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RESUMO WENDT

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RESUMOS PARA A PROVA DE SOCIOLOGIA: WENDT $ QUATRO SOCIOLOGIAS
Conforme o autor esclarece, tornou-se lugar-comum afirmar que o construtivismo vê a política internacional como uma realidade socialmente construída. Nesse contexto, há dois princípios fundamentais: 1. Estruturas relativas à associação humana dependem antes de ideias compartilhadas que de forças materiais, estando em relação idealismo/materialismo e 2. identidades e interesses de atores em um determinado sistema são construídos principalmente a partir de tais ideias, e não apenas dados pela natureza, está em relação holismo/individualism. Em ambos, o construtivismo é um “idealismo estrutural”. A Teoria Social da Política Internacional de Wendt contrapõe o neorrealismo, neoliberalismo e o “construtivismo” classico (que é fundamentado apenas no poder das ideias). O desafio da teoria "sistêmica" de Wendt não é mostrar que a "estrutura" tem mais poder explicativo do que "agentes", como se os dois fossem separados, mas mostrar como os agentes são estruturados de maneira diferente pelo sistema, de modo a produzir efeitos distintos. 
Wendt articula quatro tipos de abordagem sociológica – materialista, idealista, individualista e holista – de forma a esclarecer o que o autor entende por estruturalismo. Isto é feito tendo como pano de fundo dois debates de relevo para as teorias de relações internacionais: 1. a composição material ou social de uma estrutura; 2. a forma como estrutura e agentes se relacionam. Assim, Wendt articula as sociologias da estrutura mencionadas em dois pares – materialismo/idealismo e individualismo/holismo – considerados por ele como uma espécie de contínuo dentro do qual se pode encontrar diversas posições, não obstante a prática demonstrar uma tendência para o agrupamento em cada um dos respectivos extremos, gerando a seguinte combinação: materialistas individualistas, materialistas holistas, idealistas individualistas e idealistas holistas. É possível identificar as principais correntes teóricas de RI com uma das resultantes do cruzamento de pares.
Materialistas: a natureza e as forças materiais representam elementos de primeira ordem sob os quais se funda a sociedade, ficando reservado às ideias uma função secundária. Recorrem a fatores como a natureza humana e a geografia como geradores de efeitos na política internacional.
WENDT: diz que a resultante de elementos materiais é também constituído, em parte, por ideias.
	Idealistas tomam a natureza e a estrutura da consciência social como a base da sociedade. É comum que a estrutura, na visão idealista, assuma a forma de instituições, regras e normas compartilhadas pelos atores, onde a força material é secundária. Enquanto o materialismo é normalmente associado a relações de causalidade, o idealismo é normalmente associado a relações de constituição.
WENDT: há abordagens equivocadas por falta de clareza entre efeitos causais e efeitos constitutive.
Individualistas propõem uma explicação científica a partir das propriedades e da interação de agentes cuja existência se dá de forma independente, partindo indivíduos pré-definidos do ponto de vista ontológico. Admitem apenas a ação da estrutura no comportamento dos agentes, tomando identidades e interesses como dados.
Holistas rejeitam a possibilidade de um reducionismo dessa ordem, ao sustentar que os efeitos de estruturas sociais dependem da interação e da constituição de suas unidades e partem da irredutibilidade das estruturas sociais. holistas entendem que a construção social dos indivíduos vai além da dimensão behaviorista, atingindo também as outras propriedades mencionadas.
WENDT: confere-se à estrutura um poder explicativo. Sobre a expressão “construção social”: “construção” é peso relativo conferido aos efeitos e natureza da estrutura “social” o peso relativo das ideias.
Wendt, mostra as diversas correntes nas relações internacionais segundo a tipologia em questão. Conforme sua atitude perante a vida social, as teorias poderiam ser:
materialistas e individualistas: realismo clássico, neorrealismo (individualista ao recorrer à microeconomia) e neoliberalismo (materialista ao não questionar as concepções correntes de poder e interesse);
materialistas e holistas: neorrealismo (holista ao enfatizar os efeitos da estrutura sobre as unidades, de modo a tolher a especialização das mesmas), marxismo neogramsciano e teoria dos sistemas-mundo;
idealistas e individualistas: liberalismo e neoliberalismo (idealista ao destacar o papel das expectativas em detrimento do poder e do interesse);
idealistas e holistas: escola inglesa, sociedade mundial, feminismo, pós- modernismo, construtivismo.
Naturalmente, a proposta de Wendt segue o holismo/idealism. Um dos pontos que mais o distancia dos demais construtivistas consiste em seu compromisso com o realismo científico, traduzido na forma como o autor procura combinar uma ontologia pós-positivista com uma epistemologia positivista.
