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1 Disciplina de Fisioterapia Bucomaxilofacial Profª Ms. Itana Lisane Spinato 01 - SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO É uma unidade morfofuncional integrada e coordenada, constituída por um conjunto de estruturas esqueléticas, musculares, nervosas, glandulares e dentais organizadas ao redor das articulações temporomandibulares, occipito-atlanto-vertebrais da coluna cervical. Funções do sistema estomatognático A sucção O primeiro reflexo do neonato é o da sucção. Os movimentos de sucção são trabalhados e amadurecidos até o parto, intra- uterinamente. A correta alimentação do recém-nascido necessita de uma boa coordenação entre sucção, respiração, deglutição e está relacionada com tempo de gestação e o processo de aleitamento. Quanto mais prematura a criança, menor essa coordenação, encontrando problemas de movimentos linguais e incoordenações entre a sucção e a deglutição. Crianças nascidas com 33 a 34 semanas de vida intra-uterina chegavam a realizar quatro sucções por deglutição, quando o normal é de uma para uma. Crianças nascidas com menos de 33 semanas apresentaram ligeiras apnéias e pausas respiratórias quando alimentadas. A amamentação Mamadeira: No intuito de interromper o fluxo abundante de leite de uma mamadeira (com um furo largo no bico) a criança é forçada a manter a língua contra o orifício para evitar que o leite continue saindo. Não há tanta força de sucção e não ocorrerá o velamento labial, o que estimula a respiração oral. Conseqüências da respiração oral são: maxila estreita; mordida cruzada posterior; mau hálito; sono agitado; postura corporal incorreta. 2 Mastigação Padrões de mastigação Mastigação bilateral alternada. Mastigação unilateral (restringida) - poderá causar assimetria facial e alteração oclusal. Deglutição É uma função biológica complexa e coordenada em que ocorrem conexões neurológicas e um mecanismo em conjunto entre a musculatura envolvida. Características da deglutição atípica Ausência de trabalho dos músculos masseteres; Alteração da mastigação; Movimentos compensatórios da cabeça em razão da não-elevação do hióide; Cuspir ou juntar saliva nas comissuras labiais por dificuldade para deglutir; Alteração na articulação de fonemas. Respiração Respirador Oral A síndrome do respirador oral, também conhecida como síndrome de Pierre Robin, é o conjunto de sinais e sintomas de quem respira parcial ou totalmente pela boca. É causado por algum tipo de obstrução nas vias aérea superiores, má oclusão dentária ou maus hábitos, levando a um padrão suplente de respiração que, por sua vez, vai gerar uma série de outras alterações importantes na dinâmica corporal. Etiologia • Fatores obstrutivos (hipertrofia das adenóides ou das amídalas, traumatismos faciais, corpos estranhos, sinusites, rinites, ronco, apnéia do sono, baba noturna); • Fatores relacionados aos maus hábitos (sucção de dedos, chupetas, mamadeiras, costume de morder tampas de canetas e outros objetos). • Em primeiro lugar, ocorre modificação no posicionamento da língua e mandíbula, a diminuição o tônus dos músculos da face promovendo a hipoplasia maxilar. • Todo este processo passa a refletir sobre a cabeça e o pescoço, alterando a postura corporal. • A respiração oral leva à protusão de cabeça visando a manutenção da via respiratória pela necessidade de uma melhor respiração, através da retificação do trajeto das vias. 3 Alterações Corporais do Respirador Oral • Conseqüentemente, os grupos musculares (cadeias) tomam uma nova trajetória de função que passa a ser para frente e para baixo. • Com a musculatura do pescoço e da nuca nesta nova orientação é comum ver a coluna cervical retificada. • Quando a cabeça se anterioriza os ombros rodam internamente, deprimindo o tórax, levando a alterações no ritmo e na capacidade respiratória, pois o diafragma passa a trabalhar numa posição mais baixa e de forma assincrônica, o que ocasiona um fluxo respiratório mais rápido e curto, criando uma