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economia 2 aula 2B

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CURSOS ON-LINE – ECONOMIA 2 – PROF. MOZART FOSCHETE 
www.pontodosconcursos.com.br 
1
4. A equação da Curva de Phillips e a tese 
aceleracionista 
 
 Vejamos o que, de fato, está por trás do argumento desses 
críticos: Já sabemos que os preços se alteram em decorrência de 
deslocamentos das curvas de demanda e de oferta agregadas. No 
caso da curva de demanda agregada, seus deslocamentos são 
fruto de medidas de política econômica – expansão dos gastos do 
governo, redução de impostos e expansões da oferta monetária. 
Quanto à curva de oferta agregada, seus deslocamentos 
geralmente decorrem dos chamados “choques de oferta”, 
traduzindo estes em aumentos de custos de produção, tais como 
os choques do petróleo dos anos 70, as quebras agrícolas, 
aumentos de “margens de lucro” (mark-up), aumentos dos preços 
das matérias-primas e, notadamente, aumentos de salários acima 
da taxa de aumento da produtividade. Vamos tomar os aumentos 
de salários como a principal causa do deslocamento da curva de 
oferta agregada (OA) - no caso para a esquerda1. 
 Esse deslocamento da curva (OA) para a esquerda significa 
que, com um aumento de salários, os mesmos níveis de produção 
só serão oferecidos a um preço mais alto, ou seja, a um preço 
que compense o aumento do custo em que se incorre para cada 
nível de produção. Este deslocamento da curva de oferta agregada 
para cima e para a esquerda está ilustrado na Figura 3, a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Atente-se que pode ocorrer, também, choques de oferta positivos, de redução de custos – o que 
deslocaria a curva de oferta para a direita. 
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2
 
P 
 OA1 
 P1 OA0 
 
 P0 
 DA 
 
 Y1 Y0 Y 
 Figura 3 
 
 Vamos, agora, estabelecer um padrão de comportamento 
para a evolução dos salários ao longo do tempo. Por hipótese, 
podemos imaginar uma situação em que os salários do período t 
são negociados no período t-1 e esta negociação está 
condicionada a duas variáveis: o nível do desemprego e a taxa 
esperada de inflação para o tempo t, já que os assalariados têm 
duas preocupações básicas: a manutenção do emprego e a defesa 
do poder de compra dos seus salários. 
 Neste contexto, quanto maior for a taxa de desemprego no 
período t-1, menor será o reajuste dos salários no período t; e 
quanto maior a expectativa de aumento de preço entre t-1 e t, 
maior deve ser o reajuste de salários em t. Matematicamente, esta 
conclusão pode ser facilmente representada pela seguinte 
equação: 
Л = Лe -ß(µ - µn) (2) 
onde, Лe é a taxa de inflação esperada. 
Pela equação (2), a taxa de inflação em dado período depende 
de quanto os agentes econômicos esperam de inflação e do nível 
da atividade econômica. Em outras palavras, pode ocorrer inflação 
simplesmente porque os agentes acreditam que haverá inflação. 
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3
Mas, como os indivíduos formam suas expectativas? Existem 
duas correntes explicativas: as chamadas expectativas adaptadas 
e as expectativas racionais. 
 De acordo com a versão das expectativas adaptadas ou 
adaptativas, a inflação esperada para o período t é o resultado 
de uma média ponderada da inflação observada nos últimos anos. 
 Já a corrente das expectativas racionais considera que os 
agentes econômicos não olham o passado, mas as informações 
disponíveis no presente. Para formar suas expectativas sobre a 
inflação futura, o indivíduo não incorre em erros sistemáticos, e 
aprende com os erros passados, incorporando essa informação às 
suas expectativas. 
 Feitas estas considerações, voltemos às críticas e 
argumentos do Professor Friedman: 
 
