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A LINGUAGEM DO VESTUÁRIO EM CAPRICHO PERCEBENDO A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL E DE GÊNERO

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DOMÉSTICA 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA DOMÉSTICA 
 
 
 
 
 
ULY ALVES MOREIRA 
 
 
 
 
 
 
A LINGUAGEM DO VESTUÁRIO EM CAPRICHO: PERCEBENDO A 
CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL E DE GÊNERO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2015 
 
 
ULY ALVES MOREIRA 
 
 
 
 
 
 
A LINGUAGEM DO VESTUÁRIO EM CAPRICHO: PERCEBENDO A 
CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL E DE GÊNERO 
 
 
 
 
Trabalho para Conclusão do Curso 
apresentada ao Curso de Graduação em 
Economia Doméstica do Departamento de 
Economia Doméstica do Centro de Ciências 
Agrárias da Universidade Federal do Ceará, 
como requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Economia Doméstica. 
 
Orientadora: Prof. Mª. Maria do Socorro de 
Araújo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________________________ 
 
 
Página reservada para ficha catalográfica que deve ser confeccionada após apresentação e 
alterações sugeridas pela banca examinadora. 
Para solicitar a ficha catalográfica de seu trabalho, acesse o site: www.biblioteca.ufc.br, clique 
no banner Catalogação na Publicação (Solicitação de ficha catalográfica) 
 
___________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ULY ALVES MOREIRA 
 
 
 
 
 
A LINGUAGEM DO VESTUÁRIO EM CAPRICHO: PERCEBENDO A 
CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL E DE GÊNERO 
 
 
 
Trabalho para Conclusão do Curso apresentada ao Curso de Graduação em Economia 
Doméstica do Departamento de Economia Doméstica do Centro de Ciências Agrárias da 
Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em 
Economia Doméstica. 
 
 
Aprovada em: ___/___/______. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
________________________________________ 
 Profa. Mª. Maria do Socorro de Araújo (Orientadora) 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
_________________________________________ 
Profa. Dra. Sande Maria Gurgel D‟Ávila 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus. 
Aos meus familiares, Francisca Amaro, Noelia 
Amaro, Michel Alves e Rogério Picanço. 
Ao meu amor, Emanuel Medeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao Programa de Educação Tutorial do curso em Graduação de Economia 
Doméstica, pelo apoio financeiro com a manutenção da bolsa de auxílio. 
A Profa. Mª. Maria do Socorro de Araújo, pela excelente orientação. 
À professora participante da banca examinadora Profa. Dra. Sande Maria Gurgel D‟Ávila 
pelo tempo, pelas valiosas colaborações e sugestões. 
Aos colegas da turma de graduação, pelas reflexões, críticas e sugestões 
recebidas. 
As amigas e companheiras do 107, pelos conselhos e apoio nos momentos certos. 
Ao Emanuel Medeiros, pelo amor, a paciência e o incentivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A identidade humana é o resultado de uma 
construção coletiva, a descoberta do outro, 
aquilo que ele nos espelha, é a condição da 
nossa própria existência (FAGUNDES, 
2001)”. 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho avalia mensagens visuais e escritas publicadas por uma revista brasileira para o 
público adolescente, a Capricho, que trata de temas relacionados à moda, beleza e 
comportamento. O objetivo foi analisar de que forma a revista constrói a identidade social e 
de gênero de suas leitoras, e ainda, verificar aspectos antropológicos e psicossociais da 
composição do vestuário que determinam a aparência ideal que uma garota deve ter. Como 
metodologia foram analisadas 28 edições dos anos 1990. O foco das análises foram as 
mensagens visuais das capas das revistas e do editorial de Moda. A partir dos resultados 
verificou-se que elementos básicos da linguagem visual, como, a cor, a textura, o volume e a 
forma são responsáveis por definir, clima, estação do ano, ocasião, conforto, desconforto, 
maciez, rigidez, aspectos simbólicos de alegria, tristeza e sedução; bem como, podem sugerir 
roupas, acessórios, sapatos e artigos que estejam na moda para as leitoras, possibilitando a 
construção do “ser menina”. Os resultados apontaram os caminhos pelos quais as diversas 
normas regulatórias eram abordadas e reforçadas nas publicações. 
 
Palavras-chave: Revista. Moda. Gênero. 
 
ABSTRACT 
 
This study evaluates visual and written messages published by a Brazilian magazine for teen, 
the Capricho, which deals with issues related to fashion, beauty and behavior. The goal is to 
analyze how the magazine builds social identity and gender of its readers, and even check 
anthropological and psychosocial aspects of clothing composition determines the optimal 
appearance that a girl should have. The methodology analyzed 28 issues of the 1990s the 
focus of the analysis was the visual messages of magazine covers and fashion editorial. From 
the results it appears that basic elements of visual language, such as the color, texture, volume 
and shape are responsible for defining, weather, season, time, comfort, discomfort, softness, 
stiffness, aspects symbolic happy, sad, seduction and also can suggest clothing, accessories, 
shoes and accessories that are fashionable for readers, enabling the construction of the girl. 
The results show the ways in which the various regulatory requirements are addressed and 
strengthened in the publications. 
 
Keywords: Magazine. Fashion. Genre. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1  Capa da revista Capricho Edição n°664.......................................................... 36 
Figura 2  Capa da revista Capricho Edição n°675 ........................................................ 37 
Figura 3  Capa da revista Capricho Edição n° 690........................................................ 38 
Figura 4  Capa da revista Capricho Edição n° 714........................................................ 39 
Figura 5  Capa da revista Capricho Edição n° 724........................................................ 40 
Figura 6  Capa da revista Capricho Edição n° 726........................................................ 41 
Figura 7  Capa da revista Capricho Edição n°732 ........................................................ 42 
Figura 8  Capa da revista Capricho Edição n° 738........................................................ 43 
Figura 9  Capa da revista Capricho Edição n° 741........................................................ 44 
Figura 10  Capa da revista Capricho Edição n° 757........................................................ 45 
Figura 11  Capa da revista Capricho Edição n° 755........................................................ 46 
Figura 12  Capa da revista Capricho Edição n° 760........................................................ 47 
Figura 13  Capa da revista Capricho Edição n° 780........................................................ 47 
Figura 14  Capa da revista Capricho Edição n° 783........................................................ 48 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASUFC Universidade Federal do Ceará 
PET Programa de Educação Tutorial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14 
2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 18 
2.1 Geral ................................................................................................................... 18 
2.2 Específicos........................................................................................................... 18 
3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 19 
3.1 Moda: definições e breve histórico................................................................... 19 
3.1.1 Moda e linguagem.............................................................................................. 21 
3.2 Categoria gênero na moda................................................................................. 23 
3.3 Os signos da moda na construção da identidade social.................................. 25 
3.4 Histórico da impressa da moda para mulheres............................................... 28 
3.4.1 Capricho: a revista da gatinha!........................................................................ 30 
4 METODOLOGIA.............................................................................................. 32 
5 RESULTADO E DISCUSSÕES....................................................................... 35 
5.1 A análise do vestuário das capas da Capricho da década de 1990................. 35 
5.2 A análise do vestuário relacionado à identidade de gênero............................ 50 
6 CONCLUSÃO.................................................................................................... 52 
 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
1 INTRODUÇÃO 
 
Cotidianamente, é possível perceber nas ruas e através da mídia as mais diversas 
representações corporais. São tamanhos, cores, texturas, cabelos, roupas, maquiagens, 
adereços, dentre tantos outros fatores que fazem as pessoas serem diferentes umas das outras 
(LE BRETON, 2006). A moda, independente de como se apresenta, identifica quem nós 
somos, carrega nossa identidade e nos auxilia na nossa comunicação com a sociedade. 
As roupas, em seu papel de comunicação simbólica, tiveram fundamental 
importância, como meio de transmitir informações tanto sobre o papel e a posição social 
daqueles que as vestiam quanto sobre sua natureza pessoal (CRANE, 2006). 
A identidade de gênero e a sexualidade, embora estejam, popularmente, ligados ao 
órgão sexual humano, também são construções sociais, pois seus significados mudam de 
acordo com a sociedade e o tempo histórico (FAGUNDES, 2006). 
Todo indivíduo tem um núcleo de identidade de gênero, que é um conjunto de 
convicções pelas quais se considera socialmente o que é masculino ou feminino. É importante 
também salientar que a sexualidade, isto é, as práticas eróticas humanas, é culturalmente 
determinada (GROSSI, 1998.). 
Dada a natureza social do conceito de gênero e identidade, ambos estão afinados 
aos estereótipos culturais, fundamentados nas diferenças genitais feminina e masculina que os 
transcendem. Entretanto, entre esses dois polos há uma infinidade de conjugações de níveis e 
intensidade, que extrapolam os espaços definidos pela sociedade para serem ocupados pelas 
mulheres e pelos homens (FAGUNDES, 2001). 
Para BERGER e LUCKMANN (1989) a identidade social do indivíduo é formada 
não só pelos valores internalizados na primeira infância, mas também através de processos de 
aprendizado e internalização contínua de valores. Na visão dos autores, a identidade e as 
escolhas das pessoas não ocorrem de forma determinística, não somos fantoches porque 
podemos interromper nossos movimentos a qualquer momento. Temos a capacidade de 
escolher entre comportamentos de acordo com nossos valores primários e a contingência do 
momento. A interação e a negociação se aglutinam aos valores nas decisões que o indivíduo 
toma e ele é flexível para mudar de acordo com a situação que enfrenta 
Diante desse contexto buscou se analisar os conceitos de moda, identidade social 
e de gênero transmitidos nos textos da revista Capricho selecionada para ser o objeto do 
presente estudo, por considerar seu conteúdo sobre moda abundante e regular. 
A revista é voltada para adolescentes e trata de temas como moda, beleza, 
 