deficiência de oxigenação (o volume corrente diminui associado à menor mobilidade do tórax). • A flacidez e a distensão da musculatura abdominal e do estômago ocorrem pela excessiva deglutição de ar, podendo provocar dores na região lombar. Além deste sintoma, é comum aparecerem problemas digestivos, de fígado, incontinência urinária, dentre outros. • O incorreto posicionamento da cabeça pode alterar a função da ATM, ocasionando a dor. 02 - ANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA MASTIGATÓRIO Dentição e Estruturas de Suporte • A dentição humana é composta por 32 dentes permanentes Anatomia Dental 4 Componentes Esqueléticos A Maxila • Dois osso maxilares se fundem na sutura palatina mediana. • Forma o palato e os rebordos alveolares que sustentam os dentes superiores. • Componente fixo do sistema mastigatório. Mandíbula • Osso em forma de U; • Sustenta os dentes inferiores; • Não possui ligação óssea com o crânio; • Fixa por músculos, ligamentos e tecidos moles Osso Temporal • É composto pela Fossa Mandibular (fossa glenóide ou articular), côncava; • Posterior - Fissura Timpânica; • Anterior - Eminência Articular, convexa; • A região superior da fossa mandibular é bastante fino - pequenas pressões; • A eminência articular consiste em um osso espesso e suportando maiores pressões Articulação Temporomandibular – ATM • Articulação complexa; • Proporciona um movimento de dobradiça em um plano – Gínglimo; • Realiza movimento de deslizamento – Artroidal; • Articulação Gínglimoartroidal; • A ATM é considerada uma articulação composta; • O disco articular funcionalmente atua como o terceiro osso não calcificado; O Disco Articular • Composto de tecido conjuntivo fibroso denso; • Na maior parte desprovido de vasos sanguíneos e fibras nervosas; • Alta resistência a forças compressivas; 5 • Baixo poder de regeneração; • Região Anterior; • Zona Intermediária; • Região Posterior. Funções do Disco Articular • Estabiliza o côndilo, harmonia articular • Aumenta a congruência articular • Amortece e distribui a pressão (cargas) na ATM • Protege a superfície óssea • Regula movimentos mandibulares • Deslizamento • Lubrificação articular Região Retrodiscal (Zona Bilaminar ou Ligamento* Posterior) • Tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado e inervado. • A lâmina retrodiscal superior liga o disco à placa timpânica; • Rica em fibras elásticas; • A lâmina retrodiscal inferior liga o disco à parte posterior do côndilo; • Fibras de colágeno não elásticas • Anteriormente o disco é preso no ligamento capsular que envolve a maior parte da articulação em todas as direções. • Esta fixação forma duas cavidades distintas. * Embora o Ligamento posterior não seja um ligamento por definição esta nomenclatura é constantemente encontrado na literatura. Inervação da ATM V Par – Nervo trigêmeo Nervo Auriculotemporal • Fornece a maior parte da inervação da ATM; • Parte do ramo mandibular passando posteriormente ao côndilo; • A inervação adicional é fornecida pelos nervos temporais profundos e massetérico. VII Par – Nervo Facial Vascularização • É fartamente irrigada por uma variedade de vasos que a circundam chamados “vasos alimentadores.” Ligamentos 6 Fonte: Graciela e Okeson, 2008 • Ligamentos Colaterais (ligamentos discais) prendem as bordas lateral e medialdo disco ao côndilo; • Ligamento Capsular atua restringindo forças excessivas em todos os sentidos; • Retém o líquido sinovial; • Estímulos Proprioceptivo; • Ligamento Lateral ou Temporomandibular reforça lateralmente a cápsula articular; • A porção obliqua limita a abertura rotacional; • Protege estruturas vitais retromandibulares do pescoço; • A porção horizontal limita o movimento posterior do côndilo protegendo a região retrodiscal e evitando distensão no músculo pterigóideo. • Ligamento Esfenomandibular • Ligamento Estilomandibular Músculo Temporal Posicionador da ATM faz elevação e controla a retrusão mandibular Fonte: Netter Músculo Masseter 7 • A inervação é feita pelo nervo massetérico da