5. A Curva de Phillips de longo prazo 
 
 
 Friedman argumenta que a curva de Phillips que nós 
observamos é uma curva traçada historicamente quando os 
indivíduos nunca sabiam que taxa de inflação esperar. A 
possibilidade de escolha entre inflação e desemprego só existiria 
no curto prazo e na medida em que exista um ajustamento 
defasado dos salários em relação aos preços. Porém, quando os 
trabalhadores começam a perceber e a esperar uma elevação de 
preços, eles passam a lutar por reajustes salariais em montante 
equivalente à taxa esperada de inflação. 
 A visão de Friedman, como se pode deduzir facilmente, é 
inteiramente dentro da análise da escola clássica que afirma que o 
mercado de trabalho funciona em termos de salários reais – tanto 
do lado da demanda por trabalho (da parte das empresas), como 
da parte da oferta de trabalho (da parte dos trabalhadores). 
Seguindo esse raciocínio, qualquer tentativa governamental de 
reduzir o nível de desemprego através de ativação da demanda 
agregada que conduza a mais inflação resultará fatalmente numa 
inflação em permanente aceleração, pois uma vez que se criam 
expectativas inflacionárias no sistema econômico, os trabalhadores 
exigirão novos reajustes salariais, retornando o salário real aos 
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níveis anteriores e, portanto, não propiciando o aumento do nível 
de emprego. 
O desenvolvimento deste processo de ajustamento desloca a 
Curva de Phillips para a direita anulando o trade-off supostamente 
existente no curto prazo. A repetição deste processo por algum 
período de tempo vai mostrar que a Curva de Phillips de longo 
prazo é vertical. 
Negando a possibilidade (no longo prazo) do trade-off implícito 
na Curva de Phillips tradicional, este modelo de expectativas 
inflacionárias afirma que é impossível conduzir a atividade 
econômica a níveis mais altos de emprego do que a assim 
chamada taxa natural de desemprego sem gerar uma inflação 
em aceleração. Esta taxa é determinada no ponto em que a curva 
de Phillips é vertical. 
Analiticamente, a taxa natural de desemprego é aquela taxa 
de desemprego que poderia ser chamada de nível de desemprego 
de equilíbrio a longo prazo quando a economia se desenvolve 
normalmente ao longo de seu curso de expansão de longo prazo. 
Esta taxa – como já foi visto - é composta pelo desemprego 
friccional - existente em qualquer momento na economia, - e pelo 
desemprego estrutural, concorrendo para estes tipos de 
desemprego as condições estruturais do mercado de trabalho e de 
produtos. 
O desenvolvimento do processo que conduz, no longo prazo, a 
uma curva de Phillips vertical pode ser assim descrito: 
DDaaddaa aa ““ttaaxxaa nnaattuurraall”” ddee ddeesseemmpprreeggoo,, aappaarreenntteemmeennttee ssóó éé 
ppoossssíívveell rreedduuzziirr oo ddeesseemmpprreeggoo ddee ffaattoo tteemmppoorraarriiaammeennttee,, ccoomm 
ppoollííttiiccaass eexxppaannssiioonniissttaass qquuee eelleevvaamm aa ddeemmaannddaa aaggrreeggaaddaa –– oo qquuee 
pprroovvooccaa uummaa eelleevvaaççããoo ddooss pprreeççooss ee ccoonnsseeqqüüeenntteemmeennttee rreedduuççããoo 
ddooss ssaalláárriiooss rreeaaiiss.. EEssttee aauummeennttoo nnaa ddeemmaannddaa ppoorr pprroodduuttooss ee aa 
qquueeddaa ddoo ssaalláárriioo rreeaall lleevvaamm aass ffiirrmmaass aa ddeemmaannddaarreemm mmaaiiss mmããoo--
ddee--oobbrraa,, rreedduuzziinnddoo--ssee tteemmppoorraarriiaammeennttee oo ddeesseemmpprreeggoo ppaarraa uumm 
nníívveell mmeennoorr qquuee aa ““ttaaxxaa nnaattuurraall””.. 
Do lado dos trabalhadores, no entanto, sua oferta de trabalho 
será afetada não só pela maior demanda das firmas, mas, 
principalmente, pela elevação dos preços, levando-os a exigirem 
aumentos salariais compensatórios. 
 
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 FFiigguurraa 44 
 
O aumento obtido dos salários nominais faz com que os 
salários reais retornem a seus níveis anteriores, provocando 
conseqüentemente um retorno do desemprego ao nível da “taxa 
natural”, porém, agora, com uma inflação mais alta. Novas 
tentativas de redução do desemprego através do mesmo 
mecanismo já descrito provocará contínuas elevações de preços, 
deslocando a curva de Phillips de curto prazo para a direita, 
sucessivamente, conforme ilustrado na Figura 4. 
 
6. Conclusões 
 
De tudo o que foi dito, tira-se uma única conclusão: o preço 
de se reduzir o nível de desemprego abaixo da “taxa natural” é 
uma inflação em permanente aceleração, dado que, a cada 
“rodada”, os trabalhadores, na expectativa de mais e mais 
inflação, revisarão para cima suas exigências salariais, 
prosseguindo-se o processo indefinidamente. 
A rigor, concluiriam os defensores da tese aceleracionista, a 
escolha não é entre inflação e desemprego, mas entre desemprego 
 U%
P
P2 
P1 
µ1 µn µ% 
Curva de Phillips 
de longo prazo 
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6
abaixo da “taxa natural” e uma inflação em permanente 
aceleração. A conclusão que se tira da análise da Figura 4 é que a 
curva de Phillips de longo prazo é vertical, não existindo o 
suposto “trade-off” entre taxas de inflação e desemprego. 
A título de conclusão, no entanto, vale registrar que ainda há 
os que defendem a tese espelhada na curva de Phillips. Para esses 
economistas, políticas de demanda expansionistas, que elevam os 
preços e reduzem o desemprego no curto prazo, acabam por ter 
efeito positivo no longo prazo na medida em que os indivíduos que 
obtêm emprego se tornam mais qualificados, provocando uma 
redução do nível de desemprego estrutural e, portanto, deslocando 
a curva de Phillips para a esquerda. 
* * * 
Com isso, encerramos nossa Aula 2 de Economia II. Nesta Aula nós 
abordamos a questão da inflação e do desemprego, cujo modelo mais 
expressivo é a Curva de Phillips. 
Nossa próxima Aula – a de n° 3 – versará sobre a Economia 
Intertemporal.Até lá, então! 
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