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Disciplina de Fisioterapia Bucomaxilofacial 
 
Profª Ms. Itana Lisane Spinato 
 
 
01 - SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO 
 
 É uma unidade morfofuncional integrada e coordenada, constituída por um conjunto 
de estruturas esqueléticas, musculares, nervosas, glandulares e dentais organizadas ao redor 
das articulações temporomandibulares, occipito-atlanto-vertebrais da coluna cervical. 
 
Funções do sistema estomatognático 
 
A sucção 
 O primeiro reflexo do neonato é o da sucção. 
 Os movimentos de sucção são trabalhados e amadurecidos até o parto, intra-
uterinamente. 
 A correta alimentação do recém-nascido necessita de uma boa coordenação entre 
sucção, respiração, deglutição e está relacionada com tempo de gestação e o 
processo de aleitamento. 
 Quanto mais prematura a criança, menor essa coordenação, encontrando problemas 
de movimentos linguais e incoordenações entre a sucção e a deglutição. 
 Crianças nascidas com 33 a 34 semanas de vida intra-uterina chegavam a realizar 
quatro sucções por deglutição, quando o normal é de uma para uma. 
 Crianças nascidas com menos de 33 semanas apresentaram ligeiras apnéias e pausas 
respiratórias quando alimentadas. 
 
A amamentação 
 
Mamadeira: 
 
No intuito de interromper o fluxo abundante de leite de uma mamadeira (com um furo 
largo no bico) a criança é forçada a manter a língua contra o orifício para evitar que o leite 
continue saindo. 
 
Não há tanta força de sucção e não ocorrerá o velamento labial, o que estimula a 
respiração oral. 
 
Conseqüências da respiração oral são: maxila estreita; mordida cruzada posterior; mau 
hálito; sono agitado; postura corporal incorreta. 
 
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Mastigação 
 
Padrões de mastigação 
 Mastigação bilateral alternada. 
 
 Mastigação unilateral (restringida) - poderá causar assimetria facial e alteração 
oclusal. 
 
Deglutição 
 É uma função biológica complexa e coordenada em que ocorrem conexões 
neurológicas e um mecanismo em conjunto entre a musculatura envolvida. 
 
Características da deglutição atípica 
 Ausência de trabalho dos músculos masseteres; 
 Alteração da mastigação; 
 Movimentos compensatórios da cabeça em razão da não-elevação do hióide; 
 Cuspir ou juntar saliva nas comissuras labiais por dificuldade para deglutir; 
 Alteração na articulação de fonemas. 
 
 
Respiração 
 
Respirador Oral 
 A síndrome do respirador oral, também conhecida como síndrome de Pierre Robin, 
é o conjunto de sinais e sintomas de quem respira parcial ou totalmente pela boca. 
 
 É causado por algum tipo de obstrução nas vias aérea superiores, má oclusão 
dentária ou maus hábitos, levando a um padrão suplente de respiração que, por sua 
vez, vai gerar uma série de outras alterações importantes na dinâmica corporal. 
 
Etiologia 
 
• Fatores obstrutivos (hipertrofia das adenóides ou das amídalas, traumatismos faciais, 
corpos estranhos, sinusites, rinites, ronco, apnéia do sono, baba noturna); 
• Fatores relacionados aos maus hábitos (sucção de dedos, chupetas, mamadeiras, 
costume de morder tampas de canetas e outros objetos). 
• Em primeiro lugar, ocorre modificação no posicionamento da língua e mandíbula, a 
diminuição o tônus dos músculos da face promovendo a hipoplasia maxilar. 
• Todo este processo passa a refletir sobre a cabeça e o pescoço, alterando a postura 
corporal. 
• A respiração oral leva à protusão de cabeça visando a manutenção da via respiratória 
pela necessidade de uma melhor respiração, através da retificação do trajeto das vias. 
 