15 
comportamento e sexo. A pesquisa permitiu compreender as mensagens visuais e escritas da 
revista e as formas pelas quais as diferentes roupas comunicam significados. A moda sempre 
estabeleceu uma pauta social para as mulheres e, as maneiras de vestir-se, são sempre 
motivadas socialmente. 
O objeto da pesquisa foi escolhido a partir de um tema atual que é o vestuário de 
adolescentes, tendo-se em vista que a vestimenta é um traço de identidade pessoal e social que 
denota cultura, sexualidade, status social, enfim, a relação de cada um com o mundo a sua 
volta. 
A partir das disciplinas relativas à área de Têxtil e Vestuário se teve mais 
informações técnicas sobre vestuário, que logo chamou atenção por ser um tema que é 
bastante estudado e traz muitas experiências vividas cotidianamente. 
Durante a graduação, houve a oportunidade de estudar outros temas abordados 
pela pesquisa. Esses estudos também faziam parte dos trabalhos de pesquisa e extensão 
realizados pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Graduação em Economia 
Doméstica na Universidade Federal do Ceará (UFC). As temáticas sempre chamaram bastante 
atenção, por tratar de juventude, incentivar a participação em vários grupos e buscar entender 
como as jovens constroem, criam e recriam maneiras de comunicar identidades social e de 
gênero, através de seu vestuário. A identidade define uma pessoa em termos sociais, sendo 
formada e mantida como resultado de processos inter-relacionais, desta forma reconhecemos 
que as identidades são socialmente construídas. 
O interesse pela temática teve início quando ao tomar conhecimento sobre o grupo 
do PET se pôde despertar para relacionar vestuário/ moda/ gênero/ identidade. O que levou a 
se planejar e realizar uma oficina com os jovens do bairro Planalto Pici. O objetivo da oficina 
era trabalhar questões relativas a atividades de ensino e extensão através do PET Economia 
Doméstica, da UFC enfatizando os eixos vestuário e gênero, componentes da matriz 
curricular do curso. 
Um ponto importante trabalhado na oficina foi a forma como os jovens dessa 
comunidade entendem os conceitos de gênero e moda, utilizou-se uma dinâmica chamada 
chuva de ideias, na qual cada jovem falaria a primeira palavra que viria a sua cabeça que 
estivesse relacionada ao tema. Em seguida, a oficina foi contextualizada a partir do texto 
Psicologia do Vestuário, de Joaquim Gonçalves Coelho Filho (1994), e também com 
definições que outros autores dão sobre os temas, com o intuito de verificar se aquelas 
palavras que os jovens haviam citado durante a dinâmica se enquadraria em cada tema. 
Todavia, uma das maiores questões que se pretendeu verificar com o grupo de jovens foi 
 
16 
como a moda chega até eles, e de que forma a moda influencia na construção de sua 
identidade social e de gênero. 
 Todo o planejamento foi feito, para a realização da oficina, porém,não foi 
possível realizá-la devido a incompatibilidade de horário das pessoas envolvidas. 
Mesmo não tendo realizado a oficina como planejado, no entanto, o interesse pela 
temática permaneceu, pois, considera-se a moda, como fator capaz de influenciar o indivíduo 
na construção da identidade social e de gênero. Sendo assim, relevante, analisar como as 
publicações adolescentes exercem função na construção e propagação de conceitos, 
comportamentos e valores, podendo estimular uma visão crítica e uma postura participativa 
em seu público feminino jovem. 
 Este trabalho busca entender como a moda é estabelecida através dessa revista e 
como são firmados os laços de cumplicidade entre a revista e seu público. E ainda há questões 
que necessitam de atenção: por que a impressão de que existe um padrão de beleza a ser 
seguido? Como a revista Capricho, utiliza, em suas capas, a moda e os objetos para compor o 
visual das adolescentes? Que mensagens essas roupas passam às pessoas? O que essas roupas 
falam sobre cada pessoa que as veste? De que forma as vestimentas femininas estão ligadas 
com as relações de gênero? Como os textos da revista influenciam na construção da 
identidade social das adolescentes? 
Pressupõe-se que a revista tem uma linguagem mais arrojada para se comunicar 
melhor com as leitoras, e esta revista adolescente traz o que há de mais recente no mundo da 
moda. Acredita-se ser possível analisar em sua capa o vestuário das modelos, verificando-se 
as cores, silhueta, volume e a textura das vestes, que são responsáveis por definir clima, 
estação do ano, ocasião, conforto, desconforto, maciez, rigidez, aspectos simbólicos de 
alegria, tristeza, sedução e assim constatar os tipos de mensagens que as roupas podem passar 
para as outras pessoas, tendo em vista a identidade como expressão da imagem de si, para si e 
para os outros. 
Para abordar todos estes temas, foi realizada pesquisa bibliográfica sobre cada 
assunto. Este quadro teórico permitiu problematizar as identidades sociais e de gênero que são 
expressas através do vestuário. E, ainda, analisar quais padrões de beleza estão sendo 
sugeridas pelas mídias para as adolescentes. 
A revista foi analisada no período de uma década (1990), o recorte foi feito a fim 
de se obter uma visão deste fenômeno nesse período, salientando-se que foi uma década de 
muitas mudanças na moda. Na década de 1990, a moda foi marcada pela possibilidade de 
acesso rápido e global através da internet. Um dos principais fenômenos que ocorreram neste 
 
17 
período foi a promoção ativa das supermodelos e também o papel desempenhado pelos 
estilistas. No final na década, prevendo o surgimento de uma indústria verdadeiramente global 
no século XXI, os meios de comunicação cunharam a expressão moda planetária. Isso se deu 
graças a disponibilidade das modas com a marca de importantes estilistas internacionais para 
uma ampla parcela da sociedade (MENDES, 2009). 
A metodologia utilizada neste trabalho procurou contemplar as características 
específicas do objeto e a análise dos temas abordados, como também o referencial teórico 
adotado. Esse referencial atua como um modelo possível de fazer reflexões, comparações e 
interpretações, no qual a pesquisa precisa situar-se. 
O estudo da revista Capricho, considerando aspectos como moda, gênero e 
identidade social são importantes de serem estudados, pois auxiliam na compreensão dos seus 
significados e da influência que estes exercem sobre as pessoas, portanto, ajuda na 
compreensão da sociedade. O intuito é compreender como as revistas estão presentes na vida 
das adolescentes, de forma a influenciar as questões de gênero e na construção da identidade 
social, por meio da linguagem visual e verbal da moda. 
Para cumprir essa trajetória, o trabalho inicia-se com conceitos e um breve 
histórico sobre moda, visando identificar uma lógica complexa que permeia a vida social, 
cultural e estética e impõe-se a exigência de avaliar, simultaneamente, uma multiplicidade de 
elementos fundamentais (CALANCA, 2008). 
No tópico seguinte, aborda-se gênero e sexualidade na moda, onde buscou-se 
verificar o papel dessas publicações na construção da identidade sexual e socialização de 
gêneros entre os adolescentes. 
No terceiro tópico, o estudo dos signos da moda na construção da identidade 
social, busca problematizar os símbolos que são passados através do vestuário para as 
adolescentes e como estes signos influenciam na identidade social. 
No último tópico, abordou-se o histórico da imprensa da moda para mulheres, um 
panorama sobre estudos já realizados sobre o tema, com foco na revista brasileira adolescente 
feminina, Capricho. Há um sub-tópico neste último ponto, o qual trata da história da revista 
Capricho, que é o objeto da pesquisa. 
 A discussão desses temas e conceitos, que são abordados em cada tópico, são 
responsáveis por fornecer as ferramentas teóricas que embasarão a análise da Capricho, a fim 
de verificar a linguagem da moda na construção de identidade social e de gênero. 
 
 
 
18 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Geral 
 
Analisar a linguagem visual e verbal do vestuário que compõe a revista Capricho 
na década de 1990 do século XX, buscando compreender como se dá a construção da 
identidade social e de gênero das adolescentes. 
 
2.2 Específicos 
 
 Identificar como a linguagem visual proposta nas capas da revista Capricho 
inclui normas sobre a aparência que se considera apropriada num determinado período, 
analisando a cor, volume, forma e textura; 
 Analisar a maneira como estas roupas podem transmitir informações, como, 
clima, estação do ano, ocasião, conforto, desconforto, maciez, rigidez, aspectos simbólicos de 
alegria, tristeza, sedução sobre a pessoa que está vestindo; 
 Analisar o modo como as roupas da moda, sugeridas pelo quadro de Moda da 
revista, desempenham o papel na construção da identidade de gênero e social. 
 