divisão mandibular do nervo trigêmeo; • É o elevador da mandíbula. Osso Esfenóide - tem dois processos pterigóides (“asas”) Fonte: Netter Músculo Pterigóideo Medial Elevador da mandíbula Músculo Pterigóideo Lateral – porção inferior (ação bilateral) Depressão da mandíbula e protusão Músculo Pterigóideo Lateral – porção inferior (ação uniteral) Lateralização Músculo Pterigóideo Lateral – porção superior Tração anterior do disco durante a elevação da mandíbula Músculo Digástrico – porção anterior Deprime a mandíbula Músculo Digástrico – porção posterior Fixação posterior do osso hióide em conjunto com o músculo estilohióide Músculos do Assoalho Bucal 8 Fonte: Netter Fonte: Netter, ADAM Músculos da Mímica Facial Biomecânica 9 O movimento mandibular é complexo e ocorre em atividades tridimensionais de rotação e translação inter-relacionadas. Movimentos da ATM Tipos de movimentos: Rotação : processo de girar em torno do eixo. Rotação da Mandíbula pode ocorrer em três planos: Sagital Horizontal ou Transverso Frontal Translação : Movimento no qual todas as partes de um corpo têm velocidade e direção simultânea (Protrusão) Movimentos funcionais da mandíbula: União entre Rotação e Translação ROTAÇÃO NO PLANO SAGITAL Eixo Latero-lateral Ocorre no movimento de abertura bucal; É chamado de movimento de dobradiça é o único movimento de rotação “puro” que acontece na ATM; Ocorre na cavidade inferior da articulação. ROTAÇÃO NO PLANO HORIZONTAL OU TRANSVERSO Eixo vertical Côndilo se move anteriormente e para fora com o côndilo oposto funcionando como eixo Movimento de translação associado ao movimento de rotação Não ocorre de maneira isolada ROTAÇÃO NO PLANO FRONTAL Eixo antero-posterior Côndilo move-se inferiormente enquanto o outro permanece funcionando como eixo Movimento não ocorre isoladamente 10 03 - MOVIMENTOS FUNCIONAIS DA CABEÇA E CERVICAL COM REPERCUSSÃO NA ATM Oclusão • Ação de fechar ou estado de estar fechado.(Dorland´s Medical Dictionary) • Relação dos dentes maxilares e mandibulares quando estão em contato funcional durante a atividade mandibular. Oclusão cêntrica x relação cêntrica • Oclusão cêntrica = máxima intercuspidação habitual. • Relação cêntrica = posição da mandíbula quando os côndilos estão numa posição ortopedicamente estável (posição mais ântero-superior)com discos articulares corretamente interpostos. • Posição reprodutível. Ponto de partida dos movimentos mandibulares. Má-oclusão ou maloclusão • Relação inadequada dos contatos dentários durante a função. Ortodontia • A Ortodontia é o ramo da Odontologia relacionado com o estado das anomalias faciais. • Vem de orthos do grupo que significa reto e odontos que significa dentes. Tentativas de correção dentária datam de 1000 a.C Histórico Oclusão • Hipócrates foi um dos primeiros a comentar a deformidade craniofacial: “Aqueles indivíduos com cabeças alongadas, abóbada palatina bem arqueada, dentes irregularmente posicionados, apinhando-se uns sobre os outros, e eles são incomodados por dores de cabeça e otórreia.” 11 • Em 1890, Edward A. Angle, foi responsável por parte do desenvolvimento de um conceito de oclusão da dentição natural. • Ele subdividiu os principais tipos de maloclusão e incluiu a primeira definição clara e simples da oclusão normal na dentição natural. • Angle, então, descreveu três tipos de maloclusão, baseado na relação oclusal dos primeiros molares: Classificação de Maloclusão de Angle • Classe 1 – A cúspide mesio-vestibular do primeiro molar inferior oclui na área do nicho entre o segundo pré-molar superior e o primeiro molar • Classe 2 - O molar inferior está posicionado distalmente em relação ao molar superior. Classe 3 - O molar inferior está posicionado mesialmente em relação ao molar superior. Relação Postural de Bricot com a Classe de maloclusão de Angle Classe I • Bricot descreveu a associação da postura com as classes de Angle e os tipos faciais; • Relação normal das curvaturas para a classe I Classe II • Anteriorização da cabeça e retificação da cervical; • Ombros enrolados 12 Classe III • Posteriorização da cabeça e retificação ou hiperlordose da cervical; Traçado de Rocabado (1984) Analisa-se dentre outros os seguintes fatores na cefalometria: 1. Crânio-Vertebral: corresponde ao ângulo formado pela distância da espinha nasal posterior com a base do crânio (Plano de McGregor), e o ápice do processo odontóide com a vértebra C2 (Plano Odontóide). Normal = 101º + 5 (96 - 106º). 