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Alterações Corporais do Respirador Oral 
 
 
 
• Conseqüentemente, os grupos musculares (cadeias) tomam uma nova trajetória de 
função que passa a ser para frente e para baixo. 
• Com a musculatura do pescoço e da nuca nesta nova orientação é comum ver a coluna 
cervical retificada. 
• Quando a cabeça se anterioriza os ombros rodam internamente, deprimindo o tórax, 
levando a alterações no ritmo e na capacidade respiratória, pois o diafragma passa a 
trabalhar numa posição mais baixa e de forma assincrônica, o que ocasiona um fluxo 
respiratório mais rápido e curto, criando uma deficiência de oxigenação (o volume corrente 
diminui associado à menor mobilidade do tórax). 
• A flacidez e a distensão da musculatura abdominal e do estômago ocorrem pela 
excessiva deglutição de ar, podendo provocar dores na região lombar. Além deste sintoma, 
é comum aparecerem problemas digestivos, de fígado, incontinência urinária, dentre outros. 
• O incorreto posicionamento da cabeça pode alterar a função da ATM, ocasionando a 
dor. 
 
 
02 - ANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA MASTIGATÓRIO 
 
 
Dentição e Estruturas de Suporte 
 
• A dentição humana é composta por 32 dentes permanentes 
 
Anatomia Dental 
 
 
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Componentes Esqueléticos 
 
A Maxila 
 
• Dois osso maxilares se fundem na sutura palatina mediana. 
• Forma o palato e os rebordos alveolares que sustentam os dentes superiores. 
• Componente fixo do sistema mastigatório. 
 
Mandíbula 
 
• Osso em forma de U; 
• Sustenta os dentes inferiores; 
• Não possui ligação óssea com o crânio; 
• Fixa por músculos, ligamentos e tecidos moles 
 
Osso Temporal 
 
• É composto pela Fossa Mandibular (fossa glenóide ou articular), côncava; 
• Posterior - Fissura Timpânica; 
• Anterior - Eminência Articular, convexa; 
• A região superior da fossa mandibular é bastante fino - pequenas pressões; 
• A eminência articular consiste em um osso espesso e suportando maiores pressões 
 
Articulação Temporomandibular – ATM 
 
 
 
• Articulação complexa; 
• Proporciona um movimento de dobradiça em um plano – Gínglimo; 
• Realiza movimento de deslizamento – Artroidal; 
• Articulação Gínglimoartroidal; 
• A ATM é considerada uma articulação composta; 
• O disco articular funcionalmente atua como o terceiro osso não calcificado; 
 
O Disco Articular 
 
• Composto de tecido conjuntivo fibroso denso; 
• Na maior parte desprovido de vasos sanguíneos e fibras nervosas; 
• Alta resistência a forças compressivas; 
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• Baixo poder de regeneração; 
• Região Anterior; 
• Zona Intermediária; 
• Região Posterior. 
 
Funções do Disco Articular 
 
• Estabiliza o côndilo, harmonia articular 
• Aumenta a congruência articular 
• Amortece e distribui a pressão (cargas) na ATM 
• Protege a superfície óssea 
• Regula movimentos mandibulares 
• Deslizamento 
• Lubrificação articular 
 
Região Retrodiscal (Zona Bilaminar ou Ligamento* Posterior) 
 
• Tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado e inervado. 
• A lâmina retrodiscal superior liga o disco à placa timpânica; 
• Rica em fibras elásticas; 
• A lâmina retrodiscal inferior liga o disco à parte posterior do côndilo; 
• Fibras de colágeno não elásticas 
• Anteriormente o disco é preso no ligamento capsular que envolve a maior parte da 
articulação em todas as direções. 
• Esta fixação forma duas cavidades distintas. 
 
* Embora o Ligamento posterior não seja um ligamento por definição esta nomenclatura é 
constantemente encontrado na literatura. 
 
 
Inervação da ATM 
 
V Par – Nervo trigêmeo 
 
Nervo Auriculotemporal 
 
• Fornece a maior parte da inervação da ATM; 
• Parte do ramo mandibular passando posteriormente ao côndilo; 
• A inervação adicional é fornecida pelos nervos temporais profundos e massetérico. 
 
VII Par – Nervo Facial 
 
Vascularização 
• É fartamente irrigada por uma variedade de vasos que a circundam chamados “vasos 
alimentadores.” 
 
