enfatiza o papel da emoção em sua teoria, visto que, através dela estabelecem vínculos afetivos. A afetividade esta intimamente ligada á motricidade, como desencadeadora do desenvolvimento da ação e psicológico da criança. Segundo Wallon a aquisição motora desempenha progressivamente um crescimento para o desenvolvimento individual, é por meio do corpo e da projeção motora que a criança estabelece a primeira comunicação com o meio, por isso a criança deve ter oportunidade de brincar.
    Wallon classifica infantil como sendo sinônimo de lúdico, quer isto dizer, que o período infantil é a fase, no qual predomina o lúdico e nossa criatividade de forma mais espontânea. “Sabemos que é através das brincadeiras que as crianças estabelecem relação com o meio, interagem com o outro, para construir sua própria identidade e desenvolver sua autonomia.” (FREIRE et al, p.1). O brincar irá contribuir para o crescimento da criança e conseqüentemente auxiliar no desenvolvimento da mesma. Assim jogo seria uma atividade voluntaria, livre da criança e quando imposta por outra pessoa perde-se o caráter de jogo e passa a ser caracterizado com um trabalho ou ensino. Sendo assim, Wallon entende que o jogo compõe aquilo que foi assimilado pelo adulto, determinando quatro fases:
Jogos Funcionais: São caracterizados por realizar movimentos simples com o corpo, por meio dos sentidos. A criança irá reconhecer o prazer em executar funções, possibilitando de por em ação/prática as várias e novas aquisições adquiridas pela evolução da motricidade. Essas atividades são caracterizadas como “lei do efeito”, ou seja, a criança quando realiza uma ação agradável, ela tende a repetir buscando o prazer através da repetição. Exemplos: mover os dedos, tocar objetos, produzir ruídos e sons, dobrar os braços ou as pernas, entre outras.
Jogos de Ficção: A ênfase será no “faz de conta”, na situação imaginária. A criança irá representar/ imitar situações, papéis do seu cotidiano. Exemplos: imita os adultos, brinca de imitar a escolinha. A interpretação nesta atividade será ampliada.
Jogos de Aquisição: Quando o bebê se esforça para perceber, entender, imitar os gestos, os sons, imagens. Esta atividade relaciona com a capacidade de olhar, escutar e realizar esforços que contribuam para a compreensão.
Jogos de Fabricação: A criança irá distrair-se, se divertir com atividades manuais de criar, combinar, juntar e transformar. Estes jogos fazem parte de causa ou conseqüência do jogo de ficção, podendo se confundir no mesmo. Exemplo: Quando a criança cria e improvisa o seu brinquedo. Esses brinquedos serão a maioria “vinda” da vida fictícia.
    Os jogos são importantes, pois a criança confirma as múltiplas experiências vivenciadas, como: memorização, enumeração, socialização, articulação sensoriais, entre outras. De acordo com as idéias de Wallon os jogos para criança tem papel de progressão funcional, já para o adulto tem papel de regressão, uma vez que, o homem quer se desligar o mais rápido das atividades lúdicas (deixar de ser criança), aproximando-se das atividades como o trabalho. Mesmo sendo visto como uma quebra ás disciplinas as crianças não ignoram apenas colocam sob as necessidades das ações lúdicas.
    É importante o papel de um adulto/educador presente em todas as fases desenvolvimento da criança, pois será capaz de intervir adequadamente no jogo infantil, estacando o progresso e possibilitando maior crescimento. Por conseguinte, o adulto deve ser um facilitador e não um jogador do jogo.
    Para WALLON (1979) a compreensão infantil é uma simulação que vai da outra pessoa a si mesmo e de si mesmo ao outro. A imitação quando funciona como um meio para que haja essa fusão, representa uma ambivalência na qual explica algumas oposições, no qual o jogo encontra alimento.
Concepção de jogo para VygotskY
    Vygotskyi estuda o desenvolvimento humano considerando os aspectos social ou cultural dos indivíduos e apresenta estudos sobre o papel psicológico do jogo para o desenvolvimento da criança; a palavra jogo deve ser entendida como brincadeira, Caracterizando o brincar da criança como imaginação em ação, um dos elementos fundamentais. Com isso, é importante investigar as necessidades, as motivações e as tendências que as crianças manifestam e como se satisfazem nos jogos, a fim de compreendermos os avanços nos diferentes estágios de seu desenvolvimento, segundo Negrine 1995:
    O surgimento de um mundo ilusório e imaginário na criança é o que, na opinião de Vygotski, se constitui “jogo”, uma vez que a imaginação como novo processo psicológico não está presente na consciência da criança pequenas e é totalmente alheia aos animais. (NEGRINE, 1995 p. 10).