 
19 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1 Moda: definições e breve histórico 
Primeiramente, os progressos mais rápidos e de maior apelo sexual na história do 
vestuário europeu foram feitos pela moda masculina, inclusive ao final do século XII, o salto 
inicial para a moda propriamente dita (HOLLANDER, 1996). 
 Ainda segundo Hollander (1996), o esquema europeu para o vestuário desde o 
final da Antiguidade havia vestido homens e mulheres com vestimentas similares e que se 
assemelhavam a sacos curvilíneos sem costuras, seja para os braços ou para criar qualquer 
ajuste em torno do corpo. Mas, por cerca de 1300, em diante, homens e mulheres começaram 
a parecer extremamente diferentes ao vestir-se. A maior parte do vestuário masculino dos 
séculos XIV, XV, XVI e do início do século XVII tendia a imitar a armadura ao constituir 
formas abstratas e rígidas em torno do corpo, enquanto as roupas femininas permaneceram 
essencialmente conservadoras. 
Já segundo Svendsen (2010), o desenvolvimento da moda pode ser visto, a partir 
de uma cooperação do Estado e da Igreja, a fim de combater o luxo. Porém, a Europa 
medieval teve contato com o Oriente, especialmente durante as Cruzadas, o que permitiu o 
acesso a tecidos maravilhosos e pedras preciosas. Quando as pessoas começaram a competir 
na ostentação de riqueza, a Igreja e o Estado viram essa tendência com algum ceticismo e 
desejaram controlá-la. Nessa época, estava, entre os mais importantes regulamentos 
introduzidos, as leis suntuárias
1
. De acordo com essas leis, vestuário luxuoso era um claro 
indício de vaidade, e, portanto, pecado grave. Essas leis estiveram em vigor, em geral, desde o 
século XIII até o século XVII. Porém, estas leis eram violadas a todo o momento. 
Svendsen (2010), infereainda que a classe trabalhadora só foi atraída para o 
domínio da moda no século XIX. Até então, as roupas eram extremamente caras o que 
impossibilitava o consumo abusivo por esta classe. Mas, com a introdução das máquinas de 
costura foi possível a produção em massa de roupas relativamente complexas. E isso abriu 
possibilidades inteiramente novas para o consumo de massa. 
Ainda que as máquinas para malharia tenham aparecido no século XVI, é a 
criação do tear hidráulico do século XVII e no século XIX, da máquina a vapor e da máquina 
de costura Singer, surgida em 1870, que incentiva a mecanização da indústria têxtil, 
possibilitando a multiplicidade do processo de fiação e tecelagem (TALERMAN, 1994). 
 
1
 As leis suntuárias têm o propósito de restringir o luxo e a extravagância, particularmente contra gastos absurdos 
quanto a vestes, comida, móveis, etc. 
 
20 
Hollander (1996) afirma que, a arte do início da Idade Média mostra como os 
artistas criaram virtualmente a beleza do vestuário medieval da época, inventando 
reciprocidades de pregas, fechamentos, texturas e camadas em harmonia com braços e pernas 
estilizados, combinando os componentes da figura com abstrações de tecidos exatamente 
como os escultores e decoradores de vasos gregos haviam feito. Desta época em diante, 
homens e mulheres começaram a parecer extremamente diferentes ao vestir-se. 
Durante o século XVIII, exibiam-se corpetes rasgados e correntes ligadas em T 
entre as partes da frente e de trás das saias, sobrecasacas atrevidas, casacos em estilo militar, 
vestidos de renda e jaquetas de talhe apertado, com ombreiras em crescente, que estão entre 
muitos estilos poderosos e femininos deste período (MENDES, 2009). 
As mudanças elegantes na moda feminina do século XIX tornaram-se ainda mais 
enganadoras na superfície, já que as mudanças nas roupas masculinas continuaram a ser uma 
questão de alterar sutilmente a forma básica usada pelos alfaiates e também os tecidos básicos 
(HOLLANDER, 1996). 
A moda do século XX explora o discurso mutante da moda ocidental ao longo de 
um período rápido, que testemunhou revoluções nas comunicações, nas viagens, na indústria, 
todas elas com grande impacto sobre o estilo e o vestuário. As indústrias altamente 
competitivas de moda e vestuário, e no fim do século, ainda eram sustentadas por uma força 
de trabalho vulnerável e exploradas. Os desenvolvimentos tecnológicos e um fascínio com o 
futuro deram origem ao que veio a ser conhecido como cyber fashion. Este século também 
ficou marcado pela produção em massa do vestuário (MENDES, 2009). 
Moda é uma palavra que permite inúmeras interpretações, segundo a ótica sob a 
qual é avaliada. O dicionário de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira define moda como uso, 
hábito, costume ou estilo, geralmente aceitos, variável no tempo e resultante de determinado 
gosto, ideia, capricho e das interinfluências do meio (PEARSON, 1994). 
A moda tem sido um dos fenômenos mais influentes na civilização ocidental 
desde o Renascimento. Abrange um número crescente de áreas de atividades do homem 
moderno e passou a nos parecer quase natural (SVENDSEN, 2010). 
Sob o ponto de vista dos sociólogos e psicólogos, a palavra moda recebe um 
sentido mais amplo, passando a designar um fenômeno social e cultural de caráter mais ou 
menos coercitivo, que consiste na mudança periódica de estilo e cuja vitalidade provém da 
necessidade de conquistar ou manter uma determinada posição social (PEARSON, 1994). 
Pearson (1994), infere ainda que o vestuário desvenda nossos desejos íntimos, satisfaz nossas 
necessidades emocionais, demonstra nossa posição social e econômica. 
 
21 
Ao se propor uma definição da moda como lógica complexa que permeia a vida 
social, cultural e estética, impõe-se a exigência de avaliar, simultaneamente, uma 
multiplicidade de elementos fundamentais (CALANCA, 2008). As teorias em torno da moda 
proliferaram entre o final do século XIX e o início do século XX. O tema ocupou um lugar 
central nas reflexões de artistas e intelectuais empenhados em desvendar a dinâmica da 
modernidade - compreendida como o novo modo de vida que desapontava no fluxo da cultura 
urbana e da sociedade industrial (CRANE, 2006). 
Durante estes dois últimos séculos modernos, a definição de moda sofreu uma 
redução severa e limitadora. Moda, ainda, significa principalmente a variedade momentânea 
das roupas femininas, percebida enquanto está sendo inventada e comercializada exatamente 
como as variedades na indústria da diversão e algumas vezes com estas relacionadas 
(HOLLANDER, 1996). 
Moda é um termo notoriamente difícil de definir com precisão, e é extremamente 
duvidoso que seja possível descobrir as condições necessárias e suficientes para que possamos 
considerar, de forma embasada, que alguma coisa está na moda (SVENDSEN, 2010). 
Segundo Calanca (2008), moda é um desses termos que, usados em múltiplos 
contextos, oferecem um quadro comum de referência e de reflexão para uma série de aspectos 
da vida social. Nesse sentido, Crane (2006) diz que com a globalização o mundo da moda foi 
se tornando cada vez mais complexo e sua importância social aumentou consideravelmente. 
Para Gilles Lipovetsky (1989), moda é uma forma específica de mudança social, é 
um mecanismo social caracterizado por um intervalo de tempo particularmente breve e por 
mudanças mais ou menos ditadas pelo capricho, que lhe permitem afetar várias esferas da 
vida coletiva. 
Moda é o que aparece nos meios de comunicação e nas coleções de estilistas nas 
lojas, após ter sido mostrada primeiramente nas passarelas; e, exatamente como na indústria 
do espetáculo, ela agora está ligada a nomes famosos e suas associações características 
famosas (HOLLANDER, 1996). 
 