Ligamentos 
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Fonte: Graciela e Okeson, 2008 
• Ligamentos Colaterais (ligamentos discais) prendem as bordas lateral e medialdo disco 
ao côndilo; 
• Ligamento Capsular atua restringindo forças excessivas em todos os sentidos; 
• Retém o líquido sinovial; 
• Estímulos Proprioceptivo; 
• Ligamento Lateral ou Temporomandibular reforça lateralmente a cápsula articular; 
• A porção obliqua limita a abertura rotacional; 
• Protege estruturas vitais retromandibulares do pescoço; 
• A porção horizontal limita o movimento posterior do côndilo protegendo a região 
retrodiscal e evitando distensão no músculo pterigóideo. 
 
• Ligamento Esfenomandibular 
• Ligamento Estilomandibular 
 
Músculo Temporal 
 
 
 
Posicionador da ATM faz elevação e controla a retrusão mandibular 
Fonte: Netter 
 
 
Músculo Masseter 
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• A inervação é feita pelo nervo massetérico da divisão mandibular do nervo trigêmeo; 
• É o elevador da mandíbula. 
 
Osso Esfenóide - tem dois processos pterigóides (“asas”) 
 
 Fonte: Netter 
 
Músculo Pterigóideo Medial 
Elevador da mandíbula 
 
Músculo Pterigóideo Lateral – porção inferior (ação bilateral) 
Depressão da mandíbula e protusão 
 
Músculo Pterigóideo Lateral – porção inferior (ação uniteral) 
Lateralização 
 
Músculo Pterigóideo Lateral – porção superior 
Tração anterior do disco durante a elevação da mandíbula 
 
Músculo Digástrico – porção anterior 
Deprime a mandíbula 
 
Músculo Digástrico – porção posterior 
Fixação posterior do osso hióide em conjunto com o músculo estilohióide 
 
Músculos do Assoalho Bucal 
 
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Fonte: Netter 
 
 
Fonte: Netter, ADAM 
Músculos da Mímica Facial 
 
Biomecânica 
 
 
 
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O movimento mandibular é complexo e ocorre em atividades tridimensionais de rotação e 
translação inter-relacionadas. 
 
Movimentos da ATM 
 
Tipos de movimentos: 
 
Rotação : processo de girar em torno do eixo. 
Rotação da Mandíbula pode ocorrer em três planos: 
 Sagital 
 Horizontal ou Transverso 
 Frontal 
 
Translação : Movimento no qual todas as partes de um corpo têm velocidade e direção 
simultânea (Protrusão) 
 
Movimentos funcionais da mandíbula: União entre Rotação e Translação 
 
ROTAÇÃO NO PLANO SAGITAL 
 
Eixo Latero-lateral 
Ocorre no movimento de abertura bucal; 
É chamado de movimento de dobradiça é o único movimento de 
rotação “puro” que acontece na ATM; 
Ocorre na cavidade inferior da articulação. 
 
 
 
ROTAÇÃO NO PLANO HORIZONTAL OU TRANSVERSO 
 
Eixo vertical 
Côndilo se move anteriormente e para fora com o côndilo oposto 
funcionando como eixo 
Movimento de translação associado ao movimento de rotação 
Não ocorre de maneira isolada 
 
 
 
ROTAÇÃO NO PLANO FRONTAL 
Eixo antero-posterior 
Côndilo move-se inferiormente enquanto o outro permanece 
funcionando como eixo 
Movimento não ocorre isoladamente 
 
 
 
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03 - MOVIMENTOS FUNCIONAIS DA CABEÇA E CERVICAL COM 
REPERCUSSÃO NA ATM 
 
Oclusão 
• Ação de fechar ou estado de estar fechado.(Dorland´s Medical Dictionary) 
• Relação dos dentes maxilares e mandibulares quando estão em contato funcional 
durante a atividade mandibular. 
 
Oclusão cêntrica x relação cêntrica 
 
• Oclusão cêntrica = máxima intercuspidação habitual. 
• Relação cêntrica = posição da mandíbula quando os côndilos estão numa posição 
ortopedicamente estável (posição mais ântero-superior)com discos articulares 
corretamente interpostos. 
• Posição reprodutível. Ponto de partida dos movimentos mandibulares. 
 