    O autor acredita ainda que o brinquedo também comporta uma regra relacionada com o que está sendo representado. Assim, quando a criança brinca de médico, busca agir de modo muito próximo daquele que ela observou nos médicos do contexto real. A criança cria e se submete às regras do jogo ao representar diferentes papéis, não se importando com o ganhar ou perder, pois o fato de estar brincando já lhe proporciona prazer. Trazendo o papel da imitação, onde a criança faz aquilo que ela viu o outro fazer, mesmo sem ter clareza do significado da ação. Aos poucos deixa de repetir por imitação, passando a realizar a atividade conscientemente, criando novas possibilidades e combinações. Por isso a imitação não pode ser vista como uma simples repetição mecânica dos movimentos e modelos, pois quando a ela age imitando está construindo novas possibilidades e se desenvolvendo tanto psicologicamente como fisicamente.
Jogo imaginário e representativo das crianças
    As crianças representam nos jogos aquilo que vivenciam em seu dia-a-dia, como por exemplo: “mamãe e filhinha”, “policia”, “de casinha”, nesses casos ela não cria, mas reproduz também aquilo que vêem na mídia, nos desenhos, seriados, filmes infantis; é evidente que quando Vygotsky realizou seus estudos os meios de comunicação não eram tão avançados, mas conforme afirma NEGRINE, 1995, independente da época,
    O jogo é sempre uma atividade com objetivos, isto é, seu propósito decide o jogo e justificativa a atividade, sendo o objetivo o fim último, que determina duas variáveis relevantes nos jogos da criança. (NEGRINE, 1995 p. 10).
    Negrine 1995 aponta que para Vygotsky se por um lado o jogo trás certa liberdade para a criança, por outro está liberdade é ilusória porque as crianças estão subordinadas ao significado das coisas e desenvolvem seu pensamento abstrato. Durante o jogo ela passa para o campo da realidade aquilo que era uma imaginação e são nos jogos coletivos que elas desenvolvem o controle do seu próprio comportamento e depois se desenvolve o controle voluntário.
Vínculo do jogo com o desenvolvimento
    Para Vygotsky o vinculo do jogo com o desenvolvimento é tudo aquilo que interessa à criança é a realidade do jogo, já que na vida real a ação domina o significado, no qual há uma transferência onipresente do comportamento do jogo para a vida real. No jogo a criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, isto permite que a criança esteja acima de suaidade média, que através do jogo contem tendências evolutivas que é considerada fonte de desenvolvimento.
    Segundo Vygotsky a zona de desenvolvimento proximal, se refere às funções, que não estão totalmente amadurecidas, mas que estão em processos. Afirma ainda que a zona de desenvolvimento proximal é que vai determinar o nível real desse processo em que a criança se encontra.
    Segundo o relato de experiência de Negrine (1995) apresenta que a tentativa de realizar uma atividade sozinha sem sucesso, há uma desistência e passa a ajudar os próximos, com essa cooperação a criança vota em sua atividade individual, e começa a sua própria criação, não como forma de copia mas de uma forma de desenvolvimento da aprendizagem. (tentei não consegui sozinho, ajudo o colega observo que consigo, e volto realizar sonho minhas atividades, podendo reconstruir sozinho)
    As tarefas cooperativas podem auxiliar no desenvolvimento das crianças, quando falamos do processo de desenvolvimento da criança não podemos esquecer as ações dom professor, isto é qual é a relação do discente em relação aos jogos das crianças, ate onde o professor interfere nessa criação. O professor pode atuar em duas situações, uma em normas como fechamento e outra como norma como abertura.
    A norma como fechamento é quando o professor determina tudo o que deve ser feito pela criança no tempo e no espaço do jogo. Essa forma de conduzir as atividades pode ter a perca da espontaneidade das crianças, isto é as crianças perde a sua criatividade.
    A norma como aberta, é aquela que a atuação do professor planeja atividades lúdicas no qual as crianças: a) Transite em diferentes espaços em diferentes formas. b) Vivencias corporais de diferentes formas e estilos.
    Nesse sentido Vygotsyi afirma que a criança avança essencialmente através de atividades lúdicas, isto é para um melhor desenvolvimento da criança é indicado o trabalho de norma como aberta, no qual se trabalha a ludicidade com as crianças. O jogo imaginário e representativo das crianças: situação imaginaria da criança que esta próxima ao real.
    A essência do jogo é a nova relação que se cria entre o campo do significado e o campo real que, seria a relação entre a imaginação que só existe no pensamento e situações reais. Para Vygotsky, tão somente uma analise interna e profunda do jogo permite determinar o percurso de suas mudanças e seu papel no desenvolvimento. Trazendo essas informações para a educação física, percebemos que é nessa disciplina que o aluno terá mais possibilidades de trabalha essa zona de desenvolvimento, possibilitando mais vivencias com a criação e imaginação.
Referências
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 132. http://www.efdeportes.com/efd132/reflexoes-sobre-o-jogo.htm
22/04/2013 https://pedagogiaaopedaletra.com/concepcoes-de-jogo-conforme-vygotski-piaget-wallon/
NEGRINE, Airton. Concepção o jogo em Vygotski: uma perspectiva psicopedagógica. Rev. Movimento, n. 02, ano 02, 1995.

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