3.1.1 Moda e linguagem 
 
Para Lars Svendsen (2010), não há dúvida de que as roupas comunicam alguma 
coisa, mas nem tudo que comunica deve ser chamado de linguagem. As roupas podem ser 
consideradas semanticamente codificadas, mas trata-se de um código com uma semântica 
extremamente tênue e instável, sem quaisquer regras realmente invioláveis. Svendsen (2010) 
 
22 
considera que muitas vezes esses significados são preenchidos mediante referências ao mundo 
além da moda. Tal como a arte, a moda se tornou cada vez mais autorreferente. 
A moda mostra que a satisfação visual tem suas próprias leis notáveis, e que estas 
se relacionam com a sexualidade no seu estilo imaginativo. A relação entre as imagens 
elaboradas pela moda e as condições reais da sociedade torna-se desta maneira complicada 
pelo processo criativo, que tem ricas perversidades e negações dentro dele que desafiam 
qualquer análise fácil sobre o que está criando os esquemas visuais da moda (HOLLANDER, 
1996). 
Toda roupa transmite mensagens a respeito de quem a usa – algumas se pretende 
transmitir; outras não. A moda é poderosa. Ao entender que a roupa funciona bem para uma 
pessoa no trabalho e nas relações pessoais, esta pode realçar tanto a vida particular quanto a 
profissional. A roupa pode expressar o lado sério, o senso de humor, a criatividade e a 
natureza sexual de uma pessoa (FISCHER-MIRKIN, 2001). 
Pearson (1994) afirma que a moda traduz visualmente através das roupas as 
transformações sofridas pelas sociedades, revelando em seus mínimos detalhes o espírito de 
uma época. Esta autora explica ainda que a moda não visa exclusivamente homenagear a 
beleza e a estética propondo uma simbologia visual que transmite a ideia ou sensação que o 
usuário deseja naquele instante comunicar ao espectador. 
As formas mais expressivas da moda clamam na história atual por interpretações 
sociais. Mas como as formastêm principalmente fontes inconscientes, o significado social só 
pôde ser realmente abduzido mais tarde e retroprojetado para que pudessem explicar 
fenômenos particulares (HOLLANDER, 1996). 
 Obviamente, então, moda e indumentária são formas de comunicação não-verbal 
uma vez que não usam palavras faladas ou escritas (BARNARD, 2003). Lurie (1997) infere 
que há muitas linguagens diferentes de vestuário, cada qual tendo seu próprio vocabulário e 
gramática. Nesse tipo de relato, as roupas são os equivalentes das palavras e podem ser 
combinadas em frases. Lurie (1997) sugere, por exemplo, que um meeiro, possuindo pouca 
roupa, será capaz de criar somente umas poucas frases, que expressam apenas os conceitos 
mais básicos, enquanto que um formador de opinião em moda pode ter algumas de centenas 
de palavras a seu dispor e será capaz de exprimir uma ampla escala de significados. 
Por outro lado, as roupas podem ser vistas como um vasto reservatório de 
significados, passíveis de ser manipulados ou reconstruídos de forma a acentuar o senso 
pessoal de influência (CRANE, 2006). Como a linguagem verbal, a linguagem do vestuário 
serve para transmitir significados e identificar posições ideológicas, segundo a escolha dos 
 
23 
significados e as formas de sua transmissão (TALERMAN, 1994). 
Portanto, Menezes (1994) defende que seria mais justo falar-se de modas, que 
consistem em normas socialmente sancionadas, traduzindo-se pela mudança contínua de 
certos setores de uma cultura, com a tendência a universalizar-se e a incluir a própria ciência e 
as questões filosóficas. O autor explica também que nas sociedades tradicionais, de 
organização social estável e duradoura, onde as diferenças de estado ou de casta são 
estabelecidas com rigidez, e onde o comportamento social é explicitamente prescrito até os 
mínimos pormenores, mediante normas e códigos, a moda inexiste, pelo menos na sua 
acepção atual. 
As roupas, que no início da sociedade humana talvez pudessem ser vistas apenas 
como proteção aos corpos, na verdade já revestidas de significado social, linguagem e código 
de comunicação, indicativos culturais do grupo que as produziu, expressando a forma desse 
grupo se comunicar com o mundo (TALERMAN, 1994). 
A aparência do corpo tem muita importância para os grupos sociais, pois, as 
pessoas, sobretudo os jovens, geralmente, se agrupam com aqueles que são parecidos consigo, 
influenciando o outro e sendo influenciado por ele, definindo-se nessa interação social 
(DAYRELL, 2005). Assim, a linguagem corporal dá significado ao que as pessoas são e 
identificam o grupo por determinada característica, determinado gosto e estilo, pois, 
normalmente, as pessoas de um grupo específico, compartilham de alguma marca, adereço ou 
cor (ROSE, 2011, apud DAVI, 2013). 
Desta forma, pintura e ornamentação corporal como um todo precisam ser vistas 
como um código. A decoração do corpo humano nessas sociedades é um veículo de 
comunicação e manifestação estática que revela significados do sistema de comunicação 
visual e as relações deste sistema com os outros aspectos da cultura (TALERMAN, 1994). 
 
3.2 A categoria gênero na moda 
 
Fagundes (2001) observa que o ser menina e mulher, bem como o ser menino e 
homem, são processos que tem início com o reconhecimento de si mesmo enquanto pessoas, 
com a formação da identidade pessoal, na qual se acha imbricada a identidade de gênero. 
Assim, continua a autora, o papel de gênero é a expressão pública da identidade, ou o 
conjunto de condutas esperadas associadas à sexualidade e socialmente exigidas do indivíduo, 
de acordo com seu gênero. Portanto, a autora afirma que sexo é uma categoria anatômico-
biológica, e gênero é uma categoria histórico-cultural. 
 
24 
Uma premissa básica da ideologia dominante no que se referia às mulheres era a 
crença em identidades de gênero fixas e na existência de diferenças essenciais entre homens e 
mulheres (CRANE, 2006). Na cultura ocidental, os mitos e os ritos sobre a formação da 
identidade feminina são transmitidos através de diversos mecanismos presentes na tradição 
sob a forma de costumes, lendas e estórias (FAGUNDES, 2001). 
No Brasil, o impulso dos movimentos feministas e de mulheres e a receptividade 
da academia a temática de gênero iniciam-se a partir dos anos 1970. Depois de um exame 
mais apurado sobre a presença da mulher na complexidade social, passou-se ao uso da 
categoria de gênero, como a significar uma mudança de patamar analítico e para refletir a 
questão da diferença sexual (OSTERNE, 2001). 
A categoria de gênero, segundo Heilborn (1990:40 apud OSTERNE, 2001) trata-
se do emprego de desinências diferenciadas para designar indivíduos de sexos diferentes ou 
ainda coisas sexuadas. Porém, ainda segundo a autora, o termo passou a significar a distinção 
entre atributos culturais inerentes a cada um dos sexos e a dimensão biológica dos seres 
humanos. 
Segundo a Escola de Formação Sindical da CUT no Nordeste (2000), o gênero é 
determinado social e culturalmente, por isso varia entre uma cultura e outra e, ainda, dentro de 
uma determinada cultura ao longo do tempo. Ao procurar entender as relações sociais de 
gênero, percebe-se que a diferença entre os sexos se baseia numa construção material, onde a 
especificidade biológica de mulheres e homens caracteriza-se pela dominação de um sexo 
sobre o outro estabelecendo uma relação hierarquizada de poder. 
Como Santos e Buarque (2006) afirmam o conceito de gênero é útil para auxiliar 
no entendimento da sociedade em que vivemos, porque ajuda na compreensão das 
desigualdades políticas, econômicas e sociais entre mulheres e homens, que não são, 
puramente, genuínos de diferenças biológicas, mas sim de construções resultantes das 
relações sociais. 
Gênero é, portanto, o conjunto de atributos construídos pela cultura para designar os 
papéis que devem desempenhar homens e mulheres em cada sociedade. E como as 
sociedades mudam, esses papéis também mudam; e, se esses papéis mudam, a 
sociedade também muda (SANTOS e BUARQUE, 2006: 25). 
 
Assim, se o gênero é uma construção social, podemos considerar que alguns 
símbolos entendidos por uma sociedade como algo masculino ou feminino, nem sempre o foi 
e nem sempre o será, necessariamente (GOELLNER, 2010). 
As roupas da moda para as mulheres tinham elementos de controle social, pois 
exemplificavam a concepção dominante e bastante restritiva dos papéis femininos. Já, o 
 
25 
significado do vestuário é percebido de várias formas diferentes de homens, alguns dos quais 
simplesmente consomem roupas, enquanto outros tanto as consomem como criam estilos de 
vestuários (CRANE, 2006). 
O vestuário masculino e feminino, considerado em conjunto, ilustra como as 
pessoas querem que a relação entre homens e mulheres seja, além, de indicar a trégua em 
separado que cada sexo está fazendo com a moda ou costume em dado momento 
(HOLLANDER, 1996). 
A masculinidade contemporânea mostrada pela mídia tem quatro características 
principais: potência e controle físicos associados ao corpo masculino, heterossexualidade, 
conquistas profissionais em empregos identificados e o papel familiar patriarcal. Para a 
mentalidade popular, a identidade masculina é fixa e inata, e não socialmente construída 
(CRANE, 2006). Já o vestuário feminino revela muito de como as mulheres se sentem em 
relação a elas mesmas e oferece um vislumbre de seus desejos, fantasias e valores 
(HOLLANDER, 1996). 
Meninos e meninas avançam na pré-adolescência assimilando novos costumes e 
valores e aprendendo muito sobre si mesmos e daí começam a formular sua identidade. 
Quando jovens, o vestuário acaba sendo um sinal que permite ou impede que umindivíduo 
faça parte do grupo (FILHO, 1994). 
Há uma questão paralela que poderia ser examinada de passagem: a frequente 
acusação da moda como causadora de confusão nos papéis que se acreditam respectivos e 
inerentes a cada um dos sexos. Além disso, talvez os homossexuais estejam agora a se 
manifestar de modo mais aberto e com menos constrangimento, por existir hoje melhor 
compreensão de sua problemática; mas não que a moda só por si seja fator determinante desse 
ou daquele padrão de conduta sexual (MENEZES, 1994). 
Por outro lado, falar em masculinização da mulher ou efeminação do homem por 
efeito da moda das últimas décadas é se deixar levar por uma visão superficial do problema 
ou simples ignorância, pois os trajes masculinos e femininos intercambiam-se os seus 
aspectos fisiológicos (MENEZES, 1994). 
 