Má-oclusão ou maloclusão 
• Relação inadequada dos contatos dentários durante a função. 
 
 
 
Ortodontia 
 
• A Ortodontia é o ramo da Odontologia relacionado com o estado das anomalias faciais. 
• Vem de orthos do grupo que significa reto e odontos que significa dentes. 
Tentativas de correção dentária datam de 1000 a.C 
 
Histórico Oclusão 
 
• Hipócrates foi um dos primeiros a comentar a deformidade craniofacial: 
“Aqueles indivíduos com cabeças alongadas, abóbada palatina bem arqueada, dentes 
irregularmente posicionados, apinhando-se uns sobre os outros, e eles são incomodados 
por dores de cabeça e otórreia.” 
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• Em 1890, Edward A. Angle, foi responsável por parte do desenvolvimento de um 
conceito de oclusão da dentição natural. 
• Ele subdividiu os principais tipos de maloclusão e incluiu a primeira definição clara e 
simples da oclusão normal na dentição natural. 
• Angle, então, descreveu três tipos de maloclusão, baseado na relação oclusal dos 
primeiros molares: 
 
Classificação de Maloclusão de Angle 
 
• Classe 1 – A cúspide mesio-vestibular do primeiro molar inferior oclui na área do nicho 
entre o segundo pré-molar superior e o primeiro molar 
• Classe 2 - O molar inferior está posicionado distalmente em relação ao molar superior. 
Classe 3 - O molar inferior está posicionado mesialmente em relação ao molar superior. 
 
Relação Postural de Bricot com a Classe de maloclusão de Angle 
 
Classe I 
• Bricot descreveu a associação da postura com as classes de Angle e os tipos faciais; 
• Relação normal das curvaturas para a classe I 
 
Classe II 
• Anteriorização da cabeça e retificação da cervical; 
• Ombros enrolados 
 
 
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Classe III 
• Posteriorização da cabeça e retificação ou hiperlordose da cervical; 
 
 
 
Traçado de Rocabado (1984) 
 
Analisa-se dentre outros os seguintes fatores na cefalometria: 
 
1. Crânio-Vertebral: corresponde ao ângulo formado pela distância da espinha nasal 
posterior com a base do crânio (Plano de McGregor), e o ápice do processo odontóide com 
a vértebra C2 (Plano Odontóide). Normal = 101º + 5 (96 - 106º). 
 
2. Espaço C0-C1: Espaço Funcional C1: corresponde à distância da base do crânio com a 
vértebra Atlas. Espaço Funcional C0-C1 = 6,5 mm + 2,5 (4 - 9 mm). 
 
3. Espaço C1-C2: Espaço Funcional C2: corresponde à distância do ponto inferior da 
vértebra Atlas ao ponto superior da vértebra Axis. Espaço Funcional C1-C2 = 6,5 mm + 2,5 
(4 - 9 mm). 
 
4. Triângulo Hióide: corresponde à distância do ponto H (ponto mais posterior do hióide) 
com ponto D (centro do Mento) e o ponto mais inferior da vértebra C3. 
 
5. Curvatura Cervical: Corresponde a distância entre os corpos vertebrais à linha traçada 
posteriormente ao corpo vertebral de C2 à C7 (ROCABADO, 1984). 
 
 
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Ângulo craniovertebral: 
 
• Diminuição do ângulo = rotação posterior do crânio = anteriorização da cabeça 
• Aumento do ângulo = rotação anterior da cabeça = posteriorização da cabeça 
• A posição de C2 determina o ângulo craniovertebral e o ângulo craniovertebral 
determina a curvatura cervical. 
 
 
• Diminuição do ângulo craniovertebral = rot. post. do crânio = anteriorização da 
cabeça = RETIFICAÇÃO DA LORDOSE CERVICAL. 
 