2. Espaço C0-C1: Espaço Funcional C1: corresponde à distância da base do crânio com a vértebra Atlas. Espaço Funcional C0-C1 = 6,5 mm + 2,5 (4 - 9 mm). 3. Espaço C1-C2: Espaço Funcional C2: corresponde à distância do ponto inferior da vértebra Atlas ao ponto superior da vértebra Axis. Espaço Funcional C1-C2 = 6,5 mm + 2,5 (4 - 9 mm). 4. Triângulo Hióide: corresponde à distância do ponto H (ponto mais posterior do hióide) com ponto D (centro do Mento) e o ponto mais inferior da vértebra C3. 5. Curvatura Cervical: Corresponde a distância entre os corpos vertebrais à linha traçada posteriormente ao corpo vertebral de C2 à C7 (ROCABADO, 1984). 13 Ângulo craniovertebral: • Diminuição do ângulo = rotação posterior do crânio = anteriorização da cabeça • Aumento do ângulo = rotação anterior da cabeça = posteriorização da cabeça • A posição de C2 determina o ângulo craniovertebral e o ângulo craniovertebral determina a curvatura cervical. • Diminuição do ângulo craniovertebral = rot. post. do crânio = anteriorização da cabeça = RETIFICAÇÃO DA LORDOSE CERVICAL. • Aumento do ângulo craniovertebral = rot. ant. do crânio = posteriorização da cabeça = HIPERLORDOSE CERVICAL. 14 04 - TRAUMATOLOGIA DE FACE - ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA Etiologia: Agressão interpessoal, acidente de trânsito, Acidentes no esporte e quedas Emergência no Atendimento • Traumas de face - advém da necessidade: • Controle das hemorragias e condições hemodinâmicas • Prevenção e controle de infecções • Restabelecimento da permeabilidade das vias aéreas (da respiração e oxigenação) devido ao risco de asfixias. Traumas buco-maxilo-faciais apresentam urgência relativa. Tratamento Geral das Fraturas Faciais • Objetivos: • Rápida reparação óssea • Retorno a função ocular e nasal • Recuperação da amplitude de abertura da boca e da função mastigatória • Recuperação da fala • Resultado estético facial e dental aceitável Princípios Cirúrgicos Básicos • Redução da Fratura (reposição do segmentos ósseos em suas corretasposições anatômicas) – Redução fechada (Não envolvem abertura direta, a exposição e a manipulação da área fraturada) – Redução aberta (Exposição direta e redução da fratura através de incisão cirúrgica) Princípios Cirúrgicos Básicos • A fixação e contenção dos segmentos ósseos Fonte: Peterson, 2000 15 • Imobilização dos segmentos no local da fraturas • Barras de Erich • Fixação maxilomandibular Fonte: Peterson, 2000 Tipos de Fraturas Faciais – Maior incidência fratura de mandíbula Le Fort 1 – Separação da maxila do resto do crânio Le Fort 2 – Separação da maxila, nasal do resto do crânio Le Fort 3 – Disjunção craniofacial, separação do terço inferior da face do resto do crânio. Fonte: Peterson, 2000 O que é Cirurgia Ortognática? • É a subespecialidade da Cirurgia Maxilofacial que tem por objetivo a reestruturação do esqueleto facial, corrigindo-lhe as deformidades e posicionando-o harmoniosamente em relação à base do crânio, de tal modo que os dentes possam relacionar-se em perfeita intercuspidação (oclusão). • Crescimento desordenado dos ossos da face; 16 • Posicionamento incorreto dos dentes; • Trauma de face, • Ocasionando alterações na mastigação, respiração e fala. Complicações Associadas • Problemas funcionais e insatisfação pessoal; • Mal oclusão; • Modificação do espaço anatômico da cavidade oral e um posicionamento errôneo da língua; • DTM e Dores cervicais; • Perdas dentárias. Relações Ósseas - Classificação Resumida • Micrognatismo • A mandíbula pequena em relação a maxila; • Transtorno facial relacionado com ronco