3.3 Os signos da moda na construção da identidade social 
 
O signo é a união do significante com o significado. Essa união tem que ser 
examinada do ponto de vista da sua arbitrariedade e da sua motivação, isto é, do seu duplo 
fundamento, social e natural (BARTHES, 1975). 
 
26 
As roupas são uma ferramenta de suma importância na construção da identidade, 
oferecendo uma vasta gama de opções para a expressão de estilos de vida ou identidades 
subculturais (CRANE, 2006). 
Uma compreensão da moda deveria contribuir, portanto, para uma compreensão 
de nós mesmos e da nossa maneira de agir (SVENDSEN, 2010). As modificações no 
vestuário indicam mudanças nas relações sociais e tensões entre diferentes grupos sociais que 
se apresentam de forma diferente no espaço público (CRANE, 2006). 
Calanca (2008) observa que de fato, a promoção da individualidade, o grande 
investimento no modo de aparecer, a estetização das formas e a modernização podem ser 
considerados hoje os traços principais do fenômeno da moda. 
A escolha do vestuário, segundo Crane (2006), é uma das mais evidentes marcas 
de status social e de gênero – útil, portanto, para manter ou subverter fronteiras simbólicas -, o 
vestuário constitui uma indicação de como as pessoas, em diferentes épocas, vêem sua 
posição nas estruturas sociais e negociam as fronteiras de status. 
A roupa expõe o corpo a uma transformação constante, estruturando em signos, 
isto é, em cultura, aquilo que o mundo natural possui apenas potencialmente (CALANCA, 
2008). Roland Barthes (1975) analisa que as roupas são a base material da moda, ao passo 
que ela própria é um sistema de significados cultural. 
Barnard (2003) reitera ainda que os significados de uma peça de roupa são o 
resultado de uma negociação em constate movimento, e que não podem escapar da influência 
no sentido de diferenciar posições do domínio e subserviência, parece refletir, de modo 
intuitivo e mais acuradamente, o que acontece quando as pessoas falam a respeito dos 
significados do vestuário. 
Algumas roupas têm altos valores simbólicos, mas a moda de massa absorveu 
elementos de vestuário, como, o militar, o feitichista e o gay, e essas roupas passaram a ser 
usadas também por pessoas cuja identidade não corresponde de maneira alguma à origem 
delas. Svendsen (2010) afirma que embora as roupas não forneçam mais indicações tão claras 
de identidade de quem as usa, ainda tiramos conclusões sobre os outros com base nelas. 
A obsessão com a identidade pessoal pode ser em parte explicada como 
consequência de uma sociedade e de uma cultura cada vez mais complexas e difíceis de ser 
interpretadas (CRANE, 2006). A passagem da maturidade para o que hoje é chamado de 
tempos dourados, muitas vezes foi assinalada pela mudança no modo de vestir (LURIE, 
1997). Os mais jovens, que são também os consumidores mais ativos da cultura de mídia, 
acham difícil ter um sentido claro do que é a sociedade contemporânea e de seu significado 
 
27 
para eles (CRANE, 2006). 
Segundo Lurie (1997), o vestuário compreende um grande número de dialetos, 
sotaques, arcaísmos, palavras emprestadas e gírias. Para Crane (2006), a moda contribui para 
redefinir identidades sociais ao atribuir novos significados aos artefatos. 
Há uma relação proporcional entre o número de itens de roupa que uma pessoa 
tem e a quantidade de coisas que ela é capaz de expressar visualmente, porque as roupas são 
nosso vocabulário visual (LURIE, 1997). 
As roupas da moda são bastante significativas para os consumidores porque 
expressam as ambivalências que cercam as identidades sociais, tais como juventude e idade, 
masculinidade e feminilidade, e conformismo e rebeldia (DAVIS, 1992, apud CRANE, 2006). 
Barthes (1975) distingue de início três aspectos do vestuário: a peça de roupa real, 
a peça de roupa representada e a peça de roupa usada. Estas são três formas de existência 
aplicadas à roupa em sua trajetória através do sistema da moda. A roupa real é a peça de roupa 
física que é produzida, a roupa representada é a que está em exibição nas revistas e anúncio de 
moda, e a roupa usada é a que é comprada e vestida. 
O fascínio da moda reside nos modos como ela continuamente redefine essas 
tensões e as incorpora em novos estilos (CRANE, 2006). Parece restar apenas uma 
alternativa: o significado deve residir na própria roupa (SVENDSEN, 2010). 
Barnard (2003) afirma que moda e indumentária podem ser usadas para dar 
sentido ao mundo e as coisas e pessoas nele inseridas, e que são fenômenos comunicativos. O 
autor continua assegurando que o sistema estruturado de significados permite aos indivíduos 
construir uma identidade por meio da comunicação. 
Estilos que emergem de grupos socioeconômicos inferiores são normalmente 
gerados por adolescentes ou jovens adultos que pertencem a subculturas ou tribos de estilo 
com modos de vestir característicos (CRANE, 2006). 
As roupas da moda são usadas para fazer uma declaração sobre classe e identidade 
sociais, mas suas mensagens principais referem-se às maneiras pelas quais homens e mulheres 
consideram seus papéis de gênero (CRANE, 2006). 
A comunicação torna o indivíduo membro de uma comunidade; comunicação 
como interação social através de mensagens constitui o indivíduo membro de um grupo 
(BARNARD, 2003). 
Na moda moderna, a sexualidade das roupas é a sua primeira qualidade; as roupas 
dirigem-se em primeiro lugar ao eu de cada pessoa, e somente depois ao mundo. As 
criancinhas aprendem que as roupas lhes dão identidade privada, definindo ideias interiores 
 
28 
sobre seu próprio corpo que começam com ideias sobre a sua sexualidade (HOLLANDER, 
1996). 
 
3.4 Histórico da imprensa da moda para mulheres 
 
Ainda que se possa afirmar que a moda começou por volta de 1350, ela só se 
tornou uma força real no século XVIII. A burguesia que emergiu nessa época usava as roupas 
para indicar seu status social. Nas décadas de 1770 e 1780 apareceram as primeiras revistas de 
moda, estas eram direcionadas apenas para os homens, mas estas revistas serviram para 
aumentar a rapidez com que a moda circulava (SVENDSEN, 2010). 
As revistas cumprem funções culturais complexas mais que a simples transmissão 
de notícias, pois entretêm, traz análises, reflexão, concentração e experiência de leitura. As 
revistas nasceram por um lado sob signo da mais pura diversão, e por outro, ajudaram na 
formação e educação de grandes fatias da população que necessitavam de informações 
específicas (BUITONI, 1981). 
No período de seu surgimento, as revistas uniam educação, entretenimento, 
serviços e interpretação de seus acontecimentos. Traziam novidades da moda, conselhos 
culinários, ilustrações, notícias curtas e anedotas. 
No século XVIII, a imprensa voltada para as mulheres desempenhava um 
importante papel a Europa, enquanto no Brasil, ainda nem existia impressa. Na épocaera 
pequeno o número de homens alfabetizados, e menos ainda o número de mulheres. 
O primeiro periódico para o público feminino lançado no Brasil foi O Espelho 
Diamantino, em 1827. A primeira revista feminina surgiu apenas em 1914 e chamava-se 
Revista Feminina (SILVA, 2010:13). 
Com o passar do tempo, as revistas passaram a ser o veículo da imprensa feminina 
fosse ao aspecto de apresentação gráfica, ou nas correspondentes maneiras de estruturar seu 
conteúdo (BUITONI, 1990). 
Uma análise de imagens de mulheres em anúncios de revistas de moda mostra que 
elas são indicações de um processo hegemônico internamente contraditório: uma dialética em 
curso entre discursos dominantes e os que lhes fazem oposição (CRANE, 2006). 
Até a metade do século XIX, a imprensa feminina poderia ser considerada um 
produto para a elite, pois suas leitoras eram mulheres aristocratas e da elite burguesa que 
tinham tempo livre e sabiam ler. A partir de 1869, as revistas passaram a ter as vendas 
 
29 
desvinculadas à assinatura, sendo vendidas em lojas e livrarias. Com a maior facilidade de 
aquisição das revistas, a criação de moldes de roupas como encartes das publicações, 
oferecimento de brindes e o avanço da indústria de cosméticos, houve um aumento nas 
tiragens das publicações no final do século XIX (SILVA, 2010). 
 A diversidade de imagens em revistas de moda associada a estilos de roupa 
feminina podem ser vistos como um indício do esforço para definir as identidades da mulher 
no século XX (CRANE, 2006). 
Enquanto as revistas para mulheres passaram a tratar sobre sexualidade de forma 
mais explícita, o mercado editorial passava por um período de segmentação, no qual se 
consolida a ideia de que as revistas não deveriam mais abranger um extenso leque de 
preferencias, mas centrar-se em gostos e peculiares de um público específico, seja ele de 
consumidores ou anunciantes. Nessa nova configuração, o mercado editorial descobriu o 
potencial consumidor de uma faixa etária intermediária, que eram os adolescentes. A 
adolescência é uma fase da vida que pode ser definida em múltiplas dimensões: biológica, 
psicológica, social, histórica, política, econômica e cultural. Enquanto período de transição da 
infância para a vida adulta é considerado um fato biológico reconhecido em todas as 
sociedades ocidentais (SILVA, 2010). 
O eixo moda-literatura foi o grande incentivador desse tipo de imprensa, para 
Buitoni (1990), reflete a luz conservadora adotada por essas publicações em relação à imagem 
da mulher, enfatizando suas virtudes domésticas, tais veículos desaprovavam qualquer ideia 
mais progressista: no máximo diziam que a educação beneficiava a mulher. 
Quando se abre uma revista de moda, repara-se que se trata de dois tipos de 
vestuário diferentes. O primeiro é o que se apresenta fotografado ou desenhado, é um 
vestuário imagem. O segundo é o mesmo vestuário, mas escrito, transformado em linguagem 
(BARTHES, 1975). Em um empregam-se formas, linhas, superfícies, cores, e a relação é 
espacial; no outro, são palavras, e a relação é sintática. 
Figueira (2003) sugere que os textos e imagens presentes nas revistas, bem como 
aqueles que não aparecem em suas páginas legitimam e ensinam às adolescentes verdades de 
como o seu corpo deve ou não ser. 
 