• Aumento do ângulo craniovertebral = rot. ant. do crânio = posteriorização da cabeça 
= HIPERLORDOSE CERVICAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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04 - TRAUMATOLOGIA DE FACE - ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA 
 
Etiologia: Agressão interpessoal, acidente de trânsito, Acidentes no esporte e quedas 
 
Emergência no Atendimento 
 
• Traumas de face - advém da necessidade: 
• Controle das hemorragias e condições hemodinâmicas 
• Prevenção e controle de infecções 
• Restabelecimento da permeabilidade das vias aéreas (da respiração e oxigenação) 
devido ao risco de asfixias. 
 
Traumas buco-maxilo-faciais apresentam urgência relativa. 
 
Tratamento Geral das Fraturas Faciais 
 
• Objetivos: 
 
• Rápida reparação óssea 
• Retorno a função ocular e nasal 
• Recuperação da amplitude de abertura da boca e da função mastigatória 
• Recuperação da fala 
• Resultado estético facial e dental aceitável 
 
Princípios Cirúrgicos Básicos 
 
• Redução da Fratura (reposição do segmentos ósseos em suas corretasposições 
anatômicas) 
– Redução fechada (Não envolvem abertura direta, a exposição e a manipulação da área 
fraturada) 
– Redução aberta (Exposição direta e redução da fratura através de incisão cirúrgica) 
 
 Princípios Cirúrgicos Básicos 
 
• A fixação e contenção dos segmentos ósseos 
 
 
Fonte: Peterson, 2000 
 
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• Imobilização dos segmentos no local da fraturas 
 
• Barras de Erich 
• Fixação maxilomandibular 
 
 
Fonte: Peterson, 2000 
Tipos de Fraturas Faciais – Maior incidência fratura de mandíbula 
 
Le Fort 1 – Separação da maxila do resto do crânio 
Le Fort 2 – Separação da maxila, nasal do resto do crânio 
Le Fort 3 – Disjunção craniofacial, separação do terço inferior da face do resto do crânio. 
 
 
 
Fonte: Peterson, 2000 
 
 
 
O que é Cirurgia Ortognática? 
 
• É a subespecialidade da Cirurgia Maxilofacial que tem por objetivo a reestruturação do 
esqueleto facial, corrigindo-lhe as deformidades e posicionando-o harmoniosamente em 
relação à base do crânio, de tal modo que os dentes possam relacionar-se em perfeita 
intercuspidação (oclusão). 
 
• Crescimento desordenado dos ossos da face; 
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• Posicionamento incorreto dos dentes; 
• Trauma de face, 
• Ocasionando alterações na mastigação, respiração e fala. 
 
Complicações Associadas 
 
• Problemas funcionais e insatisfação pessoal; 
• Mal oclusão; 
• Modificação do espaço anatômico da cavidade oral e um posicionamento errôneo da 
língua; 
• DTM e Dores cervicais; 
• Perdas dentárias. 
 
Relações Ósseas - Classificação Resumida 
• Micrognatismo 
• A mandíbula pequena em relação a maxila; 
• Transtorno facial relacionado com ronco noturno. 
• Deformidade é conhecida como Classe II, de Angle. 
 
• Prognatismo 
• A mandíbula é maior do que a maxila. 
• Esta deformidade é conhecida como Classe III, de Angle 
 
 
 
 
 
Fissuras Labiais 
 
Trata-se de uma abertura na região do lábio e/ou palato, ocasionada pelo não fechamento 
destas estruturas, que ocorre entre a 4ª e a 12ª semana de gestação. 
 
As fissuras podem ser unilaterais ou bilaterais e variam desde formas mais leves como 
cicatriz labial ou úvula bífida até formas mais graves como as fissuras completas de lábio e 
palato. Por vezes, podem ocorrer fissuras atípicas que envolvem outras áreas além do lábio 
superior e palato, como a região oral, nasal, ocular e craniana. 
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O tratamento é complexo e primeiras cirurgias são feitas, normalmente, quando a criança 
tem poucos meses de vida, de acordo com a gravidade do caso e a seqüência das etapas 
terapêuticas. 
O tratamento só termina quando o paciente está próximo de alcançar a maioridade. 
 