noturno. • Deformidade é conhecida como Classe II, de Angle. • Prognatismo • A mandíbula é maior do que a maxila. • Esta deformidade é conhecida como Classe III, de Angle Fissuras Labiais Trata-se de uma abertura na região do lábio e/ou palato, ocasionada pelo não fechamento destas estruturas, que ocorre entre a 4ª e a 12ª semana de gestação. As fissuras podem ser unilaterais ou bilaterais e variam desde formas mais leves como cicatriz labial ou úvula bífida até formas mais graves como as fissuras completas de lábio e palato. Por vezes, podem ocorrer fissuras atípicas que envolvem outras áreas além do lábio superior e palato, como a região oral, nasal, ocular e craniana. 17 O tratamento é complexo e primeiras cirurgias são feitas, normalmente, quando a criança tem poucos meses de vida, de acordo com a gravidade do caso e a seqüência das etapas terapêuticas. O tratamento só termina quando o paciente está próximo de alcançar a maioridade. Fonte: Peterson, 2000 05 - DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (DTM) Terminologia • Síndrome de Costen, 1934; • Desordens Craniomandibulares – DCM, 1980; • Síndrome Dor-disfunção Miofacial – DDM; • Enfim... Disfunção Temporomandibular - DTM. Epidemiologia • É o estudo da distribuição, determinante e história natural da doença nas populações. Lilienfeld & Lilienfeld, 1980 • É o estudo dos fatores que determinam e influenciam a freqüência e distribuição da doença, seus eventos relacionados e causas, em uma população definida, com o objetivo de criar programas preventivos e de controle do seu desenvolvimento e alastramento. Dorland’s Medical Dictionary Sinais e sintomas de DTM em diferentes populações • De acordo com os estudos, sinais e sintomas são em geral comuns nas populações estudadas. • Será que quase 50% das pessoas têm algum tipo de DTM? Considerações 18 • A maioria dos sinais reportados em estudos são sub-clínicos e não justificam a necessidade de tratamento; • Em geral, menos que 10% dos indivíduos com sintomas procuram tratamento; • Apenas 5% da população apresentam problemas considerados severos; • Apesar de existirem sinais e sintomas em populações mais jovens, essas dificilmente se queixam ou procuram tratamento. Epidemiologia • Incidência em jovens que em crianças; • Alguns sinais e sintomas tendem a diminuir com a idade; • Incidência em mulheres. O que é DTM? É uma síndrome que engloba as condições dolorosas agudas e crônicas decorrentes da ATM, dos músculos mastigatórios e das estruturas associadas. Teorias que estabelecem os fatores etiológicos de DTM • Desenvolvimento dos conceitos de etiologia: • Introdução > Síndrome de Costen (1934) - Teoria do deslocamento mecânico - Teoria neuromuscular - Teoria muscular - Teoria psicofisiológica - Teoria psicológica Modelo Multifatorial - (final de 1970 / início de 1980) (STEENKS, WIJER, 1996; ASH, RANFJORD e SCHMDSEDER, 1998; OKESON, 2000) • Existe uma grande variação de possíveis etiologias para pacientes diagnosticados igualmente e com os mesmos sintomas. • Sintomas subjetivos (dor) ou objetivos (desvios funcionais) nem sempre são resultados de uma desordem específica, nem podem refletir um estágio na evolução da desordem. Wheele & Dibbets, 1986. parafunção stress sobrecarga patologia articular FATORES ANATÔMICOS FATORES PSICOLÓGICOS Fatores neuromusculares 19 Modelo Multifatorial • Segundo Okeson (2008), uma fórmula simplificada pode ser utilizada para compreender o surgimento de sintomas de DTM. Eventos Locais • Condição Oclusal (instabilidade ortopédica) - Hiperatividade muscular • Trauma - Macrotrauma - Microtrauma • Estresse Emocional • Estímulo de Dor Profunda • Atividades Parafuncionais - Apertamento diurno - Bruxismo (overuse) Eventos Sistêmicos • Artrite Reumatóide • Fibrimilagia Sinais e Sintomas da DTM Artromialgia facial (dor aguda e/ou crônica) • Dor muscular à palpação do aparelho mastigatório. • Cefaléias e Otalgias. • Dor a palpação da ATM. Ruídos articulares Distúrbios nos movimentos mandibulares • Limitação no movimento