 
 
 
 
 
30 
3.4.1 Capricho: a revista da gatinha! 
 
A Capricho foi criada em junho de 1952, pelo fundador da Editora Abril, Victor 
Civita. Na época de seu surgimento, a revista era quinzenal, mas no mesmo ano a revista 
passou a ser mensal, a revista trazia em seus assuntos fotonovelas e assuntos como moda, 
consultório sentimental, e às vezes, receitas culinárias. Nesta época, o público alvo da revista 
eram mulheres casadas, por volta dos trinta anos. Neste período, não havia a mística da 
juventude, e, portanto, eram chamadas de jovens as moças que tinham dezoito anos, e não 
como atualmente que são chamadas assim as garotas de treze anos (BUITONI, 1990). Assim, 
em todas as suas páginas, os textos eram escritos voltados para adultos. 
Em 1956, a publicação ultrapassa a tiragem de 500 mil exemplares, a maior de 
uma revista da América Latina naquele momento, marca nunca alcançada por nenhuma outra 
revista feminina brasileira. Na época, a revista era a principal fonte de publicação de 
fotonovelas românticas, que era uma tendência mundial. Porém, essa tendência entrou em 
declínio em meados da década de 1970, fato que ocorreu em parte por causa do surgimento 
das telenovelas, mas que para alguns autores também está relacionado a difusão do 
movimento feminista do país (MIRANDA e RIBEIRO, 2003). Ainda segundo a autora, essa 
transformação mostra que eram necessárias mudanças na revista e que as leitoras estavam 
descontentes com as fotonovelas. A revista tentou durante mais ou menos dez anos, entender e 
se comunicar com as mulheres. 
Em 1982, a publicação passou por grandes modificações em seu formato, logotipo 
e linha editorial: a prioridade passou a ser assuntos como moda, beleza e comportamento, 
direcionados para um público de jovens entre 15 e 29 anos. As prioridades agora são outras: a 
Capricho quer mostrar o que é atual e o que está interessando as leitoras (FIGUEIRA, 2003). 
Firmando sobre sua nova linha editorial, em 1985 a revista dirige sua atenção as 
jovens entre 15 e 22 anos. Adota o slogan “A Revista da Gatinha” e acrescenta a expressão 
“Miau” ao logotipo Capricho. Em 1989, a revista passa por novas modificações e agora o 
público alvo da revista são jovens de 12 a 19 anos (GRUPO ABRIL, 2015). 
Durante a década de 1990, sair na capa da Capricho era o sonho de todas as 
modelos em início de carreira. Muitas delas ficaram muito famosas, como Ana Paula Arósio, 
Luana Piovani e Gisele Bündchen. Em março de 1996, a revista volta a ser publicada 
quinzenalmente, com tiragem de 250 mil exemplares (SILVA, 2010). 
No ano seguinte, a revista continua a restringir seu público alvo mais uma vez, 
passando a ser de 12 a 16 anos. Em 1999, a revista volta a se reformular e volta a mudar seu 
 
31 
público alvo, desta vez para atingir meninas que estão vivendo a adolescência, 
independentemente da idade (CAPRICHO, 2015). 
Em 2006, o site passa a trazer conteúdos exclusivos para a internet e aumenta a 
possibilidade de interação com as leitoras. Está na revista, no site, no celular, em produtos 
licenciados, games e eventos. Sempre buscando explicar o mundo de um jeito simples e 
divertido e oferecendo os serviços mais relevantes para as meninas de 13 a 17 anos 
(CAPRICHO, 2015). Atualmente, segundo o Grupo Abril (2015) a revista Capricho é: 
 
Líder absoluta na comunicação com as garotas brasileiras! Traz, quinzenalmente, 
tudo que as adolescentes querem saber de uma maneira objetiva, clara e informal. As 
páginas de Capricho oferecem uma combinação de alto apelo, com uma fórmula que 
vai ao encontro das necessidades das adolescentes: celebridades, moda e beleza, 
comportamento, atualidades, diversão e entretenimento. Sua abordagem acolhe e, ao 
mesmo tempo, alerta e orienta a leitora, criando intimidade com o público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
4 METODOLOGIA 
 
A revista adolescente feminina selecionada nesse trabalho – Capricho – foi 
acompanhada durante a década de 1990, período escolhido a fim de se obter uma visão deste 
momento, salientando-se que foi uma década de muitas mudanças na moda. E também, outro 
motivo foi a dificuldade encontrada para a aquisição de edições atuais das publicações
2
. 
Assim, ao escolher os anos 1990 para ser analisado, foi possível adquirir algumas edições no 
Departamento de Economia Doméstica,disponibilizadas para esta pesquisa e mais algumas 
edições em sebos no centro da cidade de Fortaleza. 
Se, por um lado, esse recorte temporal foi fundamental para tornar a pesquisa 
viável, apesar de não mostrar uma visão atual do fenômeno, por outro se aumentou as 
possibilidades de análises comparativas ao longo dos anos 1990. 
Entretanto, essa limitação circunstancial não constitui um impedimento para que 
futuras investigações mais atuais do fenômeno sejam feitas com base nos resultados obtidos a 
partir desse trabalho, seja por parte dessa autora ou de quaisquer outros. 
A revista era mensal de janeiro de 1990 a março de 1996 e a partir daí, tornou-se 
quinzenal. No decorrer da década de 1990, os editoriais mudaram várias vezes, mas os que 
prevaleceram nos primeiros anos foram: você na Capricho, comportamento, moda, gente. No 
final da década os editoriais estavam divididos em: Perfil, moda, relações, beleza & saúde. 
Dessa forma, adquiriu-se um total de 28 (vinte e oito) edições a serem analisadas. 
A saber, que destas edições a maioria era dos anos 1996 (oito edições) e 1997 (nove edições), 
e as demais edições variaram entre 1990 a 1999, todas sendo de diferentes meses. 
Para abordar o tema, inicialmente, utilizou-se o método de abordagem, chamado 
método dedutivo que, partindo das leis e teoria na maioria das vezes prediz a ocorrência dos 
fenômenos particulares (LAKATOS, 2003). 
Em seguida, utilizou-se como métodos de procedimento: o método histórico e o 
método estruturalista. O método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e 
instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje, pois as instituições 
alcançaram sua forma atual através de alterações de suas partes componentes, ao longo do 
tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época. E o método 
estruturalista, este, parte da investigação de um fenômeno concreto, eleva-se a seguir ao nível 
 
2
 As revistas atualmente são vendidas em bancas de revistas ou através de assinatura, dessa forma a Editora Abril 
tem controle sobre a entrega e venda das edições, as revistas que não são vendidas são recolhidas pelos 
entregadores, dificultando assim, a aquisição de edições atuais. 
 
33 
do abstrato, por intermédio de uma constituição de um modelo que represente o objeto de 
estudo retornando, por fim ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada e 
relacionada com a experiência do sujeito real (LAKATOS, 2003). 
Toda pesquisa implica o levantamento de dados de várias fontes, esse 
levantamento pode ser feito de duas maneiras: pesquisa documental (fontes primárias) e 
pesquisa bibliográfica (fontes secundárias). 
Pesquisa documental implica na pesquisa feita em cartas, diários pessoais, jornais, 
revistas que podem ser muito úteis para a compreensão de um processo ainda em curso ou 
para a reconstituição de uma situação passada (GONÇALVES, 2005). 
A pesquisa bibliográfica busca conhecer as diferentes contribuições cientificas 
sobre o assunto que se pretende estudar. É o primeiro passo em qualquer tipo de pesquisa 
(GONÇALVES, 2005). 
 
Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que 
sejam os métodos ou técnicas empregadas. Esse material-fonte é útil não só por 
trazer conhecimentos que servem de back-ground ao campo de interesse, como 
também para evitar possíveis duplicações e/ou esforços desnecessários; pode, ainda, 
sugerir problemas e hipóteses e orientar para outras fontes de coleta (LAKATOS, 
2003: 174). 
 