 
 
 
Fonte: Peterson, 2000 
 
 
05 - DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (DTM) 
 
Terminologia 
• Síndrome de Costen, 1934; 
• Desordens Craniomandibulares – DCM, 1980; 
• Síndrome Dor-disfunção Miofacial – DDM; 
• Enfim... Disfunção Temporomandibular - DTM. 
 
Epidemiologia 
 
• É o estudo da distribuição, determinante e história natural da doença nas populações. 
 
Lilienfeld & Lilienfeld, 1980 
 
• É o estudo dos fatores que determinam e influenciam a freqüência e distribuição da 
doença, seus eventos relacionados e causas, em uma população definida, com o 
objetivo de criar programas preventivos e de controle do seu desenvolvimento e 
alastramento. 
 
Dorland’s Medical Dictionary 
 
Sinais e sintomas de DTM em diferentes populações 
 
• De acordo com os estudos, sinais e sintomas são em geral comuns nas populações 
estudadas. 
• Será que quase 50% das pessoas têm algum tipo de DTM? 
 
Considerações 
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• A maioria dos sinais reportados em estudos são sub-clínicos e não justificam a 
necessidade de tratamento; 
• Em geral, menos que 10% dos indivíduos com sintomas procuram tratamento; 
• Apenas 5% da população apresentam problemas considerados severos; 
• Apesar de existirem sinais e sintomas em populações mais jovens, essas dificilmente se 
queixam ou procuram tratamento. 
 
Epidemiologia 
• Incidência em jovens que em crianças; 
• Alguns sinais e sintomas tendem a diminuir com a idade; 
• Incidência em mulheres. 
 
O que é DTM? 
É uma síndrome que engloba as condições dolorosas agudas e crônicas decorrentes da 
ATM, dos músculos mastigatórios e das estruturas associadas. 
 
Teorias que estabelecem os fatores etiológicos de DTM 
• Desenvolvimento dos conceitos de etiologia: 
• Introdução > Síndrome de Costen (1934) 
 
 - Teoria do deslocamento mecânico 
 - Teoria neuromuscular 
 - Teoria muscular 
 - Teoria psicofisiológica 
 - Teoria psicológica 
 
 
Modelo Multifatorial - (final de 1970 / início de 1980) 
 
 
 
(STEENKS, WIJER, 1996; ASH, RANFJORD e SCHMDSEDER, 1998; OKESON, 2000) 
 
 
• Existe uma grande variação de possíveis etiologias para pacientes diagnosticados 
igualmente e com os mesmos sintomas. 
 
• Sintomas subjetivos (dor) ou objetivos (desvios funcionais) nem sempre são resultados 
de uma desordem específica, nem podem refletir um estágio na evolução da desordem. 
 
Wheele & Dibbets, 1986. 
parafunção 
stress 
sobrecarga 
patologia 
articular 
FATORES 
ANATÔMICOS 
FATORES 
PSICOLÓGICOS 
Fatores 
neuromusculares 
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Modelo Multifatorial 
 
• Segundo Okeson (2008), uma fórmula simplificada pode ser utilizada para compreender 
o surgimento de sintomas de DTM. 
 
 
 
 
 
Eventos Locais 
• Condição Oclusal (instabilidade ortopédica) 
- Hiperatividade muscular 
 
• Trauma 
- Macrotrauma 
- Microtrauma 
 
• Estresse Emocional 
• Estímulo de Dor Profunda 
• Atividades Parafuncionais 
- Apertamento diurno 
- Bruxismo (overuse) 
 
Eventos Sistêmicos 
• Artrite Reumatóide 
• Fibrimilagia 
 
Sinais e Sintomas da DTM 
 
Artromialgia facial (dor aguda e/ou crônica) 
• Dor muscular à palpação do aparelho mastigatório. 
• Cefaléias e Otalgias. 
• Dor a palpação da ATM. 
 
Ruídos articulares 
 
Distúrbios nos movimentos mandibulares 
• Limitação no movimento mandibular. 
• Desvio mandibular (assimetria do movimento). 
 
Fraqueza ou hiperatividade da musculatura 
Alterações oclusais 
Tensão emocional. 
 