RESUMOS PARA A PROVA DE SOCIOLOGIA: WENDT $ TRÊS ANARQUIAS
Significado de anarquia para as RI: anarquia (neorrealista, para Waltz) é princípio ordenador de um sistema que, justamente por ser desprovido de uma autoridade central, tende a produzir balanças de poder, corridas armamentistas a guerra, com a lógica da auto-ajuda. WENDT argumenta que o conceito neorrealista de anarquia – isto é, inexistência do monopólio legítimo e organizado do uso da força no plano internacional – não implica a adesão às conclusões propostas por essa corrente de pensamento. Assim, haveria ao menos três possíveis estruturas no nível macro para a anarquia, conforme o papel preponderante em um sistema – inimigos, rivais ou amigos. Inspirado na escola inglesa – principalmente em autores como Wight e Bull, WENDT denomina essas estruturas (entendidas sob o prisma cultural) da seguinte forma: hobbesiana, lockeana e kantiana. Faz as possíveis estruturas anárquicas enquanto culturas, não basta para demonstrar como as mesmas contribuem para a construção de seus respectivos agentes: os estados. Os atores são levados a observar normas de estruturas das quais fazem parte: força, autointeresse e legitimidade., onde o grau de internalização da norma está “em jogo”.
Quando a internalização atinge o nível da legitimidade, os atores são construídos pela cultura (estrutura); nos demais casos, são efeitos comportamentais, não consequências sobre as propriedades dos agentes. O cruzamento entre as culturas e os graus de internalização oferecere os possíveis cenários de um sistema internacional anárquico. A estrutura e as tendências dos sistemas anárquicos dependerão de quais dos nossos três papéis - inimigo, rival e amigo - dominam esses sistemas, e os estados estarão sob pressão correspondente para internalizar esse papel em suas identidades e interesses.
cultura hobbesiana: os estados possuem compartilhamento em pelo menos três aspectos: 1. os demais atores com que lidam também são estados; 2. na qualidade de inimigos, tais estados são uma grave ameaça à sua própria existência; 3. relativo reconhecimento de como promover a guerra, como fazer uso da coação, como recorrer à balança de poder para dissipar ameaças emergentes. Se predominaria o papel de inimizade, onde a postura do ego com relação ao alter se funda na possibilidade de uso ilimitado da violência, tendo em vista que este é visto por aquele como uma permanente ameaça e não há uma humanização do outro. INTERNALIZAÇÃO: a menos densa corresponderia pura e simplesmente à força (realismo classico), de modo que os atores agiriam conforme uma norma mais por razões externas que internas. a mais densa tem a ideia de interesse ainda presente, porém não como antes como autointeresse, pois self e other, passam a se constituir mutuamente, o outro deixa de ser um objeto para o self, ao mesmo tempo em que as normas passam a ser vistas como legítimas, representantes de interessescoletivos.
cultura lockeana: é como aa sociedade anárquica de Hedley Bull, a lógica hobbesiana de kill or be killed dá lugar a um cenário ainda anárquico, porém mais ameno – live and let live, Ao invés de inimigos, têm-se rivais, competidores que usam a violência para garantir seus interesses, evitando, contudo, a destruição recíproca. Os rivais respeitarão a soberania dos demais atores, tomando a vida e a liberdade como um direito. INTERNALIZAÇÃO: primeiro, a soberania alheia é respeitada apenas em função de um poder superior. segundo coerente com os postulados neoliberais, a soberania como forma de garantirem seus próprios interesses relativos, por exemplo, à segurança ou ao comércio, no terceiro as normas de respeito à soberania não somente exercem efeitos sobre o comportamento dos estados, como também constituem seus interesses, o que faz delas legítimas.
cultura kantiana: marcada pelo papel de amizade na qual os estados esperam que o outro observe duas regras simples: 1. as disputas serão resolvidas sem guerra ou ameaça de guerra (a regra da não-violência); 2. eles lutarão em equipe se a segurança de qualquer um for ameaçada por um terceiro (a regra da ajuda mútua) e que é diferente de aliança, onde está presente na segurança internacional. INTERNALIZAÇÃO: primeiro grau = lockeano, onde coerção material impede inclusive que os estados possam fazer uso da violência contra os demais; No segundo implica um sistema de segurança coletiva fundado no autointeresse de cada ator. No terceiro, a segurança do outro não está relacionada apenas de forma instrumental com a segurança de um determinado estado, mas como parte de sua própria segurança.

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