A escolha do método é importante e deve ser adequada ao objeto de pesquisa, para 
tanto, a pesquisa bibliográfica, é a que se considera mais apropriada para a apreensão das 
informações, segundo Lakatos (2003), a pesquisa bibliográfica visa colocar o pesquisador em 
contato direto com tudo que já foi publicado sobre o assunto a ser pesquisado. 
De acordo com Dondis (1997), o resultado da experiência visual está na inversão 
de polaridades duplas. Primeiro, as forças de conteúdo e de forma, e segundo, o efeito 
recíproco entre o criador e o receptor. Na análise desta pesquisa, as mensagens visuais são 
analisadas a partir destes elementos básicos da linguagem visual: a forma, volume, textura e 
cor. 
A linguagem visual verificada através do vestuário está relacionada a um 
simbolismo implícito na relação de pertencimento entre os indivíduos através de códigos 
compartilhados por um grupo. Desta forma neste trabalho, realizou-se uma pesquisa 
documental sobre o assunto, o que deu a base para o referencial teórico do trabalho, com a 
finalidade de aprofundar os conhecimentos sobre o assunto a ser pesquisado. 
O vestuário não constitui apenas um símbolo de status, mas também de momento 
sociais. Além de dados secundários obtidos de livros, revistas, publicações avulsas e teses, e o 
 
34 
site da revista e de sua editora. 
Com o intuito de selecionar os materiais pertinentes aos objetivos da pesquisa, as 
revistas foram lidas e consultadas página por página, incluindo capa, reportagens, artigos, 
entrevistas, colunas, cartas de leitoras e testes. Essa primeira leitura mostrou-se fundamental 
para a escolha de um método de pesquisa que possuísse relações estreitas com as 
particularidades do objeto e as perspectivas da análise. 
A metodologia utilizada neste trabalho procura contemplar as características 
específicas do objeto e a análise dos temas abordados, como também o referencial teórico 
adotado. Esse referencial deve atuar como um modelo possível de fazer reflexões, 
comparações e interpretações, no qual a pesquisa precisa situar-se. 
Deteve-se a atenção no editorial Moda, neste, a leitora encontra informações sobre 
maquiagem, cosméticos, cuidados com o cabelo, tendências em moda, e ainda dicas de como 
vestir-se e onde comprar roupas e sapatos. 
A opção de analisar uma seção específica da revista mostrou-se fundamental por 
tornar possível uma visão direcionada do fenômeno estudado nas revistas, com isso tem-se a 
oportunidade de observar o tema de forma isolada. 
Ao afirmar que foi analisado os textos da revista, não significa dizer que foram 
analisados apenas os textos escritos, mas sim materiais escritos, ilustrações, fotografias, bem 
como a interação de todos eles no espaço da revista. 
Nesta pesquisa analisou-se as mensagens visuais das capas das revistas e do 
editorial de Moda, a partir de elementos básicos da linguagem visual: a forma, o volume, a 
textura e a cor. Assim como a linguagem escrita utilizada no editorial Moda para verificar 
como a revista sugere roupas, acessórios, sapatos, enfim, artigos que estejam na moda para as 
leitoras, e como estas roupas inferem na construção da identidade social e de gênero. 
As etapas metodológicas foram: 
1. Revisão literária 
2. Seleção das revistas, entre as da década de 1990 analisadas, destacando que foram 
utilizadas 28 revistas durante o percurso da pesquisa. 
3. Análise das revistas selecionadas, tendo como base uma perspectiva de gênero e a 
moda na construção da identidade social e a linguagem visual das capas. 
4. Interpretação dos objetos analisados com o referencial teórico. 
5. Discussão dos resultados 
 
 
 
35 
5 RESULTADO E DISCUSSÕES 
 
5.1 A análise do vestuário das capas da Capricho da década de 1990 
 
Este tópico abordará a análise de algumas capas da revista Capricho, através da 
observação das linguagens visuais, cujo interpretante é o pesquisador, com base nas pesquisas 
propostas por Barthes (1975), Castilho (2004), Callan (2007), Castilho e Martins (2005), entre 
outros autores. 
A linguagem visual por vezes é apresentada como sendo a detentora dos primeirosdispositivos cognitivos sendo através das visualizações prévias que as representações do que é 
pensado, organizam-se. Seja no campo das ideias, ou na realidade, as representações visuais 
terminam por dominar a relação que o homem tem com a moda. 
A oferta de uma suposta individualidade oferecida atualmente pelo sistema da 
moda, que faz manifestações pessoais na formação do chamado estilo particular, como cita 
Barthes (1975), possibilita a mistura de produtos na composição da indumentária que leva a 
uma padronização do modo de pensar, e quando menos se espera o modelo escolhido para 
individualizar o sujeito é exatamente o modelo encontrado nas lojas de departamento, 
adequações de tendências internacionais. 
Barthes (1975) propõe que toda cobertura corporal tem a possibilidade em si 
mesma de vir a se constituir em um sistema, consagrado por uma determinada sociedade. É 
nessa linha de raciocínio, da moda como sistema, que o estudo dos elementos semióticos da 
indumentária observada nas capas da Capricho está exposto nessa pesquisa. 
As edições escolhidas para serem analisadas quanto à capa foram as revistas que 
mostram detalhes da forma, cor, e detalhes das roupas que a modelo da capa usava, 
permitindo assim, analisar aspectos como simbologia das cores, brilho, textura, silhueta, 
volume, ocasião, conforto, maciez, rigidez e tipo de tecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 1 – Capa da revista Capricho Edição n°664 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Capricho, dez 1990. 
 
O look apresenta alto índice de feminilidade. A forma (silhueta) da peça é justa ao 
corpo, marcando a cintura, o busto e o quadril. Tem alças com uma espessura, por volta de 4 
centímetros, o que faz com que se chame atenção para o busto. A garota está usando um 
macaquinho, que é uma peça só. Este macaquinho também é curto que permite que as pernas 
fiquem descobertas, chamando atenção para a parte inferior do corpo. 
Portanto, o pouco volume do macaquinho equilibra a forma, dando delicadeza ao 
look. A pulseira de pérolas e estrelas simboliza uma elegância clássica e o chapéu de praia 
ajuda a compor a delicadeza do visual. 
A textura maleável do tecido sentida através da imagem sugere um tecido mais 
fresco, utilizado durante o verão. A cor branca do macaquinho é uma cor neutra que transmite 
paz, e o azul do chapéu, transmite tranquilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2 – Capa da revista Capricho Edição n°675 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, nov 1991. 
 
Nesta capa, os rapazes usam paletó, esta peça de roupa é tipicamente masculina 
própria para ocasiões mais formais, e gravata-borboleta que tem um formato de um laço 
firme. A moça utiliza uma jaqueta com zíper à amostra, saia estilo colegial (com várias 
pregas), e meia-calça. 
As formas dos trajes masculinos são mais próximas ao corpo, e, portanto, possui 
pouco volume, chamando atenção para os ombros, por ter uma rigidez do tecido maior nesta 
região. 
O traje feminino possui forma bem feminina, justa ao corpo, chamando atenção 
para o quadril com uma saia com pregas, que são feitas passadas a ferro para formar vincos 
bem marcados. Estas pregas dão pouco volume ao visual. 
A textura do terno, que se pode observar, é lisa e uniforme; com um bom caimento 
do tecido. As peças femininas possuem texturas diferentes. A peça superior é uma jaqueta de 
couro, confeccionada em pele de animal, possivelmente é quimicamente tratada e tingida, 
deixando uma textura lisa e brilhante. A peça inferior é uma saia com pregas, no que se pode 
observar, é um tecido mais firme e liso, sem brilho. 
A cor preta é predominante nesta foto, sugere poder. A outra cor é o vermelho que 
junto com o preto dá uma sensação de aumento na adrenalina e nos batimentos cardíacos, o 
que exige atenção total. 
 
 
 
 
38 
 Figura 3 - Capa da revista Capricho Edição n°690 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, fev 1993. 
 
Nesta edição da Capricho, traz um casal heterossexual se beijando em uma praia. 
Uma foto bem despojada, assim como as roupas que estes modelos estão usando. O rapaz 
veste uma bermuda de elástico na cintura e de comprimento acima do joelho. As bermudas 
fazem sucesso como traje de verão para homens e mulheres (CALLAN, 2007). A modelo usa 
uma camiseta, um short curto e um tênis. 
Em relação à forma, tanto as vestes do homem quanto da mulher são justas ao 
corpo, mas não coladas, o que permite que as peças marquem a silhueta do corpo. Estes trajes 
não têm volume. 
A textura da bermuda masculina parece um tecido confortável, mas firme e sem 
brilho. O xadrez da estampa traz a sensação de informalidade. A textura da peça superior 
feminina, aparentemente, se assemelha a algodão, macio e maleável. A peça inferior parece 
com uma imitação do tecido jeans, apenas mais mole. 
A cor azul da bermuda masculina simboliza tranquilidade, com o branco que está 
presente na estampa xadrez traz a ideia de relaxamento superficial e esforço confiável. A cor 
branca sozinha pode indicar prazer e ao mesmo tempo pureza, sem deixar de representar 
riqueza e status. As cores rosa, verde e azul claros do short da modelo indicam serenidade, 
amor, representam o romantismo presente na foto. 
 