EVENTO 
FUNÇÃO 
NORMAL 
TOLERÂNCIA 
FISIOLÓGICA 
SINTOMAS DE 
DTM + > 
 
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(STEENKS, WIJER, 1996; ASH, RANFJORD e SCHMDSEDER, 1998; OKESON, 2000; SIQUEIRA, TEIXEIRA, 
2001) 
Dor muscular e co-contração protetora 
 
 
Fonte: Okeson, 2008. 
 
• Cefaléias 
• Relacionado principalmente ao temporal. 
• Também pode estar relacionadas a posturas inadequadas da vida diária e problemas 
cervicais. 
 
 
 
Ruídos Articulares 
• Presente em mais de 70% dos indivíduos. 
• Um dos primeiros sinais a aparecer. 
• Ruído seco / choque rápido das superfícies articulares. 
• Pode ser uni ou bilateral, com ou sem dor. 
 
Estalidos 
• Pode ocorrer concomitante com outros sinais e sintomas ou alteração isolada. 
• Ocorre quando há um deslocamento discal com redução. 
• Travamento = deslocamento anterior do disco que limita a translação condilar 
(Bloqueio). 
 
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Desvio Mandibular 
• Pode ocorrer em todos os movimentos. 
• Pode ser provocados por: 
• Alterações patológicas (inflamação articular) 
• Hipertonicidade de um grupo muscular. 
 
Crepitação 
• Som áspero, típico de superfícies rugosas em contato (osso batendo em osso). 
• Relacionada com a baixa resistência orgânica dos tecidos intra-articulares 
(degeneração). 
• Pode indicar uma perfuração do disco ou ligamento posterior. 
 
Otalgias 
• Mesma inervação e proximidades das estruturas. 
• Qualquer processo inflamatório em uma pode afetar a outra. 
 
Hábitos Parafuncionais: 
• Hipertonia do lado afetado. 
• Diminuição da coordenação muscular. 
 
• Hiperatividade Muscular 
 
Hábitos Parafuncionais:• Alterações posturais de cabeça e pescoço, 
• Bruxismo e apertamento, 
• Hábitos como mascar objetos. 
 
• Principais conseqüência do “Overuse” 
• Desgaste dental excessivo. Dores musculares craniofaciais. Maloclusão severa. 
Alterações Degenerativas. Desarranjo do disco articular. 
 
Bruxismo: 
• Hábito extremamente destrutivo, inconsciente. 
• Consiste em: 
• Ranger os dentes durante a noite. 
• Apertamento dental durante o dia. 
• Está Associado ao Stress físico e mental. 
• Prolongadas contrações isométricas: Fadiga e dor. 
• Altera o mecanismo de lubrificação: alterações da ATM. 
 
Postura Inadequada: 
• Íntima relação cervical-ATM-dentes. 
• A Alteração de uma pode levar a disfunção da outra. 
• Leva à fadiga muscular e aparecimento de Trigger points. 
 
 
Bom Trabalho! 
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Referências: 
 
 
 
Okeson, J.P. Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusão. Elsevier. 6a ed. 
2008, São Paulo. 
 
Sosa, G. E. Diagnóstico e Prevenção das Disfunções Temporomandibulares. Editora 
Santos: 2008, São Paulo. 
 
Carlsson, G.E. Tratamento das Disfunções Temporomandibulares na Clínica Odontológica. 
Quintessence Editora Ltda: 2006, São Paulo. 
 
Alencar Jr, F.G Oclusão, dores Orofaciais e Cefaléia. Editora Santos: 2005, São Paulo. 
 
Isberg, A. Disfunção da Articulação Temporomandibular, um guia para o clínico. Artes 
Médicas. 2ª ed. 2005, São Paulo. 
 
Dingman, R.O. Cirurgia das Fraturas Faciais. Editora Santos. 3ª ed. 2001, São Paulo. 
 
Paiva, H.J. Noções e conceitos básicos em Oclusão, Disfunção Temporomandibular e 
Oclusão. Editora Santos: 2008, São Paulo. 
 
Dawson, P.E. Oclusão Funcional. Da ATM ao desenho do sorriso. Editora Santos: 2008, 
São Paulo. 
 
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