mandibular. • Desvio mandibular (assimetria do movimento). Fraqueza ou hiperatividade da musculatura Alterações oclusais Tensão emocional. EVENTO FUNÇÃO NORMAL TOLERÂNCIA FISIOLÓGICA SINTOMAS DE DTM + > 20 (STEENKS, WIJER, 1996; ASH, RANFJORD e SCHMDSEDER, 1998; OKESON, 2000; SIQUEIRA, TEIXEIRA, 2001) Dor muscular e co-contração protetora Fonte: Okeson, 2008. • Cefaléias • Relacionado principalmente ao temporal. • Também pode estar relacionadas a posturas inadequadas da vida diária e problemas cervicais. Ruídos Articulares • Presente em mais de 70% dos indivíduos. • Um dos primeiros sinais a aparecer. • Ruído seco / choque rápido das superfícies articulares. • Pode ser uni ou bilateral, com ou sem dor. Estalidos • Pode ocorrer concomitante com outros sinais e sintomas ou alteração isolada. • Ocorre quando há um deslocamento discal com redução. • Travamento = deslocamento anterior do disco que limita a translação condilar (Bloqueio). 21 Desvio Mandibular • Pode ocorrer em todos os movimentos. • Pode ser provocados por: • Alterações patológicas (inflamação articular) • Hipertonicidade de um grupo muscular. Crepitação • Som áspero, típico de superfícies rugosas em contato (osso batendo em osso). • Relacionada com a baixa resistência orgânica dos tecidos intra-articulares (degeneração). • Pode indicar uma perfuração do disco ou ligamento posterior. Otalgias • Mesma inervação e proximidades das estruturas. • Qualquer processo inflamatório em uma pode afetar a outra. Hábitos Parafuncionais: • Hipertonia do lado afetado. • Diminuição da coordenação muscular. • Hiperatividade Muscular Hábitos Parafuncionais:• Alterações posturais de cabeça e pescoço, • Bruxismo e apertamento, • Hábitos como mascar objetos. • Principais conseqüência do “Overuse” • Desgaste dental excessivo. Dores musculares craniofaciais. Maloclusão severa. Alterações Degenerativas. Desarranjo do disco articular. Bruxismo: • Hábito extremamente destrutivo, inconsciente. • Consiste em: • Ranger os dentes durante a noite. • Apertamento dental durante o dia. • Está Associado ao Stress físico e mental. • Prolongadas contrações isométricas: Fadiga e dor. • Altera o mecanismo de lubrificação: alterações da ATM. Postura Inadequada: • Íntima relação cervical-ATM-dentes. • A Alteração de uma pode levar a disfunção da outra. • Leva à fadiga muscular e aparecimento de Trigger points. Bom Trabalho! 22 Referências: Okeson, J.P. Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusão. Elsevier. 6a ed. 2008, São Paulo. Sosa, G. E. Diagnóstico e Prevenção das Disfunções Temporomandibulares. Editora Santos: 2008, São Paulo. Carlsson, G.E. Tratamento das Disfunções Temporomandibulares na Clínica Odontológica. Quintessence Editora Ltda: 2006, São Paulo. Alencar Jr, F.G Oclusão, dores Orofaciais e Cefaléia. Editora Santos: 2005, São Paulo. Isberg, A. Disfunção da Articulação Temporomandibular, um guia para o clínico. Artes Médicas. 2ª ed. 2005, São Paulo. Dingman, R.O. Cirurgia das Fraturas Faciais. Editora Santos. 3ª ed. 2001, São Paulo. Paiva, H.J. Noções e conceitos básicos em Oclusão, Disfunção Temporomandibular e Oclusão. Editora Santos: 2008, São Paulo. Dawson, P.E. Oclusão Funcional. Da ATM ao desenho do sorriso. Editora Santos: 2008, São Paulo. Leareta, J.A Compendio de diagnostico das Patologias da ATM. Artes Medicas: 2004, São Paulo. Tucker, P.E.H. Cirurgia Oral e MaxiloFacial Contemporânea. Guanabara Koogan: 3ª ed. 2000. Rio de Janeiro. Souchard, Philippe-Emmanuel. Reeducação postural global : método do campo fechado. Icone. 4a ed. 2001, São Paulo. Starkey, Chad / Fragoso, Cintia. Recursos terapêuticos em fisioterapia. Manole. 2a ed. 2001, São Paulo. Steenks, M. H / Wijer, A. de. Disfunções da articulação temporomandibular do ponto de vista da fisioterapia e da odontologia : diagnostico e tratamento. Editora Santos. 1a ed. 1996, São Paulo. Tanaka, Clarice / Farah, Estela Adriana. Anatomia funcional das cadeias musculares. Icone. 1997, São Paulo.
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