 
 
 
 
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 Figura 4 – Capa da revista Capricho Edição n°714 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, fev 1995. 
 
Nesta capa, a modelo usa calça comprida e blusa sem manga, de botões com gola 
polo. A forma destas roupas é justa ao corpo, a calça é colada ao corpo, permitindo ver 
perfeitamente as formas das pernas da jovem. Mas a atenção desta roupa está voltada para a 
parte superior. A blusa é a peça que proporciona volume ao look, por não ser colada ao corpo 
e ser mais comprida, dá leveza ao visual, o deixando mais feminino. 
A textura da calça, aparentemente, é lisa e macia. Já a blusa possui pequenos 
bordado, que deixam a peça com rugosidades devido às linhas utilizadas nestes bordados. O 
tecido parece ser fino e maleável. 
A cor é branca que como já foi citada anteriormente, expressa paz, pureza e 
inocência. Esta modelo está deitada em um mar de confetes para bolo, feitos de chocolate, de 
várias cores, o que reforça a ideia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 Figura 5 – Capa da revista Capricho Edição n°724 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, dez 1995. 
 
Esta edição traz três rapazes vestidos com roupas iguais, que é uma camisa e uma 
calça. A forma destas peças é justa ao corpo, demarcando bem o volume do tórax dos rapazes. 
A textura da blusa é lisa e sem brilho, se assemelha a algodão, macio e maleável. 
A calça parece ser jeans, que é fabricado com um tecido grosso de algodão, sendo mais rígido 
e um pouco mais áspero em relação à blusa. 
A cor preta é predominante sugere seriedade, estabilidade e formalidade. Há um 
laço na capa, como em uma embalagem de presente, com um cartão escrito “Feliz Natal!”, o 
que reforça esta ideia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 Figura 6 – Capa da revista Capricho Edição n°726 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, fev 1996. 
 
Nesta edição, há um casal, o rapaz está olhando para a garota e ela sorri olhando 
para frente descontraída. As roupasque eles estão usando são aparentemente confortáveis e ao 
mesmo tempo é um look que pode ser usado no shopping ou para ir à faculdade, por exemplo. 
O rapaz está usando uma blusa justa ao corpo, e uma calça também justa, que não 
possui volume. A garota usa uma camiseta justa com uma faixa de listras na altura do umbigo, 
o que chama atenção para a cintura, a calça que ela está vestindo é justa ao corpo e como o 
restante da roupa não tem volume. 
A textura das roupas masculina é sem brilho, aparentemente lembra o tecido de 
algodão maleável e macio. As roupas femininas têm textura diferente a blusa parece ter uma 
certa elasticidade, mas sem deixar de ser macia e confortável e a calça tem brilho, e não 
parece ter elasticidade, é um tecido liso e maleável. 
A cor preta na roupa masculina, mais uma vez presente no visual da capa, 
representa poder. E a cor amarela é uma cor complexa, quando a mulher veste roupas com 
essa cor, chama atenção, mas pode provocar desconforto, irritação ou ansiedade nos outros. 
(FISCHER-MIRKIN, 2001). 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 Figura 7 – Capa da revista Capricho Edição n°732 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, maio 1996. 
 
Na capa desta Capricho, há uma garota fazendo pose para foto com um sorriso de 
canto de boca, para a câmera, com as mãos na cintura. Ela veste uma minissaia reta 
estampada, que é uma peça no vestuário da garota que atrai a atenção para os quadris, apesar 
de não ter volume. E uma camiseta com manga curta e com decote careca, apresenta um 
desenho na altura do busto o que dá volume ao visual; e por ser o único detalhe da peça 
superior chama atenção para o busto. 
A textura deste look aparentemente é macia e suave. A estampa de oncinha deixa a 
peça com sensação ainda maior de maciez e sensualidade. A cor preta novamente presente no 
visual da capa para representar o poder já que o título que está em destaque afirma “Pronta 
para o sucesso”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 Figura 8 – Capa da revista Capricho Edição n°738 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, ago 1996. 
 
Nesta capa, há uma garota ao lado de um pôster em tamanho real do ator 
americano Brad Pitt. A garota usa um short jeans justo de comprimento até um pouco acima 
do joelho, e uma camiseta gola polo com manga curta, e um pulôver de malha na cintura que 
serve tanto para prevenir do frio como para complementar o look. O volume desse visual está 
nesse casaco de malha da cintura. Brad Pitt usa três peças superiores: uma camiseta, um 
casaco com capuz e uma jaqueta de couro, e uma calça jeans. O volume em seu tórax se dá 
pelo número de peças que ele está usando, já que ele vive em um país no qual as estações do 
ano são bem definidas, as várias peças de roupas são para um clima frio. 
A textura da roupa da garota é macia e maleável. Enquanto a roupa deste ator tem 
texturas diferentes. A camisa e o blusão, aparentemente, têm textura de algodão, macia, 
maleável e bem grossa para se proteger do frio. A jaqueta tem uma textura mais lisa e 
brilhante, lembra plástico. A calça jeans tem uma textura maleável, porém mais áspera. 
As cores preta e cinza se revezam na roupa de Brad, representando a sofisticação 
e, ao mesmo tempo, indicando um indivíduo discreto e reservado. Na roupa da garota as 
cores, verde e branca aparece, indicando feminilidade e receptividade. 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 Figura 9 – Capa da revista Capricho Edição n°741 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, set 1996. 
 
Nesta edição, a modelo da capa está com uma camisa de mangas compridas e gola 
polo, e uma calça jeans. Este tipo de camisa, no final do século XX, foi mostrado nas 
passarelas como alternativa da camisa para ser usada com terno (CALLAN, 2007). Esta 
vestimenta é justa no corpo, tornando possível ver as formas do corpo. O volume está na gola 
polo, que chama atenção para o busto. 
A textura parece ser lisa, maleável e macia, na peça superior. Na peça inferior, 
parece ser mais áspera e menos maleável. A cor rosa é aconchegante, romântica e feminina, 
enquanto a cor amarela aparece na estampa da blusa para desencadear uma descarga de 
adrenalina, aumentando o nível de ansiedade. Combinando, assim, com o tema principal 
exposto na capa, “Bye-bye, baby!!!! Como se livrar do ex-namorado”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 10 – Capa da revista Capricho Edição n°757 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, maio 1997. 
 
A capa traz uma garota vestida com uma camiseta, uma saia na altura da 
panturrilha, um pulôver de malha amarrada na cintura, e meia-calça. A roupa é justa no corpo, 
a saia franzida é uma peça que tem um caimento reto, não proporcionando muito volume ao 
visual. Porém, a malha na cintura dá o volume do look, chamando atenção para o quadril. A 
textura do visual parece ser: maleável e macio. A cor vermelha estar presente no visual para 
comunicar paixão e poder e a cor branca foi acrescentada como forma de suavizar o efeito. 
Combinando, assim, com o tema principal exposto na capa, “É o bicho: As saias compridas 
atacam seu guarda-roupa”. Há também a imagem de uma girafa reforçando a manchete. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Figura 11 – Capa da revista Capricho Edição n°755 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, abr 1997. 
 
A garota da capa veste blusa de manga comprida com decote tipo careca e uma 
calça. As formas da vestimenta são justas ao corpo, não há volume. A textura parece ser macia 
e suave, sem brilho. 
As cores branca, vermelha, amarelo e rosa aparecem na blusa listrada. O branco 
indica pureza, enquanto o vermelho indica paixão. O amarelo provoca ansiedade e o rosa o 
romantismo. O tema principal da capa é “rir, rir, rir e mais 53 coisas que não dá para viver 
sem”. Então as cores estão ligadas a estas “coisas” que não podem faltar, além de estar 
relacionado com alegria, e lembrar roupas infantis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 12 – Capa da revista Capricho Edição n°760 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, jun 1997. 
 
Nesta capa, a garota está segurando o buquê de rosas com um véu de noiva na 
cabeça, camisa de manga curta e gola em V e calça jeans. A vestimenta é toda justa no corpo 
marcando as curvas da silhueta da modelo. O volume desse look está no véu, que chama 
atenção para o rosto da manequim. A textura da peça superior, aparentemente, é macia e 
maleável. Enquanto o jeans é áspero e mais rígido. A cor azul é a cor da confiança, fidelidade 
e respeito. Associando-se com o tema proposto na capa, casamento. 
 
 Figura 13 – Capa da revista Capricho Edição n°780 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Capricho, mar 1998. 
 
Nesta capa, a modelo está com uma saia e uma camisa, com manga curta. A 
silhueta da garota está bem demarcada, já que a roupa é justa. A blusa é um pouco folgada 
 
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dando um pouco de volume na área da cintura e do busto. A textura é lisa e macia, sem brilho. 
A cor azul claro significa civilidade, status social, estabilidade e dignidade. E a cor branca 
significa pureza e feminilidade. 
 
 Figura 14 –

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