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Direito Civil - 2º Semestre (Aula XII)

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Direito Civil – 2º Semestre (Aula XII)
Do negócio jurídico
Defeito jurídico
Vícios do consentimento
Dolo: Consiste na atuação maliciosa de uma das partes com o intuito de induzir a outra parte ao erro e, com isso, obter um benefício próprio ou para terceiros.
Classificação de Dolo:
a) Dolo por ação: Mentir para a outra parte;
b) Dolo por omissão: Quando o agente se omite, mesmo tendo percebido o equívoco da outra parte em relação ao negócio jurídico.
“Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.”
a) Dolo principal/essencial: Se a parte enganada soubesse do erro, não teria celebrado o negócio jurídico. O dolo essencial anula o negócio jurídico e é indenizável por perdas e danos;
b) Dolo acidental/acessório: Mesmo sabendo do erro, a parte enganada teria celebrado o negócio jurídico. O dolo acessório não anula o negócio jurídico, visto que o erro não se deu a uma característica essencial para a celebração do negócio, porém é indenizável por perdas e danos.
a) Dolo bônus: É aquele cuja intensidade/gravidade é menor e, portanto, tolerado pelo ordenamento jurídico visto que já é esperado quando da celebração do contrato. Não gera anulação do negócio, porém com direito a indenização por perdas e danos;
b) Dolo malus: Dolo não tolerável. Causa a anulação do negócio jurídico.
Tipos de Dolo:
Dolo praticado por terceiro
“Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.”
Beneficiário do dolo ciente ou deveria estar ciente: Quando quem pratica o dolo é terceiro, mas há cumplicidade da parte beneficiária, ou ainda quando a parte beneficiária mesmo não sendo cúmplice tem conhecimento de tal. O negócio jurídico é, então, passível de anulação e o beneficiário poderá responder solidariamente pelas perdas e danos;
Beneficiário do dolo não ciente: Dolo exclusivo de terceiro, quando o favorecido não tem conhecimento da prática do dolo, contudo, neste caso, o negócio jurídico não é passível de anulação vista que a parte favorecida não praticou o ato doloso.
Dolo praticado pelo representante
“Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.”
Sendo o representante legal: O representado deverá responder até a importância do proveito que teve com a prática do dolo;
Sendo o representante convencional: O representado responde solidariamente com o seu representante por perdas e danos.
Dolo recíproco/bilateral
“Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.”
Quando o dolo procede de ambas as partes do negócio jurídico. Não gera a anulação do negócio ou qualquer indenização por perdas e danos, com exceção aos casos em que o prejuízo entre as partes forem muito desproporcionais, neste caso pode-se falar em indenização.
Tutela jurisdicional para o Dolo
Deve-se ajuizar ação anulatória com sentença desconstitutiva, produzindo efeitos “ex nunc” (Não retroativo. Negócio válido e produz efeitos até a decretação de anulação, deixando de produzir efeitos e se tornando inválido a partir da sentença de procedência da ação).
Prazo decadencial de quatro anos para mover a ação, contados da data da celebração do negócio jurídico (Incisos II do art. 171 e 178).
Coação: Vício do consentimento caracterizado por uma pressão física ou moral, exercida sobre a outra parte com o intuito de retirar a livre manifestação de vontade da parte coagida e assim, obter benefícios próprios ou para terceiros.
Classificação de Coação:
a) Coação moral/relativa (“Vis compulsiva”): Aquela exercida sobre o psicológico, levando a pessoa a possuir um fundado temor de dano iminente e considerável à ela, à sua família, ou a seus bens. Vale dizer que o receio provocado deverá ser fundado, não podendo ser simples temor reverencial (relacionados ao respeito). Também não constituirá coação a ameaça do exercício regular de um direito. Por exemplo: não será coação se uma pessoa disser à outra, que se não pagar uma dívida devida, tomará as providencias judiciais cabíveis como a execução. Tal coação acarretará a anulação do negócio jurídico;
b) Coação física (“Vis absoluta”): Aquela em que o sujeito coagido não tem qualquer alternativa senão a de obedecer o coator. Nesse caso, se diz que não houve sequer manifestação de vontade e o ato é, portanto, nulo.
Tipos de Coação:
Coação praticada por terceiro
Beneficiário da coação ciente ou deveria estar ciente da ameaça: O negócio jurídico será anulável e o beneficiário responde solidariamente com o coator pelas perdas e danos.
“Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.”
Beneficiário da coação não ciente da ameaça: Negócio jurídico não anulável e somente o coator responde pelo pagamento da indenização por perdas e danos à vítima.
“Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.”
Tutela jurisdicional para a coação
Coação moral/relativa (“Vis compulsiva”): Ação anulatória com sentença desconstitutiva, produzindo efeitos “ex nunc” (Não retroativo. Negócio válido e produz efeitos até a decretação de anulação, deixando de produzir efeitos e se tornando inválido a partir da sentença de procedência da ação).
Prazo decadencial de quatro anos para mover a ação, contados da cessação da ameaça (Incisos II do art. 171 e 178).
Coação física (“Vis absoluta”): Ação declaratória ou inexistente com sentença declaratória, produzindo efeitos “ex tunc” (Retroativo. O negócio jurídico não tem validade nem produz efeitos desde a data da celebração.).
Não existe prazo para mover a ação (Incisos II do art. 171 e 178).

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